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SISTEMA ÚNICO
DA ASSISTÊNCIA
SOCIAL E O
TRABALHO COM
FAMÍLIAS
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
ISBN 978-85-459-0149-5
Editoração
CDD - 22 ed. 360 Humberto Garcia da Silva
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Revisão Textual
Yara Martins Dias
Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário Simone Morais Limonta
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Ilustração
Bruno Pardinho
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desaio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eiciência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que izermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando proissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por im, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal
ou proissional, nos transformamos e, consequente-
Diretoria de
mente, transformamos também a sociedade na qual
Planejamento de Ensino
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desaios que surgem no mundo contem-
porâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Diretoria Operacional
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
de Ensino
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação proissional, desenvolvendo
competências e habilidades, e aplicando conceitos
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e proissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser
apenas geográica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de
professores e tutores que se encontra disponível para
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
AUTORES
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) acadêmico(a), é com imensa satisfação que lhe apresentamos o material, parte
integrante da disciplina de Gestão do Sistema Único da Assistência Social - SUAS e o
trabalho com famílias, desenvolvido por docentes do Curso de Serviço Social.
O objetivo primordial desta disciplina é trazer, à luz do conhecimento acadêmico, infor-
mações sobre a origem, a Gestão e o Desenvolvimento do Sistema Único da Assistên-
cia Social, enquanto processo de construção da cidadania e garantia de direitos sociais.
Aliando, a essa discussão, os papéis desempenhados pela equipe multiproissional no
espaço de intervenção do SUAS e como é realizado o trabalho social com as famílias
atendidas pelo Sistema.
Organizamos este livro pensando em você, caro(a) estudante, para que possa acom-
panhar o processo de construção do Sistema, até o ponto de sua efetivação junto às
famílias referenciadas nos serviços. São muitas informações, programas, projetos e ser-
viços listados, sugerimos que, no decorrer das suas leituras, além dos materiais disponi-
bilizados, busque agregar conhecimentos, faça pesquisas, anote dúvidas, visto que não
daremos conta de esgotar a gama de informações sobre o assunto em estudo.
Na primeira unidade deste livro, abordaremos o tema: Gestão e Desenvolvimento do
SUAS: Eixos Estruturantes, apresentando - lhes a estrutura administrativa do Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS e suas atribuições básicas. Co-
nhecendo tal estrutura, passaremos a estudar a construção histórica do Sistema Único
da Assistência Social - SUAS, sua organização, sua composição, o próprio Sistema, bem
como a contribuição das Conferências Nacionais de Assistência Social na construção,
consolidação e aperfeiçoamento do SUAS.
A partir da segunda unidade, saberemos sobre os Instrumentos utilizados para a Gestão
do Sistema Único de Assistência Social, tratando do Plano e do Orçamento da Assistên-
cia Social, da Gestão da Informação, monitoramento e avaliação do SUAS, do Relatório
Anual de Gestão e da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação - SAGI . A Gestão
da Informação, Monitoramento e avaliação do SUAS faz uso de ferramentas especíicas
do sistema para agregar as informações, compilar os dados, gerenciar e emitir os re-
latórios, avaliar os resultados e produzir subsídios para tomada de novas decisões ou
medidas corretivas para obter melhores resultados à população beneiciária do SUAS.
Todos os instrumentos e as ferramentas utilizados no SUAS pautam as ações para garan-
tir direitos socioassistenciais e proteção social a indivíduos e a famílias. As ações que são
propostas como atividades, programas, planos e projetos são desenvolvidas e executa-
das por proissionais especíicos a cada nível de proteção social. Nesse sentido, tratemos
a discussão, na Unidade III, a base conceitual de Trabalho Social e como esse trabalho
social é desenvolvido no âmbito SUAS. Contemplando a listagem dos proissionais ne-
cessários aos níveis de proteção básica e especial, a equipe de referência exigida pela
legislação concernente, em equipamentos públicos e/ou privados. Abordaremos, em
alguns tópicos, a origem de recursos para inanciamento dessas equipes de referência.
APRESENTAÇÃO
UNIDADE I
GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DO SUAS: EIXOS ESTRUTURANTES
15 Introdução
37 Considerações Finais
UNIDADE II
GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DO SUAS: INSTRUMENTOS DE GESTÃO
49 Introdução
72 Considerações Finais
SUMÁRIO
UNIDADE III
GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DO SUAS: TRABALHADORES DO SUAS
79 Introdução
80 O Trabalho Social
85 Equipes de Referência
UNIDADE IV
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS
NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL DE MÉDIA E ALTA
COMPLEXIDADE
127 Introdução
UNIDADE V
163 Introdução
181 Conclusão
183 Referências
194 Gabarito
Professora Esp. Silviane Del Conte Curi
I
GESTÃO E
UNIDADE
DESENVOLVIMENTO
DO SUAS: EIXOS
ESTRUTURANTES
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer a construção histórica e a formatação básica da estrutura
organizacional do SUAS.
■ Compreender o espaço ocupado pelo Sistema Único de Assistência
Social na estrutura administrativa de governo.
■ Identiicar a responsabilidade das Conferências Nacionais de
Assistência Social na criação e manutenção do SUAS.
■ Avaliar o papel do SUAS.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS -
espaço na estrutura administrativa
■ Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS
- atribuições
■ Construção histórica e organização básica do Sistema Único da
Assistência Social
■ Composição do Sistema Único da Assistência Social
■ Conferências Nacionais de Assistência Social
■ O Sistema Único de Assistência Social
15
INTRODUÇÃO
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que perpassam não somente
esses componentes, mas
toda a gama de ações que
movimentam a sociedade
brasileira, desde a gênese dos movimentos sociais que reivindicaram e reivindi-
cam a garantia de direitos humanos, sociais e constitucionais até a construção
de um sistema para garantir a proteção social de indivíduos e famílias.
Para tal estudo, iniciaremos a discussão pautando-nos na construção histó-
rica e na formatação básica da estrutura organizacional do SUAS, sua composição
e sua origem, mas não sem antes conhecer o órgão que coordena o sistema, o
MDS, e sua posição na estrutura de Estado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quanto aos conselhos de gestão pública, que são em um total de 24 (vinte
e quatro), cabe-lhes propor diretrizes, tomar decisões concernentes às polí-
ticas ou cuidar da gestão dos programas. Alguns têm, em sua composição, a
participação de diversos segmentos vinculados a sua área, assim como dos inte-
grantes da administração pública de diferentes esferas de governo. Dentre esse
total de Conselhos de gestão pública, a área de trabalho do proissional de ser-
viço social utiliza mais frequentemente as matérias do Conselho de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana; do Conselho de Recursos da Previdência Social; do
Conselho Nacional da Juventude; do Conselho Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional; do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente;
e do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso.
O Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS não está vinculado à ges-
tão pública, mas ao MDS. Foi instituído pela Lei Orgânica da Assistência Social,
a LOAS (Lei 8.742, de 07 de dezembro de 1993), e trata-se de um órgão de deli-
beração colegiada, cujos membros são nomeados pela Presidência da República.
Sua composição é paritária, com 18 (dezoito) membros e respectivos suplentes,
sendo 9 (nove) representantes governamentais e 9 (nove) representantes da socie-
dade civil, escolhidos em foro próprio, sob iscalização do Ministério Público
Federal. Seu presidente é eleito entre seus membros, com mandato de 1 (um)
ano, e conta com uma Secretária Executiva, subordinada ao Poder Executivo,
por meio do MDS.
Esse conselho tem a atribuição de aprovar a Política Nacional de Assistência
Social, assim como a de normatizar as ações e regular a prestação de serviços de
natureza pública e privada no campo da assistência social. Também lhe é pertinente
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Carta Magna iniciaram sua construção, ainda em 1988, com a promulgação da
Política Nacional de Assistência Social, pelo Ministério de Previdência e
Assistência e Conselho Nacional de Assistência Social. Atualmente, tais
legislações são construídas a partir dos Conselhos, como já vimos, mas são
estruturadas e imple-mentadas pelo MDS.
No próximo tópico, conheceremos a estrutura do MDS, identificando suas
5 (cinco) secretarias vinculadas, assim como as atribuições e as competências.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
disseminação. Conversaremos, ainda mais adiante, a respeito dessa Secretaria.
A Secretaria Extraordinária para Superação da Extrema Pobreza coordena
e gere as ações do Plano Brasil Sem Miséria, articulando e mobilizando governo
federal, estados e municípios com o intuito de extinguir a extrema pobreza no país,
por meio de propostas regionalizadas pautadas na garantia de renda, inclusão pro-
dutiva e acesso a serviços públicos para as pessoas em situação de pauperização.
A Secretaria Nacional de Assistência Social - SNAS é o órgão do MDS respon-
sável pela gestão da Política Nacional de Assistência Social, com a meta prioritária
de consolidar o direito à assistência social em todo o território brasileiro e de
melhor execução de suas tarefas. As atribuições da SNAS foram estabelecidas
pelo art. 19, da LOAS, e, algumas dessas atribuições, ela desenvolve em parce-
ria com uma outra secretaria do MDS, a Secretaria de Avaliação da Gestão da
Informação – SAGI. Juntas, executam as funções de regular, coinanciar, acompa-
nhar as ações implementadas pelos entes federados, avaliar, monitorar e promover
a capacitação dos recursos humanos dos estados e municípios, além de prestar
assessoramento técnico a estados e municípios.
Entretanto se faz necessário registrar que as ações da SNAS são desenvolvi-
das associadas às outras secretarias do MDS, a de Renda e Cidadania- SENARC,
a de Segurança Alimentar e Nutricional - SESAN e à Secretaria de Articulação
Institucional e Parcerias - SAIP e que os beneiciários dos Programas Bolsa
Família e Segurança Alimentar e Nutricional, comumente, são públicos priori-
tários dos serviços de proteção da assistência social brasileira.
O organograma do MDS, com suas Secretarias, está apresentado abaixo, para
que você possa visualizar a estrutura que lhe apresentamos em texto.
O Ministério da Justiça foi o primeiro a ser criado no Brasil. Sua origem re-
monta à Secretaria de Estado de Negócios da Justiça, instituída pelo prínci-
pe regente D. Pedro, em julho de 1822.
Conheça mais no link: <http://www.justica.gov.br>. Acesso em: 6 ago. 2015.
Fonte: Netto (2013, online).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Na constituição de 1988, colocou-se, pela primeira vez na nossa histó-
ria, a consagração de um projeto de sociedade democrática, reconhe-
cendo-se a vinculação necessária entre regime democrático e direitos
sociais (NETTO, Anais da II Conferência Nacional de Assistência So-
cial, p. 22)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
proteção social, a proteção social básica e a proteção social especial (de média e
alta complexidade), conforme o nível de vulnerabilidade e risco social a que está
submetido o indivíduo e/ou a família, será preventiva ou reconstrutiva. Essas
proteções com base na lei,
[...] serão ofertadas pela rede socioassistencial, de forma integrada, di-
retamente pelos entes públicos e/ou pelas entidades e organizações de
assistência social vinculadas ao Suas, respeitadas as especiicidades de
cada ação (BRASIL, 1993).
Esse vínculo dos entes públicos e das organizações de assistência social ocorre por
meio de cadastros, que devem atender critérios documentais e, essencialmente,
às exigências quanto aos serviços que são ofertados a cada parcela da popula-
ção. Porém, para a manutenção desses cadastros, a avaliação se dá no controle,
no acompanhamento e na avaliação das propostas e execução delas. A criação
do sistema organiza o serviço no intuito de tornar o atendimento e a prestação
de serviços ágil, efetivo, eicaz e eiciente.
Não se trata de, apenas, um sistema de informação e controle informatizado,
mas de um sistema integrado de ações, planos e projetos para atendimento às
demandas sociais. As informações que são coletadas por ele são utilizadas para
monitoramento, controle da avaliação dos programas, projetos e serviços da
área da assistência social, gerando relatórios e dados suicientes para alteração
ou intensiicação de ações, quando e se necessário. Os órgãos de controle e a
população têm acesso a tais informações para conhecer onde e como os recursos
estão sendo aplicados, e se a aplicação desses recursos está conforme o planejado.
A composição do SUAS é
formada pelos entes fede-
rativos nas três esferas de
governo, seus respectivos
Conselhos de Assistência
Social e por entidades e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
organizações de assistên-
cia social enquadradas na
legislação vigente. A coor-
denação da Política Nacional
de Assistência Social é dele-
gada ao Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e ixar as respectivas Políticas de
Assistência Social cabe, respectivamente, a cada esfera de governo, executando
as ações de forma articulada.
Os artigos de 12 a 15 da LOAS estabelecem as competências de cada esfera
de governo e do Distrito Federal, o coinanciamento, a gestão descentralizada dos
serviços, programas, projetos e benefícios e, ainda, o monitoramento e a avaliação
da política de assistência social. O art. 16 deine que as instâncias deliberativas
do SUAS são de caráter permanente, devem funcionar regularmente, visando
acompanhar, controlar e avaliar a política de assistência social. Para ser parti-
cipativo, conforme art. 6º determina, ainda, que sua composição seja paritária
entre governo e sociedade civil. Essas instâncias deliberativas são compostas por:
I - o Conselho Nacional de Assistência Social;
recondução pelo mesmo período. O presidente será eleito entre seus membros,
para mandato de 1 (um) ano, tendo uma recondução permitida por igual período.
