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MANUAL DE FORMAÇÃO
Estação do Saber, Lda - NIPC 509771980 Sede Social: Urbanização Valrio, Lote 2, Loja E, r/c Dtº, Vildemoinhos 3510 - 779 Viseu
SISTEMA NACIONAL DE
INTERVENÇÃO PRECOCE
NA INFÂNCIA
UFCD: 9632
Introdução ........................................................................................................................................ 3
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Capítulo I ............................................................................................................................................4
• Intervenção precoce
o Definição
o Destinatários
o Modelo de intervenção e articulação – Saúde, Educação e Segurança Social
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Capítulo II......................................................................................................................................... 17
• Problemas de desenvolvimento
o Identificação de sinais de alarme - critérios de elegibilidade
Capítulo IV ....................................................................................................................................... 25
• Cuidados a prestar à criança
Capítulo V ........................................................................................................................................26
• Papel da família e da comunidade – Intervenção centrada na família
Bibliografia ...................................................................................................................................... 31
BENEFÍCIOS E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta duração
nº 9632 - Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância, de acordo com o Catálogo Nacional de
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Qualificações.
OBJETIVOS
• Reconhecer o Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância.
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CONTEÚDOS
• Intervenção precoce
o Definição
o Destinatários
o Modelo de intervenção e articulação – Saúde, Educação e Segurança Social
▪ - Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância – SNIPI
▪ - Organização e competências
▪ - Critérios de elegibilidade e encaminhamento
▪ - Metodologia de intervenção dos organismos competentes
▪ - Papel das equipas locais de intervenção (ELI) - Articulação da intervenção
multidisciplinar
• Problemas de desenvolvimento
o Identificação de sinais de alarme - critérios de elegibilidade
• Papel do profissional – Criação de condições adequadas ao desenvolvimento infantil
• Cuidados a prestar à criança
• Papel da família e da comunidade – Intervenção centrada na família
INTRODUÇÃO
A Intervenção Precoce destina-se a crianças até à idade escolar que estejam em risco de
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atraso de desenvolvimento, manifestem deficiência, ou necessidades educativas
especiais. Consiste na prestação de serviços educativos, terapêuticos e sociais a estas
crianças e às suas famílias com o objetivo de minimizar efeitos nefastos ao seu
desenvolvimento.
Intervenção precoce A Intervenção Precoce destina-se a crianças até à idade escolar que 4
A Intervenção Precoce pode ter uma natureza preventiva secundária ou primária: procurando
contrariar a manifestação de problemas de desenvolvimento ou prevenindo a sua ocorrência.
Os programas de Intervenção Precoce devem, sempre que possível, decorrer no meio
ambiente onde vive a criança.
1.1. DEFINIÇÃO
Estas medidas, atendendo às necessidades das famílias, são definidas num Plano Individual de
Intervenção Precoce (PIIP) elaborado pelas Equipas Locais de Intervenção (ELI).
O PIIP é elaborado pelas Equipas Locais de Intervenção. Estas equipas são multidisciplinares e
representam todos os serviços que são chamados a intervir, com identificação de um técnico
responsável por cada situação.
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• Assegurar às crianças a proteção dos seus direitos e o desenvolvimento das suas capacidades;
Detetar e sinalizar todas as crianças com necessidades de intervenção precoce;
• Intervir junto das crianças e famílias, em função das necessidades identificadas, de modo a
prevenir ou reduzir os riscos de atraso de desenvolvimento;
• Apoiar as famílias no acesso a serviços e recursos dos sistemas de segurança social, de saúde e
de educação;
• Envolver a comunidade através da criação de mecanismos articulados de suporte social.
Os serviços de Intervenção Precoce podem ter um impacto significativo nos pais e irmãos das crianças em
risco. As famílias destas crianças geralmente vivem sentimentos de deceção, isolamento social, stress,
frustração e desespero.
O stress acrescido que a presença de uma criança com deficiência implica pode afetar o bem-estar da
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família e interferir no desenvolvimento da criança. As famílias de crianças com deficiência são mais
suscetíveis a viver situações como o divórcio e o suicídio e, de igual forma, as crianças com deficiência são
mais suscetíveis ao abuso e negligência do que as crianças sem deficiência.
