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NOÇÕES DE ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL

Conteudista associado: Alex dos Santos Mendes

CURSO DE FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL


POLÍCIA PENAL – MG

MINAS GERAIS
2023

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SUMÁRIO

Capítulo 1 – A saúde mental e a privação de liberdade ...................................03


1.1 Aspectos históricos da saúde mental no Brasil ..........................................03
1.2 A Lei 10.216 de 2001 e o Centro de Apoio Psicossocial
(CAPS).............................................................................................................. 05
1.3 Definição de saúde mental e privação de liberdade ...................................07

Capítulo 2 – Políticas públicas e rede de atenção ao dependente químico em


privação de liberdade ........................................................................................11

Capítulo 3 – Cuidados e manutenção da saúde mental ...................................17

Capítulo 4 – Principais doenças desencadeadas pelo encarceramento ............25


4.1 Os impactos do novo coronavírus no sistema prisional...............................26

Capítulo 5 – Orientações Básicas de Biossegurança no Ambiente Hospitalar


...........................................................................................................................29

Glossário ...........................................................................................................34

Referências .......................................................................................................35

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Capítulo 1 - A saúde mental e a privação de liberdade

1.1 Aspectos históricos da saúde mental no Brasil

Grandes transformações ocorrerem no Brasil no tocante à saúde mental as


quais redimensionaram o modelo histórico de assistência nessa área, antes
centrado na referência hospitalar para um novo modelo de atenção
descentralizado e comunitário.

A Reforma Psiquiátrica iniciou com um movimento que surgiu no


início da década de 70, no contexto da luta contra a ditadura
militar. A expressão "Reforma Psiquiátrica" foi usada para se
referir ao conjunto de ideias relacionadas as mudanças
necessárias na área da saúde em especial na Psiquiatria.
(FLEURY, 2009, p. 2).

As propostas elencadas pelos profissionais de saúde foram expostas na


8ª Conferência Nacional de Saúde no ano de 19861, em Brasília, com a presença
de vários profissionais da área, que se preocupavam com a saúde pública e a
assistência em geral de saúde no Brasil, visando a uma mudança do modo de
se entender a saúde não como "ausência de doença”, mas que idealizava o
direito à saúde para toda a população brasileira, sem distinção de cor, raça,
gênero ou condição social. Esse movimento teve um resultado positivo em 1988,
com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, criando-
se o Sistema Único de Saúde – SUS - (NORONHA; LIMA; MACHADO, 2008).

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Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/saude-mental-no-brasil. Acesso em 22 nov. 2022.

Saiba mais!
Cinco dias de debates, mais de quatro mil participantes, 135 grupos de trabalho e objetivos muito
claros: contribuir para a formulação de um novo sistema de saúde e subsidiar as discussões
sobre o setor na futura Constituinte. A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada entre 17 e
21 de março de 1986, foi um dos momentos mais importantes na definição do Sistema Único de
Saúde (SUS) e debateu três temas principais: ‘A saúde como dever do Estado e direito do
cidadão’, ‘A reformulação do Sistema Nacional de Saúde’ e ‘O financiamento
Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/592-8-conferencia-nacional-de-saude-
quando-o-sus-ganhou-forma. Acesso em 13 dez. 2022.

Retomando a década de 1970, o Movimento Nacional da Luta


Antimanicomial foi de grande importância para a garantia dos direitos das
pessoas com transtornos mentais, e tinha como principal característica a
extinção dos manicômios. Esse movimento social tinha ligação com a Reforma
Sanitária Brasileira e enfatizava uma discussão acerca dos direitos humanos dos
pacientes portadores de transtornos mentais (BARBOSA; COSTA; MORENO,
2012). Esse movimento enfatizava a necessidade urgente de uma reforma
psiquiátrica no Brasil através da desospitalização. Para Silva (2014), durante
muito tempo a sociedade enxergava as pessoas com transtornos mentais como
seres possuído por espíritos malignos, vítimas de um castigo divino, pessoas
preguiçosas, ruins e loucas.
A Reforma Psiquiátrica não apenas foi, mas é compreendida como um
processo político-social de nível complexo que envolve toda a sociedade
(profissionais, população e cidadãos) nos mais distintos locais (serviços de
saúde, instituições hospitalares, instituições de ensino, comunidades, sistema
prisional, etc.) e cabe a sua responsabilidade às três esferas de governo

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(Federal, Estadual e Municipal), contribuindo para uma melhor assistência em
saúde mental. Nesse contexto, Bisneto (2005) demonstra o quanto é importante
para um usuário com transtorno mental ser reabilitado na sociedade.

2.2 A Lei n. 10.216 de 2001 e o Centro de Apoio Psicossocial (CAPS)

A Lei 10216, de 06 de abril de 2001, considerada como um marco legal


da reforma psiquiátrica garantiu a proteção e o direito das pessoas portadoras
de sofrimentos e transtornos mentais à universalidade de acesso e ao direito à
assistência humanizada (CUNDA, 2011).
Os CAPS surgiram pela portaria 336 de 19 de fevereiro de 2002 e
passaram a integrar a rede de assistência como ordenador da rede assistencial
de saúde, conhecida como RAS.
Os Centros de Atenção Psicossocial são considerados a principal
estratégia da Reforma Sanitária no tocante ao atendimento dos portadores de
transtornos mentais. Através desses centros, criou-se uma possibilidade de se
mostrar uma rede de serviços assistenciais que atua de forma substitutiva junto
aos hospitais psiquiátricos no território brasileiro (ONOCKO-CAMPOS;
FURTADO, 2006).

Segundo Schrank e Olschowsky (2008), os CAPS são serviços


de saúde, abertos a comunidade, realizam acompanhamento do
paciente, dispõem de tratamento clínico medicamentoso e
auxiliam na reinserção social do indivíduo por meio de práticas
terapêuticas (atividades em geral, dinâmicas individuais ou em
grupo, trabalho, esporte e lazer). São compostos por uma equipe
multiprofissional que atua de forma interdisciplinar, realizando
atendimento aos usuários e seus familiares, inclusive aqueles
que necessitam de atendimento em decorrência do uso de álcool
e/ou outras drogas (BERNARDI; KANAN, 2015, p. 12)

A equipe multiprofissional do CAPS é composta por enfermeiros, médicos


(clínico geral e psiquiatra), psicólogos, assistentes sociais, terapeutas
ocupacionais, pedagogos e educador físico. Esses profissionais são
considerados como a composição básica de profissionais do CAPS (MIELKE, et
al., 2009).

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As práticas terapêuticas realizadas nos CAPS caracterizam-se por
ocorrerem em ambiente aberto e acolhedor. Os projetos sociais existentes nos
CAPS, muitas vezes, ultrapassam a estrutura física em busca de um suporte
social, potencializando suas ações, preocupando-se com o paciente de forma
integral (MIELKE, et al., 2009).
Uma importante questão relacionada aos usuários com transtorno mental
se dá pelo uso de álcool e outras drogas, sendo um tema bastante complexo,
considerado um grande e grave problema de saúde pública. Existe uma
necessidade de se superar esse problema histórico necessitando-se de uma
atitude cuja responsabilidade é tanto do SUS, quanto da sociedade civil
organizada. O planejamento de programas deve contemplar toda a população,
de forma que a abstinência não seja a única meta viável e possível aos usuários
(ALVES; LIMA, 2013).
A Política de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas se
refere a programas relacionados à diminuição do uso de drogas (lícitas e ilícitas),
cuja principal prioridade e finalidade é reduzir as consequências negativas
causadas pelo uso prolongado, ou não, destas substâncias (ALVES, 2009). Visa
reconhecer o usuário em sua singularidade e se baseia no compromisso com a
saúde pública e os direitos humanos, e cabe ao Ministério da Saúde criar e
manter equipamentos de saúde, qualificar profissionais para o atendimento e
articular tal política de saúde com outras áreas afins (ALVES, 2009).

