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Primeiro tópico: Saúde Mental

O conceito de saúde mental transcende o âmbito individual e abrange uma


rede de fatores interconectados. De acordo com a Organização Mundial de
Saúde (OMS), a Saúde Mental pode ser considerada, um estado de bem-estar
vivido pelo indivíduo, que possibilita o desenvolvimento de suas habilidades
pessoais para responder aos desafios da vida e contribuir com a comunidade.
O bem-estar de uma pessoa está intrinsecamente ligado a uma série de
condições fundamentais, que vão muito além do aspecto exclusivamente
psicológico. Além dos aspectos individuais, a saúde mental é também
socialmente determinada. Por isso, deve-se considerar que a saúde mental
resulta da interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais.
A Política Nacional de Saúde Mental é uma política de estado, definida pela Lei
Federal 10.216/2001. As ações do Governo Federal nesse tema são
coordenadas pelo Ministério da Saúde. Essa política se materializa através das
estratégias e diretrizes adotadas para organizar a atenção às pessoas com
necessidades de tratamento e cuidados específicos em saúde mental. As
ações abrangem a atenção a pessoas com necessidades relacionadas a
transtornos mentais (depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo
bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, etc.), e pessoas com demandas de
cuidado decorrentes do uso de substâncias psicoativas (como: álcool, cocaína,
crack, e outras drogas).
O acolhimento dessas pessoas e seus familiares é uma estratégia de atenção
fundamental para a identificação das necessidades assistenciais, alívio do
sofrimento e planejamento de intervenções terapêuticas, medicamentosas ou
não, se e quando necessárias, conforme cada caso.

No SUS a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é uma das redes prioritárias,


constituída para cuidar das demandas relacionadas à saúde mental.
Essa Rede é um sistema potente que oferecer o cuidado em saúde mental
para a população brasileira, por meio de ações de promoção da saúde mental,
prevenção de agravos, assistência e cuidado, bem como reabilitação
psicossocial e reinserção das pessoas com transtornos mentais e outras
condições clínicas decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

A RAPS foi definida pela Portaria GM/MS 3.088/2011, incorporada na Portaria


de Consolidação 03/2017. Preconiza a criação, ampliação e articulação de
pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental,
incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e
outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental

Segundo tópico: Saúde Mental no CAPS IJ

São pontos de atenção estratégicos da Rede de Atenção Psicossocial - RAPS.


Unidades que prestam serviços de saúde de caráter aberto e comunitário,
constituído por equipe multiprofissional que atua sobre a ótica interdisciplinar e
realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno
mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e
outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou nos
processos de reabilitação psicossocial.

A partir de 1991, com a realização de um seminário específico do campo da


infância e da adolescência, iniciaram-se, em nível municipal, as discussões que
serviram de base para a organização de uma rede de assistência. Realizados
também em anos subsequentes, esses seminários agregaram novos e variados
interlocutores, problematizaram a assistência então ofertada, as políticas de
atenção e os fluxos de atendimento. Assim, a rede de serviços e as diretrizes
para a implantação de um programa de atenção foram se desenhando
gradativamente.

O CAPS IJ:

Atende crianças e adolescentes que apresentam prioritariamente intenso


sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes,
incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras
situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos
de vida. Indicado para municípios ou regiões com população acima de 70 mil
habitantes.

https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps/caps

Terceiro tópico: Terapia Ocupacional e Saúde Mental


Infantojuvenil

A Terapia Ocupacional pode ser definida como: Um campo de conhecimento e


de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias
orientadas para a emancipação e autonomia de pessoas que, por razões ligadas
a problemáticas específicas (físicas, sensoriais, psicológicas, mentais e/ou
sociais) apresentem, temporária ou definitivamente, dificuldades na inserção e
participação na vida social.

Os terapeutas ocupacionais se referiram ao brincar como eixo principal de suas


intervenções e ressaltaram sua relevância para a criança, seu cotidiano e seu
desenvolvimento. O brincar é um dos focos de intervenção da Terapia
Ocupacional e que os pesquisadores da área vêm se dedicando a seu estudo.
Este foco na atividade lúdica está próximo ao Modelo Lúdico desenvolvido, que
toma o brincar como o próprio objetivo de tratamento, por sua relevância no
cotidiano infantil, pela potencialidade de aprendizados que comporta, por ser o
meio principal de a criança se expressar e se apropriar do mundo.

As intervenções em Terapia Ocupacional dimensionam-se pelo uso de


Atividades, elemento centralizador e orientador na construção complexa e
contextualizada do processo terapêutico. (16) A doença mental e o sofrimento
psíquico são fatores que isolam o indivíduo, passando a viver seu próprio mundo,
partilhando-os menos com os outros. (2) Para Schneider apud Ribeiro, (17) o
uso das atividades também possibilita uma melhor observação do doente e a
participação, é quando se estabelece o que hoje se denomina Terapia
Ocupacional dentro do “modelo médico”, assim são prescritas atividades
específicas para cada doença ou síndrome. Segundo Medeiros apud Ribeiro,
(18) o instrumento da profissão mostra-se condizente com as proposições da
transformação atual, mediante uma lógica de (re) inclusão social.

A terapia ocupacional, por ter como ferramenta principal a atividade, que reflete
a cotidianidade do sujeito, pode transformar a sua ação junto à sua clientela em
promotora de um protagonismo social que historicamente foi arrancado daqueles
que foram marcados pela história da psiquiatria. Ribeiro(9) afirma que no
contexto da Terapia Ocupacional aplicada aos sujeitos com a experiência do
sofrimento psíquico, a primeira grande alteração deu-se com a mudança do perfil
de seu cliente hospitalizado, quando o Estado passou a subsidiar a iniciativa
privada na Silva, Araújo.

Terapia ocupacional em saúde mental: evidências baseadas nas portarias do


SUS 45 Revista Baiana de Terapia Ocupacional. 2013 Maio;2(1):41-52
http://www.bahiana.edu.br/revista assistência psiquiátrica, ampliando seus
serviços para a classe trabalhadora, estruturando uma atenção marcada pela
alta rotatividade, o que passa a inviabilizar a laborterapia clássica, fazendo surgir
outras orientações que caracterizaram o panorama da terapia ocupacional
psiquiátrica brasileira contemporânea, onde o terapeuta ocupacional leva a
ampliação do cuidado e a possibilidade do resgate dos direitos da cidadania,
promovendo o protagonismo social dos sujeitos.

Por ser uma profissão que congrega conhecimentos de várias disciplinas, a


terapia ocupacional pode “ser um elemento importante na construção de novos
rumos para a atenção à saúde integral, globalizante e na perspectiva da
totalidade, subjetividade e singularidade das pessoas”. (18) Os terapeutas
ocupacionais realizam, então, uma importante revisão de seus postulados e
passam a buscar em outras áreas de conhecimento, como a sociologia e a
filosofia, os apoios teóricos para essa tarefa. (19)

https://www5.bahiana.edu.br/index.php/terapiaocupacional/article/view/225/213
#:~:text=A%20Terapia%20Ocupacional%20colabora%20com,aspectos%20subj
etivos%20da%20individualidade%20humana.

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