Um outro motivo que justifica a importância da Intervenção Precoce diz respeito aos ganhos sociais
alcançados.
1.2. DESTINATÁRIOS
Os destinatários são as famílias de crianças entre os 0 e os 6 anos, com alterações nas funções
ou estruturas do corpo que limitam a participação nas atividades típicas para a respetiva idade
e contexto social ou com risco grave de atraso de desenvolvimento.
1.3. MODELO DE INTERVENÇÃO E ARTICULAÇÃO – SAÚDE, EDUCAÇÃO E SEGURANÇA SOCIAL
1.3.1. - Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância – SNIPI O SNIPI consiste num
conjunto organizado de entidades institucionais com a missão de garantir de forma integrada
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a Intervenção Precoce na Infância (IPI).
das Nações Unidas dos Direitos da Criança e no âmbito do Plano de Acão para a Integração das
Pessoas com Deficiência ou Incapacidade 2006-2009.
O SNIPI tem a missão de garantir a Intervenção Precoce na Infância (IPI), entendendo-se como
um conjunto de medidas de apoio integrado centrado na criança e na família, incluindo ações
de natureza preventiva e reabilitativa, no âmbito da educação, da saúde e da ação social.
A intervenção precoce junto de crianças até aos 6 anos de idade, com alterações ou em risco
de apresentar alterações nas estruturas ou funções do corpo, tendo em linha de conta o seu
normal desenvolvimento, constitui um instrumento político do maior alcance na concretização
do direito à participação social dessas crianças e dos jovens e adultos em que se irão tornar.
Assegurar a todos o direito à participação e à inclusão social não pode deixar de constituir
prioridade política de um Governo comprometido com a qualidade da democracia e dos seus
valores de coesão social.
O PIIP deve constituir-se como um instrumento de organizador para as famílias e para os profissionais
envolvidos, estabelecer um diagnostico adequado, tendo em conta não apenas os problemas, mas
também o potencial de desenvolvimento da criança, a par das alterações a introduzir no meio ambiente
para que tal potencial se possa afirmar.
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Competências:
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Constituídos por profissionais das várias áreas de intervenção do MSSS, MS, ME com formação
e reconhecida experiência na área da IPI A atividade dos NST desenvolve-se de acordo com os
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Planos de Ação das Subcomissões de Coordenação Regionais (SCR) assumindo-se enquanto
estruturas de apoio quer às SCR, quer às ELI. Funções genéricas de apoio às Subcomissões de
Coordenação Regionais (SCR).
Constituídas por equipas pluridisciplinares com base em parcerias institucionais envolvendo vários
profissionais:
De acordo com o Decreto-lei 281/09 de 6 de outubro, são elegíveis para apoio no âmbito do SNIPI, as
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crianças entre os 0 e os 6 anos e respetivas famílias, que apresentem condições incluídas nos seguintes
grupos:
São elegíveis para acesso ao SNIPI, todas as crianças do 1º grupo e as crianças do 2º, que
acumulem 4 ou mais fatores de risco biológico e/ou ambiental.
Tal como foi empiricamente demonstrado, este número constitui o ponto de charneira para um
aumento substancial do efeito do risco (efeito cumulativo do risco).
Definições:
Funções do Corpo - São as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as funções
psicológicas ou da mente)
Estruturas do Corpo - São as partes anatómicas do corpo, tais como, órgãos, membros e seus 14
componentes.
Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo. Limitações da atividade são
dificuldades que o indivíduo pode ter na execução de atividades.
Restrições na participação são problemas que um indivíduo pode enfrentar quando está
envolvido em situações da vida real.
Todas as crianças são referenciadas às ELI´s da área de abrangência através de modelo próprio.
Constitui o primeiro passo para uma intervenção centrada na família. É dada sempre à família a
possibilidade de decidir sobre a sua disponibilidade e local para o estabelecimento dos
primeiros contatos, (bem como em todo o processo de intervenção) e que constitui o segundo
passo.
