Você está na página 1de 29

 O SNIPI tem a missão de garantir a Intervenção Precoce

na Infância (IPI), entendendo-se como um conjunto de


medidas de apoio integrado centrado na criança e na
família, incluindo acções de natureza preventiva e
reabilitativa, no âmbito da educação, da saúde e da acção
social.
 A intervenção precoce junto de crianças até aos 6 anos de
idade, com alterações ou em risco de apresentar
alterações nas estruturas ou funções do corpo, tendo em
linha de conta o seu normal desenvolvimento, constitui
um instrumento político do maior alcance na
concretização do direito à participação social dessas
crianças e dos jovens e adultos em que se irão tornar.
 Quanto mais precocemente forem accionadas as
intervenções e as políticas que afectam o crescimento
e o desenvolvimento das capacidades humanas, mais
capazes se tornam as pessoas de participar
autonomamente na vida social e mais longe se pode ir
na correcção das limitações funcionais de origem.

 A operacionalização do SNIPI pressupõe assegurar


um sistema de interacção entre as famílias e as
instituições e, na primeira linha, as da saúde, para que
todos os casos sejam devidamente identificados e
sinalizados tão rapidamente quanto possível.
 Devem ser accionados os mecanismos necessários à
definição de um plano individual (Plano Individual de
Intervenção Precoce – PIIP) atento às necessidades das
famílias, a ser elaborado por Equipas Locais de
Intervenção (ELI), multidisciplinares, que representem
todos os serviços que são chamados a intervir.
 PIIP deve constituir-se como um instrumento de
organizador para as famílias e para os profissionais
envolvidos, estabelecer um diagnostico adequado, tendo
em conta não apenas os problemas, mas também o
potencial de desenvolvimento da criança, a par das
alterações a introduzir no meio ambiente para que tal
potencial se possa afirmar.
1- Comissão de Coordenação
Tem como principal atribuição assegurar a articulação
das acções desenvolvidas ao nível de cada ministério
Constituída por representantes:
Ministério da Solidariedade e da Segurança Social
(MSS) 
Ministério da Educação e Ciência (MEC)
Ministério da Saúde  (MS)

Competências:
Compete à Comissão assegurar a articulação das acções
desenvolvidas ao nível de cada ministério
2-Subcomissões de Coordenação Regional
Subcomissão Regional Norte
Subcomissão Regional Centro
Subcomissão Regional Lisboa e Vale do Tejo
Subcomissão Regional Alentejo
Subcomissão Regional Algarve
3- Núcleos de Supervisão Técnica
Constituídos por profissionais das várias áreas de intervenção do MSSS, MS, ME
com formação e reconhecida experiência na área da IPI

Funções genéricas de apoio às Subcomissões de Coordenação Regionais (SCR)


Apoiar a SCR na articulação direta com as entidades locais responsáveis pelos
profissionais afetos às ELI (ACES, Agrupamentos de Escolas e Instituições com
protocolos com o ISS);
Planear, organizar e avaliar o funcionamento das ELI em articulação com a SCR;
Proceder à recolha e atualização contínua da informação disponível nas ELI e ao
levantamento das necessidades na sua área de Intervenção;
Identificar, em cada Distrito, personalidades das áreas científica e académica com
formação e reconhecida experiencia na área da IPI, que possam colaborar com os
NST;
Apoiar a formação e a investigação no âmbito da IPI em estreita colaboração com a
SCR.
 Funções específicas de apoio às Equipas Locais de Intervenção (ELI) e à
comunidade
 Análise e verificação da aplicação dos critérios de elegibilidade de crianças
referenciadas para as ELI;
 Análise e monitorização da aplicabilidade dos conceitos de vigilância e de
encaminhamento das situações referenciadas para outros serviços;
 Suporte e acompanhamento técnico ao trabalho desenvolvido pelas ELI,
nomeadamente no que se refere à monitorização da construção e organização
dos Processos Individuais
 Apoiar e acompanhar a capacitação dos profissionais das ELI, face ao modelo
conceptual, o qual que se traduz num modelo de intervenção centrado na família
e na comunidade, baseado nas preocupações e forças da família e no reforço das
suas competências,
 Apoiar as ELI na articulação com as diferentes entidades com competência em
matéria de infância e juventude, no sentido de definir procedimentos e circuitos
de sinalização,
 Promover com as ELI o diagnóstico de necessidades e de recursos da
comunidade, por forma a dinamizar redes de suporte formais e informais.
4- Equipas Locais de Intervenção (ELI)
Constituídas por equipas pluridisciplinares com base em parcerias institucionais envolvendo
vários profissionais:
Educadores de infância de IP; Enfermeiro(s); Médico( s) de família/pediatra(s), outros;
Assistentes sociais; Psicólogos; Terapeutas, e outros
Funções das ELI
Identificar as crianças e famílias imediatamente elegíveis para o SNIPI;
Assegurar a vigilância às crianças e famílias que, embora não imediatamente elegíveis,
requeiram avaliação periódica, devido à natureza dos seus factores de risco e probabilidade de
evolução;
 Encaminhar crianças e famílias não elegíveis,
mas carenciadas de apoio social;
 Elaborar e executar o PIIP em função do
diagnóstico da situação;
 Identificar necessidades e recursos das
comunidades da sua área de intervenção,
dinamizando redes formais e informais de
apoio social;
 Articular, sempre que se justifique, com as
comissões de proteção de crianças e jovens,
com os núcleos da saúde de crianças  e jovens
em risco ou outras entidades com atividade
na área da proteção infantil