Os Conselhos, em cada esfera de governo, estão vinculados ao órgão gestor de
assistência social, cabendo a ele a responsabilidade de garantir as condições para
seu funcionamento, tais como infraestrutura, recursos humanos e inanceiros,
esses últimos, inclusive, nas despesas com passagens e diárias dos conselheiros,
se estiverem no exercício das suas atribuições. Cabendo aos
[...] Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV do art. 16, com com-
petência para acompanhar a execução da política de assistência social,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sobre a utilização dos recursos com contratação de recursos humanos
Há uma possibilidade de utilização dos recursos oriundos dos contratos,
convênios, programas, projetos e ações de assistência social no pagamen-
to de proissionais? Como? Qual seria sua origem? Com a avaliação de que
órgão?
O espaço de participação
social democrática no âmbito
da assistência social se con-
solida a partir da I Conferência
Nacional, que aconteceu de 20 a 23
de novembro de 1995, na cidade de Brasília, e teve por
objetivo avaliar a situação da Assistência Social, visando
propostas de concretização e aperfeiçoamento do Sistema
Único da Assistência Social, de forma participativa e des-
centralizada, tendo por tema a assistência social como direito
do cidadão e dever do Estado.
A Portaria nº 4.251 de 24, de novembro de 1997, convocou a II Conferência,
tendo sido realizada no período de 9 a 12 de dezembro de 1997, em Brasília. Essa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A comissão organizadora, com base na determinação do art. 4º da referida
Portaria, teve os seguintes representantes:
I. Presidente do CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social;
II. Vice- Presidente do CNAS; e
III. Representantes Governamentais:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
indivíduos e famílias aos serviços, projetos, programas e benefícios socioassistenciais
no Brasil. As suas deliberações contribuíram para a discussão sobre cofinanciamento
dos governos estaduais e federal aos municípios que possuíssem CRAS.
A VIII Conferência Nacional de Assistência Social aconteceu em dezembro
do ano de 2011, tendo como tema: Avançando na Consolidação do Sistema
Único da Assistência Social com a valorização dos trabalhadores e a quali-
ficação da gestão dos serviços, programas, projetos e benefícios, discutindo
estratégias para a estruturação da gestão do trabalho no SUAS, assim como o reor-
denamento e a qualificação dos serviços socioassistenciais, entre outros subtemas.
Quanto à IX Conferência Nacional de Assistência Social, que aconteceu em
dezembro de 2013, teve como tema A Gestão e o Financiamento na efetiva-
ção do SUAS, utilizando e criando, durante as discussões, instrumentais para a
avaliação local do SUAS e para o Registro e Sistematização das Conferencias
Municipais de Assistência Social. Os informes oriundos dessa Conferência,
orientam a questão da participação popular e da organização das Conferências
Estaduais e Municipais de assistência social.
Já para o ano de 2015, em 09 de fevereiro, a Ministra de Estado do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS, em conjunto com o Presidente,
convocou a X Conferência Nacional de Assistência Social realizado na data pre-
visto no período de 07 a 10 de dezembro do corrente ano, tendo como tema:
Consolidar o SUAS de vez rumo a 2026. Todo o material sobre as Conferências,
você pode acessar no site do MDS, na aba CNAS.
Conversamos, superficialmente, sobre as conferências nacionais para que
tivesse condições de visualizar o contexto de mobilização dos profissionais da rede
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do Sistema, sobre algumas de suas características.
A Proteção Social Básica atua no âmbito da prevenção de riscos sociais e pes-
soais, garantindo programas, projetos, serviços e benefícios a pessoas expostas à
situação de vulnerabilidade social. Já a Proteção Social Especial visa atendimento
de pessoas já em situação de risco, muitas vezes, com direitos violados. A Proteção
Social Especial, para garantir amplidão no atendimento, subdivide - se em pro-
teção social especial de média e alta complexidade, conforme o nível de risco da
situação vivenciada pela pessoa ou família.
O SUAS, para contribuir na superação das situações de risco e vulnerabili-
dade, organiza e articula a oferta de serviços, programas, projetos e benefícios
assistenciais. A criação do sistema, além de pretender organizar os serviços
socioassistenciais, também se deu na intenção de superar alguns impasses na imple-
mentação da política pública
de assistência social, na
garantia dos direitos sociais
e, entre seus problemas,
destacamos os fatos de que
não possuía regulação sui-
ciente dos serviços, de não
haver deinição das atribui-
ções e competências dos três
níveis de governo quanto à
gestão e ao inanciamento,
Fonte: Brasil (online).
e de ausência de processos
tema, para que, com condições técnicas termos uma noção gradual sobre seus
instrumentos de gestão, informação, monitoramento e avaliação, conforme vere-
mos à partir da próxima unidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
38 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Contamos com você, para acompanhar-nos na próxima unidade e para estu-
darmos sobre os instrumentos de gestão do SUAS.
3. Atenção na assistência social na perspectiva de direitos deve romper com ações par-
ciais, desqualiicadas, descontínuas e incompletas. Para tanto deve ser operada a:
■ completude de acesso às atenções de assistência social estabelecidas pela Consti-
tuição Federal e Lei Orgânica de Assistência Social, incluindo:
■ desde as atenções emergenciais e eventuais às continuadas, de modo qualiicado,
para assegurar a digna sobrevivência humana, restauração da autonomia, capacida-
de de convívio e protagonismo social;
■ atenção igualitária e equânime aos cidadãos e cidadãs das zonas urbana e rural aos
serviços, benefícios, programas e projetos dispondo de quadro técnico efetivo e
qualiicado;
■ acesso a serviços continuados, benefícios, programas e projetos sócio-assistenciais
com formação de rede de proteção social em todos os municípios, de acordo com a
demanda, operada por pessoal permanente, técnico e qualiicado e inanciamento;
■ garantia de proteção social universal e não contributiva a todos em vulnerabilidade
e risco através de benefícios, transferência de renda e prestação de serviços;
4. omo política de proteção social com ação preventiva, a assistência social resgata a
unidade familiar como núcleo básico de atenção cotidiana do indivíduo e seu desen-
volvimento afetivo, biológico, cultural, político, relacional e social, portanto zela por:
■ proteção social integral às famílias incluindo o apoio ao convívio familiar de todos
os a seus membros da infância à velhice, principalmente quando em vulnerabilda-
de, risco ou vitimização;
■ prover atenção ao indivíduo e sua família, respeitada sua autonomia e emancipação
de sua família;
■ convívio familiar e comunitário das crianças, jovens, adultos, idosos em situação de
risco, buscando prioritariamente o resgate dos laços familiares, genéticos ou adqui-
ridos na dinâmica de vida, às vivências institucionais;
■ garantia da segurança de acolhida, esgotadas as oportunidades do convívio fami-
liar, na perspectiva de restauração da autonomia, capacidade de convívio, protago-
nismo, o que exige a oferta de meios (inanceiros, materiais, humanos) para constru-
ção de alternativas à desinstitucionalização;
■ acesso a serviços e meios que resgatem e reforcem a autonomia familiar, principal-
mente quando a família vivenciar situação de risco;
■ atenção psicopedagógica e a ter acesso a novas e continuadas oportunidades de
sobrevivência digna e justa família sob vulnerabilidade ou risco social, ou sob ocor-
rência de situação de risco e vitimização de um ou mais de seus membros.
5. A assistência social deve ser operada através de uma rede de benefícios, serviços,
programas e projetos que devem manter relação de completude entre si e de interse-
torialidade com outras políticas sociais. Para tanto, deve alcançar:
■ a unidade da política de benefícios e de transferência de renda condicionada como
direito sócio assistencial incluindo, desde benefícios emergenciais, eventuais aos
continuados (ou por prazo determinado) e os de renda mínima familiar;
■ o acesso a benefícios e à transferência de renda condicionada, pautados na avalia-
ção social da necessidade, no vínculo técnico com o desenvolvimento de trabalho
social reconstrutor da autonomia socioeconômica e do protagonismo do cidadão e
de sua família;
43
6. A assistência social defende a renda digna como direito de cada cidadão e de sua
família, promovendo o desenvolvimento de capacidades para geração de novas pos-
sibilidades de trabalho, renda e sustentabilidade familiar:
■ pelo acesso à política nacional de emprego e renda que garanta a provisão de con-
dições básicas e dignas de reprodução social do cidadão e sua família, objetivando
a inclusão da população vulnerabilizada, respeitando os aspectos culturais e regio-
nais;
■ pela ixação do cidadão e sua família no meio rural com capacitação e produção de
oportunidades de emprego e renda para pequenos agricultores.
■ pelo trabalho digno a partir das potencialidades individuais e grupais respeitadas as
situações em que a sobrevivência digna exige a continuidade de benefícios;
■ pelo desligamento gradual do usuário de programas de benefícios e transferência
de renda de modo a construir condições mais permanentes de sustentabilidade;
■ pela restauração de condições de trabalho e autonomia socioeconômica, quando
vítima de calamidades e situações emergenciais que aniquilam e reduzem a capaci-
dade produtiva do cidadão e de sua família;
7. A assistência social como política que deve assegurar direitos de cidadania deve ter
seu processo de gestão requaliicado, reestruturado e proissionalizado de modo a:
■ garantir que a proissionalização da gestão da assistência social mantenha pessoal
especializado através de equipe interproissional desde os CRAS;
■ inanciar pelo orçamento público a infraestrutura de trabalho, com oferta de espa-
ços dignos de atenção aos usuários e meios de comunicação e ferramentas de tra-
balho eicientes;
■ assegurar o co-inanciado dos benefícios eventuais pelos orçamentos estaduais;
■ assegurar à gestão municipal o co-inanciamento, pelos orçamentos dos Estados e
da União, de forma a garantir a infraestrutura e os recursos humanos para operação
da rede sócio assistencial;
■ que todos os municípios operem de forma proissional os benefícios, as transferên-
cias de renda, os serviços e os projetos de assistência social;
■ que a gestão de assistência social esteja preparada para realizar e manter a vigilân-
cia social territorializada de riscos e vulnerabilidades sociais.
Para obter informações a respeito da utilização dos recursos do SUAS, você pode acessar o link
disponível em: <http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/inanciamento>. Acessado em: 07 afo.
2015.
Material Complementar
Professora Esp. Silviane Del Conte Curi
II
GESTÃO E
UNIDADE
DESENVOLVIMENTO DO
SUAS: INSTRUMENTOS DE
GESTÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer os instrumentos de gestão do SUAS, as origens e as bases
legais
■ Aprender sobre o papel do Plano de Assistência Social enquanto
ferramenta.
■ Perceber o aspecto relevante que o inanciamento ocupa na
concretização de uma política pública.
■ Reletir sobre a contribuição das ferramentas de informação,
monitoramento e avaliação do SUAS à Política Pública de Assistência
Social.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Instrumentos de Gestão do SUAS
■ Ferramentas de Informação, Monitoramento e Avaliação do SUAS
■ O Relatório Anual de Gestão
■ SAGI – Secretaria de avaliação e gestão da informação
49
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo a mais uma etapa na construção do seu conhe-
cimento. Estudamos, na unidade I, as origens do SUAS, as suas atribuições e
estrutura. Buscaremos, na unidade II, conhecer os instrumentos de Gestão e fer-
ramentas utilizadas pelo Sistema de Assistência Social para garantia de direitos e
proteção social, bem como os sistemas utilizados para reter, administrar e dispo-
nibilizar as informações e os dados coletados dos serviços e benefícios disponíveis
na assistência social, parte integrante da Política Nacional de Assistência Social.
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Introdução
50 UNIDADE II
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INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO SUAS
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I. consolidar a gestão compartilhada, o coinanciamento e a coopera-
ção técnica entre os entes federativos que, de modo articulado, ope-
ram a proteção social não contributiva;
II. integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e
benefícios de assistência social, na forma do art. 6o-C;
III. estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organiza-
ção, regulação, manutenção e expansão das ações de assistência so-
cial;
Tais objetivos são alcançáveis, desde que sejam utilizados instrumentos de ges-
tão, enquanto ferramentas de planejamento, de ordem técnica e inanceira da
PNAS e do SUAS, nos três níveis de governo. Embora haja previsão constitu-
cional para a integração do planejamento e do orçamento público, na esfera da
PNAS, a NOB/SUAS - 2005 inclui outros instrumentos de gestão ao SUAS, iden-
tiicando-os como o Plano de Assistência Social, o Orçamento da Assistência
Social, a Gestão da Informação, Monitoramento e Avaliação, e o Relatório Anual
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carecem de proissionalizar-se, para manter-se ativas, e inclusive em empresas
de cunho comercial, pois todo espaço que haja um ser humano, é espaço de
intervenção do serviço social, para melhoria das condições de acesso a direi-
tos, e para melhoria das condições de trabalho e de vida.