Inicialmente é feito uma avaliação diagnóstica através do levantamento de dados que permita
detetar as necessidades e potencialidades da criança e da família.
No caso de haver critérios de elegibilidade é decidido em ELI, o Responsável de Caso, que junto
com a família e prestadores de cuidados elaborará o Plano Individual de Intervenção Precoce -
PIIP, contando com a intervenção dos restantes elementos da ELI.
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1.3.5.- Papel das equipas locais de intervenção (ELI) - Articulação da intervenção multidisciplinar
A articulação das Equipas Locais de Intervenção – ELI, faz-se através da análise multidisciplinar
das sinalizações recebidas e da elaboração e aplicação do Plano Individual de Intervenção
Precoce (PIIP), que é simultaneamente um documento que permite organizar toda a
informação recolhida, registar todos os aspetos da intervenção bem como o processo que
conduz à sua implementação.
Este documento é elaborado em função do diagnóstico da situação, envolve a avaliação da
criança nos seus contextos (familiar e outros) e define as medidas e ações a desenvolver.
O PIIP é elaborado pelas Equipas Locais de Intervenção. Estas equipas são multidisciplinares e
representam todos os serviços que são chamados a intervir, com identificação de um técnico
responsável por cada situação.
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CAPÍTULO II
PROBLEMAS DE DESENVOLVIMENTO
- Crianças com alterações nas funções ou estruturas do corpo (ICF - CY, 2007)
• Anomalia cromossómica (p. ex. Trissomia 21, Trissomia 18, Síndrome de X-Frágil)
• Perturbação neurológica (p. ex. paralisia cerebral, neurofibromatose)
• Malformações congénitas (p. ex. síndromes polimalformativos)
• Doença metabólica (p. ex. mucopolisacaridoses, glicogenoses)
• Défice sensorial (p. ex. baixa visão/cegueira, surdez)
• Perturbações relacionadas com exposição pré-natal a agentes teratogénicos ou a
narcóticos, cocaína e outras drogas (p. ex. síndrome fetal alcoólico)
• Perturbações relacionadas com infeções severas congénitas (p. ex. HIV, grupo TORCH,
meningite)
• Doença crónica grave (p. ex. tumores do SNC, D. renal, D. hematológica)
• Desenvolvimento atípico com alterações na relação e comunicação (p. ex. perturbações
do espectro do autismo)
• Perturbações graves da vinculação e outras perturbações emocionais.
Crianças com Risco Grave de Atraso de Desenvolvimento
Crianças expostas a fatores de risco biológico: Inclui crianças que estão em risco de vir a
manifestar limitações na atividade e participação (ICF – CY, 2007) por condições biológicas que 18
• Preocupações acentuadas, expressas por um dos pais, pessoa que presta cuidados à criança ou
profissional de saúde, relativamente ao desenvolvimento da criança, ao estilo parental ou
interação mãe/pai-criança.
CAPÍTULO III
No trabalho realizado com a família, os profissionais devem ter presente o conceito ecológico,
não se centrando exclusivamente na criança e nas suas problemáticas, mas ter em conta o seu
contexto familiar e ambiental.
familiares, para que possam avaliar se a intervenção irá afetar de uma forma equilibrada ou
desequilibrada as interações do sistema familiar, sendo que ao estar consciente das interações
desses subsistemas permite auxiliar os pais a identificar áreas problemáticas no sistema
familiar, permitindo melhorar o processo de mudança, criando um equilíbrio nas interações
familiares.
As fontes de stress devem ser identificadas, no sentido serem reduzidos os seus efeitos, sendo
que a definição de objetivos de forma colaborativa entre pais e os profissionais podem
contribuir para aliviar o stress resultante destes comportamentos.
Na perspetiva das famílias a relação com os profissionais pode ser uma experiência agradável
e gratificante e não apenas mais uma experiência de stress igual a outras que a família
inevitavelmente já enfrenta, devendo, pois, ser antes uma fonte de apoio.
