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Morte Cerebral,
Transplante de
Órgãos e Cuidados
Paliativos
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Diagnóstico de
Morte Encefálica

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O que é morte encefálica?

Parada total das funções encefálicas de causa


conhecida e irreversível, constatada de modo
indiscutível;

Caracterizada por coma não perceptivo, com


ausência de resposta motora supra-espinhal e
apnéia persistente;

Realizar para todos independente da Dx;


A notificação é compulsória;
Direito do paciente;
Medico capacitado.
O que é morte encefálica?

Causa Morte: definida e irreversível

Afastar as causas que mimetizam a ME


Distúrbio hidroeletrolítico, ácido-básico ou
endócrino;
Hipotermia;
Hipotensão (pas ≥ 100 ou pam ≥ 65 mmhg);
Agentes Anestésicos, Sedativos e Bloqueadores
Neuro-Musculares;
Intoxicação exógena;
Dificuldades

Trauma face ou lesão ouvido grave*


Anormalidades pupilares prévias*
Níveis tóxicos de sedativos, aminoglicosídeos,
antidepressivos tricíclicos, quimioterápicos, bloq.
Neuromusculares (preferencialmente prova de
fluxo)
Apnéia do sono ou DPOC grave (CPAP)
Traumatismo raquimedular - TRM
Diagnóstico

2 exames clínicos (1 teste de apnéia)

2 médicos capacitados conforme resolução


CFM 2.173/2017

Exame complementar
Pré-Requisitos


mínimo 6hs de observação
1h intervalo com
após instalado o coma/ tratamento no
hospital
24hs se encefalopatia anóxico-
isquêmica/hipotermia
(Critérios ≠ crianças)
Ausência de fatores tratáveis que
confundiriam diagnóstico
> 35ºc
Sat o2 > 94%
Avaliação do tronco Cerebral
Reflexos Cefálicos
Reflexo Fotomotor (II)
Reflexo Córneo-palpebral (V) (VII)
Reflexo Óculo-cefálico (III + VI)
Reflexo
Óculo-vestibular
(VIII) (III + VI)
Reflexos de

Deglutição, Tosse

ou Vômitos (IX)

(X)
Atenção
Antes do teste de Apneia
Na realização dos procedimentos
de determinação de ME os
pacientes devem apresentar
temperatura corporal(esofagiana,
vesical ou retal) superior a 35°C,
saturação arterial de oxigênio
acima de 94% e pressão arterial
sistólica maior ou igual a 100
mmHg ou pressão arterial média
maior ou igual a 65 mmHg para
adultos, para menores de 16 anos
seguir tabela ao lado:
Teste de Apnéia

Ventilação com FiO2 de 100%


por, no mínimo, 10 minutos
para que idealmente os valores
de PaO2 alcancem 200 mmHg
e PaCO2 entre 35 e 45 mmHg.
O exame complementar deve comprovar
a ausência de atividade encefálica.

A) Ausência de perfusão sanguínea encefálica ou

B) Ausência de atividade metabólica encefálica


ou

C) Ausência de atividade elétrica encefálica.


Diagnóstico gráfico de Morte Encefálica
Angiografia com

fluxo sangüíneo

cerebral

Angiografia com
ausência de
fluxosangüíneo
cerebral
Diagnóstico gráfico de Morte Encefálica
Doppler

transcraniano

cranino com fluxo

sangüíneo

cerebral

Doppler

transcraniano

cranino sem fluxo

sangüíneo

cerebral
Decreto 9.175/2017
Art.19º Nos casos em que a doação não for viável,

o suporte terapêutico artificial ao funcionamento

dos órgãos será descontinuado.


Hipótese em que o corpo será entregue aos

familiares ou instituição responsável pela

necropsia, caso se aplique.


