Você está na página 1de 40

ELETROCONVULSOTERAPIA

PROFª Luciana Chuvauski


Profª Luciana Chuvauski

Pós em:
■ Licenciatura Plena
■ LIBRAS
■ Enf Trabalho
■ Ciências Biológicas
■ Acupuntura
Causa Bioquímica das Depressões

■ Papel fundamental das aminas


neurotransmissoras, tais como
dopamina, norepinefrina e serotonina;

■ Distúrbios afetivos resultariam das


deficiências genéticas na atividade
funcional destes neurotransmissores
O Que Acontece nas Sinapses??
O Que Acontece Nas Sinapses??
O Que Acontece Nas Sinapses??
Histórico

■ Foi Joseph Von Meduna neuropsiquiatra Húngaro, o


primeiro a induzir convulsões com finalidade
terapêutica;
■ Utilizando cânfora(planta utilizada para fabricação de
incenso e medicamentos).
■ Em 1934 induziu uma série de convulsões em
pacientes com quadros esquizofrênicos dos 26
tratados 10 apresentaram recuperação completa;
Histórico
■ Em 1937 neuropsiquiatras italianos( os
neuropsiquiatras italianos Ugo Cerletti e Lucio Bini)
começaram a induzir convulsões com eletricidade;
■ Era mais fácil produzir convulsões e regular a
eletricidade do que com agentes farmacológicos;
■ Tornou-se o principal tratamento biológico em
psiquiatria naquela época;
■ Com o surgimento dos fármacos a ECT começou a
declinar;
Histórico
■ Movimentos “contrários” criaram uma imagem
negativa e estigmatizada desse tratamento;
■ Visto como ultrapassado, cruel e desumano;
■ Intervenção terapêutica mais polêmica da história;
■ Criação de leis proibindo o seu uso nos EUA e
alguns países;
■ No Brasil não há lei que proiba esse tipo de
tratamento.
O que é ???

A eletroconvulsoterapia (ECT) consiste na indução


controlada de crises com finalidade terapêutica .
É um dos tratamentos biológicos utilizados em
psiquiatria.
O uso da eletroconvulsoterapia tem gerado muita
controvérsia, mas será que é um tratamento seguro?
É uma forma de tratamento muito questionada pelos
profissionais da área e familiares.
■ A utilização tem se tornado mais restrita e específica
na medida em que surgem progressos no
desenvolvimento científico e psicofarmacológico.

■ Ao profissional responsável por sua indicação são


necessários uma cuidadosa atenção e experiência,
pois seu uso é bastante delicado.
Mecanismos de ação

■ A ECT consiste na indução de uma crise convulsiva


pelo uso de corrente elétrica ;

■ Apesar dos “supostos” benefícios para o cliente, o


mecanismo de ação ainda não é totalmente
conhecido;
SEGUNDO ALGUNS AS indicações....

■ A ECT é um tratamento eficaz e seguro, desde que


indicado com critérios definidos ;
■ Depressão grave com risco de suicídio;
■ Psicoses agudas acompanhadas de delírios e
alucinações;
■ Esquizofrenia catatônica;
■ MAS, SERÁ QUE ELA REALMENTE É EFICIENTE?
Contra-indicações
■ Lesões cerebrais expansivas;
■ Aneurisma ou má-formação vascular;
■ Doença coronária crônica;
■ Hipertensão arterial não controlada;
■ Hipertensão intracraniana;
■ Glaucoma;
■ Deslocamento de retina;
■ Acidente vascular recente;
■ Luxação e subluxação cervical;
■ Contraindicações de uso anestésico;
Contraindicações

■ Durante a gravidez, exige-se uma avaliação clínica


acurada principalmente no terceiro trimestre da
gestação.
Atenção Especial

■ Uso de marca-passo cardíaco;


