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27 E 28 de
AGOSTO de
2021
Política de Saúde
Mental
Saúde Mental na
Atenção Básica
25 DE FEVEREIRO DE 2021
O cuidado em saúde mental na
Atenção Básica
A Atenção Básica tem como um de seus princípios possibilitar o primeiro acesso
das pessoas ao sistema de Saúde, inclusive daquelas que demandam um cuidado
em saúde mental.
Neste ponto de atenção, as ações são desenvolvidas em um território
geograficamente conhecido, possibilitando aos profissionais de Saúde uma
proximidade para conhecer a história de vida das pessoas e de seus vínculos com
a comunidade/território onde moram, bem como com outros elementos dos seus
contextos de vida.
Podemos dizer que o cuidado em saúde mental na Atenção Básica é bastante
estratégico pela facilidade de acesso das equipes aos usuários e vice-versa e por
estas características, é comum que os profissionais de Saúde se encontrem a todo
o momento com pacientes em situação de sofrimento psíquico.
No entanto, apesar de sua importância, a realização de práticas em saúde mental
na Atenção Básica suscita muitas dúvidas, curiosidades e receios nos profissionais
de Saúde.
A Política Nacional de Atenção Básica
Atenção Básica caracteriza-se como porta de entrada preferencial do SUS,
formando um conjunto de ações de Saúde, no âmbito individual e coletivo, que
abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da
saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na
situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e
condicionantes de saúde das coletividades.
Desenvolve-se com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima
da vida das pessoas e deve ser o contato preferencial dos usuários e centro de
comunicação da Rede de Atenção à Saúde, além de se orientar pelos princípios
da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da
integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e
da participação social.
A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção
sociocultural, buscando produzir a atenção integral.
A Política Nacional de Atenção Básica
25 DE FEVEREIRO DE 2021
Reforma Psiquiátrica
A criação do Sistema Único de Saúde, expresso na Constituição Federativa do Brasil
em 1988, foi resultado de um movimento de mobilização social denominado
Reforma Sanitária e a Saúde Mental de hoje foi resultado Reforma Psiquiátrica
Brasileira, logo somado ao Movimento da Luta Antimanicomial.
A Reforma Psiquiátrica é contrária ao cuidado excludente, ao abandono e a privação
da autonomia que, muitas vezes, os hospitais psiquiátricos representam.
Os cuidados em saúde mental sofreram grandes transformações nas últimas décadas
e no Brasil, foi a partir do final dos anos setenta que se começou a questionar as
formas asilares de tratamento, num processo de desconstrução crítica dos
manicômios, de rupturas conceituais e invenção de novas propostas assistenciais.
25 DE FEVEREIRO DE 2021
O papel estratégico dos CAPS
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de
atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica
Brasileira.
É o surgimento destes serviços que passa a demonstrar a possibilidade de
organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país e a
sua função é prestar atendimento clínico em regime de atenção diária,
evitando assim as internações em hospitais psiquiátricos; promover a
inserção social das pessoas com transtornos mentais através de ações
intersetoriais; regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde
mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na
rede básica.
É função, portanto, e por excelência, dos CAPS organizar a rede de atenção
às pessoas com transtornos mentais nos municípios, eles são os
articuladores estratégicos desta rede e da política de saúde mental num
determinado território.
O papel estratégico dos CAPS
Os CAPS devem ser substitutivos, e não complementares ao hospital
psiquiátrico e cabe a eles o acolhimento e a atenção às pessoas com
transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e
fortalecer os laços sociais do usuário em seu território.
De fato, o CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de autonomia,
que convida o usuário à responsabilização e ao protagonismo em toda a
trajetória do seu tratamento.
Os Centros de Atenção Psicossocial começaram a surgir nas cidades
brasileiras na década de 80 e passaram a receber uma linha específica de
financiamento do Ministério da Saúde a partir do ano de 2002, momento
no qual estes serviços experimentam grande expansão e são serviços de
saúde municipais, abertos, comunitários, que oferecem atendimento diário
às pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, realizando o
acompanhamento clínico e a reinserção social destas pessoas através do
acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos
laços familiares e comunitários.
O papel estratégico dos CAPS
Os CAPS se diferenciam pelo porte, capacidade de atendimento, clientela
atendida e organizam-se no país de acordo com o perfil populacional dos
municípios brasileiros. Assim, estes serviços diferenciam-se como CAPS I,
CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad.