Por outro lado, as relações positivas que se estabelecem entre as famílias e os profissionais
construídas a partir da aceitação e do respeito pelas suas opiniões e valores, contribui para
acentuar nessas famílias um sentimento de autonomia, competência e dignidade e abre a
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possibilidade de planear serviços de apoio baseados nas prioridades da família.
A confiança não se estabelece autonomamente, antes se constrói ao longo do tempo, mas esta
confiança traz consigo uma enorme responsabilidade, a responsabilidades de respeitarmos o
direito das famílias à privacidade e de honrarmos o teor confidencial da informação que
partilham connosco.
• Vejo cada criança, primeiramente, como uma criança, e valorizo as suas competências
únicas.
• Respeito o facto de cada criança ser parte de uma família e incorporo esta compreensão
em todas as minhas interações com as crianças e suas famílias.
• Reconheço o papel fundamental do brincar no desenvolvimento e sou sensível aos
direitos da criança a brincar, às suas necessidades de estimulação, diversão, escolha e
preferência.
• Interajo com as crianças em modos que promovem o seu desenvolvimento e valorizo as
suas aquisições (desenvolvimentais).
• Identifico, valorizo e construo sobre as competências e forças de cada criança.
• Promovo ambientes seguros, saudáveis e estimulantes, que otimizam o bem-estar e
desenvolvimento das crianças.
• Trabalho no sentido de assegurar que não há discriminação contra as crianças com base
em competências, diagnósticos, rótulos, género, religião, linguagem, cultura ou
nacionalidade de origem.
• Reconheço a diversidade cultural e linguística das crianças e famílias, e adapto práticas
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de acordo com esse conhecimento (ex. consultadoria cultural, intérpretes gestuais e
outros).
• Envolvo-me em práticas respeitadoras e que garantem a segurança emocional, física e
cultural das crianças, e que de forma alguma as degradam, colocam em perigo,
exploram, intimidam ou magoam.
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• Atuo em benefício das crianças para proteger o seu bem-estar físico e emocional,
incluindo fazer notificações em sua proteção, quando necessário.
• 11 Garanto privacidade apropriada e confidencialidade (incluindo questões de saúde e
das dinâmicas do agregado familiar).
• Reconheço e encorajo o direito de todas as crianças a viver em território português a
aceder a educação e serviços de intervenção.
• Assumo os princípios da parceria, participação e proteção.
• Providencio informação para ambos os pais, a não ser que considerações legais
contrariem esse princípio.
As práticas centradas na família são práticas que colocam a ênfase no desenvolvimento de uma
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relação com os pais, relação essa que utiliza e se desenvolve partindo das competências e
capacidades demonstradas pelos pais nos cuidados e apoios aos filhos.
No gráfico seguinte verificamos que para além dos elementos básicos de cada uma das
dimensões ainda são consideradas as interseções entre as dimensões sobrepostas, levando em
consideração elementos adicionais como cruciais para as práticas centradas na família eficazes.
A mudança do alvo de intervenção da criança para a família, faz com que esta seja percecionada
como um todo que deve ser considerada simultaneamente como recetora e agente ativo do
programa, pretendendo-se que a família participe em verdadeira parceria com os profissionais
no desenrolar do programa e que lhe seja a ela dada a tomada de decisão em tudo aquilo que
tenha a ver com a criança e com a família.
A IPI centrada na família remete para uma perspetiva de intervenção abrangente no sentido de
melhorar a qualidade de vida da criança e da família.
Procura-se que a família consiga desenvolver o sentido de pertença à comunidade através de
uma maior e melhor inserção na comunidade, nomeadamente através da utilização dos
recursos disponíveis como através da constituição de uma rede social de apoio consistente sem
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perder de vista o objetivo crucial, a problemática da criança.
embora sejam aceites nem sempre são fáceis de incorporar no trabalho diário realizado com as
crianças e famílias:
Afirmações frequentemente proferidas por profissionais da IP, tais como "os pais são os
primeiros e os mais marcantes educadores na vida dos seus filhos", fez com que estes tivessem
uma maior perceção das suas capacidades e predisposição para receberem formação.