2.3 Definição de saúde mental e privação de liberdade

Segundo Lucchese (2014), os transtornos mentais são conceituados


como alterações que modificam a vida do ser humano, no tocante à vida social,
englobando, entre outras, as relações pessoais, laborais, familiares e escolares,
comprometendo o cotidiano.
Melo e Fuguerato (2008) afirmam o papel do Estado e da família na
participação do processo de tratamento nos mais diversos ambientes quanto ao
uso correto das medicações através da supervisão e observação quanto aos
fatores de risco à saúde do usuário. Cabe ao Estado a criação de políticas

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públicas em saúde mental que garantam a promoção e prevenção de ações
voltadas aos portadores de transtornos mentais.
O Sistema Único de Saúde, através dos seus princípios e diretrizes tem
um papel fundamental nesse processo, pois possui um conjunto de ações e de
serviços de promoção e de prevenção que oferecem à população maior
qualidade de vida, garantindo o acesso integral à saúde com equidade.
Historicamente, a atenção à saúde da população que se encontra em
unidades prisionais no Brasil tem sido feita sob uma ótica reducionista, na
medida em que as ações desenvolvidas limitam-se àquelas voltadas para as
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (SIDA), visando à redução de danos associados ao uso abusivo de
álcool e de outras drogas, e imunizações, apesar dos altos índices de
tuberculose, pneumonias, dermatoses, transtornos mentais, hepatites, traumas,
diarreias infecciosas violência, na precariedade de espaço físico e na carência
do atendimento à saúde, além de outros agravos prevalentes na população
brasileira, observados no âmbito dessas instituições (MELO e FUGUERATO,
2008).
Os problemas de saúde decorrentes das condições de confinamento não
têm sido objeto de ações de saúde que possibilitem o acesso das pessoas
presas à saúde de forma integral e efetiva. A necessidade de implementação de
uma política pública de inclusão social que atente para a promoção dos direitos
humanos das pessoas privadas de liberdade aponta para a importância da
reorientação do modelo assistencial, a fim de atender às carências manifestadas
por essa população (MELO e FUGUERATO, 2008).
As unidades prisionais brasileiras são administradas por governos dos
estados/ regionais no que tange à descentralização federativa da assistência à
saúde no âmbito do SUS (ARRETCHE, 2010). Ao portador de transtorno mental,
da mesma forma, a internação de longa permanência em hospital psiquiátrico foi
a escolha predominante de tratamento por muitos anos (AMARANTE, 1995). O
processo de descentralização da oferta de saúde foi construído por meio da
convergência de agenda entre os governos nacional e as unidades federativas
de nossa federação. Os estados e municípios tornaram-se responsáveis pela
execução e gestão de políticas e programas definidos em nível federal

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(ARRETCHE, 2010). Com o processo de redemocratização do país no início da
década de 80, tanto os portadores de transtorno mental quanto a população
carcerária foram também favorecidos por movimentos sociais e intelectuais que
culminaram na elaboração de novas políticas públicas, num contexto de
humanização dos direitos civis e sociais. O Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA, Lei 8069/90) e a Lei da Reforma Psiquiátrica (LRP, Lei 10.216/2001) que
dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos
mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental, conforme
Amarante (1995). Está sendo considerada reforma psiquiátrica o processo
histórico de formulação crítica e prática que tem como objetivos e estratégias o
questionamento e a elaboração de propostas de transformação do modelo
clássico e do paradigma da psiquiatria.
Atualmente a internação para autor de ato infracional quanto para o
portador de transtorno mental devem preencher os critérios estabelecidos em
ambas as leis. Para o portador de transtorno mental, a LRP determina que a
internação somente será indicada quando se esgotarem os recursos extra
hospitalares, em especial o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) referência
comunitária para a assistência em saúde mental em substituição ao modelo
asilar de tratamento (BRASIL, 2002).
As instituições totais têm como característica desenvolverem um processo
de “mortificação do eu” que se inicia desde o momento em que o interno chega
ao estabelecimento, ameaçando sua carreira moral. Estes “ataques ao eu”
decorrem de quatro pontos: (I) do distanciamento da vida civil pela imposição de
barreiras com o mundo externo; (II) do enquadramento do interno pela imposição
das regras de conduta; (III) do despojamento de bens que o faz perder seu
conjunto de identidade e segurança pessoal; (IV) da exposição contaminadora
através de elaboração de um dossiê que viola a reserva de informação sobre o
seu eu. Estes pontos podem ser traduzidos, na prática, pela perda do nome,
humilhações verbais, agressões físicas, nudez compulsória, posições corporais
humilhantes, negação de objetos pessoais, medo da perda da masculinidade,
violação da reserva de informação, entre outros. Esse mecanismo causa o
desequilíbrio do eu e a perturbação na relação usual entre indivíduo e seus atos
uma vez que elimina as ações, a autonomia e a liberdade de ação do interno

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(BRASIL, 2002). Tradicionalmente o tema da medicalização não esteve no
centro das investigações das instituições prisionais e socioeducativas e ainda há
uma grande lacuna acadêmica sobre o componente farmacológico nessas
instituições, incluindo o uso e o manejo de medicações, principalmente
psicofármacos com a população institucionalizada.
O governo central optou assim, por ações horizontais em assistência à
saúde mental ao indivíduo privado de liberdade, ações estas a serem pactuadas
entre os governos estaduais e municipais (COSTA e SILVA, 2017). O artigo 62
determina que o indivíduo em privação de liberdade deverá contar com uma
equipe mínima de profissionais de saúde cuja composição esteja em
conformidade com as normas de referência do SUS (SINASE, 2012). As
orientações do SINASE em relação à saúde mental fazem consonância com a
LRP que estabelece os direitos e a proteção das pessoas acometidas por
transtorno mental e garante o direito de tratamento em serviços comunitários de
saúde mental (COSTA e SILVA, 2017).
A Portaria privilegia a Rede de Atenção à Saúde (RAS) com dispositivos
da Atenção Básica e a articulação com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
por meio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), preconiza o acesso
à Atenção Especializada, Urgências e Emergências, optando pela
horizontalidade e compartilhamento das ações a serem pactuadas no Plano
Operativo. Da mesma forma, a proposta da reforma psiquiátrica promoveu a
descentralização das ações em saúde mental, ou seja, a transferência da
capacidade fiscal e da responsabilidade pela implantação e gestão de políticas
e programas do nível central para a gestão subnacional (COSTA et al, 2011).