Resolução CFM 2.173/2017

Constatada a ME, o médico tem autoridade ética

e legal para suspender procedimentos de suporte

terapêutico em uso e assim deverá proceder,

exceto se doador de órgãos, tecidos ou partes do

corpo humano para transplante, quando deverá

aguardar a retirada dos mesmos ou a recusa à

doação (Resolução CFM nº 1.826/2007)


Doação e
Transplantes

BRASIL
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Transplantes Realizados
Doação e
Transplantes

Estado de São Paulo


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Ocupa uma área de
248.222,362 quilômetros
quadrados.

645 municípios.

População estimada em
mais de 44 milhões de
habitantes.
166,23 habitantes por quilometro
quadrado.

O maior programa de transplantes


do Brasil em números absolutos.

46% dos pacientes que aguardam


por um transplante no Brasil estão
no cadastro técnico do Estado de
São Paulo.(1)
Hospitais transplantadores no Estado de
SP

14 instituições credenciadas para transplante cardíaco.


3 instituições credenciadas para transplante pulmonar.
22 instituições credenciadas para transplante Hepático.
36 instituições credenciadas para transplante renal.
109 instituições credenciadas para transplante de córnea.
43 instituições credenciadas para transplante medula.
Transplantes Realizados
Mapa distribuição das OPOs- ORGANIZAÇÃO
DA PROCURA DE ÓRGÃOS
Estado de São Paulo
Cadastro Técnico
Análise por DRS
CTU & TX 2018
População Presidente

Prudente: 1.139.485
População Araçatuba:

779.596
População São José

do Rio Preto: 1.600.369


População Marilia:

1.139.485
População Bauru:

1.770.427
População Araraquara:

1.007.057
População

Barretos: 439.480
População Franca: 706.657
População Ribeirão

Preto: 1.483.715
População São João da

Boa Vista: 827.117


População Piracicaba :

1.554.072
População Sorocaba:

2.478.208
População Campinas: 4.536.657
População Grande São

Paulo: 21.391.624
População Taubaté:

2.497.857
População Baixada

Santista: 1.828.212
População Registro:

284.893
Notificações
Vs
Doador Efetivo
24,1 PMP
Oportunidade
de Melhoria
Cadastro realizado através

do link:
http://formsus.datasus.gov.br

/site/formulario.php?

id_aplicacao=33165

Meta proposta de 5

CIHDOTTs para cada 1

milhão de habitantes

região OPO.

Cadastro das CIHDOTTs


Indicadores CIHDOTTs

Relatório Formulário
Mensal de Informativo
Atividade de óbito
O que esse O que este
relatório nos relatório traz
fornece? de dados?
Formulário informativo de óbito
Cuidados
Paliativos
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Definição de Cuidados Paliativos

“Cuidado paliativo é uma abordagem que visa


melhorar a qualidade de vida de pacientes e
familiares no contexto de uma doença grave e
ameaçadora da vida por meio da prevenção, do
alívio do sofrimento, da identificação precoce e do
tratamento impecável da dor e de outros sintomas
e problemas físicos, psíquicos, sociais e
espirituais”.
Principios dos Cuidados Paliativos

1. Promover alívio da dor e outros sintomas


responsáveis por sofrimento.
2. Afirmar a vidae reconhecer a morte como um
processo natural.
3. Não antecipar e nemprolongarouadiar a morte.
4. Integrar aspectos psicológicos e espirituais ao
cuidado.
5. Oferecer um conjunto de cuidados e suporte para
ajudar o paciente a viver da maneira mais ativa
possível até a morte.
6. Oferecer suporte para a família compreender e se
organizar durante o processo de doença e de luto.
Principios dos Cuidados Paliativos

7.Acessar, por meio de uma equipe multiprofissional, as


necessidades do paciente e da família, incluindo assistência
ao luto, se necessário.,

8.Melhorar a qualidade de vida influenciando positivamente


a evolução da doença.

9.Instituir cuidados paliativos precocemente no curso da


evolução da doença em conjunto com tratamentos
modificadores da doença responsáveis por prolongar a vida.
“Curar às vezes,
aliviar frequentemente e

confortar sempre…”
Aspectoséticos e Legais

•Eutanásia

•Distanásia

•Mistanásia

•Ortotanásia

Aspectos éticos e legais: Eutanásia


Aspectos éticos e legais:
Eutanásia no Brasil

Abreviar a vida de um paciente

em estado terminal ou que esteja

sujeito a dores e intoleráveis

sofrimentos físicos ou psíquicos.