Fonte: o autor.
cada dois anos, os Estados estarão obrigados a realizar os ajustes nos seus planos,
com base nas alterações decorrentes da mudança de gestão municipal. Determina,
inclusive, que os Relatórios de Gestão serão sempre anuais.
A estrutura do Plano é composta por informações que justiiquem as inter-
venções propostas, conta com: a caracterização da rede de assistência; os objetivos
gerais e especíicos; as diretrizes e prioridades deliberadas; as ações estratégicas
correspondentes para sua implementação; as metas estabelecidas; os recursos
materiais, humanos e inanceiros disponíveis e necessários; os mecanismos e
fontes de inanciamento; a cobertura da rede prestadora de serviços; o monito-
ramento e avaliação; o espaço temporal de execução.
O Plano é um instrumento que faz parte de um processo, que só assumirá relevân-
cia política e seu papel democrático-participativo se tiver
condições reais de fomentar o debate sobre as ações
da área da assistência social. Precisa produzir dados
consistentes sobre as demandas sociais, com base
em questionamentos sobre o alcance
dessas ações. As ações propostas
e sua previsão orçamentária estão
garantidas nos artigos 203 e 204,
porém a exigência de instituição dos
planos nas esferas de governo está
descrita entre as condições de repasse
de recursos, do art.30 da LOAS/93.
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mentos orçamentários, uma vez que se faz necessário conhecer os tramites para
solicitar e acessar recursos inanceiros a cada ação proposta na área. O docu-
mento conhecido como orçamento se desmembra em PPA (Plano Plurianual),
LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e LOA (Lei Orçamentária Anual) e é
imprescindível para a concretização dos objetivos da PNAS.
A forma de inanciamento é um dos aspectos mais relevantes para a concreti-
zação de uma política pública, pois ela delineia como serão providos, distribuídos e
aplicados os recursos necessários para a sua execução, respeitando as diversidades
das regiões abrangidas. Nesse sentido, as políticas públicas de seguridade devem ser
inanciadas com a participação de toda a sociedade, com a utilização de recursos
oriundos dos orçamentos das três esferas de governo e das diversas contribuições
sociais. No que concerne à assistência social, o art. 24. da CF/88 atribui que é com-
petência da União, dos Estados e do Distrito Federal legislar concorrentemente,
inclusive, sobre o orçamento. E todo o processo de construção orçamentária, exe-
cução e prestação de contas deve ser transparente e acessível à sociedade.
Os recursos são alocados em seus respectivos orçamentos e repassados via
fundo. Os recursos federais para o coinanciamento da assistência social são alocados
no Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), no caso dos estados, municí-
pios e Distrito Federal, estes alocam em seus respectivos fundos, como unidades
orçamentárias. Quando da execução de serviços socioassistenciais de caráter conti-
nuado da PNAS, os recursos têm sua transferência automática e regular aos fundos
regionais e locais. Já para o apoio a projetos e programas de duração determinada,
os recursos têm sido repassados por meio de convênios e contratos de repasse.
Os contratos de repasse tem como agente inanceiro a Caixa Econômica Federal.
Fonte: a autora.
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política de assistência social
desde seu planejamento até
a avaliação de suas ações. A
gestão da informação pro-
duz condições estruturais
conforme a determinação
da NOB/SUAS/2005, efetivando-se nos termos da Rede SUAS.
A gestão de informação tem como objetivo produzir condições estruturais
para as operações de gestão, monitoramento e avaliação do SUAS, conforme a
determinação da NOB/SUAS – 2005. E, para que se cumpra, a avaliação tornou-
-se um desaio embasada no dever ético, na questão estratégica para proposição
e manutenção de políticas públicas, programas, projetos, serviços e benefícios,
sendo, dessa forma, essencial para a captação, a ordenação e a aplicação de recursos.
O monitoramento e o acompanhamento da proposição e execução de pro-
gramas, projetos, atividades e benefícios, estrategicamente, garante melhores
padrões de avaliação de execução, de desempenho e de resultados. Possibilita
alterações de curso de uma proposta durante sua execução para que se obtenham
os resultados esperados, superiores aos previstos, ou mesmo que garantam o
alcance dos resultados mínimos previstos, diante de intercorrências. Esse instru-
mento é imprescindível, pois tem a capacidade de detectar problemas ou desvios
no desempenho de uma ação, projeto ou programa, permitindo ações correti-
vas durante sua execução.
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processo de participação popular, cabe ao cidadão, iscalizar como o governo
aplica e deine suas diretrizes orçamentárias.
No que diz respeito aos contratos irmados entre entes públicos, ou mesmo
de entes públicos com entes privados, o Art. 70 da CF/88 atribui que a iscaliza-
ção contábil, inanceira, orçamentária, operacional e patrimonial, no que se refere
à legalidade, à legitimidade e à economicidade, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo e sistema interno de cada Poder. O seu
parágrafo único deine que:
Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens
e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária (CF/88).
REDE SUAS
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Fonte: Brasil – Ministério do Desenvolvimento Social (online).
Dos sistemas componentes da REDE SUAS, cada qual tem uma funciona-
lidade e são disponibilizados para preenchimento de informações aos órgãos
públicos e Conselhos que tenham autorização prévia, com login e senha válidos.
O CadSUAS é o Sistema de Cadastro do SUAS, em funcionamento desde o ano
de 2008, e é abastecido com informações cadastrais da Rede Socioassistencial,
dos Órgãos Governamentais e Trabalhadores do SUAS, por meio de módulos
de preenchimento.
Para a Rede Socioassistencial, temos o Cadastro do CRAS, do CREAS e de
outras Unidades Públicas de atendimento social. No que diz respeito aos Órgãos
Governamentais, são efetuados o cadastro do Conselho Estadual/Municipal de
Assistência Social, o Cadastro do Fundo Estadual/Municipal de Assistência Social,
o Cadastro dos Governos Estaduais, o Cadastro de Prefeituras, o Cadastro do
Órgão Gestor, ou seja, da Secretaria Municipal/Estadual de Assistência Social, e
cadastra, também, outros entes, como Autarquias, Câmaras e Assembleias. Para
esses cadastros, é necessário login e senha e só pode ser preenchido por pes-
soas autorizadas.
Para Cadastrar os trabalhadores do SUAS, existe o cadastro de pessoa física
realizado pelo órgão gestor que, para acesso, preenche login e senha, informa
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a Rede SUAS é denominado SAA - Sistema de Autorização e Autenticação.
Na Rede SUAS, existem, ainda, outros sistemas vinculados. Os sistemas para
preenchimento e informações dos Termos de Aceite referentes aos programas
Brasil sem miséria; CapacitaSuas; Sispeti; Termo de Aceite 2013, e, inclusive, o
Plano de Ação e CNEAS dependem de cadastro prévio do gestor para emissão
de login e senha. Somente dessa forma, os campos para abastecimento das infor-
mações que comporão o relatório estarão disponíveis. Eles são instrumentos de
planejamento e acompanhamento.
O sistema comporta, também, a solicitação da Carteira do idoso, que é reali-
zada pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), desde que o idoso
já tenha seus dados inseridos no Cadastro Único e um número de NIS (Número
de Identiicação Social) válido.
No que se refere ao monitoramento e avaliação, o sistema possui alguns ins-
trumentos sistematizados que possibilitam a visualização de informações sobre
repasses de recursos na área da assistência social. Essas informações estão dis-
poníveis no ícone de sistema: Parcelas Pagas Público.
O acompanhamento e a gestão do Serviço de Convivência e Fortalecimento
de Vínculos - SCFV, é efetuado por meio do SISC - Sistema de Informações do
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. O preenchimento de infor-
mações referentes a esse serviço é de responsabilidade do gestor municipal de
assistência social, que acessa o sistema por meio da inserção do seu CPF. Todos
esses sistemas têm suas descrições e acessos no próprio site do MDS.
A percepção clara dos resultados obtidos pelos serviços de assistência social
é dada pelo monitoramento constante, que inluencia no direcionamento da
GESTÃO DESCENTRALIZADA
No que se refere à Gestão Descentralizada, ela ocorre por meio dos quatro tipos
de gestão do SUAS: da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios.
Sendo a União responsável pela formulação, apoio, articulação e coordenação
das ações, “com base nas propostas das Conferências Nacionais e as delibera-
ções e competências do Conselho Nacional de Assistência Social” (NOB/SUAS
2005). No caso da esfera Estadual, esta gere a assistência social no seu âmbito de
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O artigo 8º da NOB/SUAS/2012 (Norma Operacional Básica do Sistema
Único de Assistência Social, editada em 2012) deine parâmetro de fundamen-
tação do SUAS como sendo a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, e delimita “respectivas competências e responsabilida-
des comuns e especíicas, que são descritas nos parágrafos e artigos seguintes,
do referido documento” (MDS, 2015).
VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL
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que são: o Sistema de Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Família
(SICON) e o Sistema do Programa BPC na Escola.
GESTÃO DO TRABALHO
Nesse relatório, deve constar a aplicação dos recursos, da esfera de governo, por exer-
cício iscal (ano civil) e devem, obrigatoriamente, ser aprovados pelos respectivos
Conselhos de Assistência Social. Traz, de forma sintética, as informações sobre os
resultados obtidos das ações propostas em cada período. Essas informações demonstra-
tivas da execução anual das ações e resultados são divulgadas para garantir o processo
de participação, transparência e como indicador avaliativo da probidade dos gesto-
res do SUAS às instâncias formais do SUAS, aos órgãos de controle e à sociedade.
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Trata-se de um instrumento de gestão que é alimentado pelo órgão gestor
e aprovado pelo respectivo Conselho de Assistência Social, que deverá realizar
o acompanhamento e a avaliação da aplicação desses recursos, legitimando o
documento junto ao MDS para garantir a continuidade de repasses e convênios
entre as respectivas esferas de governo.
As ferramentas de informação, monitoramento e avaliação, que tratamos nos
tópicos anteriores, aliadas aos Instrumentos de Gestão do SUAS, são de extrema
relevância para a correta leitura do relatório e consequente garantia e melhoria
da qualidade dos serviços. Traduzem, para os proissionais e para a sociedade,
todo o arcabouço de planos, programas, projetos, serviços e benefícios dispo-
nibilizados à população. Por tal razão, devem ser amplamente divulgados para
efetivar a garantia de acesso à transparência e informação.
Quem organiza tais informações é a SAGI - Secretaria de Avaliação e Gestão
da Informação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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res sobre o outro instrumento de Gestão que é o Orçamento. Documento legal,
imprescindível à concretização de uma política pública. Para tanto, faz se neces-
sário saber as origens do inanciamento das ações do SUAS.
Discutir sobre informação, sobre o monitoramento das ações e das infor-
mações de forma constante e sobre a avaliação dos planos, programas, projetos
e atividades no âmbito do SUAS nos trouxe luz a sua real importância na vida
das pessoas que utilizam os serviços da rede socioassistencial. Pois somente ali-
mentando o sistema com informações, relatórios e monitorando o trabalho se
pode avaliar resultados, mensurar a efetividade da Política de Assistência Social,
inclusive para propor novos rumos, novas atividades.
Podemos comparar antes e depois, veriicar resultados e impactos e divulgar
as práticas para que possam ser adequadas e remodeladas, conforme demanda e
peril territorial. Para tanto, faz se necessário que a prática proissional assuma
hábitos, disponha de tempo e recursos humanos suicientes para a sistemati-
zação de dados sobre os atendimentos, encaminhamentos e demandas da rede
socioassistencial para que então se produzam números reais das necessidades e
direitos violados a serem dizimados.
Para que possamos fazer uso dessas ferramentas, além de saber da sua exis-
tência, carecemos de conhecimento e capacitação. Falaremos um pouco sobre os
trabalhadores sociais e o papel destes no âmbito do SUAS na próxima unidade.
Agradeço a companhia!
Caro(a) aluno(a), é relevante para a sua formação proissional que conheça algumas das Portarias
do MDS, que delimitam as responsabilidades sobre o apoio inanceiro para as ações no âmbito
do SUAS. Os recursos são aplicados de que forma? Entre elas, no que refere ao apoio inanceiro à
gestão descentralizada dos serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social, temos
a Portaria nº 7, de 30 de janeiro de 2012, e a Portaria nº 337, de 15 de dezembro de 2011, para
apoio inanceiro da União a Estados, Distrito Federal e Municípios, destinado ao aprimoramento
dos serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social.
Portaria nº 7/2012, disponível em:
<http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/orientacoes-igdsuas-para-site/legislacao/Portaria%20
No%207%20de%2030%20de%20janeiro%20de%202012%20%20-%20IGD%20SUAS.pdf>. Acesso
em: 20 jul. 2015.
O MDS publicou um de seus cadernos de orientação, sob o título Planos de Assistência Social:
diretrizes para elaboração, no ano de 2008, foi o último instrumento publicado por esse órgão no
sentido de orientar a construção dos Planos de Assistência Social. Esse caderno está disponível
para leitura e download no link:
<http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-assistencia-social-snas/
cadernos/caderno-suas-volume-3-planos-de-assistencia-social-diretrizes-para-elaboracao/
Caderno%20SUAS%20Volume%203%20-%20Planos%20de%20Assistencia%20Social%20
Diretrizes%20para%20Elaboracao.pdf/download>. Acesso em: 20 jul. 2015.