Tome nota!
Reconhecendo sua responsabilidade frente a essa necessidade, o Ministério da Saúde, em ação
integrada com o Ministério da Justiça, elaborou o Plano Nacional de Saúde no Sistema
Penitenciário, que será desenvolvido dentro de uma lógica de atenção à saúde fundamentada
nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Este Plano alcançará resultados a partir do
envolvimento das Secretarias Estaduais de Saúde e de Justiça e das Secretarias Municipais de
Saúde, reafirmando a prática da intersetorialidade e das interfaces que nortearam a sua
construção. A consolidação do Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário representa
um avanço para o país, na medida em que, pela primeira vez, a população confinada nas
unidades prisionais é objeto de uma política de saúde específica, que possibilita o acesso a

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ações e serviços de saúde que visam a reduzir os agravos e danos provocados pelas atuais
condições de confinamento em que se encontram, além de representar sua inclusão no SUS.
Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_pnssp.pdf Acesso: 22 nov.
2022.

Atenção!
Contribuir para a promoção da saúde das pessoas privadas de liberdade, além de ser uma
responsabilidade do Estado, representa uma missão e um desafio para profissionais de saúde e
cidadãos que acreditam numa sociedade sem excluídos.

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Capítulo 2 - Política pública e rede de atendimento ao dependente químico
em privação de liberdade

Conforme a Cartilha de Plano Nacional de Saúde no Sistema


Penitenciário (2014), a Portaria Interministerial n. 1.777, de 9 de setembro de
2003, que instituiu o Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário dos
Ministérios da Saúde e da Justiça e com a participação do Conselho Nacional de
Secretários de Saúde, do Conselho Nacional de Secretários Municipais de
Saúde e do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, é fruto de
um trabalho matricial construído com a participação de diversas áreas técnicas.
O Plano Nacional de Saúde prevê a inclusão da população penitenciária
no SUS, garantindo que o direito à cidadania se efetive na perspectiva dos
direitos humanos. O acesso dessa população a ações e serviços de saúde é
legalmente definido pela Constituição Federal de 1988, pela Lei n. 8.080, de
1990, que regulamenta o Sistema Único de Saúde, pela Lei n. 8.142, de 1990,
que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de
Saúde, e pela Lei de Execução Penal n. 7.210, de 1984.

As ações e os serviços de saúde definidos pelo Plano Nacional são consoantes com os princípios
e as diretrizes do SUS. Os instrumentos de gestão do Sistema que orientam o planejamento e a
tomada de decisão de gestores de saúde estão presentes nesse Plano, a exemplo do
cadastramento de Unidades dos Estabelecimentos Prisionais no Cadastro Nacional dos
Estabelecimentos de Saúde. Esse Plano foi construído em coerência com a discussão da
organização de sistemas de saúde e do processo de regionalização da atenção, que pauta o
incremento da universalidade, da equidade, da integralidade e da resolubilidade da assistência.
As ações e os serviços de atenção básica em saúde serão organizadas nas unidades prisionais
e realizadas por equipes interdisciplinares de saúde. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_pnssp.pdf, acesso em 12 dez. 2022.

Subseção II - DO NÚCLEO DE SAÚDE E ATENDIMENTO


PSICOSSOCIAL
Art. 156. Ao Núcleo de Saúde e Atendimento Psicossocial, conforme
diretrizes da Diretoria de Atendimento ao Preso, cumpre assegurar a
assistência à saúde do preso, a ser prestada por equipe multidisciplinar
constituída por:

I – Serviço Social, ao qual cabe:

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a) exercer a função de referência técnica do núcleo psicossocial da
Unidade Prisional, conforme portaria interministerial nº 1.777/03,
fazendo revezamento semestral sempre que possível;
b) programar e executar, juntamente com a equipe de saúde, ações de
atenção básica previstas nas legislações vigentes;
c) informar ao Diretor Geral os problemas e as dificuldades enfrentados
pelo assistido de acordo com o Código de Ética profissional;
d) promover orientação e possíveis encaminhamentos ao assistido na
fase final do cumprimento da pena de modo a facilitar o seu retorno à
liberdade;
e) coordenar a ação relacionada à documentação do preso (RG, CPF,
Certidão de Nascimento, Certidão de Casamento, Carteira de Trabalho
e Previdência Social);
f) coordenar a ação de lançamento do número dos documentos do
preso no sistema INFOPEN bem como anexar a sua cópia no PGPS;
g) orientar o preso quanto aos direitos e benefícios da Seguridade
Social e realizar os devidos encaminhamentos;
h) participar das reuniões da Comissão Técnica de Classificação –
CTC e das reuniões de Conselho Disciplinar - CD, exercendo seu
direito ao voto;
i) programar e executar as indicações do Programa Individualizado de
Ressocialização - PIR, acompanhando a evolução do preso;
j) realizar atendimentos de classificação, rotina e de demandas
espontâneas;
l) realizar atendimento ao familiar do preso, quando avaliar a
necessidade, providenciando, se for o caso, os devidos
encaminhamentos à rede de saúde e socioassistencial;
m) acompanhar a visita assistida, quando houver demanda, conforme
orientações do NAF – Núcleo de Assistência à Família;
n) coordenar as ações e procedimentos técnicos para visita social e
íntima;
o) acompanhar e orientar o preso quanto à importância do benefício de
saída temporária no processo gradativo de resgate do vínculo afetivo
e familiar e demais valores, contribuindo, assim, para a reinserção
social;
p) participar de reuniões de trabalho externo, capacitações internas e
externas e mutirões de saúde quando convocado;
q) executar demais procedimentos de competência técnica da área
conforme as legislações vigentes, as diretrizes do conselho da área
(CRESS e CFESS) e o Código de Ética Profissional.
II – Médico-Clínico, ao qual cabe:
a) participar de todos os atos pertinentes ao exercício da medicina,
aplicando métodos aceitos e reconhecidos cientificamente, bem como
desempenhar tarefas que exijam a aplicação de conhecimentos
especializados de medicina;
b) programar e executar, juntamente com a equipe de segurança,
ações de atenção básica, conforme determina a portaria
interministerial nº 1.777/03 e outras, bem como cumprir com o que
estabelece o Plano Operativo Estadual de Atenção à Saúde da
População Prisional de Minas Gerais;
c) atuar como educador para a saúde e ressocialização;
d) desenvolver as atribuições médicas como emissão de diagnóstico e
outros, aplicando recursos de medicina preventiva e/ou terapêutica
para promover a saúde e o bem-estar do paciente conforme portaria
Interministerial nº 1777/03, Plano Operativo Estadual de Atenção à
Saúde da População Prisional de Minas Gerais e demais diretrizes;
e) realizar, em situações emergenciais, atendimentos clínicos aos
familiares dos presos, procedendo ao devido e imediato
encaminhamento às Unidades do SUS;

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f) realizar atendimento em casos urgência/emergência aos servidores
das Unidades Prisionais, realizando os devidos encaminhamentos à
rede de saúde;
g) proceder ao registro correto e legível no PGPS e no INFOPEN de
todos os atendimentos prestados aos pacientes;
h) consolidar os atendimentos médicos na ficha de evolução do preso
para subsidiar a equipe de saúde, a Comissão Técnica de
Classificação e o Conselho Disciplinar;
i) promover a correta alimentação dos bancos de dados e sistemas de
informação de sua competência, bem como mantê-los atualizados;
j) realizar pedido de exames laboratoriais;
k) participar de reuniões de trabalho externo, capacitações internas e
externas e mutirões de saúde, quando convocado;
l) prescrever medicações;
m) desenvolver atribuições médicas como emissão de diagnóstico e
outros, aplicando recursos de medicina preventiva e/ou terapêutica
para promover a saúde e o bem-estar do paciente;
n) realizar, em parceria com a equipe de saúde, campanhas e projetos
destinados à população carcerária;
o) executar demais procedimentos de competência técnica da área
conforme determinação do CRM-MG.

