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Esse diagnóstico tem grandes impactos na família do paciente, mas ultrapassa esta
esfera, e pode impactar outros pacientes que estão precisando de transplantes de
órgãos. Isso porque, pacientes em morte encefálica são elegíveis para doação de
órgãos.
Para determinar este diagnóstico, são necessários alguns pré-requisitos, sendo eles:
Temperatura >35 ºC e Pressão Arterial sistólica (PAS) > 100 mmHg ou Pressão
arterial média (PAM) > 65 mmHg (em maiores de 16 anos).
Após isso, deve ser confirmada a morte neurológica da seguinte forma:
Após isso, o diagnóstico pode ser confirmado, com assinatura da declaração de óbito,
comunicação aos familiares e avaliação da possibilidade de doação de órgãos.
Além disso, em crianças, a morte cerebral só pode ser diagnosticada após 7 dias de
vida:
Temperatura >35°C e PAS >100 mmHg ou PAM > 65 mmHg em maiores de 16 anos
Exame clínico
O principal objetivo do exame é obter resposta dos reflexos do tronco encefálico, que
são formas de demonstrar a integridade dessa estrutura que mantém funções vitais.
Reflexo Córneo-palpebral
De forma fisiológica, isso provocaria um estímulo que iria percorrer o nervo trigêmeo
(V par craniano) até o tronco encefálico, onde haveria integração do estímulo e envio
da resposta através do nervo facial (VII par craniano) que provocaria um piscamento
reflexo.
Podem ser evocados de duas formas, através da Manobra dos Olhos de Boneca
(Reflexo Óculo-Cefálico) ou através da Prova Calórica (Reflexo Vestíbulo-Ocular).
Ambos os reflexos testam a via de integração entre estímulos vestibulares (pelo nervo
vestibulococlear – VIII par craniano) e o movimento ocular extrínseco.
Na Manobra dos Olhos de Boneca, a cabeça do paciente é virada para os dois lados, e
se espera que os olhos mantenham o foco na frente, compensando o movimento da
cabeça.
Na lesão de tronco e na morte encefálica, isso não acontece, e os olhos seguem o
movimento da cabeça, sem ter um movimento compensatório (assim como acontece
quando viramos a cabeça de uma boneca de um lado para o outro).
Na Prova Calórica, uma seringa injeta água fria em um dos ouvidos. Isso provoca um
estímulo térmico, e em pessoas despertas, ocorre um nistagmo ocular.
Reflexo da Tosse
Este reflexo busca analisar pares cranianos mais baixos, como o nervo glossofaríngeo
(IX) e o nervo vago (X) e a integridade do bulbo.
Ele é evocado estimulando a carina da traquéia com um cateter de sucção, passando
por dentro do tubo orotraqueal ou traqueal.
Em indivíduos saudáveis, isso iria evocar um reflexo de tosse, mediado pelo nervo
vago, mas na morte encefálica, esse reflexo não ocorre.
Para ser considerado morte neurológica, todos esses reflexos precisam estar ausentes,
e essa informação deve ser confirmada em um segundo exame clínico realizado ao
menos uma hora depois por outro profissional.
Teste de Apneia
Antigamente esse procedimento poderia provocar lesões isquêmicas, mas hoje em dia
ele foi revisado e é feito de forma mais cuidadosa.
Inclusive, antes do teste, os pacientes devem receber oxigênio a 100% por 10 minutos.
Vale salientar que, só pode ser realizado em indivíduos com Pressão Sistólica >100
mmHg e PaCO2 entre 35 e 45 mmHg. Além disso, deve seguir uma ordem estrita:
Exames Complementares
Doação de Órgãos
A doação de órgãos é uma forma de ajudar outras pessoas que estão sofrendo com
problemas de saúde que apresentam como solução o transplante. Na insuficiência
renal crônica avançada, por exemplo, o transplante renal é uma alternativa para
garantir-se a melhora na qualidade de vida do indivíduo e até mesmo sua
sobrevivência. Sendo assim, a doação de órgãos é uma forma de salvar vidas e,
portanto, um ato de amor ao próximo.
Coração: 4 horas
Fígado: 12 horas
Pâncreas: 20 horas
Pulmão: 6 horas
Rim: 48 horas