Professora Esp. Silviane Del Conte Curi
III
GESTÃO E
UNIDADE
DESENVOLVIMENTO DO
SUAS: TRABALHADORES DO
SUAS
Objetivos de Aprendizagem
■ Entender trabalho social e como ele é desenvolvido no âmbito do
SUAS.
■ Conhecer a composição mínima da equipe de referência dos serviços
SUAS, as origens de recursos para seu inanciamento e a Política de
Capacitação dos trabalhadores do sistema.
■ Apresentar as atribuições dos proissionais do SUAS nos Serviços
CRAS e CREAS.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ O Trabalho Social
■ Trabalho Social no SUAS
■ Equipes de Referência
■ Equipes de Referência em equipamentos públicos e privados no
âmbito do SUAS
■ Política Nacional de Capacitação
■ Financiamento das Equipes de Referência
■ Atribuições dos proissionais do SUAS nos Serviços de Proteção Social
Básica
■ Atribuições dos proissionais do SUAS nos Serviços de Proteção Social
Especial de Média e Alta Complexidade
■ Conhecimento básico legal essencial ao proissional do SUAS
79
INTRODUÇÃO
Introdução
80 UNIDADE III
O TRABALHO SOCIAL
Historicamente, o trabalho
social teve suas bases pau-
tadas no voluntariado e na
ilantropia, por outro lado,
mantinha o mínimo e emer-
gencial de forma precária e,
muitas vezes, como instru-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mento de disciplina e ordem
social, minimizando os con-
litos sociais. Era executado
ilantropicamente de forma
descontinuada, pontual,
emergencial e sem regulamentação, por damas de caridade representantes da
sociedade mais abastada e pela Igreja Católica.
Tais ações garantiam uma visão parcial e fragmentada da realidade viven-
ciada pela família e pelo indivíduo e não avaliavam o contexto de cada demanda,
resolviam problemas imediatos, sem promover qualquer tipo de melhoria ou
transformação na vida dos envolvidos.
Para fazer frente às demandas oriundas das expressões da questão social,
o trabalho social recebe a intervenção técnica e proissional e, no campo da
assistência social, ao longo dos tempos, foi se reconstruindo e se constituindo
enquanto proissão, “[..] o Serviço Social desborda o acervo das suas protofor-
mas ao se desenvolver como um produto típico da divisão social (e técnica) do
trabalho da ordem monopólica” (NETTO, 2001, p. 79).
A realização do trabalho social executada por um dos proissionais da equipe
de referência, de um serviço especíico, deve estar pautada em conhecimento,
formação teórica, técnica, política e metodológica capaz de lhe fornecer meios
para compreender os processos e a realidade social em sua totalidade e com-
plexidade. Deve, ainda, tal trabalho estar vinculado a condições institucionais
adequadas à concretização da ação proposta. O proissional de serviço social,
em seu código de ética, assume o compromisso da defesa intransigente dos
direitos sociais. Para tal, em sua intervenção, deve proporcionar meios para o
fortalecimento da prática democrática e participativa, garantindo a construção
do protagonismo dos usuários dos seus serviços, vislumbra mudanças na vida
do sujeito e na sociedade.
Percebemos, neste tópico, que, historicamente, a concretização do trabalho
social, na esfera do serviço e da assistência social, está atrelada à formação pro-
issional, à capacitação permanente, à busca do conhecimento constante e da
valorização inclusive dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social.
Conhecemos que o trabalho social teve suas origens caritativas, mas consolidou-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Voltando nossos olhos para a Gestão do Trabalho no SUAS, com base na NOB/
SUAS (2012), em seu artigo 109 e parágrafos, temos as ações que são relacionadas
à valorização do trabalhador e às ações de estruturação do processo de trabalho.
No que diz respeito à valorização do trabalhador, atua na “perspectiva da des-
precarização da relação e das condições de trabalho”, sendo elas, entre outras:
I. a realização de concurso público;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SUAS, a Norma designa que cabe a cada ente federativo constituir um setor ou
equipe para se responsabilizar pela gestão do trabalho, cujas despesas devem
estar previstas no orçamento e inanciamento da política de assistência social.
Entretanto as diretrizes para a gestão do trabalho tiveram suas diretrizes dei-
nidas anteriormente, em 2006, na aprovação da Norma Operacional Básica de
Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social - NOB -RH/SUAS,
que foi publicada em 2007, determinando entre as suas dimensões:
• conhecer os proissionais que atuam na assistência Social, caracterizan-
do suas expectativas de formação e capacitação para a construção do
SUAS; vislumbrar o desaio proposto, para estes proissionais, a partir
dos compromissos dos entes federativos com os princípios e diretrizes
da universalidade, equidade, descentralização político-administração,
intersetorialidade, e participação da população;
Essa normativa determinou que, diante do caráter público dos serviços socio-
assistenciais, é imprescindível que, para responsabilizar-se pela execução da
gestão do trabalho no SUAS, haja servidores públicos e que os cargos devem
g. Incentivo aos usuários para que estes exerçam seu direito de participar
de fóruns, conselhos, movimentos sociais e cooperativas populares de
produção;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
empoderar pessoas. A atuação dos proissionais do SUAS enquanto mediadores
sociais está diretamente atrelada à prestação dos serviços ofertados no âmbito
do SUAS aos usuários das assistência social. Cabendo ao MDS desenvolver
ações que garantam a formação técnica, a elaboração de publicações técnicas, o
envio de boletins informativos, como ferramenta de capacitação técnica e pro-
issional, transparência das ações, de orientação proissional aos integrantes das
equipes do SUAS e de controle social. Para que se materialize a rede de prote-
ção e promoção social no território nacional a Gestão do trabalho no SUAS visa
à valorização do trabalhador (MDS, 2015).
Estudamos sobre as Normativas de 2006 e 2012 que orientam sobre a compo-
sição das equipes de atendimento no trabalho social no SUAS. Trazem a discussão
sobre o reconhecimento do trabalhador no âmbito do SUAS e requerem que haja
nos equipamentos de atendimento o número adequado de trabalhadores capaci-
tados e aptos para o desenvolvimento das ações previstas para a proteção social.
Esses trabalhadores em equipamentos públicos compõem as equipes de referência.
EQUIPES DE REFERÊNCIA
Equipes de Referência
86 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
víduos – PAEFI
MÉDIO, GRANDE,
PEQUENO PORTE I PEQUENO PORTE II
METRÓPOLE E DF
Até 2500 famílias referen- Até 3500 famílias referen- A cada 5000 famílias refe-
ciadas. ciadas. renciadas.
2 técnicos de nível supe- 3 técnicos de nível superior, 4 técnicos de nível superior,
rior, sendo um proissional sendo dois proissionais as- sendo dois proissionais
assistente social e outro, sistentes sociais e, preferen- assistentes sociais, um
preferencialmente, psicó- cialmente, um psicólogo. psicólogo e um proissional
logo. que compõe o SUAS.
2 técnicos de nível médio. 3 técnicos de nível médio. 4 técnicos de nível médio.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
A Norma decide, ainda, que tais equipes dos equipamentos públicos de CRAS
devem, obrigatoriamente, sempre ter em seu quadro um coordenador de “nível
superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de pro-
gramas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais” (NOB-RH/SUAS, 2006).
Ainda refletindo sobre os equipamentos públicos, no que se refere à Proteção
Social Especial de Média e Alta Complexidade, delibera que o Centro de
Referência Especializado da Assistência Social - CREAS, enquanto polo de refe-
rência, coordenador e articulador da proteção social especial de média e alta
complexidade, deve ter na composição de sua equipe técnica de referência os
seguintes profissionais (por tipo de habilitação do município):
PROFISSIONAL/
ESCOLARIDADE QUANTIDADE
FUNÇÃO
Coordenador Nível superior 1 proissional referenciado para até 20 usuários aco-
ou médio lhidos em, no máximo, 2 equipamentos.
PROFISSIONAL/
ESCOLARIDADE QUANTIDADE
FUNÇÃO
Cuidador Nível médio 1 proissional para até 10 usuários por turno. A
e qualiicação quantidade de cuidador por usuário deverá ser au-
especíica mentada quando houver usuários que demandem
atenção especíica (com deiciência, com necessi-
dades especíicas de saúde, pessoas soropositivas,
idade inferior a um ano, pessoa idosa com grau de
dependência II ou III, dentre outros). Para tanto,
deverá ser adotada a seguinte relação: a) 1 cuidador
para cada 8 usuários, quando houver 1 usuário com
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
demandas especíicas; b) 1 cuidador para cada 6
usuários, quando houver 2 ou mais usuários com
demandas especíicas.
Auxiliar de Nível fun- 1 proissional para até 10 usuários por turno. A
Cuidador damental e quantidade de cuidador por usuário deverá ser au-
qualiicação mentada quando houver usuários que demandem
especíica atenção especíica (com deiciência, com necessi-
dades especíicas de saúde, pessoas soropositivas,
idade inferior a um ano, pessoa idosa com grau de
dependência II ou III, dentre outros). Para tanto,
deverá ser adotada a seguinte relação: a) 1 auxiliar
de cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1
usuário com demandas especíicas; b) 1 auxiliar de
cuidador para cada 6 usuários, quando houver 2 ou
mais usuários com demandas especíicas.
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
PROFISSIONAL/
ESCOLARIDADE QUANTIDADE
FUNÇÃO
Assistente Nível superior 1 proissional para atendimento a, no máximo, 20 usuá-
Social rios acolhidos em até dois equipamentos da alta comple-
xidade para pequenos grupos.
Psicólogo Nível superior 1 proissional para atendimento a, no máximo, 20 usuá-
rios acolhidos em até dois equipamentos da alta comple-
xidade para pequenos grupos.
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
PROFISSIONAL/
ESCOLARIDADE QUANTIDADE
FUNÇÃO
Coordenador Nível superior 1 proissional referenciado para até 45 usuários
acolhidos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PROFISSIONAL/
ESCOLARIDADE QUANTIDADE
FUNÇÃO
Coordenador Nível superior 1 proissional referenciado para até 20 usuários.
Assistente Social Nível superior 1 proissional para atendimento a, no máximo, 20
usuários atendidos em até dois equipamentos.
Psicólogo Nível superior 1 proissional para atendimento a, no máximo, 20
usuários atendidos em até dois equipamentos.
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
PROFISSIONAL/FUNÇÃO ESCOLARIDADE
1 Coordenador Nível superior ou médio
Cuidadores Nível médio
1 Assistente Social Nível superior
1 Psicólogo Nível superior
1 Proissional para desenvolvimento de atividades Nível superior
socioculturais
Proissional de limpeza Nível fundamental
Proissional de alimentação Nível fundamental
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Proissional de lavanderia Nível fundamental
Fonte: NOB-RH/SUAS (2006).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para tal, delimita princípios, diretrizes, instrumentos e estratégias para sua exe-
cução. Nesse sentido, são objetivos especíicos da PNEP/SUAS:
I. Desenvolver junto aos trabalhadores e conselheiros condições para
que possam distinguir e fortalecer a centralidade dos direitos socioas-
sistenciais do cidadão no processo de gestão e no desenvolvimento das
atenções em benefícios e serviços;
Nesse sentido,
[...] a Educação Permanente no SUAS deve buscar não apenas desen-
volver habilidades especíicas, mas problematizar os pressupostos e os
contextos dos processos de trabalho e das práticas proissionais real-
mente existentes. Via pela qual se buscará desenvolver a capacidade
crítica, a autonomia e a responsabilização das equipes de trabalho para
a construção de soluções compartilhadas, visando às mudanças neces-
sárias no contexto real das mencionadas práticas proissionais e proces-
sos de trabalho (PNEP/MDS, 2013, p. 30).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tais, mas também aos não governamentais que compõem a rede socioassistencial,
uma vez que a garantia e a defesa intransigente dos direitos socioassistenciais
não se restringem a um ou a outro (PNEP/MDS, 2013, p.31).
Buscamos conhecer sobre a PNEP e percebemos que cada trabalhador da rede
SUAS deve ter claro os objetivos dos serviços e benefícios, bem como conhecer
a legislação básica de proteção ao direito do cidadão, no que se refere às garan-
tias socioassistenciais e à PNEP. Nesse sentido, capacita os proissionais para que
tenham acesso à informação e conhecimentos que pautem sua avaliação, aná-
lise e direcionamento das demandas para superação do problema apresentado
pela população beneiciária do SUAS.
Conheceremos, a seguir, a composição dos equipamentos da rede socioassis-
tencial, para podermos tratar da origem dos recursos que possibilitam tais ações.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nacional de Assistência Social para os Fundos de Assistência Social Municipais,
estaduais ou do Distrito Federal, com base na Portaria 440/2005, art. 6º, e na
Portaria nº 460/2007, art. 3º.