III – Médico-Psiquiatra, ao qual cabe:


a) realizar, quando necessário e de forma subsidiária e complementar,
as mesmas atribuições do médico-clínico;
b) realizar avaliação diagnóstica da saúde mental;
c) consolidar os atendimentos psiquiátricos na ficha de evolução do
preso para subsidiar a equipe de saúde, a Comissão Técnica de
Classificação e o Conselho Disciplinar;
d) atuar como perito na elaboração do Exame Criminológico, quando
solicitado;
e) realizar avaliação diagnóstica psiquiátrica, exames de sanidade
mental, tratamento e profilaxia das doenças mentais, dos distúrbios
causados por dependência toxicológica e intercorrências
comportamentais;
f) atuar como avaliador das condições mentais e comportamentais dos
indivíduos para fins de elaboração de laudos no que se refere à
cessação de periculosidade e ações de prevenção dos agravos
psicossociais;
g) proceder ao registro correto e legível no PGPS e no INFOPEN de
todos os atendimentos prestados aos pacientes;
h) realizar, em situações emergenciais, atendimentos clínicos e
psiquiátricos aos familiares dos presos, procedendo ao devido e
imediato encaminhamento às Unidades do SUS;
i) executar demais procedimentos de competência técnica da área
conforme determinação do CRM-MG.

VII – Enfermeiro, ao qual cabe:


a) coordenar e supervisionar os profissionais da Unidade de
enfermagem;
b) executar atribuições de natureza técnica conferidas por lei aos
profissionais graduados em enfermagem;
c) acompanhar e orientar a execução dos procedimentos de
transferência do preso, encaminhando o PGPS e laudos de exames
referentes à saúde, bem como marcações de procedimentos externos
para continuidade do tratamento pela Unidade de destino;
d) atuar como educador para a saúde e ressocialização;
e) realizar, em casos emergenciais nas dependências da Unidade
Prisional, atendimento ao familiar do preso e providenciar, de imediato,

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o devido encaminhamento à rede de saúde;
f) realizar, em casos urgência ou emergência, atendimento aos
servidores das Unidades Prisionais, providenciando, o devido
encaminhamento à rede de saúde;
g) planejar, organizar e coordenar a execução e avaliação dos serviços
de assistência de enfermagem;
h) planejar, organizar e coordenar a execução e avaliação dos serviços
de consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de
enfermagem, consulta de enfermagem e prescrição da assistência de
enfermagem;
i) promover campanhas educativas de prevenção e promoção da
saúde, em conformidade com a Portaria Interministerial nº 1.777/03 e
demais diretrizes de atenção básica;
j) solicitar exames complementares, transcrever e prescrever
tratamentos, em conformidade com os protocolos estabelecidos nos
programas de atenção básica no âmbito Federal, Estadual e Municipal,
observados os limites e disposições legais atinentes ao exercício da
profissão;
k) programar e executar juntamente com as equipes de saúde,
psicossocial e segurança, ações de atenção básica conforme
determinado pela portaria interministerial nº 1.777/03, Plano Operativo
Estadual de Atenção à Saúde da População Prisional de Minas Gerais;
l) realizar atendimentos de acompanhamento ao pré-egresso, em
conformidade com a Portaria Interministerial nº 1.777/03 e demais
diretrizes; m) participar das reuniões da Comissão Técnica de
Classificação;
n) executar os atendimentos indicados pelo PIR, avaliando a evolução
do preso;
o) proceder ao registro correto no PGPS e demais sistemas de
informação de todos os atendimentos prestados ao preso;
p) participar em reuniões de trabalho externo, capacitações internas e
externas e mutirões de saúde, quando convocado;
q) manter registro sistemático das atividades desenvolvidas;
r) auxiliar no controle de estoque dos medicamentos, materiais de
saúde e mapas de consumo, executando, na ausência de
Farmacêutico responsável, de forma integral, a ação;
s) encaminhar as prescrições médicas ao responsável para análise e
atendimento do pedido trimestral de medicamentos;
t) auxiliar no controle dos pedidos de material e medicamentos ao
almoxarifado;
u) exercer atribuições correlatas que lhe forem determinadas, incluindo
elaboração de relatórios, planilhas eletrônicas e a digitação de matéria
relacionada à sua área de atuação;
v) promover a articulação constante com a rede externa de saúde,
conforme diretrizes vigentes, realizando os encaminhamentos
necessários;
w) participar do gerenciamento dos insumos necessários para o
adequado funcionamento do setor de saúde;
x) executar demais procedimentos de competência técnica da área,
conforme determinação do COREN;
y) realizar procedimentos de maior complexidade técnica e que exijam
conhecimento de bases científicas e capacidade de tomada de
decisões imediatas; e
z) prestar assistência de enfermagem à gestante, parturiente e
puérpera nas Unidades tipicamente femininas ou mistas.

VIII - Auxiliar ou Técnico de Enfermagem, ao qual cabe:


a) executar, juntamente com as equipes de saúde, psicossocial e
segurança, ações de atenção básica conforme determinado pela

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portaria interministerial nº 1.777/03, Plano Operativo Estadual de
Atenção à Saúde da População Prisional de Minas Gerais e demais
diretrizes;
b) realizar procedimentos e atividades da área de saúde segundo
prescrições e sob supervisão do enfermeiro;
c) executar procedimentos de admissão do preso na Unidade Prisional,
priorizando os acometidos por doenças em geral e realizando os
devidos encaminhamentos aos profissionais responsáveis em dar
andamento no cuidado;
d) executar procedimentos de transferência do preso, encaminhando o
PGPS e laudos de exames referentes à saúde, bem como marcações
de procedimentos externos para continuidade do tratamento na
Unidade de destino;
e) participar das reuniões da Comissão Técnica de Classificação na
ausência do enfermeiro;
f) executar as indicações do PIR, avaliando a evolução do preso de
acordo com suas atribuições técnicas;
g) registrar os atendimentos realizados ao preso no PGPS, no
INFOPEN e demais sistemas de informação;
h) preparar e administrar os medicamentos conforme prescrição
médica;
i) participar em reuniões de trabalho externo, capacitações internas e
externas e mutirões de saúde, quando convocado;
j) promover a higiene e conforto dos pacientes;
k) fazer encaminhamentos e pedidos de materiais para exames;
l) relatar as intercorrências, aferição de sinais vitais, diurese,
drenagens e evolução dos pacientes em livro próprio de relatórios;
m) executar procedimentos de alta, cuidados post mortem e
transferência;
n) ministrar alimentação e promover mudanças de decúbito sempre
que prescrito e/ou necessário;
o) executar ações assistenciais de enfermagem próprias da área de
atuação do Auxiliar/Técnico em Enfermagem;
p) obedecer às normas técnicas de biossegurança na execução de
suas funções;
q) participar da assistência de enfermagem segura, humanizada e
individualizada aos presos; preparar os presos para consultas e
exames, orientando-os sobre a realização dos mesmos;
r) orientar e auxiliar os presos, prestando informações relativas à
higiene, alimentação, utilização de medicamentos e cuidados
específicos em tratamento de saúde;
s) preparar e administrar medicações via oral, tópica, intradérmica,
subcutânea, intramuscular, endovenosa e retal, segundo prescrição
médica;
t) efetuar o controle diário do material utilizado, bem como requisitar,
conforme as normas da instituição, o material necessário à prestação
da assistência à saúde do preso;
u) manter o ambiente organizado, executando atividades de limpeza,
desinfecção, esterilização do material e equipamento, bem como sua
conservação, preparo, armazenamento e distribuição, comunicando ao
superior eventuais problemas;
v) propor aquisição de novos instrumentos para reposição daqueles
que estejam avariados ou desgastados;
w) realizar controle e registro das atividades do setor e outros que se
fizerem necessários para a realização de relatórios e controle
estatístico;
x) cumprir as medidas de prevenção e controle de infecção hospitalar;
y) realizar campanhas e projetos na Unidade Prisional, em parceria
com a equipe de saúde e sob supervisão;

15
z) solicitar escoltas externas de presos apresentando justificativa da
demanda da enfermagem; aa) executar demais procedimentos de
competência técnica da área, conforme determinação do COREN; e
promover a correta alimentação e manter atualizados os bancos de
dados e sistemas de informação de sua competência.

