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Discentes: Maria Carolynne Jerônimo De Oliveira

Naize Oliveira De Lima

Noemi Pereira Do Nascimento

Rayssa Tayanne Duarte De Lima

ANSIEDADE PÓS-TRAUMÁTICA

Natal/RN

2023
Docente: Tailor Cabral

Discentes: Maria Carolynne Jerônimo De Oliveira

Naize Oliveira De Lima

Noemi Pereira Do Nascimento

Rayssa Tayanne Duarte De Lima

ANSIEDADE PÓS-TRAUMÁTICA

O presente trabalho foi desenvolvido no curso de Segurança do trabalho, ministrado na disciplina de


psicologia do trabalho, tendo como tema Ansiedade pós-traumática, realizado na instituição federal do
Rio grande do Norte (IFRN).

Natal/RN

2023
METODOLOGIA

O tema escolhido tem como embasamento apresentar o conceito, sintomas, diagnósticos,


tratamentos, informar algumas profissões que possuem maior risco e mostrar quais os meios
que um técnico de segurança do trabalho junto com a empresa pode fazer para ajudar o
trabalhador.

Não é incomum que as pessoas que sofreram eventos traumáticos tenham recordações,
flashbacks, pesadelos, ou memórias intrusivas quando algo terrível lhes acontecem. Com isso,
situações possivelmente desencadeantes como assaltos, sequestros, ou outras situações de
medo e violência podem acontecer e desencadear uma ansiedade pós-traumática. E para
adquirir os resultados expostos acerca do tema apresentado neste trabalho, pesquisamos em
diversos sites e entrevistamos algumas pessoas. Das quais elas colaboraram para o
enriquecimento do nosso estudo.
INTRODUÇÃO

O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), termo que surgiu em 1980, com a publicação
da terceira revisão do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Distúrbios Mentais (DSM-III),
pode ser entendido como uma perturbação psíquica decorrente e condicionada a um evento
fortemente ameaçador ao próprio paciente, ou nos casos em que esse apenas é testemunha da
ocorrência. Consiste num tipo de recordação, que é mais bem definida como revivescência,
pois é muito mais forte do que uma simples recordação. Outra definição caracteriza o TEPT
como um transtorno de ansiedade desencadeado por um evento traumático de natureza
extrema.

Na população em geral, a prevalência estimada do TEPT é de 1 a 3%. Já, nos grupos de risco
(por exemplo, combatentes), as taxas de prevalência variam de 5 a 75%, dependendo dos
grupos estudados (Manual de procedimentos para os serviços de saúde). Atualmente, o TEPT
é muito estudado nos Estados Unidos, alguns países da Europa, Israel e Oceania. No Brasil,
essa entidade clínica ainda é pouca conhecida e, muitas vezes, confundida. De acordo com
estudo epidemiológico americano, realizado por Kessler, foi estimada em 7,8% da população
geral, sendo encontrado em 5% dos homens e 10,4% das mulheres.

O TEPT pode ser classificado como doença relacionada ao trabalho, quando o trauma que o
desencadeou foi caracterizado como acidente de trabalho, ou seja, ocorreu no ambiente
laboral e no horário de expediente, devido a um ato de agressão, sabotagem ou terrorismo
praticado por terceiros ou mesmo por um companheiro de trabalho.
SINTOMAS

Entre os sintomas estão pesadelos ou lembranças repentinas (flashbacks), fuga de situações


que relembrem o trauma, reações exageradas a estímulos, ansiedade e humor deprimido.

As pessoas podem ter:


• No humor: ataques de pânico, culpa, descontentamento geral, desesperança,
nervosismo, perda de interesse, raiva, solidão ou sofrimento emocional;
• No comportamento: agitação, agressão, automutilação, comportamento autodestrutivo,
gritos, hiper vigilância, hostilidade, irritabilidade ou isolamento social;
• Sintomas psicológicos: alucinação, ansiedade severa, depressão, flashback, medo ou
desconfiança;
• No sono: insônia, pesadelos, privação de sono ou terror noturno;
• No corpo: estresse agudo ou perda de consciência.
Também é comum: desapego emocional, dor de cabeça, falta de resposta emocional,
pensamentos indesejados ou pensamentos suicidas.