Apresentamos de forma supericial algumas das fontes para o inanciamento
de recursos humanos no SUAS, para as atividades de proteção básica, no PAIF,
e a maneira como esse recurso é repassado, garantindo o desenvolvimento e
continuidade das ações, ou sua extinção quando da apuração de alguma irre-
gularidade na execução do serviço. É de suma importância que o proissional
conheça quais suas responsabilidades na execução e a fonte de recursos para
cada serviço, para que não incorra em irregularidades por desconhecimento.
Faz parte de suas atribuições, na prestação do serviço à rede socioassistencial,
ter consciência desses limites.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
municipal, do Distrito Federal, regional, da área metropolitana e ou da
micro-região do estado;
8. Apoio nas avaliações de revisão dos cadastros do Programa Bolsa Fa-
mília, BPC e demais benefícios.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
caminhando casos para o serviço socioeducativo para famílias ou para
acompanhamento individualizado;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DO SUAS NOS
SERVIÇOS DE PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE MÉDIA
E ALTA COMPLEXIDADE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Participação de reuniões para avaliação das ações e resultados atingidos
e para planejamento das ações a serem desenvolvidas; para a deinição
de luxos; instituição de rotina de atendimento e acompanhamento dos
usuários; organização dos encaminhamentos, luxos de informações e
procedimentos (BRASIL, 2015, online).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Coordenar os encaminhamentos à rede e seu acompanhamento.
Com base nas orientações do MDS (BRASIL, 2015) para a atuação no âmbito
do CREAS, acrescente às já citadas legislações, as seguintes:
Plano nacional de enfrentamento à violência sexual infanto-juvenil
(2000);
Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Pro-
teção ao Trabalhador Adolescente (2004);
Classiicação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e saúde -
CIF. Organização Mundial de Saúde (2004);
Plano Nacional de Promoção e Defesa do Direito da Criança e Adoles-
centes à Convivência Familiar e Comunitária (2006);
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Lei Maria da Penha - Lei nº 11340 de 2006;
Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráico de Pessoas (2006);
Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher (2007);
Legislações referentes ao Benefício de Prestação Continuada (BPC):
Decreto nº 6214, de 26 de setembro de 2007;
Decreto nº 6564, de 12 de setembro de 2008 e Portaria MDS n° 44, de
25 de fevereiro de 2009;
Convenção sobre os Direitos das pessoas com Deiciência e seu Proto-
colo Facultativo (2008);
Orientações técnicas: Serviços de Acolhimento para crianças e adoles-
centes. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome, Con-
selho Nacional de Assistência Social, e Conselho Nacional dos Direitos
da Criança e do Adolescente (2009);
SINASE - Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (2009);
Protocolo de gestão integrada de serviços, benefícios e transferência de
renda no âmbito do SUAS (2009);
Tipiicação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Resolução CNAS
nº 109, de 11 de novembro de 2009;
Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de
LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) (2009);
Orientações técnicas Centro de Referência de Assistência Social
(CRAS) (2009);
Estatuto de Promoção da Igualdade Racial (2010);
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, abordamos as bases do trabalho social e como este, tomou corpo
no Sistema Único de Assistência Social - SUAS.
Pudemos reletir sobre como o exercício proissional assume compromissos
éticos e de capacitação constante, devido ao fato de atender demandas sociais,
que sempre vêm carregadas de necessidades humanas urgentes, e ao fato de ter-
mos que estar aptos à responsabilidade que é intervir na vida dessas pessoas.
Tratamos das legislações que pautam o trabalho no âmbito do SUAS e dos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
princípios e das diretrizes dessa ação, com base na Norma Operacional Básica
de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social, visto que é essa
Norma que orienta a composição da equipe de cada serviço/equipamento e deine
as atribuições dos trabalhadores.
Compreendemos as deinições do trabalho social no SUAS e qual o peril
do proissional que irá compor a equipe de referência da rede socioassistencial.
Apresentamos, com relação à equipe de referência, qual a equipe mínima que
um serviço deve dispor para atendimento da população.
Trouxemos uma breve discussão sobre as possibilidades de aplicação dos recur-
sos no que se refere a recursos humanos, visto que possui algumas limitações legais.
Conhecemos um pouco sobre a Política de capacitação desses trabalhado-
res, para que possam desempenhar com esmero suas atribuições nos serviços
socioassistenciais de Proteção Social Básica, no CRAS e nos serviços de Proteção
Social Especial de Média e Alta Complexidade, no CREAS. E deixamos algu-
mas legislações e normativas listadas, que devem pautar o conhecimento básico
do proissional, para que tenha condições reais de encaminhar o beneiciário da
Política de Assistência Social da melhor forma. Espero que iniciem a busca pela
capacitação constante, pois conhecimento não se esgota, ele deve ampliar sem-
pre, assim como os horizontes.
1. Com base nos estudos realizados nesta unidade, quais são as características
apontadas para o trabalho social na sua origem?
2. Sobre a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de
Assistência Social/2006, cite 3 (três) dos princípios éticos que pautam a interven-
ção proissional?
3. A Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único da Assis-
tência Social caracteriza o conceito de Equipes de referência no âmbito do SUAS.
Deina-as.
4. Considerando as normativas de recursos humanos do SUAS, qual a equipe mí-
nima de referência que deve estar disponível em um serviço de proteção básica
do CRAS no âmbito municipal?
5. A atuação proissional no SUAS não deve estar pautada somente nos
conhecimentos individuais de cada proissional que compõe a equipe
de trabalho, mas precisa atender de maneira uniforme, com capacitação
permanente e ter seus trabalhadores valorizados. Essa proposta de capacitação
ganhou força na VIII Conferência Nacional de Assistência Social, ocasião em que
foram deinidas as estratégias da Política Nacional de Educação permanente do
SUAS. A quem é destinada a PNEP/SUAS?
COM BASE NO MATERIAL DISPONIBILIZADO PELO MDS, SEGUEM ALGUNS CON-
CEITOS QUE ENVOLVEM O SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO INTEGRAL À
FAMÍLIA – PAIF
O que é o serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF)?
Consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a inalidade de for-
talecer a função protetiva da família, prevenir a ruptura de seus vínculos, promover seu
acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. Prevê
o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de
vínculos familiares e comunitários, por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e
proativo. O serviço PAIF integra o nível de proteção social básica do SUAS. (Tipiicação
Nacional de Serviços Socioassistenciais).
Como surgiu o PAIF?
O PAIF foi concebido a partir do reconhecimento que as vulnerabilidades e riscos sociais,
que atingem as famílias, extrapolam a dimensão econômica, exigindo intervenções que
trabalhem aspectos objetivos e subjetivos relacionados à função protetiva da família e
ao direito à convivência familiar. O PAIF teve como antecedentes o Programa Núcleo
de Apoio à Família (NAF - 2001), e o Plano Nacional de Atendimento Integrado à Família
(PNAIF- 2003). Em 2004, o MDS aprimorou essa proposta com a criação do Programa de
Atenção Integral à Família (PAIF).
Em 19 de maio de 2004, com o decreto 5.085 da Presidência da República, o PAIF tor-
nou-se “ação continuada da Assistência Social”, passando a integrar a rede de serviços
de ação continuada da Assistência Social inanciada pelo Governo Federal. Em 2009,
com a aprovação da Tipiicação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, o Programa
de Atenção Integral à Família passou a ser denominado Serviço de Proteção e Atendi-
mento Integral à Família, mas preservou a sigla PAIF. Esta mudança de nomenclatura
enfatiza o conceito de ação continuada, estabelecida em 2004, bem como corresponde
ao previsto no Art. 23 da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS. Nessa direção, o PAIF
concretiza a presença e responsabilidade do poder público e reairma a perspectiva dos
direitos sociais, constituindo-se em um dos principais serviços que compõem a rede
de proteção social de assistência social, que vem consolidando no país de modo des-
centralizado e universalizado, permitindo o enfrentamento da pobreza, da fome e da
desigualdade, assim como, a redução da incidência de riscos e vulnerabilidades sociais
que afetam famílias e seus membros.(Caderno de Orientações Técnicas do PAIF - vol. 1).
Qual concepção de família na Política Nacional de Assistência Social (PNAS)?
A família para a PNAS é o grupo de pessoas que se acham unidas por laços consanguí-
neos, afetivos e, ou de solidariedade. A família, independente dos formatos ou modelos
que assume, é mediadora das relações entre os sujeitos e a coletividade. Caracteriza-se
como um espaço contraditório, cuja dinâmica cotidiana de convivência é marcada por
conlitos e geralmente, também, por desigualdades, sendo a família a base fundamental
no âmbito da proteção social.
115
Idosos:
■ Casa Lar;
■ Abrigo Institucional (Instituição de Longa Permanência para Idosos).
O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora organiza o amparo de crian-
ças e adolescentes, afastados da família por medida de proteção, em residên-
cia de famílias cadastradas. É previsto até que seja possível o retorno à famí-
lia de origem ou, na sua impossibilidade, o encaminhamento para adoção. O
serviço é o responsável por selecionar, capacitar, cadastrar e acompanhar as famílias
acolhedoras. O acompanhamento da equipe deve abranger a criança e/ou adoles-
cente acolhido e também sua família de origem, com vistas à reintegração familiar.
O serviço deverá ser organizado segundo os princípios, diretrizes e orientações do Esta-
tuto da Criança e do Adolescente e do documento Orientações Técnicas: Serviços de Acolhi-
mento para Crianças e Adolescentes.
Fonte: MDS (online).
Disponível em: <http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/assistencia-social/
pse-protecao-social-especial/servicos-de-alta-complexidade/servico-de-acolhimento-institucio-
nal>. Acesso em: 20 jul. 2015.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para ter acesso a mais informações sobre a Gestão de Recursos Federais e de Recursos Municipais,
temos dois documentos em especíico, que tratam dos referido temas, e está disponível no endereço
da Controladoria Geral da União em: <www.cgu.gov.br>. No lado esquerdo da tela, clique em
Publicações e Orientações, depois, na página seguinte, selecione o item “Gestão de Recursos Federais
- Manual para os Agentes Municipais”, abaixo de Cartilhas e Manuais; no que se refere aos Recursos
municipais, selecione o item “Gestão de Recursos Federais - Manual para os Agentes Municipais”.
"A Constituição Federal de 1988 estabelece que a família tem especial proteção do Estado, assim como
assegura às crianças e aos adolescentes o direito à convivência familiar e comunitária. O consenso
a respeito da família como espaço privilegiado para o adequado desenvolvimento humano está
consagrado em documentos internacionais, como observado no preâmbulo da Convenção das Nações
Unidas sobre os direitos da Criança (20/11/1989), os Estados partes declararam-se "convencidos
de que a família, como elemento básico da sociedade e meio natural para o crescimento e o bem-
estar de todos os seus membros e em particular das crianças, deve receber a proteção e assistência
necessária para poder assumir plenamente suas responsabilidades na comunidade", cujos princípios
estão presentes no Estatuto da Criança e do Adolescente". O consenso a respeito da família como
espaço privilegiado para o adequado desenvolvimento humano está consagrado em documentos
internacionais, como observado no preâmbulo da Convenção das Nações Unidas sobre os direitos da
Criança (20/11/1989), os Estados partes declararam-se "convencidos de que a família, como elemento
básico da sociedade e meio natural para o crescimento e o bem-estar de todos os seus membros
e em particular das crianças, deve receber a proteção e assistência necessária para poder assumir
plenamente suas responsabilidades na comunidade", cujos princípios estão presentes no Estatuto da
Criança e do Adolescente".
Conheça mais sobre a convivência familiar e comunitária no endereço disponível em: <http://www.
sdh.gov.br/assuntos/criancas-e-adolescentes/programas/convivencia-familiar-e-comunitaria>. Acesso
em: 12 ago. 2015.
Conheça a Política Nacional de Educação Permanente do SUAS, no link disponível em: <http://
aplicacoes.mds.gov.br/snas/documentos/Politica-nacional-de-Educacao-permanente.pdf>. Acesso em:
12 ago. 2015.
Os cadernos e as cartilhas produzidas pelo Departamento de Proteção Social Especial são disponíveis
no Portal do MDS para consulta.
Cadernos disponíveis em: <www.mds.gov.br/gestaodainformacao/biblioteca/secretaria-nacional-de-
assistencia-social-snas/cadernos>. Acesso em: 21 jul. 2015.
Cartilhas disponíveis em: <www.mds.gov.br/gestaodainformacao/biblioteca/secretaria-nacional-de-
assistencia-social-snas/cartilhas>. Acesso em: 21 jul. 2015.
Professora Me. Maria Cristina Araújo de Brito Cunha
Professora Esp. Andressa Bareta
IV
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS
UNIDADE
E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL
DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer os Serviços ofertados pelo Sistema Único de
Assistência Social na proteção social básica e especial de média
e alta complexidade no atendimento às famílias em situação de
vulnerabilidade social.
■ Identiicar o trabalho do assistente social com as famílias
demandantes da Política Nacional de Assistência Social (SUAS).
■ Reconhecer os desaios do Serviço Social na contemporaneidade no
trabalho com famílias.