XII – Psicólogo, ao qual cabe:


a) exercer a função de referência técnica em psicologia do núcleo de
saúde da Unidade Prisional, conforme portaria interministerial nº
1.777/03, fazendo revezamento semestral sempre que possível;
b) programar e executar, juntamente com os demais profissionais que
compõem a equipe de saúde e segurança, as ações de atenção básica
conforme determina a portaria interministerial nº 1.777/03, Plano
Operativo Estadual de Atenção à Saúde da População Prisional de
Minas Gerais e demais diretrizes;
c) atuar, também como educador, nas ações de saúde, ressocialização
e nas demais que forem de sua competência;
d) realizar atendimentos de acompanhamento ao pré-egresso, em
conformidade com a Portaria Interministerial nº 1.777/03 e demais
diretrizes;
e) participar das reuniões da CTC de acordo com as diretrizes das
resoluções vigentes dos Conselhos Federal - CFP e Regional de
Psicologia – CRP; f) programar e executar as indicações do PIR,
acompanhando a evolução do preso;
g) aplicar testes psicológicos e elaborar laudos periciais nas Unidades
Prisionais autorizadas pela SEDS;
h) contribuir em ações integradas na área de saúde, fazendo sempre
que possível articulação com a rede de atenção à saúde mental do
município, promovendo ações de prevenção e acompanhamento do
tratamento dos distúrbios psíquicos, de modo a favorecer um amplo
desenvolvimento psicossocial;
i) realizar, em casos emergenciais nas dependências da Unidade
Prisional, atendimento ao familiar do preso, providenciando, se for o
caso, os devidos encaminhamentos à rede de saúde;
J) proceder ao registro correto e legível, nos devidos prontuários e
demais sistemas de informação, de todos os atendimentos prestados
aos presos, cuidando para que as sínteses elaboradas estejam
devidamente datadas, carimbadas e assinadas;
k) planejar, organizar e realizar atendimentos em Grupo sempre que
se fizerem necessários;
l) participar em reuniões de trabalho externo, capacitações internas e
externas e mutirões de saúde, quando convocado;
m) analisar e descrever os processos de desenvolvimento, inteligência,
aprendizagem, personalidade e outros aspectos do comportamento
humano, de acordo com as diretrizes das resoluções vigentes do CFP
e CRP;
n) elaborar e aplicar técnicas de exames psicológicos utilizando seu
conhecimento e práticas metodológicas específicas para
conhecimento das condições do desenvolvimento da personalidade,
dos processos intrapsíquicos e das relações interpessoais, conforme
as diretrizes das resoluções vigentes do CFP e CRP, efetuando ou
encaminhando para atendimento apropriado;
o) realizar atribuições de natureza técnica atribuídas por lei aos
profissionais graduados em psicologia;
p) exercer atribuições correlatas que lhe forem solicitadas, incluindo
elaboração de relatórios e planilhas eletrônicas e digitação de matéria
relacionada à sua área de atuação;
q) realizar, em parceria com a equipe de saúde, campanhas e projetos
destinados à população carcerária;

16
r) promover a correta alimentação e manter atualizados os bancos de
dados e sistemas de informação de sua competência;
s) realizar atendimento individual de acompanhamento a toda pessoa
reclusa no Sistema Prisional, considerando a condicionalidade da
Unidade Prisional;
t) realizar, quando necessário, atendimento a familiares do preso para
subsidiar o profissional em tomada de decisão sobre as demandas
relacionadas ao custodiado; e
u) quando orientado pelo NAF, acompanhar a visita assistida.
v) - exercer atividades correlatas e outras que vierem a ser
incorporadas ao cargo por força de dispositivos legais ou
determinações da SUAPI.

XV - Assistente Executivo de Defesa Social / Auxiliar Administrativo, ao


qual cumpre:

Desempenhar as atividades administrativas afetas ao papel


institucional do Núcleo de Saúde e Atendimento Psicossocial.
§ 1º As atividades do Núcleo de Atendimento à Saúde e Psicossocial,
no que tange à área específica da saúde, serão coordenadas pelo
Enfermeiro.
§ 2º As atividades do Núcleo de Atendimento à Saúde e Psicossocial,
no que tange à área psicossocial, serão coordenadas pelo Assistente
Social e/ou Psicólogo em caráter de revezamento semestral e em
conformidade com decisão da maioria técnica.
§ 3º É de responsabilidade do Núcleo de Saúde e Atendimento
Psicossocial, em consonância com as diretrizes estabelecidas pela
DSP, coordenar as políticas sobre drogas no âmbito da Unidade
Prisional.
Seção III
Da Assistência à Saúde Art. 14. A assistência à saúde do preso e do
internado, de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento
médico, farmacêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado.)
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para
prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro
local, mediante autorização da direção do estabelecimento.(BRASIL,
2002)

Outros profissionais que aqui não foram citados como: dentista, assistente social e terapeuta
ocupacional poderão ser consultados suas atribuições em “Regulamento e Normas de
Procedimentos do Sistema Prisional de MG”.

Capítulo 3 - Cuidados e manutenção da saúde mental

A atuação dentro do sistema prisional, como profissional de saúde, vai


provocar repercussões sobre sentidos partilhados do cuidado que é possível
fazer dentro desses locais, como também acaba por transformar o
funcionamento e rotinas do próprio contexto prisional. Parte-se do princípio de
que os sujeitos, ao tomarem consciência do espaço em que se inserem e ao se