Os sintomas agudos de TEPT podem ser divididos em três grupos:

1. Revivência: citam-se recordações com medo intenso, sonhos aflitivos e episódios de


flashbacks, no qual a pessoa sente ou age como se estivesse experienciando
novamente o evento traumático;
2. Esquiva: a pessoa tenta evitar sentimentos, pensamentos, conversas, inclusive locais e
pessoas que remetam ao trauma, dificuldades para recordar alguns aspectos
significativos, assim como a sensação de se afastar das pessoas e o sentimento de
abreviação do futuro;
3. Excitabilidade: a pessoa apresenta dificuldade para ter e manter o sono, irritabilidade
ou, ainda, surtos de raiva e dificuldade em se concentrar. Para caracterizar o TEPT, é
imprescindível que os sintomas estejam ocorrendo há mais de um mês e causem
prejuízo em áreas importantes da vida da pessoa.
DIAGNÓSTICO

O transtorno de ansiedade é precipitado por um trauma, o traço essencial deste transtorno é


que seu desenvolvimento está ligado a um evento traumático de natureza extrema.

O diagnóstico baseia-se principalmente na duração dos sintomas.


• Exame psicológico, feito para avaliar o distúrbio do paciente
• Exame de sangue, para verificar se há infecções ou abuso de drogas.
• Tomografia, para verificar se há anormalidades no cérebro.

CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO QUE SE APLICAM A ADULTOS,


ADOLESCENTES E CRIANÇAS COM MAIS DE SEIS ANOS INCLUEM
AS SEGUINTES SITUAÇÕES DE EXPOSIÇÃO:

• A exposição a morte real ou ameaçada, ferimentos graves ou violência sexual.


• Enfrentamento direto em eventos traumáticos.
• Testemunhar, pessoalmente, eventos traumáticos.
• Ter conhecimento sobre eventos traumáticos ocorridos a um membro próximo da família ou
amigo; casos de morte violenta, agressões, ou ameaças diretas.
• Ter experimentado exposição repetida ou extrema aos detalhes aversivos dos eventos
traumáticos (Exemplos são socorristas recolhendo restos humanos e policiais repetidamente
expostos aos detalhes de abuso infantil).
Nota: Isto não se aplica à exposição através de meios eletrônicos ou digitais, filmes ou
imagens, na televisão ou internet, a menos que a exposição seja relacionada ao trabalho
cotidiano da pessoa.
TRATAMENTO

O tratamento do transtorno do estresse pós-traumático é habitualmente feito com


psicoterapia e antidepressivos. Em caso de tratamentos com medicamentos, O tempo
de tratamento depende da remissão dos sintomas, é necessário acompanhamento para
que seu médico avalie se e quando deve reduzir as doses das medicações até possível
retirada. Pode-se falar em 6 meses de tratamento, mas depende de cada caso.
Também é importante ressaltar que, a retirada abrupta/brusca da medicação sem
acompanhamento médico também pode causar o retorno dos sintomas.

• Psicoterapia

A psicoterapia é o principal tratamento para o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT).

1. As técnicas de controle do estresse, como respiração e relaxamento, são importantes.


Os exercícios que reduzem e controlam a ansiedade (por exemplo, ioga, meditação)
podem aliviar os sintomas, além de preparar a pessoa para o tratamento que envolve a
exposição estressante a memórias do trauma. A principal corrente de pensamento
favorece o uso de psicoterapia estruturada e focalizada, geralmente um tipo de terapia
cognitivo-comportamental (TCC) denominado terapia de exposição que ajuda a apagar
o medo deixado pelo evento traumático.
2. Na terapia de exposição, o terapeuta pede à pessoa afetada que imagine estar nas
situações associadas ao trauma anterior. Por exemplo, o terapeuta pode pedir à pessoa
que imagine que está visitando o parque em que foi agredida. É possível que o
terapeuta ajude a pessoa a reimaginar o próprio evento traumático. Devido à ocorrência
de ansiedade, muitas vezes intensa, associada às memórias traumáticas e para que a
exposição avance no ritmo certo, é importante que a pessoa sinta que tem apoio. A
pessoa que ficou traumatizada pode ser especialmente sensível a ser traumatizada
novamente e, portanto, o tratamento pode ficar estacionário se ele for administrado
muito rapidamente. Muitas vezes, o tratamento pode mudar, passando de terapia de
exposição para um tratamento mais aberto e que presta mais apoio e, com isso, ajudar a
pessoa a se sentir mais confortável com a terapia de exposição. Uma psicoterapia mais
abrangente e mais exploratória também pode facilitar o retorno a uma vida mais feliz
quando, por exemplo, a pessoa dá enfoque aos relacionamentos que podem ter sido
prejudicados pelo TEPT. Outros tipos de psicoterapia de apoio e psicodinâmica também
podem ser úteis desde que eles não afastem o enfoque do tratamento da terapia de
exposição.