■ Estudar os conceitos de família e de vulnerabilidade, contribuindo
com o debate acerca da construção de caminhos que fortaleçam a
família.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Serviço Social e o Trabalho com Famílias em situação de
vulnerabilidade social
■ Conceito de Família
■ Vulnerabilidade Social
■ Os serviços Socioassistenciais da Proteção Social Básica e Especial de
Média e Alta Complexidade da Política de Assistência Social
127
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Dando continuidade aos estudos sobre a coniguração do SUAS, Sistema
Único de Assistência Social e sua interface com o Serviço Social, vamos apre-
sentar, nesta unidade, como se dá, nesse novo modelo de gestão, a execução dos
Serviços Socioassistenciais que tem como missão garantir o acesso da popula-
ção a uma Política de Assistência Social de qualidade. Por outro lado, também
signiica a união de esforços para a criação de uma grande parceria entre União,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
128 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
histórica, ao contrário de outras proissões que a privilegiam em alguns
momentos e, em outros, a tiram de cena.
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
129
considera que o assistente social realiza a sua prática a partir dos dois procedimen-
tos anteriores, tornando a intervenção um ato altamente mecânico. Finalmente,
a quarta construção discursiva se caracteriza pela dicotomia entre ação e fala.
Ao discursarem sobre suas respectivas práticas, os assistentes sociais apre-
sentam tal distância entre ação e fala que, muitas vezes, se apresentam como
contraditórias, sem que, geralmente, as contradições sejam percebidas. Esse tipo
de análise demonstra a fragilidade do processo de intervenção.
Como airma Guerra (2000), é necessário resgatar a dimensão emancipa-
tória da instrumentalidade do exercício proissional, pois é por meio dela que a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITO DE FAMÍLIA
Conceito de Família
130 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
anticoncepcional, que separou a sexualidade da reprodução e interferiu
decisivamente na sexualidade feminina. Esse fato criou as condições
materiais para que a mulher deixasse de ter sua vida e sua sexualidade
atadas à maternidade como um “destino”, recriou o mundo subjetivo
feminino e, aliado à expansão do feminismo, ampliou as possibilida-
des de atuação da mulher no mundo social. A pílula, associada a outro
fenômeno social, a saber, o trabalho remunerado da mulher, abalou os
alicerces familiares, e ambos inauguraram um processo de mudanças
substantivas na família.
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
131
Conceito de Família
132 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos Pobres, havia a preocupação de “se tratar a família como a unidade, quando
se trata de agir em relação à miséria”. Desse modo, identiicamos que a interven-
ção proissional junto às famílias em situação de vulnerabilidade remonta desde
o surgimento da proissão.
Para Gomes e Pereira (2005), de fato, na sociedade brasileira, a crise do
Estado é resultante da diiculdade do país em acompanhar o desenvolvimento
do novo cenário econômico internacional, tornando-se incapaz de garantir o
crescimento econômico e solucionar questões sociais.
Diante da ausência de políticas de proteção social à população pauperizada,
em consequência do retraimento do Estado, a família é “chamada a responder
por esta deiciência sem receber condições
para tanto. O Estado reduz suas interven-
ções na área social e deposita na família uma
sobrecarrega que ela não consegue suportar
tendo em vista sua situação de vulnerabili-
dade socioeconômica” (GOMES; PEREIRA,
2006, p. 361).
Nesse cenário de refração do Estado,
podemos identiicar a intervenção pro-
issional do assistente social por meio das
demandas individuais e coletivas que surgem
cotidianamente nos espaços sócio-ocupacio-
nais como expressão da questão social e que demandam políticas públicas em
todos os setores da sociedade, a exemplo da educação, assistência social, habitação,
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
133
Conceito de Família
134 UNIDADE IV
VULNERABILIDADE SOCIAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para aprofundar esse tema, foi necessária uma revisão literária e docu-
mental como recurso metodológico para discutir a questão social e a temática
da família. Assim, propomos discutir conceitualmente as categorias Exclusão,
Vulnerabilidade Social e Pobreza como expressões da Questão Social.
O conceito de vulne-
rabilidade social não tem
uma deinição única, sendo
que muitos autores que
dialogam sobre o tema o
compreendem como tendo
várias facetas. Dessa forma,
é possível observar entre
os estudiosos diversas teo-
rias, as quais estão dispostas
sobre diferentes percepções
de mundo.
A PNAS/2014 aborda essa temática, mas não aponta um conceito deinido,
indica, ao falar sobre a Proteção Social Básica, que as situações caracterizadas
como de vulnerabilidade social, geralmente, são decorrentes da pobreza, privação,
ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, tempestades
ou calamidades, fragilização dos vínculos afetivos e de pertencimento social
decorrentes de discriminações etárias, de gênero, relacionadas à sexualidade,
deiciência, entre outros, a que estão expostas famílias e indivíduos, diicultando,
assim, seu acesso aos direitos e exigindo proteção social do Estado.
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
135
Vulnerabilidade Social
136 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os estudos sobre vulne-
rabilidade social, na sua
maioria, apontam, tam-
bém, à ideia de risco frente
ao desemprego, à precarie-
dade do trabalho, à pobreza,
à falta de proteção social ou
acesso aos serviços públicos,
à fragilidade dos vínculos
familiares e sociais.
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
137
Vulnerabilidade Social
138 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
res sociais que situam as zonas de risco.
Portanto, a noção conceitual de vulnerabilidade social tem sido adotada para
a construção de indicadores sociais mais amplos, não se restringindo à delimi-
tação de uma determinada linha de pobreza.
Um somatório de situações de precariedade, para além das precárias
condições socioeconômicas (como indicadores de renda e escolaridade
ruins) [...]. São considerados como elementos relevantes no entendi-
mento da privação social aspectos como a composição demográica das
famílias aí residentes, a exposição a situações de risco variadas (como
altas incidências de certos agravos à saúde, gravidez precoce, exposi-
ção à morte violenta, etc.), precárias condições gerais de vida e outros
indicadores (CENTRO DE ESTUDO DA METRÓPOLE, 2004, apud
YASBEK, 2008).
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
139
De acordo com Fávero (2001), não estamos afirmando que situações que
levam à destituição do poder familiar, tais como violência doméstica,
negligên-cia, abandono e exploração do trabalho infantil, são fatores exclusivos
de famílias pobres, contudo a pobreza deixa as pessoas vulneráveis a tais
situações, com-preendendo essa pobreza como “um conjunto de ausências
relacionado à renda, educação, trabalho, moradia e rede familiar e social de
apoio” (FÁVERO, 2001, p. 79 apud AGUERA).
Vulnerabilidade Social
140 UNIDADE IV
OS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS DA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL DE
MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE DA POLÍTICA
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
141
O trabalho social do PAIF deve utilizar-se, também, de ações nas áreas culturais
para o cumprimento de seus objetivos, de modo a ampliar o universo informa-
cional e proporcionar novas vivências às famílias usuárias do serviço.
As ações do PAIF não devem possuir caráter terapêutico. É serviço baseado
no respeito à heterogeneidade dos arranjos familiares, aos valores, crenças e iden-
tidades das famílias. Fundamenta-se no fortalecimento da cultura do diálogo, no
combate a todas as formas de violência, de preconceito, de discriminação e de
estigmatização nas relações familiares. Realiza ações com famílias que possuem
pessoas que precisam de cuidado, com foco na troca de informações sobre ques-
tões relativas à primeira infância, à adolescência, à juventude, ao envelhecimento
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a implantação de unidades de CRAS itinerantes (BRASIL, 2009 p.06).
Todos os serviços da proteção social básica desenvolvidos no território de
abrangência do CRAS, em especial os Serviços de Convivência e Fortalecimento
de Vínculos, bem como o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para
Pessoas com Deiciência e Idosas, devem ser a ele referenciados e manter arti-
culação com o PAIF. É a partir do trabalho com famílias no serviço PAIF que se
organizam os serviços referenciados ao CRAS. O referenciamento dos serviços
socioassistenciais da proteção social básica ao CRAS possibilita a organização e
hierarquização da rede socioassistencial no território, cumprindo a diretriz de
descentralização da política de assistência social (BRASIL, 2009 p.06).
A articulação dos serviços socioassistenciais do território com o PAIF garante
o desenvolvimento do trabalho social com as famílias dos usuários desses ser-
viços, permitindo identiicar suas necessidades e potencialidades dentro da
perspectiva familiar, rom-
pendo com o atendimento
segmentado e descontex-
tualizado das situações de
vulnerabilidade social viven-
ciadas (BRASIL, 2009 p.06).
O trabalho social com
famílias, assim, apreende as
origens, signiicados atribu-
ídos e as possibilidades de
enfrentamento das situações
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
143
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pectiva do direito ao convívio.
Fonte: PNAS (2004, p. 26).
Esse serviço tem conigurações distintas no que tange ao atendimento para cada
uma das faixas etárias, sendo que, para crianças até 6 anos de idade, incluindo
crianças com deiciência, o foco é a realização de atividades que envolvam a
criança, os familiares e a comunidade com o intuito de fortalecer seus vínculos,
objetivando prevenir a ocorrência de situações que conigurem exclusão social
e risco, principalmente no que diz respeito à violência doméstica e ao trabalho
infantil. Esse trabalho é diretamente relacionado ao PAIF e conigura-se como
uma forma de complementação dele. Nessa faixa etária, o atendimento é pautado
no reconhecimento da condição peculiar de dependência, ou seja, a dependên-
cia que a criança tem de seus familiares, no desenvolvimento desse ciclo de vida
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
145
e, ainda, pelo cumprimento dos direitos da criança, tudo isso dentro de uma
concepção que faz do brincar, da experiência lúdica e da vivência artística uma
forma privilegiada de expressão, interação e proteção social.
Para a faixa etária de crianças e adolescentes entre as idades de 6 a 15 anos
de idade, o foco do atendimento é a criação de espaço de convivência, formação
para a participação e cidadania, objetivando o desenvolvimento do protagonismo
e da autonomia da criança e do adolescente, a partir dos interesses manifestados,
demandas e potencialidades especíicas dessa faixa etária. As ações realiza-
das com esse grupo devem estar pautadas em experiências lúdicas, culturais e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A última faixa etária a ser abordada nesse documento é a dos serviços para o
Idoso, em que o foco das atividades está no desenvolvimento do processo de
envelhecimento saudável, na autonomia e sociabilidade, no fortalecimento dos
vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situações que
conigurem risco social. A intervenção social deve estar relacionada a caracte-
rísticas, interesses e demandas especíicas dessa faixa etária, além de considerar
que a vivência em grupo, as experimentações artísticas, culturais, esportivas e
de lazer e a valorização das experiências vividas constituem formas privilegiadas
de expressão, interação e proteção social. Devem incluir vivências que valori-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
zam suas experiências e que estimulem e potencializem a condição de escolher
e decidir (BRASIL, 2009, p.11).
No ano de 2013, o Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS apro-
vou, na Tipiicação de Serviços Socioassistenciais, por meio da Resolução nº
13, de maio de 2013, a inclusão da faixa etária dos 18 aos 59 anos no Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculo.
Para essa nova faixa etária, institui-se uma divisão na realização do trabalho,
sendo que, para os jovens de 18 a 29 anos, o serviço deve ter como foco o fortale-
cimento de vínculos familiares e comunitários, na proteção social, assegurando
espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social e o desenvol-
vimento de relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo, de modo a
desenvolver a sua convivência familiar e comunitária. Contribuir para a ampliação
do universo informacional, artístico e cultural dos jovens, bem como estimular
o desenvolvimento de potencialidades para novos projetos de vida, propiciar sua
formação cidadã e vivências para o alcance de autonomia e protagonismo social,
detectar necessidades, motivações, habilidades e talentos (BRASIL, 2013 p.1).
No que se refere aos serviços especíicos para a faixa etária dos 30 aos 59 anos,
a nova resolução airma que o trabalho tem como foco o fortalecimento de víncu-
los familiares e comunitários, desenvolvendo ações complementares, assegurando
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
147
As atividades a serem desenvolvidas com esses dois novos grupos que foram
incluídos no SCFV têm o mesmo objetivo e devem:
Possibilitar o reconhecimento do trabalho e da formação proissional
como direito de cidadania e desenvolver conhecimentos sobre o mun-
do do trabalho e competências especíicas básicas e contribuir para a
inserção, reinserção e permanência dos adultos no sistema educacio-
nal, no mundo do trabalho e no sistema de saúde básica e complemen-
tar, quando for o caso, além de propiciar vivências que valorizam as
experiências que estimulem e potencializem a condição de escolher e
decidir, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia e protago-
nismo social, ampliando seu espaço de atuação para além do território
(BRASIL, 2013 p.1).
Ainda no que concerne ao SCFV, no ano de 2014, foi aprovado, por meio da
Instrução Operacional e do Manual de Orientações nº 01 da Secretaria Nacional
de Assistência Social, do Ministério do Desenvolvimento Social/Secretaria de
Educação Básica e do Ministério da Educação de 18 de dezembro de 2014, a arti-
culação e integração das ações do Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos – SCFV e o Programa Mais Educação - PME.