Os pais recebiam formação para poderem implementar as intervenções, mas o enfoque era a
criança. Na perspetiva da abordagem centrada na família, a unidade de intervenção não remete
só para a criança, mas para toda a família, dado que é uma abordagem que "reconhece que o
bem-estar de cada membro da família afeta todos os outros", sendo pois o grande objetivo
"melhorar o bem estar de toda a família", procurando "minimizar o stress, manter ou melhorar
os relacionamentos entre os membros de toda a família" e permitindo à família seguir o mesmo
trajeto que seguiria se a sua criança não tivesse qualquer dificuldade.
Atingir este princípio constitui uma tarefa facilitada quando a família em questão tem crenças
e valores semelhantes aos profissionais e por outro lado, tem uma grande bagagem de 28
conhecimentos, capacidades e recursos que lhe permitem dar resposta às suas prioridades.
Quando não é assim é mais difícil, mas "essas famílias não deixam de ser capazes e
competentes" e com a necessária informação, ensino de capacidades e apoio adequado
"podem demonstrar as suas capacidades e abordar as suas prioridades de modo eficaz".
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Reconhecer e assumir os pontos fortes da família constitui "o primeiro passo" para uma
"abordagem otimista", em que " os pontos fortes devem ser usados e exponenciados durante
o desenvolvimento e a implementação dos planos de intervenção".
Para que tal aconteça, os pais deverão ser ajudados a reconhecer os seus próprios pontos
fortes e as suas capacidades e encorajados a usá-los, deverão desenvolver os conhecimentos e
capacidades que já detém e deverão ainda ser ajudados a localizar e usar os recursos de que
têm necessidade.
As prioridades da família consistem naquilo que os pais "consideram importantes para os seus
filhos e para toda a família". A identificação dessas prioridades assegura que "as intervenções
foram concebidas e serão implementadas de forma a ajudar as famílias a conseguirem o que é
importante para elas, e não o que os profissionais julgam ser importante".
Se as famílias são únicas as suas prioridades também o são e consequentemente tem que ser
criado um plano individual de serviços, que incluam as prioridades da família e as necessidades
da criança.
5. Dar resposta às prioridades, em constante mudança, da família.
As prioridades da família "não são estáticas, pelo contrário, estão em constante mudança", o
que pode implicar a necessidade de mudanças quer nos serviços necessários à criança/família,
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quer estratégias de intervenção.
Procurando "não perturbar ainda mais as rotinas familiares, mas antes, ajudar as famílias a
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atingirem o equilíbrio que desejam". As crenças e valores não podem ser articulados, porque
fazem parte da nossa vida e por vezes nem temos a perceção da sua influência, e quando
ocorrem nem sempre as famílias querem partilhar esse aspeto pessoal sobretudo com pessoas
com pouca proximidade.
De facto, para além de ser quase impossível que um único serviço responda a todas as
necessidades das famílias em situação de risco e que têm filhos com deficiência, o envolvimento
de toda a comunidade, desde as redes de vizinhança até aos profissionais dos diversos serviços,
parece influenciar a eficácia da promoção do desenvolvimento da criança, a diminuição do
stress familiar e o aumento da sua confiança, o que tem, evidentemente, efeitos muito
positivos no bem-estar destas famílias.
Têm sido feitas várias tentativas para identificar quais os aspetos mais importantes para
garantir a eficácia da Intervenção Precoce.
Verificou-se que existem alguns fatores que são comuns aos programas de Intervenção
Precoce que obtém melhores resultados.
São eles:
Diversos estudos demonstram que quando mais cedo se iniciar a intervenção maior é a sua
eficácia. Quando a intervenção é iniciada logo após o nascimento ou pouco tempo após ser
feito o diagnóstico de deficiência ou de alto risco, os ganhos ao nível do desenvolvimento são
maiores e a probabilidade de se manifestarem outros problemas é menor.
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ALEIXO, Elisabete – “Práticas de Intervenção Precoce centradas nos contextos naturais e o seu
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Webgrafia:
https://www.dgs.pt/sistema-nacional-de-intervencao-precoce-na-infancia.aspx
https://www.anip.pt/