■ Arritmias;
■ Osteoporose e doenças ósseas;
■ Hipertensão arterial sistêmica;
■ Doença pulmonar;
■ Diabetes.
Número e Freqüência
■ O número total de aplicações da ECT varia de acordo
com o quadro clínico e do critério médico (inclusive
financeiro).
■ Em geral vai de 6 a 12,podendo chegar a 20 sessões.
■ Sessões variam de 2 a 3 por semana, em dias
alternados para uma melhor recuperação cognitiva;
■ Em alguns casos é necessário tratamento de
manutenção em intervalos semanais, diminuindo as
aplicações.
Equipe de Tratamento

Composta por:
■ Psiquiatra;
■ Anestesista;
■ Clínico/cardiologista;
■ Enfermeiro especialista;
■ Psicólogo;
■ Técnicos de enfermagem;
Avaliação Pré-Tratamento
O cliente deve ser submetido a avaliação clínica
completa;
Avaliação neurológica;
Avaliação psiquiátrica;
Avaliação odontológica;
Raio X de tórax( PA e Perfil);
Eletrocardiograma;
Hormônios tireoideanos.
Avaliação Pré-Tratamento

 Exame de imagem cerebral, preferencialmente


Ressonância Magnética, podendo ser substituída
por Tomografia de crânio (6 meses de validade);

 Exames Laboratoriais: hemograma completo;
dosagem de sódio e potássio; glicemia; uréia;
creatinina; Coagulograma, enzimas hepáticas,
TSH/T4 livre;
 

 Avaliação clínica pré-anestésica;

 Assinatura de Termo de Consentimento Informado
pelo paciente ou seu responsável.
Equipamento de Tratamento
Uma unidade de terapia intensiva,contendo
aparelhos de ECT e de eletrocardiograma(ECG) com
monitores;
Oxímetro;
Aspirador;
Material completo para atender a uma parada cardio-
respiratória;
Desfibrilador;
Cardioscópio;
Material para entubação;
Sala de recuperação anestésica.
Técnica

■ Pode ser estimulada por diferentes ondas elétricas;


■ Semelhante com os sinais elétricos endógenos do
cérebro;
■ A voltagem deve ser ajustada de acordo com cada
cliente;
■ Oscila entre 70 e 110v,quanto menor a voltagem
maior a PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA.
Colocação dos Eletrodos

■ Bilateral=colocado frontotemporalmente;
■ Unilateral=um eletrodo estimulador é colocado na
região frontotemporal não dominante, geralmente a
direita
Duração da Crise

■ 20 segundos para resposta motora;


■ 25 segundos para resposta eletroencefalográfica;
■ O início da convulsão deve ocorrer entre 20 e 40
segundos após a aplicação;
■ Caso a crise não ocorra(crise frustra),o médico deve
fazer uma nova aplicação.
Reações Adversas

Apesar da “eficácia e da segurança” oferecidas


algumas pessoas podem apresentar:
■ Confusão mental passageira;
■ Cefaleia;
■ Dores musculares;
■ Náuseas;
■ Sonolência.
Considerações Éticas

 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido(que


deve ser observado rigorosamente);
 A compreensão do conteúdo tanto pelo cliente
quanto pela família ou responsável;
 Se o cliente não puder assinar, um responsável deve
assiná-lo;
 Realizar avaliação clínica acurada;
 Os procedimentos previstos na Resolução do
Conselho Federal de Medicina Nº 1640/2002.
Considerações Éticas
 A ECT é regulamentada no Brasil pela resolução do
Conselho Federal de Medicina (CFM) de número
2057/2013, que substituiu a 1640/2002: “Art. 21. A
eletroconvulsoterapia (ECT) deve ser realizada em
ambiente com infraestrutura adequada de suporte à
vida e a procedimentos anestésicos e de
recuperação, conforme o “Manual de Vistoria e
Fiscalização da Medicina no Brasil”.
 Art. 22. A ECT é um ato médico; portanto, sua
indicação, realização e acompanhamento são de
responsabilidade dos médicos que dela
participarem.
Considerações Éticas
 Art. 23. A ECT tem indicações precisas e específicas
na literatura médica, não se tratando de terapêutica
de exceção. Parágrafo único. O uso da ECT em
crianças (idade inferior a 16 anos) somente deve ser
feito em condições excepcionais.
 Art. 24. A avaliação do estado clínico geral do
paciente antes da ECT é obrigatória, em especial as
condições cardiovasculares, respiratórias e
neurológicas. Parágrafo único. Obriga-se o médico a
observar as contraindicações formais para a
aplicação da técnica.
Considerações Éticas
 Art. 25. A ECT só pode ser realizada com anestesia.
 Art. 26. Os aparelhos de ECT devem ser máquinas
modernas, registradas e certificadas pela Anvisa.
 Parágrafo único: O ambiente seguro para a
administração deste procedimento está descrito no
manual constante em anexo.”
 Vale, no entanto, retomar o disposto na resolução
anterior, no seu artigo 9º: “A eletroconvulsoterapia
tem indicações precisas e específicas, não se
tratando, por conseguinte, de terapêutica de
exceção.

