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PATOFISIOLOGIA DA MORTE

Sinais de cessação das funções vitais,


morte cerebral e problemas médico-
legais.
• Facto que determina a cessação jurídica da personalidade.

• Processo de desestruturação progressiva do


funcionamento do organismo - unidade biológica.
• MORTE CARDIO-RESPIRATÓRIA - Cessação da respiração.
• MORTE CARDIO-RESPIRATÓRIA - Cessação da circulação.
• MORTE CEREBRAL - Cessação da actividade do tronco cerebral.

• Cessação irreversível e permanente das funções


circulatória e respiratória ou cessação irreversível de todas
as funções do encéfalo, incluindo o tronco cerebral –
MORTE CEREBRAL.
MORTE CLÍNICA

• Cessação irreversível das funções vitais.


MORTE CELULAR

• Estabelecimento de fenómenos cadavéricos.


• Ausência de movimentos respiratórios de inspiração.
• Ausência de batimentos cardíacos.
• Ausência de resposta a estímulos dolorosos.
• Ausência de movimentos.
• Ausência de reflexos.
• Electroencefalograma isoeléctrico.
• Desidratação
• Arrefecimento
• Livores
• Rigidez cadavérica.

• Destrutivos: Putrefacção.
• Conservadores: Mumificação, Saponificação.
Ausência de movimentos de
respiração.

Auscultação.

Electromiografia com registro


dos movimentos respiratórios.
Ausência de circulação periférica e
pulso sistólico.

Auscultação: ausência de batimentos


cardíacos durante 5 minutos nos 4
focos. Excluir: camada adiposa excessiva, derrame
pericárdico.

Electrocardiografia: traçado isoeléctrico.

Ecocardiografia.
Isolados, são sinais inespecíficos de morte.

Devem ser valorizados em conjunto.


Declaração da Ordem dos Médicos publicada no Diário da República – I Série –
B nº 235 de 11/10/1994.

“A certificação de morte cerebral requer a


demonstração da cessação das funções do tronco
cerebral e da sua irreversibilidade.”
CONDIÇÕES PRÉVIAS PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE CEREBRAL:

1 - “Conhecimento da causa e irreversibilidade da situação clínica.”

2 - “Estado de coma com ausência de resposta motora à


estimulação dolorosa na área dos pares cranianos”

3 - “Ausência de respiração espontânea.”


CONDIÇÕES PRÉVIAS PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE CEREBRAL:

4 - “Constatação de estabilidade hemodinâmica e da ausência de


hipotermia, alterações endócrino-metabólicas, agentes depressores
do sistema nervoso central e ou de agentes bloqueadores
neuromusculares, que possam ser responsabilizados pela supressão
das funções referidas nos números anteriores.”
TESTES PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE CEREBRAL:

O diagnóstico de morte cerebral implica a ausência na totalidade de:

 Reflexos fotomotores: pupilas fixas sem resposta à luz.


 Reflexos corneopalpebrais: deve estar ausente.
O diagnóstico de morte cerebral implica a ausência na totalidade de:

 Reflexos oculocefálicos: flexão, extensão e rotação.


 Reflexo oculovestibular: 10 ml de soro fisiológico gelado sobre
membrana timpânica - desvio dos olhos para o lado do ouvido irrigado.
 Pares Cranianos V e VII – Ausência de movimentos dos músculos
faciais e orofaríngeos.
 Reflexo faríngeo:
-consiste na ausência de tosse durante a aspiração traqueal
- responsável pela deglutição e tosse;
- difícil pesquisar
- teste comprometido pela presença de tubos endotraqueais
CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE CEREBRAL

Realizar prova da apneia para confirmar ausência de respiração


espontânea:

• Desconectar do ventilador mecânico durante alguns minutos – leva a


retenção de CO2;
• CO2 deve atingir um ponto crítico de > 60 mmHg – limiar para
estimulação;
• Oxigenação deve ser mantida;
• Teste positivo se: ausência de esforço respiratório (músculos do
tórax ou abdómen) e CO2 >60mmHg.
CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE CEREBRAL

Estudos neurofisiológicos e imagiológicos não são


sistematicamente necessários para o diagnóstico de morte
cerebral.
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO PARA COMPROVAR MORTE
CEREBRAL.

Podem ser realizados mas não superam a avaliação clínica.

Electroencefalograma isoeléctrico.

Potenciais evocados.

Angiografia cerebral por subtracção digital ou outro método de avaliar fluxo


sanguíneo cerebral como Doppler transcraniano.
CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE CEREBRAL.

“Mínimo de dois conjuntos de provas com intervalo adequado à


situação clínica e à idade.”

“2 médicos especialistas (em neurologia, neurocirurgia ou com experiência de cuidados


intensivos)”

“Nenhum dos médicos que executa as provas poderá pertencer a equipas envolvidas
no transplante de órgãos ou tecidos.”
CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE CEREBRAL.

“Mínimo de dois conjuntos de provas com intervalo adequado à situação clínica e à


idade.”

“2 médicos especialistas (em neurologia, neurocirurgia ou com


experiência de cuidados intensivos)”

“Nenhum dos médicos que executa as provas poderá pertencer a equipas envolvidas
no transplante de órgãos ou tecidos.”
CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE CEREBRAL.

“Mínimo de dois conjuntos de provas com intervalo adequado à situação clínica e à


idade.”

“2 médicos especialistas (em neurologia, neurocirurgia ou com experiência de cuidados


intensivos)”

“Nenhum dos médicos que executa as provas poderá pertencer a


equipas envolvidas no transplante de órgãos ou tecidos e pelo
menos um não deve pertencer à unidade ou serviço em que o
doente esteja internado.”
• Determinar a hora da morte
• Permitir suspensão de ventilador mecânico
• Para permitir colheita de orgãos para transplantes
• Para permitir o uso do cadáver em ensino e
investigação
Para permitir colheita de órgãos para transplantes:
» Lei nº22/2007 de 29 de Junho (Altera a Lei nº12/93, de 22 de Abril,
relativa à colheita e transplante de órgãos e tecidos de origem humana)
» São “potenciais dadores post mortem todos os cidadãos nacionais e
apátridas e estrangeiros residentes em Portugal” que não estejam
inscritos no RENNDA
» (REgisto Nacional de Não DAdores)
• Aspectos práticos definidos por: Decreto-Lei nº244/94 de 26 de
Setembro.
Para permitir o uso do cadáver em ensino e investigação

» Decreto-Lei nº274/99 de 22 de Julho


» São “potenciais dadores post mortem todos os cidadãos nacionais
e apátridas e estrangeiros residentes em Portugal”
» Ou se expressamente tenha sido declarado em vida, pelo próprio,
a dádiva do seu cadáver para fins de ensino e investigação
científica.
Para permitir o uso do cadáver em ensino e investigação

» Decreto-Lei nº274/99 de 22 de Julho


» O corpo só pode ser retido até 15 dias se:
 Cadáver não tiver manifestado oposição em vida – Ficheiro
autónomo do RENNDA.
 Corpo não for reclamado no prazo de 24h, após tomada de
conhecimento do óbito, pelos familiares com legitimidade para o
efeito.

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