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UNISULMA – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO

IESMA – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO


CURSO DE PSICOLOGIA

ISADORA REGO DA SILVA


MEIRILENES DA SILVA FEITOSA
RONEBES CARNEIRO DOS SANTOS
VITÓRIA NUNES COSTA

TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

Imperatriz – MA
2020
ISADORA REGO DA SILVA
MEIRILENES DA SILVA FEITOSA
RONEBES CARNEIRO DOS SANTOS
VITÓRIA NUNES COSTA

TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

Trabalho apresentado como requisito avaliativo


para obtenção de nota referente ao 2º bimestre
/2020 da disciplina - Práticas Psicoterapêuticas
Comportamentais e Cognitivas do curso
Graduação em Psicologia da
IESMA/UNISULMA.

Orientador: Thiago Ribeiro

Imperatriz – MA
2020
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo elucidar os principais aspectos do


Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT) a fim de fornecer conhecimento, e de
discutir um pouco sobre esse assunto. Em seguida, é discutida sua descrição clínica
a partir dos critérios do DSM-IV, possíveis causas, sintomatologias e modelos de
tratamento psicoterápicos e farmacológicos que podem auxiliar na remissão dos
sintomas. Todavia, face às situações traumáticas, o que irá desencadear o
transtorno é a vulnerabilidade biológica, psicológica e social em que o indivíduo está
inserido.

O TEPT é classificado como um transtorno de ansiedade que se origina a


partir da exposição a algum evento traumático, ou seja, uma situação de violência
física, acidentes automobilísticos, catástrofes naturais, estupro, sequestros, morte de
entes queridos, assaltos, agressões físicas etc. De acordo com Meshulam-Werebe
(2012). Subjetivamente, os estressores provocam um sentimento de medo intenso,
de impotência e desamparo. Objetivamente, produz grande variedade de sintomas,
como dores de cabeça e crônica, síndrome do cólon irritável, fadiga e alterações
autonômicas intensas associadas à ansiedade. Também podem apresentar estados
dissociativos, que levam a pessoa a reviver as situações traumáticas sob a forma
de flashbacks e pesadelos. Uma pequena proporção dos pacientes pode apresentar
uma cronificação dos sintomas, que culmina na alteração permanente da
personalidade.

A manifestação do trauma depende da suscetibilidade do indivíduo afetado,


sua estrutura psíquica e emocional frente às emoções negativas e experiências
conflituosas. No caso de o sujeito desenvolver o transtorno, pode-se observar a
partir da manifestar de algumas características de comportamento atípico, tais como:
reviver o evento repentinamente, ficar alarmadas com facilidade, se irritar
rapidamente e evitar lembranças que recordem o trauma.

JUSTIFICATIVA

Ao analisar a história desse transtorno como representante maior dos fatores


ambientais externos, os fenômenos traumáticos compartilharam de toda esta
ambivalência durante a maior parte da história da psiquiatria até muito recente.
Porque muitos fatores ambientais traumáticos dependiam (e seguem dependendo)
de condições sociais, econômicas, culturais e políticas.

Logo o aumento no desenvolvimento do transtorno está associado a


momentos traumáticos que a pessoa com TEPT teve em algum momento de sua
vida. Em 1970 dois psiquiatras americanos Chaim Shatan e Robert J. Lifton
começaram a fazer encontros de grupo com pacientes veteranos da guerra do
Vietnã em Nova York que acabaram se espalhando por todas as instituições
americanas que tratavam destes pacientes. Shatan e Lifton começaram a ler
Kardenes, a literatura sobre sobreviventes do holocausto e os trabalhos existentes
sobre vítimas de acidentes e queimaduras e retirou daí uma lista de 27 sintomas
mais comuns de “neurose traumática”, os quais foram comparados com as 700
pacientes veteranos do Vietnã, o que acabou por si constituir no embrião dos
critérios usados pelo DSM-III, para incluir a categoria de transtorno de Estresse pós-
traumático (TEPT) e na sua classificação foram incluídos diversas síndromes como
o do “Trauma do estupro”, da “Mulher espancada”, dos “Veteranos do Vietnã” e o
das “Crianças abusadas”.