• Farmacoterapia

Os antidepressivos são considerados o tratamento de primeira linha para o TEPT, mesmo


para pessoas que não têm transtorno depressivo maior também. Os inibidores seletivos de
recaptação da serotonina e outros antidepressivos, como, por exemplo, a mirtazapina e a
venlafaxina, costumam ser recomendados com mais frequência.
Para tratar a insônia e os pesadelos, às vezes o médico receita medicamentos, como a
olanzapina e a quetiapina (também usadas como medicamentos antipsicóticos) ou a
prazosina (também usada para tratar a hipertensão arterial). No entanto, esses medicamentos
não tratam o TEPT propriamente dito.
PROFISSÕES COM ÍNDICE MAIOR EM TEPT

Qualquer indivíduo pode passar, ao longo de sua vida, por situações de emergência, tais
como acidentes, incêndios, enchentes, desmoronamentos, quadros de saúde que necessitam
de atendimento imediato. No entanto, algumas profissões, como bombeiros, policiais,
profissionais da área da saúde que atuam em emergências e equipes de salvamento ou
resgate são mais expostas a eventos desse tipo, confrontando-se com a imprevisibilidade e o
risco tanto de suas próprias vidas quanto de outros.

Além da exposição a situações de risco, estes profissionais realizam atendimentos que


exigem respostas imediatas, domínio de conhecimento técnico e uso adequado dos recursos,
o que agrega alta carga de estresse à prática profissional. é importante mencionar que a
exposição frequente a situações de emergência e estresse extremo no exercício dessas
profissões caracteriza-os como um grupo de risco para o desenvolvimento do Transtorno de
Estresse Pós-traumático (TEPT). Este transtorno implica vivenciar, testemunhar ou ser
confrontado com a morte, ferimentos graves, ou ameaça à integridade física própria ou de
outros, acompanhada da reação de medo, horror ou impotência.

Enquanto esse transtorno afeta cerca de 2 a 11,2% da população geral, entre equipes de
resgate a prevalência varia de 0,9 a 46%. Tais profissionais podem se tornar vítimas
primárias do TEPT.

o possível nexo causal existente entre violência urbana (especificamente os assaltos)


presente no contexto de trabalho dos rodoviários (motoristas e cobradores). Uma pesquisa
qualitativa feita por Paes-Machado e Levenstein (2002) com 130 rodoviários da região
metropolitana de Salvado, Os dados da pesquisa evidenciaram que 37,2% dos trabalhadores
sentiam-se mais nervosos e preocupados e 30,3% assustavam-se com facilidade depois de
terem vivenciado práticas de assalto no contexto de trabalho.
RELAÇÃO DA ANSIEDADE PÓS-TRAUMÁTICA NO TRABALHO

O TEPT pode estar relacionado com o trabalho quando o trabalhador sofre algum evento
traumático e estressante em decorrência do exercício desse trabalho, como, por exemplo, um
acidente ou outra situação em que ocasione forte impacto emocional.

No que se refere ao diagnóstico do TEPT, Figueira e Mendlowi (2003) explicam que, para
que o diagnóstico seja feito, clínicos e pacientes precisam superar diversas barreiras de
comunicação, pois o não falar do acontecimento é um de seus sintomas. Para os autores, o
TEPT pode, muitas vezes, ser confundido com uma crise de ansiedade ou de estresse agudo,
cujos sintomas podem ser passageiros, ou seja, perduram enquanto agentes estressores
estiverem presentes e assim que esses estressores forem de alguma forma superados, o quadro
sintomatológico desaparece. Segundo Assunção (2003), tratando-se de distúrbios psíquicos
desencadeados ou produzidos pelo trabalho, que ainda são pouco reconhecidos, as
dificuldades são ampliadas considerando que os efeitos do trabalho sobre a saúde do
trabalhador são, em muitos casos, silenciosos e não apreendidos pelo saber estritamente
médico. Entretanto, Sbardelloto,Schaefer, Justo e Kristensen (2011) explicam que o TEPT é o
quarto transtorno mais comum, atingindo cerca de 6,8% da população geral.