No Brasil é considerado CRIME.
Aspectos éticos e legais: Distanásia

Prolongamento
artificial do processo
de morte para o
doente, em
situações nas quais a
medicina não prevê
possibilidade de
melhoria ou de cura.
Morte precoce e
Aspectos éticos e evitável em nível
legais: Mistanasia social: “Morte
miserável, antes da
hora”, “Eutanásia
social”.

Pode ocorrer em casos


de omissão de socorro,
erro médico,
negligência,
imprudência e
imperícia.
Aspectos Éticos e
Legais: Ortotanasia

“Borte morte”
Aliviar o sofrimento de um doente terminal
através da suspensão de tratamentos que
prolongam a vida e que não curam e nem
melhoram a enfermidade.
Aspectos éticos e legais: Ortotanásia

Resolução CFM n° 1.805/2006


Na fase terminal de enfermidades graves e

incuráveis é permitido ao médico limitar ou

suspender procedimentos e tratamentos que

prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe

os cuidados necessários para aliviar os

sintomas que levam ao sofrimento, na

perspectiva de uma assistência integral,

respeitada a vontade do paciente ou de seu

representante legal.
Não reconhecer o direito do paciente recusar
qualquer tratamento médico é atitude
inaceitável do ponto de vista ético. Como
justificar moralmente a imposição de valores,
mesmo que na busca do maior benefício ao
paciente, se o protagonista da ação terapêutica
assim não o deseja?

Enfermo tem direito de exercer plenamente sua


autonomia em tomar decisões sobre o próprio
corpo…

Aspectos éticos: Autonomia


Terminalidade
A decisão de limitar ou suspender um tratamento e

substituí-lo por ações paliativas concerne ao médico, em

consonância com a equipe de profissionais envolvidos na

terapêutica ao doente.

A família deve ser informada e compartilhar das decisões.

Porém, jamais o médico deve delegar à família estas

decisões clínicas.

A autonomia do doente ou de seu representante deve

ocorrer dentro de um limite de ações possíveis do ponto de

vista técnico, sempre muito bem explicadas, de forma

acessível à compreensão de um leigo em medicina.


Critérios de terminalidade

História natural/extensão da doença

Capacidade funcional

Presença de falência orgânica

Presença de fatores de mau prognóstico

Pergunta surpresa: “Você se surpreenderia se seu


paciente morresse nos próximos 6 meses?”
Fase Final de Vida
A fase final de vida e o processo ativo de morte devem ser

diagnosticados e constituem um processo irreversível que

pode durar dias a semanas.

Caracterizada essa fase, entende-se que procedimentos que

visem a evitar sua ocorrência serão fúteis, danosos e poderão

prolongar o tempo de morte e gerar grande sofrimento.

Assim, nessa situação, não há como evitar o resultado, a

morte. Portanto, a omissão de procedimentos sustentadores


de vida não é penalmente relevante

MANUAL DE RESIDENCIA DE CUIDADOS PALIATIVOS HCFMUSP, 2018


Patologias mais Comuns
Doença cardíaca
Doença apulmonar
Doença renal
Doença hepática
HIV/AIDS
Doença neurológica de longa duração
Deficiência mental
Acidente vascular encefálico
Demência
Esclerose lateral amiotrófica
BIBLIOGRAFIA

Moritz, Rachel Duarte. Conflitos bioéticos do viver

e do morrer. Brasília: Conselho Federal de

Medicina, 2011.

Carvalho, Ricardo Tavares de, and Henrique

Afonseca Parsons. "Manual de cuidados paliativos

ANCP." Manual de cuidados paliativos ANCP. 2012.


Carvalho, Ricardo Tavares et al. Manual de

residencia de cuidados paliativos: abordagem

multidisciplinar, 1° edição, FMUSP, 2018.


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