Essa atribuição de sintomas é apresentada em todos os que passaram ou


vivenciaram uma situação traumática durante um momento de sua vida, ou uma
parte dessas pessoas. A relação entre o efeito agudo do combate e o resultado à
longo prazo foi investigada em veteranos da Guerra do Líbano. Esse estudo
demonstrou que soldados que se tornaram agudamente perturbados no momento do
combate apresentaram maior risco para TEPT e que o transtorno emergiu de
reações ameaçadoras do conflito. A taxa de TEPT foi significativamente menor entre
aqueles que enfrentaram a situação. Também foram observados que os sintomas
intrusivos apresentavam menor especificidade diagnóstica, em contraste com a
combinação de sintomas intrusivos e evitativos. Além disso, a proeminência de
sintomas intrusivos diminuiu num período de dois anos, enquanto os sintomas
evitativos aumentaram.

É válido destacar que determinados indivíduos apresentam TEPT por longos


períodos, como foi observado pelo NVVRS (National Vietnam Veterano
Readjustment Study), constatando que 19 anos após a exposição ao combate, 15%
dos veteranos de guerra permaneciam com TEPT. Um estudo realizado com 469
bombeiros que haviam sido expostos a um grande incêndio na Austrália identificou
que 42 meses após o desastre, 56% dos bombeiros que apresentaram TEPT logo
após o acontecido, permaneciam com os sintomas os quais flutuavam
significativamente com a passagem do tempo. Após oito anos, 4% ainda preenchiam
os critérios para o TEPT. (kapczinsk e Margis, 2003)

Por tanto foi feito uma análise do tema proposto, e utilizamos de pesquisas
assim como estudos bibliográficos para fins reflexivos da qualidade da saúde
mental, bem como despertar o interesse em qualidades no trabalho de profissionais
inspirando melhoria e evitar maiores prejuízos da saúde mental e melhorar a saúde
das pessoas com (TEPT). Diante das circunstâncias apresentadas espera-se a
compreensão dos principais aspectos aqui contribuídos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é uma desordem mental


complexa que pode desenvolver-se após a exposição aos eventos particularmente
ameaçadores ou aterrorizantes. Muitas pessoas mostram uma notável resiliência e
capacidade de recuperação após o trauma. TEPT pode ocorrer após um único
evento traumático ou de exposição prolongada a um trauma, tal como abuso sexual
na infância. Os pacientes com TEPT têm maior risco de sofrer piora da saúde física,
incluindo transtornos somatoformes, alterações cardiorrespiratórias,
musculoesquelético, gastrointestinais e imunológicos. Também estão associadas
com comorbidades psiquiátricas substanciais, aumento do risco de suicídio e
consideráveis custos econômicos. O TEPT é um diagnóstico amplamente aceito,
mas alguns autores acreditam que a sua medicalização de eventos catastróficos tem
reações ruins.

A reação aguda ao estresse se caracteriza por iniciar-se logo após o evento


traumático. No entanto, existem diferenças a serem destacadas entre os critérios
diagnósticos apresentados no Código Internacional de Doença (CID-10) e no Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). O Transtorno de
Estresse Agudo é uma categoria nova no DSM-IV, que foi acrescentada para
descrever reações agudas a um estresse extremo – para fins de compatibilidade
com o CID-10 e para auxiliar na detecção precoce de casos. Na reação aguda ao
estresse, conforme a CID-10, o paciente, após ter sido exposto a um estressor
mental ou físico excepcional, inicia imediatamente (dentro de uma hora) os
sintomas, como um estado de "atordoamento" acompanhado de tristeza, ansiedade,
raiva, desespero, entre outros.