17
apropriarem desse espaço, o constroem e, de alguma forma, passam a ser
construídos pelo território (HEASBAERT e LIMONAD, 2007).
A saúde nas prisões passa ser assunto abordado no âmbito das políticas
públicas de saúde e no âmbito das instituições prisionais a partir da implantação
do Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário (PNSSP), lançado em
2003. Estão previstas ações de promoção da saúde e de atenção no nível básico
relativas à saúde bucal, saúde da mulher, doenças sexualmente transmissíveis
e AIDS, saúde mental, hepatites, tuberculose, hipertensão, diabetes,
hanseníase, bem como a assistência farmacêutica básica, imunizações e coleta
de exames laboratoriais, com o propósito de contribuir para o controle e ou
redução dos agravos mais frequentes à saúde da população penitenciária
brasileira (Portaria n.1777, 2003).
Mais recentemente, em 2014, a proposta lançada é a Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema
Prisional (PNAISP) com o objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de
liberdade no sistema prisional ao cuidado integral no SUS (Portaria n. 1, 2014).
A PNAISP propõe que a Equipe de Saúde Prisional integre a rede de ações e
serviços de saúde do município no qual se encontra o estabelecimento prisional,
com o propósito de garantir o cuidado integral das pessoas encarceradas a partir
de ações de saúde previstas no âmbito da atenção básica. Neste sentido, a
saúde nas prisões vai se construir, também, a partir da interlocução com a rede
de atenção que se encontra do lado de fora dos territórios prisionais.
As Equipes de Atenção Básica Prisional (EABP) são equipes da Atenção
Básica, de composição multiprofissional, com responsabilidade exclusiva de
prestar atenção básica às pessoas privadas de liberdade que se encontram no
sistema prisional, de forma a integrá-las aos serviços de saúde na Rede de
Atenção à Saúde, promovendo, assim, o acesso da população em privação de
liberdade à atenção integral à saúde. Essas equipes deverão realizar suas
atividades nas unidades prisionais ou nas unidades básicas de saúde às quais
as Equipes de Atenção Básica Prisional estiverem vinculadas. A realização nas
atividades dessas equipes dependerá da existência de estrutura de saúde das
unidades e da quantidade de custodiados existentes.

18
Atualmente, é comum se afirmar que a função do Estado é promover o
bem-estar da sociedade. Para tanto, ele necessita desenvolver uma série de
ações e atuar diretamente em diferentes áreas, tais como saúde, educação e
meio ambiente. Para atingir resultados em diversas áreas e promover o bem-
estar da sociedade, os governos se utilizam das Políticas Públicas que podem
ser definidas da seguinte forma: “(...) Políticas Públicas são um conjunto de
ações e decisões do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da
sociedade (...).” Dito de outra maneira, as Políticas Públicas são a totalidade de
ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais)
traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. (LOPES
e AMARAL, 2008, p. 5)

Cabe ao Estado a adoção de medidas educativas e ressocializadoras com


o objetivo de oferecer aos presos orientações e condições humanizadas
enquanto estiverem encarcerados. É necessário oferecer-lhes condições para
que os mesmos possam ser reintegrados ao meio social, reduzindo os números
de reincidência e consequentemente reeducando o preso por meio de
capacitação profissional, educação, atendimento psicológico e assistência
social.

Para a Lei de Execução Penal (LEP), a disciplina consiste na colaboração


com a ordem, na obediência às determinações das autoridades e seus agentes
e no desempenho do trabalho (art. 44, caput). A lei dispõe que o condenado ou
denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado das
normas disciplinares (art. 46).
No que se refere às faltas disciplinares dos sentenciados e respectivas punições,
deve ser observado o princípio da reserva legal, ou seja, somente pode ser
considerada infração aquela que estiver anteriormente prevista na lei ou
regulamento, bem como só pode ser aplicada e executada a sanção
anteriormente cominada para o fato. Este princípio encontra-se no caput do
art. 45 da LEP “(Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e
anterior previsão legal ou regulamentar”).
Conforme determina o art. 49 da LEP, as faltas disciplinares classificam-se em
leves, médias e graves. As faltas leves e médias são definidas pela legislação

19
local, que especificará as respectivas sanções. Já as faltas graves são previstas
nos arts. 50 a 52 da LEP.
No que tange à garantia do direito à saúde no sistema prisional, a Lei de
Execução Penal (LEP) contempla ações pontuais, como a assistência médica,
farmacêutica e odontológica aos encarcerados (BRASIL, 1984).
Apesar dos aparatos legais, a supressão de investimento na saúde da
população privada de liberdade e a falta de operacionalização das ações no
ambiente carcerário, contribuíram para a fragilidade da assistência à saúde
dessa população, comprometendo a garantia do acesso ao serviço e o cuidado
integral à saúde.
Um importante avanço para a mudança nesse cenário foi o
estabelecimento da primeira política de saúde para a população prisional. Com
foco nos princípios do SUS, a Portaria Interministerial nº 1.777/2003, dos
Ministérios da Saúde e da Justiça, instituiu o Plano Nacional de Saúde do
Sistema Penitenciário (PNSSP), elaborado a partir de uma perspectiva pautada
na assistência e na inclusão das pessoas privadas de liberdade com base em
princípios básicos que asseguravam a eficácia das ações de promoção,
prevenção e atenção integral à saúde.
Seu principal objetivo era aproximar a população penitenciária ao SUS
e previa ações que deveriam ser realizadas por equipes interdisciplinares de
saúde (BRASIL, 2005).

Diretrizes estratégicas do plano nacional de saúde no sistema


penitenciário

Conforme descrito no Plano Nacional de Saúde do Sistema Penitenciário,


as diretrizes estratégicas prestam assistência integral de forma resoluta e
contínua, zelando pela qualidade da assistência à saúde da população
penitenciária, a fim de contribuir para a redução da mortalidade mais frequente
dessa população. Outra diretriz visa implementar ações e serviços com os
princípios e diretrizes do SUS, além de desenvolvimento de ações intersetoriais
e estímulo ao exercício do controle social, direito da cidadania e à
democratização do conhecimento do processo saúde/doença.

20
Nas secções seguintes, há 4 prints extraídos do relatório “A visão do
Ministério Público sobre o sistema prisional brasileiro – 2016”.

Fonte: SIP-MP (13/09/2016), Resolução CNMP n. 56.

21
Fonte: SIP-MP (13/09/2016), Resolução CNMP n. 56.

22
Fonte: SIP-MP (13/09/2016), Resolução CNMP n. 56.

23
Fluxograma urgência ou emergência de saúde

Fonte: Regulamento e Normas de Procedimentos do Sistema Prisional de MG.

24
Capítulo 4 - Principais doenças desencadeadas pelo encarceramento

A população carcerária vem enfrentando várias doenças


infectocontagiosas, tais como tuberculose e Aids que atingiram níveis
epidêmicos entre essa população brasileira. Ao negar o tratamento adequado
aos presos, o sistema prisional não apenas ameaça a vida dos encarcerados,
como também facilita a transmissão dessas doenças à população em geral
através das visitas conjugais e o livramento dos presos. Como os presos não
estão completamente isolados do mundo exterior, uma contaminação não
controlada entre eles representa um grave risco à saúde pública (BRASIL, 2005).
Populações carcerárias em todo o território nacional tendem a requerer
assistência médica. Os presídios não somente mantêm uma grande proporção
de pessoas com maior risco de adoecer, como usuários de drogas injetáveis,
mas também o próprio ambiente prisional contribui para a proliferação de
doenças, devido ao confinamento e aos fatores favoráveis, como o próprio
estresse de seu encarceramento, condições insalubres, celas superlotadas com
presos em contato físico contínuo e o abuso físico (FERREIRA et al., 2020).
A violência nos presídios às vezes resulta em ferimentos graves infligidos
por facas ou balas, os quais requerem tratamento médico emergencial, devido
a, por exemplo, infeções respiratórias, alergias, dores de cabeça, problemas
digestivos e várias doenças venéreas entre a população carcerária. Além disso,
as escassas condições sanitárias nesses ambientes são responsáveis por várias
enfermidades bacterianas e parasitárias (BRASIL, 2005).

Tome nota!
As doenças graves mais comuns entre os presos são a tuberculose e a Aids.
Geralmente, essas doenças são simultâneas, pois quando uma pessoa está com Aids
torna-se mais vulnerável à tuberculose. Em um estudo concluído em 1995,
pesquisadores constataram que 80% dos presos homens eram portadores do bacilo da
tuberculose enquanto entre as presas esse percentual era de 90%. (BRASIL, 2005).