Essa junção vem com o objetivo de desenvolver ações articuladas, bus-
cando possibilitar aos usuários das duas políticas (de Assistência Social e de
Educação) a oportunidade de participar das atividades de forma complementar,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
proporcionando, com isso, diferentes formas de aprendizagem, de construção
de conhecimento e de formação cidadã, tendo como consequência o fortaleci-
mento de vínculos entre familiares e com a comunidade em que está inserida,
promovendo, dessa forma, a maior proteção aos direitos da criança e dos ado-
lescentes e suas famílias, reduzindo a ocorrência de vulnerabilidades e riscos
sociais a que estão expostos (BRASIL, 2014, p. 1).
Por im, vamos abordar o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio
para Pessoas com Deiciência e Idosas. Esse serviço tem como principal obje-
tivo prevenir os agravos que possam vir a provocar o rompimento dos vínculos
familiares e sociais dos usuários, visando garantir os direitos do cidadão e o
desenvolvimento de mecanismos que auxiliem na inclusão social e igualdade
de oportunidades e na participação e desenvolvimento das pessoas com deici-
ência e pessoas idosas.
A leitura dos documentos oiciais nos mostram como deve ser realizado esse
serviço e no que ele deve contribuir para a manutenção e fortalecimento de vín-
culos dos usuários atendidos:
O serviço deve contribuir com a promoção do acesso de pessoas com
deiciência e pessoas idosas aos serviços de convivência e fortalecimen-
to de vínculos e a toda a rede socioassistencial, aos serviços de outras
políticas públicas, entre elas educação, trabalho, saúde, transporte es-
pecial e programas de desenvolvimento de acessibilidade, serviços se-
toriais e de defesa de direitos e programas especializados de habilitação
e reabilitação. Desenvolve ações extensivas aos familiares, de apoio,
informação, orientação e encaminhamento, com foco na qualidade de
vida, exercício da cidadania e inclusão na vida social, sempre ressaltan-
do o caráter preventivo do serviço (BRASIL, 2009, p. 16).
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
149
identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos seus membros com
outras instituições sociais e com o Estado (BRASIL, 2004, p. 35).
Nesse momento, iremos abordar os serviços desenvolvidos por meio da
Proteção Social Especial de Média Complexidade, sendo eles: o Serviço de
Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), o Serviço
Especializado em Abordagem Social, o Serviço de Proteção Social a adolescentes
em cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de
Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), o Serviço de Proteção Social Especial
para Pessoas com Deiciência, Idosas e suas Famílias e o Serviço Especializado
para Pessoas em Situação de Rua.
Por Proteção Social Especial, vamos entender a deinição existente na
PNAS/2004, que a apresenta como sendo:
Uma modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e in-
divíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por
ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abusos
sexuais, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medida so-
cioeducativa, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras
(BRASIL, 2004. p. 37).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para exempliicar os serviços oferecidos na proteção social especial de
média complexidade, vamos abordar as orientações contidas no documento de
Tipiicação dos Serviços Sociassistenciais.
O Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos
(PAEFI) é um serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com
um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos.
Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos,
a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais
e para o fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de
condições que as vulnerabilizam e/ou as submetem a situações de risco pessoal
e social (BRASIL, 2009, p. 19).
O atendimento nesse serviço é fundamentado nas potencialidades, valores,
identidades, crenças e heterogeneidade das famílias, articulando-se com todos
os demais serviços socioassistenciais.
O serviço articula-se com as atividades e atenções prestadas às famílias
nos demais serviços socioassistenciais, nas diversas políticas públicas
e com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos. Deve ga-
rantir atendimento imediato e providências necessárias para a inclusão
da família e seus membros em serviços socioassistenciais e/ou em pro-
gramas de transferência de renda, de forma a qualiicar a intervenção e
restaurar o direito (BRASIL, 2009, p.19).
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
151
Nesse serviço, é necessário elaborar um Plano de Ação Individual (PIA) para a sua
operacionalização, esse plano deve ser desenvolvido em conjunto com o adoles-
cente e a sua família, objetivando o estabelecimento de metas a serem alcançadas
durante o cumprimento da medida, com intuito da criação de perspectivas futu-
ras. Além disso, é necessário um acompanhamento social a esse adolescente de
forma sistêmica, em que ele deve ter uma frequência mínima semanal no serviço.
No que diz respeito ao acompanhamento da medida de Prestação de
Serviços à comunidade, ela deve conigurar-se de tarefas gratuitas com uma jor-
nada máxima de oito horas semanais, garantindo, dessa forma, a regularidade das
atividades escolares ou do trabalho. A inserção em qualquer uma dessas medi-
das deve levar em consideração as aptidões e favorecimentos do adolescente no
seu desenvolvimento pessoal e social.
O Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deiciência,
Idosas e suas Famílias é voltado aos usuários que tiveram suas limitações agra-
vadas por violações de direitos, tais como: exploração da imagem, isolamento,
coninamento, atitudes discriminatórias e preconceituosas no seio da família,
falta de cuidados adequados por parte do cuidador, alto grau de estresse do cui-
dador, desvalorização da potencialidade/capacidade da pessoa, dentre outras
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e experiências. A partir da identiicação das necessidades, deverá ser
viabilizado o acesso a benefícios, programas de transferência de renda,
serviços de políticas públicas setoriais, atividades culturais e de lazer,
sempre priorizando o incentivo à autonomia da dupla “cuidador e de-
pendente”. [...] A intervenção será sempre voltada a diminuir a exclusão
social tanto do dependente quanto do cuidador, a sobrecarga decor-
rente da situação de dependência/prestação de cuidados prolongados,
bem como a interrupção e superação das violações de direitos que fra-
gilizam a autonomia e intensiicam o grau de dependência da pessoa
com deiciência ou pessoa idosa (BRASIL, 2009, p.26).
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
153
p. 38). Vale salientar, aqui, que a proteção social especial de alta complexidade
visa fornecer o serviço de acolhimento institucional quando a situação de risco
pessoal ou social que o indivíduo está vivenciando envolve o seu afastamento
do convívio familiar.
Segundo a PNAS, os serviços de alta complexidade são: Serviço de
Acolhimento Institucional, Serviço de Acolhimento em Repúblicas, Serviço
de Acolhimento em Família Acolhedora, Serviço de Proteção em Situações de
Calamidades Públicas e de Emergências.
O Serviço de acolhimento institucional é um acolhimento realizado em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
equipe técnica de referência para contribuir com a gestão coletiva da mora-
dia (administração inanceira e funcionamento) e para acompanhamento
psicossocial dos usuários e encaminhamento para outros serviços, progra-
mas e benefícios da rede socioassistencial e das demais políticas públicas
(BRASIL, 2009, p. 38).
O próximo serviço a ser abordado é o Serviço de Acolhimento em família
acolhedora, o qual organiza o acolhimento de crianças e adolescentes, afasta-
dos da família por medida de proteção, em residência de famílias acolhedoras
cadastradas. É previsto até que seja possível o retorno à família de origem ou,
na sua impossibilidade, o encaminhamento para adoção. O serviço é o respon-
sável por selecionar, capacitar, cadastrar e acompanhar as famílias acolhedoras,
bem como realizar o acompanhamento da criança e/ou adolescente acolhido e
sua família de origem (BRASIL, 2009, p. 41).
O Serviço deverá ser organizado segundo os princípios, diretrizes e orien-
tações do Estatuto da Criança e do Adolescente e do documento “Orientações
Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes”, sobretudo
no que se refere à preservação e à reconstrução do vínculo com a família de
origem, assim como a manutenção de crianças e adolescentes com vínculos
de parentesco (irmãos, primos etc.) numa mesma família. O atendimento
também deve envolver o acompanhamento às famílias de origem, com vistas
à reintegração familiar. Esse serviço é particularmente adequado ao atendi-
mento de crianças e adolescentes cuja avaliação da equipe técnica indique
possibilidade de retorno à família de origem, nuclear ou extensa (BRASIL,
2009, p. 41).
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
155
de alojamentos provisórios,
atenções e provisões materiais,
conforme as necessidades detectadas. Assegura a realização de articulações e a par-
ticipação em ações conjuntas de caráter intersetorial para a minimização dos danos
ocasionados e o provimento das necessidades veriicadas (BRASIL, 2009, p. 43).
Com a apresentação desse último serviço, chegamos ao inal deste tópico,
em que nos propomos a apresentar a você quais os serviços socioassistenciais
são desenvolvidos no SUAS em cada um dos seus níveis de Proteção Social. É
importante conhecermos todos os serviços disponíveis para que possamos rea-
lizar um atendimento voltado à garantia intransigente de acesso aos direitos dos
usuários da Política de Assistência Social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
156 UNIDADE IV
Por outro lado, vimos, na análise de vários autores que pesquisam o tema,
os conceitos de família que se fazem necessários para subsidiar a atuação do
assistente social face às demandas da política de assistência social e como se dá
o trabalho proissional frente aos desaios na contemporaneidade.
Além do trabalho com família, abordamos, ainda, o conceito de vulnerabi-
lidade social, numa tentativa de elucidar o seu signiicado, a im de lhes auxiliar
na compreensão das temáticas relacionadas ao SUAS e que foram abordadas ao
longo do livro.
É de grande relevância discutir e propor relexões do grande desaio prois-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sional que se traduz no trabalho social com famílias, à luz de uma análise crítica
da produção e reprodução das relações sociais no sistema capitalista, da neces-
sidade de criar estratégias de trabalho para potencializar famílias e indivíduos,
com vistas ao seu empoderamento.
Por im, detalhamos os serviços socioassistenciais que estão dispostos na
Tipiicação dos Serviços, os quais são desenvolvidos na Política de Assistência
Social por meio dos seus níveis de complexidade. A tipiicação conigura-se com
um avanço de grande relevância para a consolidação do SUAS e da política de
assistência social no Brasil, pois, por meio da regulação dos serviços oferecidos,
eles icam explícitos aos cidadãos, bem como suas instâncias de controle social,
para que todos possam utilizar-se para exigir do poder público seus direitos no
campo da assistência social em todo o território nacional.
TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS E A TIPIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
157
Estudo de caso nº 12
Também uma vez por mês, são selecionados debata os casos que atendem. A supervi-
os casos mais complexos para serem apre- são é o fundamental, pois ela rompe com o
sentados para a supervisão realizada com isolamento dos técnicos e ressigniica para
os técnicos. O supervisor é um assistente toda a equipe os desaios do CRAS.
social com ampla experiência na politica
de Assistência Social na Proteção Social Recentemente a Secretaria fez uma avalia-
básica e na Política de Assistência Social. A ção dos CRAS da cidade. Este tem a menor
Secretaria tem uma equipe de cinco super- taxa de atendimento dos cinco CRAS da
visores. Todos com experiência na prática cidade, mas é o que registra maior resul-
proissional. Os momentos de supervisão tado de resolutividade dos casos atendidos
são muito importantes para que a equipe e de satisfação dos usuários.
Fonte: GARCIA, Marcelo. Sistema Único de Assistência Social: 13 Estudos de Caso para
Debate com a Equipe. Disponível em: http://www.marcelogarcia.com.br/nobrhcurso3cap3.pdf.
Acesso: 15/06/2015.
MATERIAL COMPLEMENTAR
V
O TRABALHO EM REDE COM
UNIDADE
FAMÍLIAS NA PERSPECTIVA
DO SUAS
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender o trabalho social com famílias no âmbito do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS) nos diferentes níveis de Proteção
Social.
■ Entender como se dá e a importância do trabalho em rede para a
garantia de direitos e acesso a serviços no SUAS.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ O trabalho da equipe técnica para o atendimento com as famílias
■ O atendimento em rede para a garantia de direitos e acesso aos
serviços
■ O trabalho em rede dentro da perspectiva do SUAS
■ A referência e contrarreferência como instrumento de
acompanhamento às famílias em situação de vulnerabilidade social
■ O trabalho social com as famílias
163
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), é com muito carinho que iniciamos mais esta etapa de sua for-
mação e esperamos que sirva para complementar todo o trabalho desenvolvido
por nós, com muita dedicação, ao longo deste livro.
Nesta última unidade do livro, traremos mais uma peculiaridade do traba-
lho no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o trabalho social
com famílias, perpassando conceitos, como o trabalho em equipes, suas diver-
sas formações, constituição e articulação da rede de serviços.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
164 UNIDADE V
Para iniciarmos a discussão sobre o trabalho social das equipes técnicas com as
famílias, especialmente dentro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS),
retomaremos alguns conceitos básicos que nortearão nosso raciocínio.
Relembrando o que diz o Art. 6º da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS):
As ações na área de assistência social são organizadas em sistema des-
centralizado e participativo, constituído pelas entidades e organizações
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de assistência social, abrangidas por esta lei, que articule meios, esfor-
ços e recursos, e por um conjunto de instâncias deliberativas compos-
tas pelos diversos setores envolvidos na área.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
não governamentais.
Isso quer dizer que os diferentes tipos de serviços dentro da rede, trabalhando
em articulação, têm a possibilidade de dar foco em suas atribuições especíicas
e complementar os atendimentos com diversas equipes com enfoques diversi-
icados e especíicos.