 Assegurar, para cada criança, processos de


transição adequados para outros programas,
serviços ou contextos educativos;
 Articular com os docentes das creches e
jardins-de-infância em que se encontrem
colocadas as crianças integradas em IPI.
 Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância
 Critérios de elegibilidade
 De acordo com o Decreto-lei 281/09 de 6 de Outubro, são elegíveis
para apoio no âmbito do SNIPI, as crianças entre os 0 e os 6 anos e
respectivas famílias, que apresentem condições incluídas nos
seguintes grupos:
 1 - «Alterações nas funções ou estruturas do corpo» que limitam
o normal desenvolvimento e a participação nas actividades típicas,
tendo em conta os referenciais de desenvolvimento próprios, para
a respectiva idade e contexto social;
 2 - «Risco grave de atraso de desenvolvimento» pela existência
de condições biológicas, psicoafectivas ou ambientais, que
implicam uma alta probabilidade de atraso relevante no
desenvolvimento da criança.
 São elegíveis para acesso ao SNIPI, todas as crianças do 1º grupo e as crianças
do 2º, que acumulem 4 ou mais factores de risco biológico e/ou ambiental. Tal
como foi empiricamente demonstrado, este número constitui o ponto de
charneira para um aumento substancial do efeito do risco (efeito cumulativo do
risco).
 Definições:
 Funções do Corpo - São as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo
as funções psicológicas ou da mente)
 Estruturas do Corpo - São as partes anatómicas do corpo, tais como, órgãos,
membros e seus componentes.
 Actividade é a execução de uma tarefa ou acção por um indivíduo. Limitações da
actividade são dificuldades que o indivíduo pode ter na execução de actividades.
 Participação é o envolvimento de um indivíduo numa situação da vida real.
 Restrições na participação são problemas que um indivíduo pode enfrentar
quando está envolvido em situações da vida real.
 Critérios de Elegibilidade Aprovado na reunião da CC de 16 de Junho de 2010 1/
 1 - Crianças com alterações nas funções ou
estruturas do corpo (ICF - CY, 2007)
 1.1 Atraso de Desenvolvimento sem
etiologia conhecida, abrangendo uma ou
mais áreas (motora, física, cognitiva, da
linguagem e comunicação, emocional, social
e adaptativa), validado por avaliação
fundamentada, feita por profissional
competente para o efeito.
 1.2 Condições Específicas – Baseiam-se num diagnóstico relacionado
com situações que se associam a atraso do desenvolvimento, entre
outras:
 Anomalia cromossómica (p. ex. Trissomia 21, Trissomia 18, Sindroma de
X-Fragil)
 Perturbação neurológica (p. ex. paralisia cerebral, neurofibromatose)
 Malformações congénitas (p. ex. sindromas polimalformativos)
 Doença metabólica (p. ex. mucopolisacaridoses, glicogenoses)
 Défice sensorial (p. ex. baixa visão/cegueira, surdez)
 Perturbações relacionadas com exposição pré-natal a agentes
teratogénicos ou a narcóticos, cocaína e outras drogas (p. ex. sindroma
fetal alcoólico)
 Perturbações relacionadas com infecções severas congénitas (p. ex. HIV,
grupo TORCH, meningite)
 Doença crónica grave (p. ex. tumores do SNC, D. renal, D. hematológica)
 Desenvolvimento atípico com alterações na relação e comunicação (p.
ex. perturbações do espectro do autismo)
 Perturbações graves da vinculação e outras perturbações emocionais
 2 - Crianças com Risco Grave de Atraso de
Desenvolvimento
 2.1 – Crianças expostas a factores de risco
biológico: Inclui crianças que estão em risco
de vir a manifestar limitações na actividade e
participação (ICF – CY, 2007) por condições
biológicas que interfiram claramente com a
prestação de cuidados básicos, com a saúde e
o desenvolvimento.
 Baseiam-se num diagnóstico relacionado com, entre outros:
 História familiar de anomalias genéticas, associadas a perturbações do
desenvolvimento;
 Exposição intra-uterina a tóxicos (álcool, drogas de abuso);
 Complicações pré-natais severas (Hipertensão, toxémia, infecções, hemorragias,
etc.);
 Prematuridade <33 semanas de gestação;
 • Muito baixo peso à nascença ( < 1,5Kg);
 • Atraso de Crescimento Intra-Uterino (ACIU): Peso de nascimento <percentil 10
para o tempo de gestação;
 • Asfixia perinatal grave (Apgar ao 5º minuto <4 ou pH do sangue do cordão <7,2
ou manifestações neurológicas ou orgânicas sistémicas neonatais).