Vale lembrar que cada caso é uma situação isolada, que precisa ser analisada com a ajuda de
um profissional especializado, como psicólogo ou psiquiatra. Esse profissional, além de
diagnosticar o transtorno do colaborador, também é capaz de conversar com ele para entender
o que pode estar afetando sua saúde mental. Porém, mais importante do que diagnosticar esses
transtornos é diagnosticar os fatores internos da empresa que podem vir a desencadear
problemas na saúde dos colaboradores. É por isso que a gestão dos processos e de pessoas é
muito importante no ambiente de trabalho. Com isso, pode ser identificado gargalos na rotina
dos profissionais e verificar se existem outros fatores que estão afetando o desempenho, o
bem-estar e a produtividade deles. E, a partir disso, investir na melhoria da qualidade de vida
e no cuidado com a saúde mental ocupacional.
O QUE A EMPRESA E O TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

PODEM FAZER EM RELAÇÃO AO TRABALHADOR?

Independente do ambiente de trabalho, toda empresa precisa de profissionais que trabalhem


para reduzir o risco de acidentes e doenças ocupacionais. Nesse sentido, ter um Técnico em
Segurança do Trabalho reduz a probabilidade de acidentes de trabalho e, consequentemente
de despesas médicas, questões legais e o absenteísmo no trabalho. É importante destacar que
as empresas que não priorizam a prevenção da saúde e o bem-estar de seus trabalhadores
acabam tendo muitos profissionais incapacitados por doenças e acidentes, situação que reduz
a produtividade da empresa como um todo. O Técnico de Segurança do Trabalho é um
profissional de extrema importância, sendo necessário para a eliminação e prevenção dos
riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho e por consequência demandam a
implantação de conceitos e técnicas para a segurança e saúde dos trabalhadores. Com base
nessas informações acima, é nítido perceber a importância de uma boa gestão organizacional,
fatores como a segurança, a ergonomia e o clima no ambiente de trabalho também afetam a
saúde mental do trabalhador. Uma excelente maneira de prevenir esses problemas é,
primeiramente, fazer uma análise ergonômica para identificar as condições do ambiente de
trabalho. Isso é fundamental para oferecer mais conforto e qualidade de vida à sua equipe. O
segundo ponto é identificar riscos pré-existentes no local de trabalho, que podem facilitar
acidentes ou doenças ocupacionais. Essa parte é muito importante, pois além de você atuar de
maneira preventiva pela integridade física, vai demonstrar sua preocupação com o bem-estar
dos profissionais e consequentemente contribuir para a saúde mental. O terceiro ponto, e não
menos importante, é envolver sua equipe em dinâmicas que tratem sobre a saúde e segurança
no ambiente ocupacional. Podem ser programas ou palestras que, ao falar sobre saúde, devem
abordar também a temática dos transtornos psicológicos e como todos os trabalhadores podem
contribuir para a prevenção. Engajar toda a equipe é fundamental! Além de contribuir para
que eles conheçam sobre o assunto, também incentiva que eles cuidem mais do bem-estar do
próximo e até identifiquem possíveis sinais de problemas de saúde mental.
TEM CURA?

As chances do quadro do transtorno do estresse pós-traumático se estabilizar com tratamento


adequado são altas. Com o tratamento adequado depois de algum tempo a pessoa vai
gradualmente retomando a normalidade de vida. Às vezes, ficará uma dificuldade específica a
ser vencida, como, por exemplo, uma pessoa que sofreu um incidente aéreo severo, que vai
poder levar uma vida normal, porém sempre terá alguma dificuldade em voar novamente.

PREVENÇÃO

É complicado falar em formas de prevenção do transtorno do estresse pós-traumático, visto


que não é possível evitar que certas situações traumáticas aconteçam na vida. É impossível
viver numa bolha. Entretanto é possível evitar que novas situações aconteçam da seguinte
forma:

• Primeiramente, se tratando adequadamente

• Melhorar desempenho na escola/trabalho

• Melhorar relacionamentos sociais e familiares

• Tratar transtornos associados (como depressão e alcoolismo)

• Diagnóstico precoce

• Tratamento imediato

• Forte suporte social.