Descrevendo os presídios como "um território ideal para a transmissão do


vírus HIV", o Programa de Prevenção da Aids das Nações Unidas (UNAIDS) tem
alertado continuamente as autoridades prisionais para que tomem medidas
preventivas a fim de evitar maiores índices de contaminação pelo vírus. Os níveis

25
elevados de contaminação por HIV encontrados nos presídios do Brasil
certamente corroboram o prognóstico das Nações Unidas (BRASIL, 2005).
Em reconhecimento à precariedade da situação de saúde dos presos,
incluem um número de provisões, determinando que os presos recebam
assistência médica básica e, particularmente, que presos doentes sejam
examinados diariamente por um médico. Como as autoridades prisionais do
Brasil geralmente não prestam serviços de assistência médica, sua ausência
torna-se a principal fonte de reclamações entre os presos ((FERREIRA et al.,
2020), a saber:

Os presos mais doentes nas delegacias podem ser levados aos


hospitais penitenciários para receber tratamento médico; no entanto,
para proceder assim, é necessária uma autorização judicial, de difícil
obtenção, devido ao número insuficiente de juízes. Ademais, mesmo
os presos extremamente doentes quase sempre recebem tratamento
externo, retornando à delegacia no final do dia devido à falta de leitos
hospitalares.
Fonte: https://www.hrw.org/legacy/portuguese/reports/presos/medica.htm.
Acesso em: 22 nov. 22

4.1 Os impactos do novo coronavírus no sistema prisional

No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS)


declarou situação de emergência da saúde pública mundial em razão da
propagação da infecção motivada pelo COVID-19, que é “uma doença causada
pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, que apresenta um espectro clínico
variando de infecções assintomáticas a quadros graves” (FERREIRA et al.,
2020). O quadro alarmante de contaminação e a rapidez com que a doença se
multiplicou caracterizaram tal realidade mundial como uma pandemia. Com isso,
para conter a disseminação da doença, a OMS divulgou várias medidas de
prevenção e combate ao novo coronavírus, principalmente obrigatoriedade de
uso de máscara, principalmente em locais fechados, higienização frequente das
mãos com álcool 70° e/ou água e sabão, isolamento social e distanciamento
físico de outras pessoas de, no mínimo, um metro.

26
Os dados divulgados pelo INFOPEN, Levantamento Nacional de Informações
Penitenciárias entre os meses de janeiro e junho de 2020, esbarraram nessa
situação pandêmica, influenciando a alteração estatística no período
supracitado, pois, considerando que a adoção das medidas preventivas
recomendadas pela OMS seria uma utopia frente a uma realidade de
superlotação e condições físicas degradantes presentes no sistema prisional,
outras medidas deveriam ser tomadas para se evitar que o vírus atingisse de
forma devastadora a população prisional.
Por se tratar de um espaço de segregação social proveniente da condição
de classe, raça e gênero, a exposição desse público subalternizado ao Covid só
reforça a reprodução da “vitimização estrutural”, tão característica da
seletividade penal no Brasil (IBCCRIM, 2020).
De acordo com Sánchez (2020), na população livre calcula-se que um
infectado pode contaminar outras duas ou três pessoas. Levando-se em
consideração as condições de confinamento das pessoas privadas de liberdade.
Um infectado pode contaminar outras 10 pessoas. Essa estimativa se
refere à realidade brasileira, visto que nos países europeus o sistema prisional
apresenta melhores condições estruturais – as celas, quando coletivas,
comportam não mais do que quatro presos (SÁNCHEZ, 2020).
Assim, em uma cela com 150 PPL, 67% deles estarão infectados ao final
de 14 dias; e a totalidade, em 21 dias. A maioria dos infectados (80%)
permanecerá assintomática ou desenvolverá formas leves da Covid; 20%
progredirão para formas mais graves que necessitarão de hospitalização, dos
quais, 6% em UTI (SÁNCHEZ, 2020).
Nesse sentido, pensando em medidas de combate e contenção da
doença, em 17 de março de 2020 e 17 de junho de 2020, respectivamente, o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) emitiu recomendações (Recomendação n.
62 e Recomendação n. 68) aos tribunais e magistrados, para que fossem
tomadas medidas como forma de prevenção e contenção da propagação do
vírus (CNJ, 2020), como, por exemplo: reavaliação de prisões provisórias,
máxima excepcionalidade de novas ordens de prisão preventiva, concessão de
saída antecipada dos regimes fechado e semiaberto a grupos direcionados de
pessoas, alinhamento do cronograma de saídas temporárias, concessão de

27
prisão domiciliar em relação a todas as pessoas presas em cumprimento de pena
em regime aberto e semiaberto, colocação em prisão domiciliar de pessoa presa
com diagnóstico suspeito ou confirmado de Covid-19.
Temendo o aumento do índice de contágio e a necessidade de prevenir a
infecção da doença, a recomendação inicial foi, posteriormente, prorrogada pela
Recomendação n. 78/202047.
Essas recomendações trouxeram ao debate a necessidade de um olhar
voltado ao desencarceramento como medida preventiva ao Covid-19 dentro das
prisões.
As primeiras medidas administrativas tomadas pelo DEPEN como forma
de prevenção à propagação do vírus dentro das unidades prisionais foi a
suspensão de todas as formas de visitação e entrega presencial de kits de
alimentação e higiene por parte dos familiares. Ainda que essa medida tenha
sido necessária de imediato, a preocupação em se criarem barreiras para
dificultar a chegada do novo coronavírus “nos espaços de segregação punitiva”
(IBCCRIM, 2020) trouxe como consequências a incomunicabilidade entre os
detentos e seus familiares, que ficaram por meses sem informações de seus
parentes presos, potencializando angústias, insegurança emocional e o próprio
isolamento, pois a demanda por notícias era muito maior do que o número de
profissionais disponíveis para prestar o atendimento. Isso tudo se soma às
precárias condições físicas e próprio risco de contaminação ao qual profissionais
e presos estariam expostos, haja vista as condições de vulnerabilidade sanitária
presentes nos espaços prisionais, condições agravadas pela superlotação
(IBCCRIM, 2020).
Considerando a declaração de situação de emergência da Saúde Pública
pela OMS em decorrência do novo coronavírus e as orientações do DEPEN, o
estado de Minas Gerais emitiu a Resolução SEJUSP n. 51 e 5257, ambas de 19
de março de 2020, dispondo sobre as medidas de enfrentamento da pandemia
no âmbito do sistema prisional. Dentre outras medidas, estão: suspensões de
visitas presenciais, assistidas e íntimas, de entrega presencial dos kits de higiene
e alimentação - que passaram a ser entregues via serviço postal uma vez ao
mês, de cursos profissionalizantes e educacionais, de atividades laborais de
presos fora das unidades prisionais, de todas as escoltas - exceto aquelas