INTERVENÇÕES ANTES DO TRATAMENTO

■ Preparar o cliente e família sobre o tratamento;


■ Esclarecer dúvidas, mitos e receios;
■ Verificar a aceitação do tratamento;
■ Verificar se já foi submetido previamente a outros
tratamentos.
Intervenções Antes do Tratamento

■ Orientar a necessidade do jejum;


■ Orientar não usar maquiagem nem esmalte;
■ Ter os cabelos limpos e secos;
■ Usar roupas confortáveis;
■ Necessidade de um acompanhante adulto.
Primeira Aplicação
■ Certificar-se da assinatura do termo de Livre
Consentimento;
■ Esclarecer as dúvidas sobre o tratamento;
■ Oferecer apoio para que eles sintam segurança;
■ Informar-se sobre comportamento do cliente;
■ Registrar o comportamento do cliente;
■ Assegurar o jejum e mantê-lo assim até sua
recuperação anestésica evitando refluxo, vômito e
possível risco de aspiração.
Primeira Aplicação
■ Conduzi-lo ao sanitário, pois o tratamento provoca
relaxamento dos esfíncteres anal e uretral;
■ Não ingerir água nesse momento;
■ Vestir roupas confortáveis;
■ Retirar óculos, lentes de contato, prótese ocular,
auditiva e dentária;
■ Verificar sinais vitais;
■ Se houver alterações discutir com a equipe de ECT
sobre a realização da sessão.
Durante a Tratamento

■ Manter acesso venoso calibroso;


■ Aspirar vias aéreas;
■ Instalar o monitor cardíaco para verificar o traçado
do ECG;
■ Colocar o manguito para monitorar a pressão
arterial;
■ Instalar o oxímetro para verificar a saturação do
oxigênio;
Durante Tratamento

■ Colocar o protetor das arcadas dentárias;


■ Observar e registrar no prontuário o tipo de crise,
duração e intercorrências;
■ Ficar atento aos parâmetros vitais até a sua
normalização
Recuperação Pós-Anestésica

■ Manter paciente em decúbito lateral, para evitar


aspiração de vômito;
■ Aferir sinais vitais;
■ Ouvir queixas do cliente sendo as mais comuns
cefaleia;
■ Permanecer ao lado do cliente até que este esteja
desperto;
Considerações Finais

■ Com as novas tecnologias (ex. medicamentos)


questiona-se se há necessidade deste tipo de
tratamento em decorrência dos riscos deste
tratamento;
■ O uso anestésico reduziu a ansiedade e o medo, mas
e as complicações;
■ “A ECT para ser realizada, deve-se levar em conta os
riscos e os benefícios à saúde das pessoas, assim
como as complicações decorrentes e a implicação
na qualidade de vida”.
REFERÊNCIAS

■ Kaplan e Sadock, Manual de Psiquiatria Clínica.


■ Revista Debates em Psiquiatria, Ano 1, Número 3, Mai/Jun 2011, Páginas 30 a
32.
■ Revista Debates em Psiquiatria, Ano 2, Número 3, Mai/Jun 2012, Páginas 14 a
20.

Você também pode gostar