Ainda de acordo com o CID-10, após a exposição a evento traumático, é


necessária a presença dos sintomas dos critérios B, C e D – associados a estupor
dissociativo ou a diferentes sintomas como: retraimento da interação social,
diminuição da atenção, desorientação aparente, raiva ou agressão verbal,
desespero, desesperança, hiperatividade inadequada e pesar incontrolável e
excessivo – para que o transtorno seja denominado como Reação Aguda ao
Estresse, a qual pode ser classificada como leve, moderada ou grave. Quando o
estressor é transitório ou pode ser aliviado, os sintomas começam a diminuir após
um período inferior a oito horas. Caso a exposição ao estressor continue, os
sintomas devem começar a diminuir em 48 horas. A categoria de Reação Aguda ao
Estresse, de acordo com o CID-10, inclui a reação aguda de crise, a fadiga de
combate, o estado de crise e o choque psíquico.

Considerando os critérios do DSM-IV para Reação Aguda ao Estresse, além


da exposição do indivíduo ao evento traumático grave, esse deve ter apresentado
intenso medo, ou sensação de impotência no momento da exposição. Enquanto a
pessoa vivenciava o evento, ou logo após, passa a ter diferentes sintomas
dissociativos, como sensação de distanciamento, redução da consciência quanto às
coisas que a rodeiam, desrealização, despersonalização e incapacidade de recordar
algum aspecto importante do trauma. Para fins diagnósticos, conforme o DSM-IV é
exigido à presença de pelo menos três destes sintomas dissociativos. Então, além
da exposição ao evento traumático, sensação de impotência frente a ele, e pelo
menos três sintomas dissociativos, o indivíduo com Reação Aguda ao Estresse
passa a reviver o evento traumático (através de imagens, pensamentos, sonhos) e a
evitar aspectos que possibilitem a recordação do trauma, por exemplo: locais,
conversas ou pessoas. Esses sintomas devem interferir significativamente na vida
do indivíduo, mas o transtorno tem como ponto limitante a duração deles, pois
persistem por, no mínimo, dois dias e, no máximo, quatro semanas.

O TEPT é definido, de acordo com o DSM V (APA, 2013), como um conjunto


de sintomas nos quais os sujeitos vivenciam, testemunham, ouviram falar ou foram
confrontados com algum acidente ou em contingências nas quais tiveram morte,
ferimentos graves, ameaça à integridade física da vítima ou de outras pessoas cujos
resultados se revelam em forma de intensa carga afetiva psicológica, alterações
negativas persistentes em cognições e humor. Araújo & Lotufo-Neto (2014)
acrescentam que aqueles que são frequentemente expostos a detalhes aversivos de
eventos traumáticos como, por exemplo, socorristas recolhendo restos humanos ou
policiais repetidamente expostos aos detalhes de um abuso infantil, ou ainda, o
sujeito exprenciarem condições não dignas e humanas de trabalho, não terem seus
direitos atendidos, tendo que lidar, repetidamente, com a precarização do trabalho.
Porém, “vale ressaltar que esse critério não se aplica à exposição através de mídia
eletrônica, televisão, filmes ou imagens, a menos que esta exposição seja
relacionada ao trabalho” (p. 76).