28
determinadas por decisão judicial, tratando-se de situações emergenciais de
saúde ou por ordem expressa da estrutura central de Comando do DEPEN-MG,
de atendimentos técnicos, excetos os de saúde. Ficou determinado, também,
que os indivíduos privados de liberdade que ingressassem nas unidades
prisionais seriam submetidos à avaliação clínica direcionada.
Atualmente, as visitas presenciais continuam ocorrendo mediante
agendamento, em dias e horários preestabelecidos pela Direção da unidade
prisional, de forma mensal e apenas por um visitante cadastrado a cada indivíduo
privado de liberdade. Contudo, o período de permanência do visitante foi
ampliado para 3 horas. As visitas passaram a ser realizadas no pátio,
respeitando o distanciamento social de 2 metros. Concomitantemente às visitas
presenciais, permanecem os agendamentos das visitas virtuais, sobretudo para
aqueles familiares que não podem comparecer às visitas presenciais, por
exemplo, os familiares que pertencem ao grupo de risco, aqueles que residem
em outro município e as crianças. Em janeiro de 2022, as visitas íntimas também
foram liberadas.
A pandemia do Covid-19 trouxe para o debate criminológico uma série de
preocupações a respeito da disseminação de vírus nas unidades prisionais,
principalmente em razão das condições de superlotação, insalubridade, da
precária composição das equipes de saúde e dos entraves no encaminhamento
para a rede pública de saúde, tornando o ambiente carcerário um verdadeiro
grupo de risco. Ao ser levado em consideração o perfil do público que compõe o
sistema prisional e que caracteriza a população carcerária, percebemos a
suscetibilidade dessa parcela de subalternizados ao coronavírus, reproduzindo
ainda mais as vitimizações estruturais tão presentes na seletividade penal no
Brasil (IBCCRIM, 2020).

Saiba Mais!

Dica de Filme: “Bicho de sete Cabeças”

Capítulo 5 – Orientações básicas de biossegurança no ambiente


hospitalar
29
Orientação – 1
Figura 1 - Higienização das mãos

Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-


nordeste/hu-ufma/saude/area-do-paciente/CartilhaHigienizaodasMos2.pdf. Acesso em:
13 dez. 2022.

30
Orientação 2 -

Figura 2: Etapas para a colocação da PFF no rosto

a) Segurar o respirador com a pinça nasal próxima à ponta dos dedos


deixando as alças pendentes; b) Encaixar o respirador sob o queixo;
c) Posicionar um tirante na nuca e o outro sobre a cabeça;
d) Ajustar a pinça nasal no nariz;
e) Verificar a vedação pelo teste de pressão positiva.

Figura 3: Etapas para retirada da PFF do rosto para patógenos que não
requerem precauções de contato

a) Segurar a PFF comprimida contra a face, com uma das mãos, para mantê-la
na posição original. Retirar o tirante posicionado na nuca (tirante inferior)
passando-o sobre a cabeça;
b) Mantendo a PFF em sua posição, retirar o outro tirante (tirante superior),
passando-o sobre a cabeça;
c) Remover a PFF da face sem tocar a sua superfície interna com os dedos e
guardá-la ou descartá-la.
Nota: A guarda ou descarte devem obedecer aos procedimentos recomendados
pela Comissão de Controle de Infecção do Serviço.
31
Figura 4 - Verificação de vedação pelo teste de pressão positiva

a) Cobrir a PFF com as mãos em concha, sem forçar a máscara sobre o


rosto e soprar suavemente.
b) Ficar atento a vazamentos eventuais. Se houver vazamentos, o respirador
está mal colocado ou o tamanho é inadequado. A vedação é considerada
satisfatória, quando o usuário sentir ligeira pressão dentro da PFF e não
conseguir detectar nenhuma fuga de ar na zona de vedação com o rosto.
Disponível em:
https://www.cnj.jus.br/wpcontent/uploads/2020/05/COVID19_Orientaes_Uso_de_EPIs_Profissio
nais_de_Sade-2.pdf. Acesso em 13 dez. 2022.

32
Orientação 3 – Vestir avental descartável
Figura 5 – Modo de vestir o avental ou capote

Disponível em: http://www.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/cartilha_epi.pdf. Acesso


em: 13/12/22.

33
GLOSSÁRIO

SEJUSP – Secretaria de Justiça e Segurança Pública


DEPEN – Departamento Penitenciário Nacional
CNJ – Conselho Nacional de Justiça
PPL – Pessoa Privada de Liberdade
OMS – Organização Mundial da Saúde
INFOPEN – Sistema de Informações Estatísticas do Sistema Penitenciário
Brasileiro
UNAIDS – Programa de Prevenção da AIDS das Nações Unidas
HIV/AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
HCTP – Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
CAPS – Centro de Apoio Psicossocial
LEP – Lei de Execução Penal
PNSSP – Plano Nacional de Saúde do Sistema Penitenciário

34
Referências básicas

ALVES, V. S.; LIMA, I. M. S. O. Atenção à saúde de usuários de álcool e outras


drogas no Brasil: Convergência entre a saúde pública e os direitos
humanos. Revista de Direito Sanitário, v. 13, n. 3, p. 9-32, 2013.
BARBOSA, G. C.; COSTA, T. G. D.; MORENO, V. Movimento da Luta
Antimanicomial: Trajetória, Avanços e Desafios/The Anti-Asylum Fight
Movement: Trajectory, Progress and Challenges. Cadernos Brasileiros de
Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, v. 4, n. 8, p. 45-50, 2012.
BERNARDI, A. B.; KANAN, L. A. Características dos Serviços Públicos de Saúde
Mental (Capsi, Capsad, Caps III) do Estado de Santa Catarina. Saúde em
Debate, v. 39, p. 1105-1116, 2015.
BIRMAN, J. Ministério da Saúde – Lei Federal 10216/2001. Dispões sobre a
proteção dos diretos das pessoas portadoras de transtornos mentais e
redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília, 2001.
BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. COVID-19 - Orientações sobre a
colocação e retirada dos equipamentos de proteção individual (EPIs).
Disponível em: http://www.cofen.gov.br/wp-
content/uploads/2020/03/cartilha_epi.pdf. Acesso em: 19 de novembro. de 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância em Saúde
(ANVISA). Orientação Geral para Higiene das Mãos em Serviços de Saúde.
Brasília: ANVISA, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas. Plano Nacional de Saúde no Sistema
Penitenciário / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 2. ed., – Brasília:
Editora do Ministério da Saúde, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação Nacional de
DST/Aids. A política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários
de álcool e outras drogas. Brasília: Ministério da saúde, 2003.
FERREIRA A. C., SERENO G. C., FERNANDES, I. S., DIAS, J. M, FERREIRA,
N. D. P., ALBERGARIA, R. C. B. Relatório parcial sobre os impactos do COVID-
19 no Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro. Informações adicionais até 5 de
julho de 2020. http://mecanismorj.com.br/wp-content/uploads/Relat%C3%B3rio-
parcial-do-MEPCTRJ-sobre-o-COVID19-no-sistema-prisional-atualizado-
05.07.pdf . Acesso em (acessado em10 jul. 10/Jul/2020).
FLEURY, S. Reforma Sanitária Brasileira: Dilemas entre o instituinte e o
instituído. Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, p. 743-752, 2009.
MACHADO, L. V.; BOARINI, M. L. Políticas Sobre Drogas no Brasil: A Estratégia
de Redução de Danos. Psicologia: ciência e profissão, v. 33, n. 3, p. 580-595,
2013.
MARI, J. D. J. Um Balanço da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Ciência & Saúde
Coletiva, v. 16, p. 4593-4596, 2011.

35
MELLO, R.; FUGUERATO, A. R. F. Representações de usuários, familiares e
profissionais acerca de um Centro de Atenção Psicossocial. Esc Anna Nery Rev
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