Os CAPS I são os Centros de Atenção Psicossocial de menor porte, capazes
de oferecer uma resposta efetiva às demandas de saúde mental em
municípios com população entre 20.000 e 50.000 habitantes - cerca de 19%
dos municípios brasileiros, onde residem por volta de 17% da população do
país.
Estes serviços têm equipe mínima de 9 profissionais, entre profissionais de
nível médio e nível superior, e têm como clientela adultos com transtornos
mentais severos e persistentes e transtornos decorrentes do uso de álcool
e outras drogas. Funcionam durante os cinco dias úteis da semana, e têm
capacidade para o acompanhamento de cerca de 240 pessoas por mês.
O papel estratégico dos CAPS
Os CAPS II são serviços de médio porte, e dão cobertura a municípios com
mais de 50.000 habitantes - cerca de 10% dos municípios brasileiros, onde
residem cerca de 65% da população brasileira. A clientela típica destes
serviços é de adultos com transtornos mentais severos e persistentes. Os
CAPS II têm equipe mínima de 12 profissionais, entre profissionais de nível
médio e nível superior, e capacidade para o acompanhamento de cerca de
360 pessoas por mês. Funcionam durante os cinco dias úteis da semana.
Os CAPS III são os serviços de maior porte da rede CAPS e são previstos
para dar cobertura aos municípios com mais de 200.000 habitantes, os
CAPS III estão presentes hoje, em sua maioria, nas grandes metrópoles
brasileiras – os municípios com mais de 500.000 habitantes representam
apenas 0,63 % por cento dos municípios do país, mas concentram boa
parte da população brasileira, cerca de 29% da população total do país. Os
CAPS III são serviços de grande complexidade, uma vez que funcionam
durante 24 horas em todos os dias da semana e em feriados.
O papel estratégico dos CAPS
Os CAPSi, especializados no atendimento de crianças e adolescentes com
transtornos mentais, são equipamentos geralmente necessários para dar
resposta à demanda em saúde mental em municípios com mais de 200.000
habitantes e funcionam durante os cinco dias úteis da semana, e têm capacidade
para realizar o acompanhamento de cerca de 180 crianças e adolescentes por
mês. A equipe mínima para estes serviços é de 11 profissionais de nível médio e
superior.
Os CAPSad, especializados no atendimento de pessoas que fazem uso prejudicial
de álcool e outras drogas, são equipamentos previstos para cidades com mais de
200.000 habitantes, ou cidades que, por sua localização geográfica (municípios de
fronteira, ou parte de rota de tráfico de drogas) ou cenários epidemiológicos
importantes, necessitem deste serviço para dar resposta efetiva às demandas de
saúde mental. Funcionam durante os cinco dias úteis da semana, e têm
capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 240 pessoas por mês.
Lei nº, de 6 de abril de 2001
Política Nacional da Saúde Mental
dispõe
Artigo 1º - Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno
mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de
discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção
política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de
gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
Artigo 3º - É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de
saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores
de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família,
a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas
as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos
portadores de transtornos mentais.
Artigo 4º - A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada
quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
Lei nº, de 6 de abril de 2001
Política Nacional da Saúde Mental
dispõe
• § 1º - O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção
social do paciente em seu meio.
• § 2º - O tratamento em regime de internação será estruturado de forma
a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos
mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos,
ocupacionais, de lazer, e outros.
• § 3º - É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos
mentais em instituições com características asilares, ou seja, aquelas
desprovidas dos recursos mencionados no § 2º e que não assegurem
aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do artigo 2º.
Lei nº, de 6 de abril de 2001
Política Nacional da Saúde Mental
dispõe
Artigo 5º - O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize
situação de grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de
ausência de suporte social, será objeto de política específica de alta planejada e
reabilitação psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária
competente e supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo,
assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.
Artigo 6º - A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico
circunstanciado que caracterize os seus motivos.
Parágrafo único - São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a
pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
Referências
• BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE.
Departamento de Atenção Básica. Saúde mental / Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção
Básica, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
• OMENA, K. V.; MEDEIROS, P. J. Cartilha de orientação em saúde
mental: em direção ao território. Alagoas: Penedo, 2018
Terminamos nosso
encontro, foi uma
honra está com vocês,
se Deus quiser, até a
próxima
oportunidade.
INTERVALO DE 15 MINUTOS