 • Complicações neonatais graves (sépsis, meningite, alterações metabólicas ou
hidroelectrolíticas, convulsões)
 • Hemorragia intraventricular;
 • Infecções congénitas (Grupo TORCH);
 • Criança HIV positiva
 • Infecções graves do sistema nervoso central (Meningite bacteriana,
meningoencefalite)
 • Traumatismos cranianos graves
 • Otite média crónica com risco de défice auditivo
 2.2 - Crianças expostas a factores de risco ambiental
 Consideram-se condições de risco ambiental a existência de
factores parentais ou contextuais, que actuam como obstáculo à
actividade e à participação da criança (ICF–CY, 2007), limitando as
suas oportunidades de desenvolvimento e impossibilitando ou
dificultando o seu bem-estar.
 2.2.1 - São entendidos como factores de risco parentais, entre
outros:
 Mães adolescentes < 18 anos
 Abuso de álcool ou outras substâncias aditivas
 Maus-tratos activos (maus-tratos físicos, emocionais e abuso
sexual) e passivos (negligência nos cuidados básicos a prestar à
criança (saúde, alimentação, higiene e educação)
 Doença do foro psiquiátrico
 Doença física incapacitante ou limitativa
 2.2.2 - Consideram-se factores contextuais,
entre outros:
 Isolamento (ao nível geográfico e dificuldade no
acesso a recursos formais e informais;
discriminação sócio-cultural e étnica, racial ou
sexual; discriminação religiosa; conflitualidade
na relação com a criança) e/ou Pobreza (recurso
a bancos alimentares e/ou centros de apoio
social; desempregados; famílias beneficiárias de
RSI ou de apoios da acção social);
 Desorganização Familiar (conflitualidade
familiar frequente; negligência da habitação a
nível da organização do espaço e da higiene);
 Preocupações acentuadas, expressas por um
dos pais, pessoa que presta cuidados à criança
ou profissional de saúde, relativamente ao
desenvolvimento da criança, ao estilo parental
ou interacção mãe/pai-criança.
Identificação da Criança
 Nome da Criança
 Data de Nascimento
 Morada
 Freguesia e Concelho
 Contacto telefónico
 E-mail
 NISS
 SNS
Identificação dos pais
 Nome do pai
 Idade
 Profissão
 Morada
 E-mail
 Contacto telefónico
 Nome da mãe
 Idade
 Profissão
 Morada
 E-mail
 Contacto telefónico
Referenciação
 Quem referencia
 Contactos
 Descrição sumária do motivo da
referenciação
 Que apoios especializados teve/tem ?
Observações
 Data
 O que é a IPI?
A IPI apresenta-se como um conjunto de medidas de apoio integrado dirigido à
criança e família, incluindo acções, de natureza preventiva e reabilitativa, no
campo da educação, da saúde e da acção social.
Estas medidas, atendendo às necessidades das famílias, são definidas num Plano
Individual de Intervenção Precoce (PIIP) elaborado pelas Equipas Locais de
Intervenção (ELI) .
 O que é o Plano Individual de Intervenção
Precoce (PIIP)?
O PIIP é simultaneamente um documento
que permite organizar toda a informação
recolhida, registar todos os aspectos da
intervenção bem como o processo que
conduz à sua implementação.
 Este documento é elaborado em função do
diagnóstico da situação, envolve a avaliação
da criança nos seus contextos (familiar e
outros) e define as medidas e ações a
desenvolver. A adequada intervenção
pressupõe a articulação entre serviços e
instituições, e é subscrito pelas famílias.
 Compete a sua elaboração às equipas locais
de intervenção
No PIIP devem constar os seguintes elementos:
a) Identificação dos recursos e necessidades da criança e da família;

b) Identificação dos apoios a prestar;

c) Indicação da data do início da execução do plano e do período provável da


sua duração;
d) Definição da periodicidade da realização das avaliações realizadas
junto
das crianças e das famílias, bem como do desenvolvimento das respectivas
capacidades de adaptação;
e) Procedimentos que permitam acompanhar o processo de transição da
criança para o contexto educativo formal, nomeadamente o escolar;
f) O PIIP deve articular -se com o PEI, aquando da transição de crianças para a
frequência de jardins -de –infância ou escolas básicas do 1.º ciclo.
 No processo individual de cada criança
devem constar, para além do PIIP, os
relatórios inerentes, as medidas aplicadas, a
informação pertinente, a declaração de
aceitação das famílias e a intervenção das
instituições privadas.

Você também pode gostar