CONVIVENDO (PROGNÓSTICO)

Existem diversas ações que podem ser realizadas para evitar as complicações do estresse pós-
traumático, que basicamente se resumem em buscar qualidade de vida e desta forma diminuir
o impacto que o trauma teve sobre a vida da pessoa. Tais hábitos são:

• Prática de exercícios físicos diários: melhora circulação, melhora condição muscular e


esquelética, liberação de endorfina e com isso maior liberação de serotonina

• Prática de esportes: se possível de forma coletiva, que além do aspecto lúdico agrega a
sociabilização

• Meditação e religiosidade: como contraponto ao materialismo excessivo do mundo atual e


sob o aspecto neurocientífico, estimulando o cérebro não dominante ou sensitivo

• Arteterapia: desenvolvimento do cérebro sensitivo

• Relaxamento: como contraponto à tensão e ansiedade

• Psicoterapia: se existirem ou restarem conflitos psicológicos

• Dieta saudável e equilibrada

• Evitar maus hábitos: excesso de bebida, tabagismo, drogas

•Trabalho harmonioso: fazer do trabalho, além do aspecto de responsabilidade e


produtividade, um espaço de convivência saudável e estimulante

• Bom ambiente afetivo-familiar


PERGUNTAS FEITAS NA ENTREVISTA REALIZADA

Entrevista 1

1. Nome: Eciclei Alves Barbosa


2. Idade: 40 anos
3. Atividade exercida: Segurança pública
4. Quantos anos atua nessa atividade? 13 anos
5. Você já passou por alguma situação de estresse que lhe causou trauma em seu
ambiente laboral? Quando esse fato ocorreu? Pode relatar resumidamente?
Sim, em 2014 sofri uma tentativa de homicídio no local de trabalho.
6. Lembra o que veio em sua mente naquele momento e o que sentiu?
Por incrível que pareça, só em me manter vivo, senti um alívio por continuar vivo.
7. Após o evento o que pensou? Qual sua primeira atitude?
Tentei compreender o motivo daquele ato, me retirar do local, refletir e me questionar sobre a
vida.
8. Você recebeu apoio da empresa, família, colegas de trabalho ou de outras pessoas?
No primeiro momento não, após algum tempo, sim
9. Necessitou de acompanhamento psicológico, terapêutico, médico ou outros? Você
procurou essa ajuda? Por quê?
Sim, ajuda psicológica e psiquiatra. Sim, comecei a ter sonhos diários do ocorrido, bem como
de situações semelhantes ao fato ocorrido, estavam interferindo no meu cotidiano.
10. Após esse evento o que mudou na sua conduta frente a vida e no seu trabalho?
Passei a ser uma pessoa retraída e que valoriza as pequenas coisas e, concomitante um
indivíduo mais engajado com ideias coletivos.
11. Esse evento é considerado um trauma para você? Por quê?
No ponto de vista médico sim, porém, pessoalmente, penso que foi o cataclismo, fundamental
para a metamorfose evolutiva da qual estou vivenciando
12. Quais as consequências na sua vida após esse evento?
No princípio, dificuldade de socializar, retornar ao local do evento para trabalhar, uma pessoa
ansiosa. Posteriormente, compreensão da vida em sua plenitude, engajamento das ideias para
a conquista do bem comum e compreender o real objetivo da vida.
Entrevista 2

1. Nome: Alexandre Pereira do Nascimento


2. Idade: 42 anos
3. Atividade exercida: Policial militar
4. Quantos anos atua nessa atividade? 20 anos
5. Você já passou por alguma situação de estresse que lhe causou trauma em seu
ambiente laboral? Quando esse fato ocorreu? Pode relatar resumidamente?
Sim, uma morte por enforcamento de uma criança de 9 anos.
6. Lembra o que veio em sua mente naquele momento e o que sentiu?
Sim, no local ao colher informações descobri que a criança sofria de depressão, e me lembrei
que minha segunda filha tinha na época a mesma idade da criança, e pensei na hora como a
falta de amor e carinho a uma criança pode ser devastadora em sua vida.
7. Após o evento o que pensou? Qual sua primeira atitude?
Me dediquei mais e mais a aproveitar cada minuto com meus filhos, e dar todo carinho e amor
que pudesse.
8. Você recebeu apoio da empresa, família, colegas de trabalho ou de outras pessoas?
Não, pois não mencionei nada com ninguém.
9. Necessitou de acompanhamento psicológico, terapêutico, médico ou outros? Você
procurou essa ajuda? Por quê?
Não.
10. Após esse evento o que mudou na sua conduta frente a vida e no seu trabalho?
Me dediquei cada vez mais a atenção dos meus filhos, no meu trabalho sempre que há
ocorrências envolvendo crianças procuro ser o mais cauteloso possível. No intuito de causar o
menor impacto possível em algumas situações.
11. Esse evento é considerado um trauma para você? Por quê?
Sim, porque nunca esqueci o fato, e sempre que lembro fico muito triste
12. Quais as consequências na sua vida após esse evento?
Sempre acho que não tenho feito o suficiente por meus filhos.
Entrevista 2