Para iniciarmos nossa discussão sobre o trabalho em rede, é necessário reto-
marmos os conceitos de multiproissional e interdisciplinaridade, pois eles serão
encontradas nos diversos serviços e em várias situações em que os proissionais
que os compõem realizam a interlocução entre diversos serviços.
©Julcia
O TRABALHO MULTIPROFISSIONAL
compostas por diversas formações que se complementam nas ações, mas não neces-
sariamente realizam a interlocução e discussão de casos, tendo objetivos em comum,
realizando suas ações por meio de diversas instrumentalidades e intervenções.
O TRABALHO INTERDISCIPLINAR
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
indispensável. Assim, podemos concluir que trabalhar com equipes pressupõe
o reconhecimento da incompletude humana, ou seja, que todas as formações
possuem limites.
Como se pode perceber, fazer de um grupo de trabalhadores uma equi-
pe de trabalho é realmente um grande desaio. Desaio que envolve o
grupo e o gestor e que passa pelo aprendizado coletivo da necessida-
de de comunicação aberta, de uma prática democrática que permita o
exercício pleno das capacidades individuais e atuação mais criativa e
saudável de cada sujeito, evitando, assim, a cristalização de posições,
a rotulação e a deterioração das relações interpessoais. Desta forma,
o grupo buscará seus objetivos, responsabilizando-se, solidariamente,
pelos sucessos e fracassos. (...) No entanto, há que se destacar que não
podemos ingenuamente atribuir exclusivamente à solidariedade do
grupo, às capacidades individuais ou a competência do coordenador
da equipe a tarefa de superarem as diversidades e até as diferenças ide-
ológicas. O grupo não está isolado de uma estrutura organizacional, de
um processo de gestão, de um contexto sócio-político que condicio-
nam as relações estabelecidas (MUNIZ, 2011, p. 93).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conforme aprendemos em outras disciplinas e na unidade anterior, é necessário
atentar-se aos chamados “novos arranjos e rearranjos familiares”, ou seja, famílias
compostas por componentes que extrapolam a idealização burguesa de família
tradicional/ nuclear, em outras palavras: pai, mãe e ilhos.
Dessa forma, é de extrema importância que as equipes atuantes nos diferentes
dispositivos do SUAS compreendam e façam análise crítica desses novos arran-
jos e famílias, tendo em vista, principalmente, a valorização das possibilidades
presentes nesses diversos contextos e o respeito a suas diversidades, identidades
culturais e universalidade.
Podemos, então, considerar como impensável no âmbito do SUAS, prin-
cipalmente na atualidade, abordagens conservadoras, de senso comum e de
culpabilização das famílias e sua relação direta com a pobreza no sentido de
considerá-las “desestruturadas e sem capacidade de emancipação frente ao ideal
neoliberal” (TEIXEIRA, 2010).
Pensar o trabalho com famílias visando à preservação de seus vínculos,
levando em consideração seus laços afetivos e não apenas consanguíneos, não
exclui a possibilidade da análise crítica sobre as relações envolvidas em seu seio,
ou seja, as equipes atuantes diretamente com famílias no SUAS necessitam estar
atentas a possibilidades de risco que envolvem tais contextos.
Gostaria de salientar, aqui, que a análise crítica dos contextos familiares,
muitas vezes, permite ao proissional identiicar situações graves de violên-
cia em suas diversas faces: física, sexual, moral e mental, certas vezes sendo até
motivações para que esses vínculos se fragilizem ou até mesmo se rompam; isso
sem pensar em casos mais complexos em que a alternativa mais adequada, em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de abrangência, bem como se articular com a rede de proteção social
local no que se refere aos direitos de cidadania, mantendo ativo um
serviço de vigilância da exclusão social na produção, sistematização e
divulgação de indicadores da área de abrangência do CRAS, em cone-
xão com outros territórios.
O PAIF, assim como o próprio nome salienta, possui como foco o convívio,
fortalecimento e desenvolvimento de autonomia dos indivíduos, famílias e for-
talecimento da cidadania. Há, nesse contexto, as parcerias público/privadas que
servem, muitas vezes, como complementos aos serviços ofertados no SUAS, con-
tribuindo, assim, para a formação da rede de serviços local.
Nesse contexto, devemos destacar no trabalho social com famílias na aten-
ção básica, como já vimos na unidade anterior, o Serviço de Convivência e
Fortalecimento de vínculos (SCFV) que possui por objetivo prevenir possíveis
situações de risco e melhorar a qualidade de vida da população por meio de ati-
vidades e projetos desenvolvidos entre diferentes faixas etárias, porém não nos
cabe detalhar esse serviço nesta unidade.
atuação das equipes deve abarcar desde o provimento de seu acesso a serviços
de apoio e sobrevivência, até sua inclusão em redes sociais de atendimento e de
solidariedade (BRASIL, 2004), isso engloba tanto os serviços governamentais
quanto não governamentais.
As intervenções na proteção social de média e alta complexidade exigem
maiores especializações nas áreas de atuação, com vistas à reestruturação dos
vínculos familiares e comunitários. É comum, ainda, o compartilhamento de
ações nesses níveis de atuação com o poder judiciário.
Independente do nível de complexidade dos atendimentos, o trabalho no
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O Programa Bolsa Família, com apenas três anos de existência, tem seu im-
pacto na redução da pobreza, da fome e da desigualdade reconhecido por
diferentes especialistas, governos, organismos de cooperação multilateral,
instituições de pesquisa, dentre outros. Ao mesmo tempo, outros resultados
e contribuições do Bolsa Família, além daqueles já conhecidos, começam
a ser estudados nos últimos meses. Mesmo deinindo a família, e não seus
membros individualmente, como alvo da sua ação, o Bolsa Família reconhe-
ce e reforça a importância do papel das mulheres no interior da família. Ela
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
é a responsável legal e preferencial para o recebimento dos benefícios, situ-
ação que está presente em 97% das famílias atendidas. São 10,4 milhões de
famílias que recebem benefícios por meio da mulher, de cerca de 11 milhões
de beneiciários do programa.
Fonte: Brasil (online).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. Temos como um dos princípios da Lei Orgânica de Assistência Social, em seu art.4º:
“igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natu-
reza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais”. Diante disso e com
o que aprendemos na unidade IV e V deste livro, discorra sobre a importância da
atenção aos novos arranjos familiares no atendimento social com famílias no âmbito
do SUAS.
2. Conforme vimos nesta unidade do livro, identiique a importância do trabalho em
rede na perspectiva do SUAS.
3. De acordo com o que vimos nesta unidade e, também, usando como parâmetro a
Política Nacional de Assistência Social, disserte, com suas palavras, qual a importân-
cia da Matricialidade sócio familiar na assistência social.
179
De acordo com Szumanski (2002), pode- parentais: são as famílias cheiadas só pelo
mos distinguir nove tipos de composição pai ou só pela mãe; 7) Famílias de casais
familiar ou de família na contemporanei- homossexuais com ou sem criança: são as
dade: 1) Família Nuclear: são as famílias famílias formadas por pessoas do mesmo
formadas por pai, mãe e ilhos biológicos, sexo, vivendo maritalmente, possuindo ou
ou seja, é a família formada por apenas não crianças; 8) Famílias reconstruídas
duas gerações; 2) Famílias Extensas: são após o divórcio: são famílias formadas por
as famílias formadas por pai, mãe, ilhos, pessoas (apenas um ou o casal) que foram
avós e netos ou outros parentes, isto é, a casadas, que podem ou não ter crianças
família formada por três ou quatro gera- do outro casamento; 9) Famílias de várias
ções; 3) Famílias Adotivas Temporárias: pessoas vivendo juntas, sem laços legais,
são famílias (nuclear, extensa ou qualquer mas com forte compromisso mútuo: são
outra) que adquirem uma característica famílias formadas por pessoas que moram
nova ao acolher um novo membro, mas juntas e que, mesmo sem ter a consangui-
temporariamente; 4) Famílias Adotivas: nidade, são ligadas fortemente por laços
são as famílias formadas por pessoas que, afetivos.
por diversos motivos, acolhem novos mem-
bros, geralmente crianças, que podem ser Trabalho social com famílias na Política
multiculturais ou birraciais; 5) Famílias de de Assistência Social: elementos para sua
Casais: são as famílias formadas apenas reconstrução em bases críticas.
pelo casal sem ilhos; 6) Famílias Mono-
Fonte: TEIXEIRA (2010).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Pessoas pobres têm mais ilhos para receber o Bolsa Família? Para realizar uma relexão sobre
essa questão tão polêmica, acesse o link disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/blogs/
parlatorio/pessoas-pobres-tem-mais-ilhos-para-receber-o-bolsa-familia-1378.html>. Acesso em:
21 jul. 2015.
181
CONCLUSÃO
ACOSTA, A. R.; VITALE, M. A. F. Família Redes, Laços e Políticas Públicas. 3. ed. São
Paulo: Cortez, 2007.
AMARAL, C. C. G. Família às Avessas: gênero nas relações familiares de adolescen-
tes. Fortaleza: Ed. UFC, 2001.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Deliberações da V Conferência Na-
cional de Assistência Social. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/cnas/confe-
rencias-nacionais/v-conferencia-nacional>. Acesso em: 21 jul. 2015.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS; Conselho Nacional dos Di-
reitos da Criança e do Adolescente - CONANDA. Resolução Conjunta Nº 01, de 13 de
dezembro de 2006. Plano Nacional de Promoção e Defesa do Direito da Criança e
Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. Brasília, DF, 2006.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS; Conselho Nacional dos Di-
reitos da Criança e do Adolescente - CONANDA. Resolução Conjunta nº 1, de 18 de
junho de 2009. Aprova o documento Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimen-
to para Crianças e Adolescentes. Brasília, DF, 2009.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Relatório da IV Conferência Nacio-
nal de Assistência Social. Brasília, DF, 07 a 10 de dezembro de 2003.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução nº 4, de 13 de março
de 2013, Institui a Política Nacional de Educação Permanente do Sistema Único da
Assistência Social – PNEP/SUAS. Brasília, DF, 2013.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução CNAS nº 17 de 2011,
Ratiicar a equipe de referência deinida pela Norma Operacional Básica de Recursos
Humanos do Sistema Único de Assistência Social – NOB-RH/SUAS e Reconhecer as
categorias proissionais de nível superior para atender as especiicidades dos servi-
ços socioassistenciais e das funções essenciais de gestão do Sistema Único de Assis-
tência Social – SUAS. Brasília, DF, 2011.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução nº 33 de 12 de dezem-
bro de 2012. Aprova a Norma Operacional Básica da Assistência Social - NOB/SUAS.
Brasília, DF, 2012.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução nº 109, de 11 de novem-
bro de 2009. Aprova a Tipiicação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Brasília,
DF, 2009.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução nº 130, de 15 de julho de
2005. Aprova a Norma Operacional Básica da Assistência Social - NOB/SUAS. Brasília,
DF, 2005.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução nº 145, de 15 de outubro
de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Social - PNAS. Brasília, DF, 2004.
REFERÊNCIAS
UNIDADE I
UNIDADE II
c. NOB e CNAS.
d. CIB e SAGI.
UNIDADE III
1. Com base nos estudos realizados nesta unidade, quais são as característi-
cas apontadas para o trabalho social na sua origem?
R: Pautado no voluntariado e na ilantropia, mantinha o mínimo e o emergencial
de forma precária e utilizado, muitas vezes, como instrumento de disciplina e
ordem social. Era executado de forma descontinuada, pontual, emergencial e
sem regulamentação, por damas de caridade, representantes da sociedade mais
abastada e pela Igreja católica.
Garantiam visão parcial e fragmentada da realidade vivenciada pela família e
pelo indivíduo, não avaliando o contexto de cada demanda, resolvendo proble-
mas imediatos, sem promover melhoria ou transformação na vida das pessoas
(página 73).
(página 82).
5. A atuação proissional no SUAS não deve estar pautada somente nos co-
nhecimentos individuais de cada proissional que compõe a equipe de tra-
balho, mas precisa atender de maneira uniforme, com capacitação perma-
nente e ter seus trabalhadores valorizados. Essa proposta de capacitação
ganhou força na VIII Conferência Nacional de Assistência Social, ocasião em
que foram deinidas as estratégias da Política Nacional de Educação perma-
nente do SUAS. A quem é destinada a PNEP/SUAS?
R: Segundo o MDS, é destinada aos trabalhadores do SUAS, com ensino funda-
mental, médio e superior, que atuam na rede socioassistencial governamental
e não governamental, assim como aos gestores e agentes de controle social no
exercício de suas competências e responsabilidades (página 86).
UNIDADE IV
UNIDADE V
3. De acordo com o que vimos nesta unidade e, também, usando como parâ-
metro a Política Nacional de Assistência Social, disserte, com suas palavras,
qual a importância da Matricialidade sócio familiar na assistência social.
R: A Matricialidade sócio familiar signiica que a centralidade dos serviços e po-
líticas terá como núcleo social fundamental a família. A Matricialidade sócio fa-
miliar possibilita/objetiva o fortalecimento, apoio e identiicação de situações de
risco às famílias referenciadas, além da compreensão da realidade dos sujeitos.