Segundo o DSM V (APA, 2013) o TEPT é desencadeado a partir de vários


eventos estressores traumáticos como, por exemplo: sequestro, assalto à mão
armada, desastres naturais ou causados pelo homem, acidentes automobilísticos
graves, tortura, ataque sexual ou físico, entre outros. É comum o sujeito com o TEPT
reviver, simbolicamente, o evento traumático de forma contínua e ter episódios de
excitabilidade aumentada durante o período de tempo superior a um mês (APA,
2002; 2013). Além disso, causa sofrimento que impacta significativamente nos
diferentes papéis sociais que o sujeito possui, nas suas relações pessoais e
profissionais, comprometendo a sua saúde psicológica. Ainda, é comum notar que
os sujeitos com TEPT desenvolverem comportamentos de hipervigilância, não se
interessam em manter atividades que eram fontes de prazer para eles, reduzem
intensamente a interação e frequência de contatos com as pessoas e dificuldades
para dormir (Câmara-Filho & Sougey, 2001; Knapp & Caminha, 2003). O diagnóstico
pode ser confuso, inadequado/não apropriado, pois muitas vezes o TEPT é
confundido com outras doenças e transtornos e/ou há o fenômeno da comorbidade,
ou seja, ter duplo diagnóstico ou mais de dois transtornos agregados: além do TEPT
pode haver, simultaneamente, outros transtornos (Câmara-Filho & Sougey, 2001;
Knapp & Caminha, 2003; Ouimette, Read, Wade & Tirone, 2010; Schaefer, Lobo &
Kristensen, 2012). Diante dos malefícios afetivos e físicos do TEPT há, ainda,
consequências sociais e econômicas significativas que interferem nos
relacionamentos e atividades ocupacionais devido a possíveis momentos de
evitação, retraimento social, agressividade, entorpecimento, dentre outros. Assim,
conforme Berninger et al (2010), World Health Organization (1998) o TEPT está
diretamente ligado ao trabalho e o impacto da precarização do trabalho pode
acarretar a diminuição do prazer e saúde no trabalho (Mendes, 2012). Usando o
método de revisões sistemáticas de Ensaios Clínicos Randomizados (ECR), Soares
e Lima (2003) argumentam que há várias maneiras de lidar com o TEPT. Dessa
forma, os autores (2003, p.63) encontraram e listaram diferentes intervenções
psicoterápicas e psicossociais para o tratamento do TEPT. Saltini, Vidal & Oliveira
Sobrinho (2014); Ghizone e Mendes (2013), porém, acrescentam que são
tratamentos lineares e assistencialistas, de acompanhamento dúbio, sem iniciativa
que integra as políticas organizações de gestão da saúde psíquica dos
trabalhadores e, tanto na forma de diagnosticar, quanto tratar as psicopatologias no
trabalho possui um viés unidimensional da saúde: a perspectiva médico-
farmacológica.

São exemplos de intervenções psicoterápicas e psicossociais para o


tratamento do TEPT no ECR de Soares e Lima (2003): a terapia cognitivo-
comportamental (TCC); Eye movement desensitisation and reprocessin; Manejo
afetivo; psicoterapia psicodinâmica (com base psicanalítica freudiana clínica e não
na Clínica psicodinâmica do trabalho ) [grifo nosso]; Hipnoterapia; Relaxamento e
intervenções farmacológicas. Soares e Lima (2003) e Knapp e Caminha (2003)
revelam que todas elas mostraram-se efetivas no controle do transtorno. Porém,
perceberam um retorno mais significativo na terapia cognitivo-comportamental com
um resultado de metanálise mostrando uma taxa de melhora em torno de 90% ao
fim do tratamento e 85%em seis meses de seguimento. Tal resultado é contestado
pelos estudos de Meshulam-Werebe, Andrade e Delouya (2003) e Vieira-Neto
(2004), demonstrando que alguns tipos de TEPT respondem pobremente a terapias
cognitivo-comportamentais e ao tratamento psicofarmacológico. Pacientes que
desenvolvem o TEPT complexo beneficiam se de terapias psicanalíticas. Porém,
Soares e Lima (2003) argumentam que estudos bem conduzidos e com outras
abordagens devem trazer melhorias no conhecimento para lidar com a evolução do
TEPT. Não se tem registro, assim, de como que a Clínica psicodinâmica do trabalho
poderia contribuir para lidar com o fenômeno do TEPT experenciado no contexto do
trabalho. Especialmente diante das atuais demandas e configurações do trabalho
flexível e preconizado da atualidade.

As intervenções psicológicas foram avaliadas após traumas relacionados a


um único incidente, como um acidente de tráfego rodoviário e agressões físicas ou
sexuais. Meta-análises mostra que intervenções breves, focados no trauma, e
intervenções comportamentais cognitivas podem reduzir a severidade dos sintomas
quando a intervenção é dirigida a pacientes com sintomas. A terapia
comportamental (TCC) de base e colaborativa são em grande parte ineficazes.
Nenhuma evidência robusta suporta o uso de intervenções farmacológicas. Após
eventos traumáticos em grande escala, a evidência para apoiar a intervenção de
rotina após eventos traumáticos envolvendo muitas pessoas (por exemplo, ataques
terroristas e desastres naturais) são pequenas. No entanto, algumas evidências
sugerem que um bom suporte social é um fator protetor que diminui  o risco do
desenvolvimento de TEPT.