1. Nome: Maria do Nascimento Costa.


2. Idade: 57 anos
3. Atividade exercida: Professora
4. Quantos anos atua nessa atividade? 32 anos
5. Você já passou por alguma situação de estresse que lhe causou trauma em seu
ambiente laboral? Quando esse fato ocorreu? Pode relatar resumidamente?
Sim, ano passado. Fato que eu não tinha nada a ver, Briga de alunos ao sair da escola.
6. Lembra o que veio em sua mente naquele momento e o que sentiu?
Senti muita angústia, porque fui ameaçada.
7. Após o evento o que pensou? Qual sua primeira atitude?
Em desistir, mas, busquei força em Deus e continuei, pois não seria eles que iriam me
derrotar.
8. Você recebeu apoio da empresa, família, colegas de trabalho ou de outras pessoas?
Sim.
9. Necessitou de acompanhamento psicológico, terapêutico, médico ou outros? Você
procurou essa ajuda? Por quê?
Não, porque que tem fé em Jesus Cristo vence o mal.
10. Após esse evento o que mudou na sua conduta frente a vida e no seu trabalho?
Mostrar que sou capaz.
11. Esse evento é considerado um trauma para você? Por quê?
Não.
12. Quais as consequências na sua vida após esse evento?
Não ficaram consequências, porque quando você sabe da sua competência nada vos atinge.
Houve um equívoco por parte dos familiares da criança.
CONCLUSÃO

Concluímos que O TEPT pode ser considerado como uma patologia primária, levando-se em
conta seus efeitos patológicos subsequentes das histórias de vida do paciente. O tratamento de
seus efeitos secundários, como transtornos de humor, fóbicos, entre outros é o mais comum.
O tratamento tanto pode ser individual quanto em grupo. O sentimento de inadequação com a
realidade, de inquietação e ao mesmo tempo de retraimento, são algumas das sequelas
emocionais das vítimas. Mas, quais são os maiores desafios das vítimas de TEPT: diagnóstico
correto? Superar o sofrimento e buscar ajuda não só de profissionais de saúde, como também
o amparo de sua rede social: família, amigos, instituições da qual faça parte, colegas de
trabalho? Como ressignificar a vida, quando se sente responsável pelo acidente e até pela
morte, quando há? Quem sofre com o TEPT é só quem o desenvolve ou há também
sofrimento por parte de todos que convivem com a vítima?

Estas e tantas outras questões necessitam ser colocadas visando provocar todos os envolvidos
com o tema na busca de maior compreensão e assim desenvolver ações para minimizar o
sofrimento das vítimas.
REFERÊNCIAS

https://www.rbmt.org.br/details/81/pt-BR/transtorno-por-estresse-pos-traumatico-como-
causa-de-acidente-de-trabalho
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/transtorno-do-estresse-pos-traumatico/
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-
mental/ansiedade-e-transtornos-relacionados-ao-estresse/transtorno-de-estresse-p%C3%B3s-
traum%C3%A1tico
https://www.doctoralia.com.br/perguntas-respostas/quanto-tempo-demora-o-tratamento-
medicamentoso-p-tept-tem-uma-media-ha-chance-de-recorrencia-
dos#:~:text=Pode%2Dse%20falar%20em%206,causar%20o%20retorno%20dos%20sintomas.
https://www.rbmt.org.br/details/81/pt-BR/transtorno-por-estresse-pos-traumatico-como-
causa-de-acidente-de-trabalho
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172009000100004
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-
mental/ansiedade-e-transtornos-relacionados-ao-estresse/transtorno-de-estresse-p%C3%B3s-
traum%C3%A1tico
http://gatda.com.br/index.php/2016/03/26/ansiedade-pos-traumatica-transtorno-do-estresse-
pos-traumatico-tept/
https://www.msn.com/pt-br/saude/condicao/post-traumatic-stress-
disorder?source=bing_condition
http://gatda.com.br/index.php/2016/03/26/ansiedade-pos-traumatica-transtorno-do-estresse-
pos-traumatico-tept/
https://www.scielo.br/j/rbp/a/yhBZ6h6cv6fXpq88GzxV47q/
https://www.scielo.br/j/pusf/a/szPNZDJmvMM6PzPNJvXRFQz/
https://www.minhavida.com.br/especialistas/19693-persio-ribeiro-gomes-de-deus

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