A terapia psicológica com diretrizes clínicas recomendando terapia focada no


trauma psicológico baseadas em evidências de revisões sistemáticas e meta-
analises é focada na dessensibilização e no reprocessamento. A terapia de grupo
parece ser igualmente eficaz nesses pacientes. Outros métodos, como técnicas de
flashbacks, treinamento de relaxamento (por exemplo, respiração controlada e
relaxamento muscular progressivo), repetição de frases positivas tais como "Eu
posso lidar com isso" podem ser eficazes. A investigação sobre intervenções para
apresentações mais complexas do TEPT é limitada, mas abordagens em fases
podem ser benéficas para apresentações mais complexas de TEPT, tendo como
alvo problemas específicos primeiramente com sintomas dissociativos e
posteriormente com os sintomas somáticos para promover um enfrentamento
adaptativo, uma sensação de segurança e estabilização antes do compromisso de
uma intervenção focada no trauma. Intervenções de autoajuda guiadas para
depressão e ansiedade podem ser utilizadas como uma alternativa à terapia
presencial com essas intervenções oferecendo acesso melhorado a um tratamento
rentável. Algumas evidências sugerem que terapias baseadas na internet e as
terapias de autoajuda podem aliviar os sintomas de estresse traumático. Evidências
recentes comprovam a eficácia da terapia de autoajuda para as pessoas que
preencheram os critérios diagnósticos para TEPT.
O tratamento medicamentoso é indicado após a tentativa com tratamento não
farmacológico. Os efeitos dos tratamentos com medicamento em comparação com
placebo são inferiores aos reportados em tratamentos psicológicos com foco no
trauma. Os efeitos adversos da medicação são os mesmos que habitualmente
verificados com outras patologias com a mesma medicação e os efeitos
comparáveis ao tratamento da depressão. Uma recente revisão sistemática e meta-
análise constatou evidência significativa da redução da gravidade dos sintomas de
TEPT com quatro drogas, que são  fluoxetina, paroxetina, sertralina e venlafaxina.
Em uma pesquisa,  amitriptilina, mirtazapina e fenelzina têm mostrado superioridade
sobre o placebo na redução dos sintomas de TEPT. Em um estudo randomizado foi
demonstrado que o antagonista a-1 prazosina foi associado com redução de
pesadelos em veteranos com TEPT, embora mais pesquisas sejam necessárias. A
olanzapina, em comparação com outro antipsicótico- a risperidona-, acentua os
efeitos dos antidepressivos quando a resistência ao tratamento é encontrada nesses
pacientes. A evidência para demonstrar se o uso de farmacoterapia combinada com
terapia psicológica sobre qualquer método de tratamento separadamente é
insuficiente. O TEPT pode ser associado com depressão, transtornos de ansiedade
e abuso de drogas e de álcool. Existe pouca evidência para a eficácia das
intervenções psicológicas para o tratamento do TEPT nessas situações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O TEPT pode passar por diversos estados e modificações com o decorrer do


tempo. As consequências e modificações do trauma só podem ser devidamente
entendidas quando se dá atenção ao tipo de informação que as vitimas vão trazer
sobre o trauma, visto que cada um vivencia circunstâncias diferentes e essas
circunstâncias podem definir a origem, intensidade, e resultados dos traumas
vividos.

Nos Estados Unidos, em 1999, cerca de 62% da população com TEPT não
faz tratamento com um profissional de saúde mental, sendo o motivo que as vitimas
não encaram seus sintomas como um problema, assim, torna-se muito mais fácil
que eles não procurem ajuda profissional. O que falta mesmo para que o TEPT seja
encarado como um problema que precisa se resolvida é uma psicoeducação,
através de campanhas de saúde; panfletos; mini cursos e palestras, tanto em
profissionais disponíveis nas redes de saúde quanto para os pacientes, fornecendo
assim uma melhor assistência tanto para os pacientes quanto para os seus
familiares após o evento traumático.

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