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1 CONHECENDO O PROSAD

Segundo Ministério da Saúde, o PROSAD foi criado pela Portaria do


Ministério da Saúde nº 980/GM de 21/12/1989, fundamenta-se numa política
de Promoção de Saúde, de identificação de grupos de risco, detecção precoce dos
agravos com tratamento adequado e reabilitação, respeitadas as diretrizes do
Sistema Único de Saúde, garantidas pela Constituição Brasileira de 1988.

1.1 População Alvo

O Programa Saúde do Adolescente – PROSAD é dirigido a todos os jovens


entre 10 a 19 anos e se caracteriza pela integralidade das ações e pelo enfoque
preventivo e educativo. O programa fundamenta-se na política de Promoção de
Saúde, respeitando as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), garantidas
pela Constituição Brasileira de 1988. Em 1999, o MS ampliou o programa para
indivíduos até 24 anos, considerando então a Área Técnica de Saúde do
Adolescente e do Jovem.

No Brasil, os adolescentes e jovens correspondem a 30,33% da população


nacional. Trata-se de 57.426.021 de indivíduos em mutação biológica, emocional
e social, havendo quase igual proporção entre os sexos (50,4% são rapazes e
49,5% garotas). Os dados estatísticos também demonstram semelhança na
população entre 10 – 14 anos (17.348.067) e 15 – 19 anos (17.939.815),
enquanto há decréscimo dos jovens, a população entre 20 – 24 anos
(16.141.515). Dentre as explicações para tal fato, destaca-se a perda de vidas por
causas externas – acidentes e homicídios, principalmente relacionados ao tráfico
de drogas e uso abusivo de álcool.

No Nordeste, do grupo de 15 a 17 anos, 21,1% estão fora da escola ( no


Sudeste esta cifra é de 14,6%) e cerca de 46% dos indivíduos de 0 a 17 anos
vivem na pobreza, isto é, com até 1/2 salário mínimo per capita. (IBGE,
2007) Cerca de 15,5 milhões de brasileiros acima de 10 anos não sabem ler nem
escrever, sendo que 65% dos jovens analfabetos estão no Nordeste. (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios –Pnad, 2005)

1.2 Característica do Programa

O Programa Saúde do Adolescente - PROSAD é dirigido a todos os


jovens entre 10 a 19 anos e é caracterizado pela integralidade das ações e pelo
enfoque preventivo e educativo. O PROSAD visa garantir aos adolescentes o
acesso à saúde, com ações de caráter:

multiprofissional;
intersetorial;
interinstitucional
1.3 Objetivos do PROSAD

• Promover a saúde integral do adolescente, favorecendo o processo geral


de seu crescimento e desenvolvimento, buscando reduzir a morbi-
mortalidade e os desajustes individuais e sociais.
• Normatizar as ações consideradas nas áreas prioritárias.
• Estimular e apoiar a implantação e/ou implementação dos Programas
Estaduais e Municipais, na perspectiva de assegurar ao adolescente um
atendimento adequado às suas características, respeitando as
particularidades regionais e realidade local.
• Promover e apoiar estudos e pesquisas multicêntricas relativas a
adolescência.
• Contribuir com as atividades intra e interistitucional, nos âmbitos
governamentais e não governamentais, visando a formulação de uma
política nacional para a adolescência e juventude, a ser desenvolvida nos
níveis Federal, Estadual e Municipal.

1.4 Áreas Prioritárias de Ação

Crescimento e desenvolvimento;
Sexualidade;
Saúde mental;
Saúde reprodutiva;
Saúde do escolar adolescente;
Prevenção de acidentes;
Violência e maus-tratos
Família.

1.5 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS NA ATENÇÃO

Ética – a relação profissional de saúde/adolescentes, deve ser pautada pelos


princípios de respeito, autonomia e liberdade, prescritos pelo ECA e pelos
códigos de ética das diferentes categorias.

Privacidade – adolescentes e jovens podem ser atendidos sozinhos, caso


desejem.

Confidencialidade e sigilo – adolescentes e jovens devem ter a garantia de que


as informações prestadas no atendimento não serão repassadas aos seus pais e/ou
responsáveis, bem como aos seus pares, sem a sua concordância explícita.

EXCEÇÃO: situações que requerem quebra de sigilo - sempre que houver risco
de vida ou outros riscos relevantes (abuso sexual, idéia de suicídio, informação
de homicídio).
1.6 Competências a serem desenvolvidas pelo profissional para atender o
jovem

- Ter capacidade de aplicar princípios éticos no desenvolvimento do trabalho;


– Respeitar o princípio de autonomia dentro do qual o adolescente, reconhecido
como sujeito, é capaz de assumir de imediato ou gradativamente
responsabilidades sobre sua saúde e qualidade de vida;
– Considerar a privacidade, confidencialidade e o sigilo na abordagem das
questões de saúde do adolescente;
– Garantir o direito à cidadania do adolescente, de sua família e da equipe;
– Respeitar as escolhas do adolescente e de sua família.
- Ter capacidade de trabalhar em equipe e interagir com outros setores
fundamentais com os quais o serviço deve estar articulado;
– Compreender a natureza do trabalho em equipe;
– Conhecer os conceitos de multi, inter e transdisciplinaridade;
– Identificar os papéis específicos dos diversos integrantes da equipe;
– Criar mecanismos de capacitação continuada da equipe, visando ao
aperfeiçoamento da prática;
– Conhecer os princípios das atenções primária, secundária e terciária da saúde,
estabelecendo mecanismos de formação de rede de referência e contra-referência;
conhecer as bases do SUS e suas áreas na atenção à saúde do adolescente;
– Registrar as informações necessárias para a manutenção do sistema de
informação em saúde, identificando os principais fluxos e fontes;
– Conhecer os conceitos básicos, metodologias e instrumentos de planejamento,
gerência e avaliação de serviços;
– Incentivar o desenvolvimento de parcerias e alianças estratégicas com outros
segmentos sociais;
– Compreender os conceitos ampliados de saúde e da origem multifatorial dos
agravos à saúde, aplicando-os em sua prática;
– Identificar os principais problemas de saúde da região, buscando informações
sobre seus determinantes.
– Considerar a diversidade sociocultural dos adolescentes, jovens e suas famílias
no desenvolvimento das ações;

– Planejar e desenvolver práticas educativas e participativas que permeiem as


ações dirigidas aos adolescentes e jovens, no âmbito individual e no coletivo;

– Considerar a saúde do adolescente e jovem trabalhador quanto aos seus


direitos, bem como a prevenção e identificação de agravos decorrentes da
atividade laborativa;

1.6 Competência do Nível Federal

Implantar e/ou implementar o PROSAD em todos os estados.


Apoiar treinamentos de recursos humanos e de adolescentes
multiplicadores de saúde.
Dar assessoria técnica aos estados.
Estimular a criação de centros de referência para a saúde do adolescente,
dentro das normas do Ministério da Saúde (anexo).
Elaborar, imprimir e distribuir material normativo e educativo,
condizentes com as especificidades das populações a que se destinam, ou
apoiar a elaboração a nível estadual e municipal.
Apoiar eventos que possam fomentar o interesse e melhorar a qualidade da
atenção ao adolescente.
Manter um permanente canal de informação entre o nível central, estadual
e municipal.
Estimular pesquisas em serviços e aquelas que visem compreender as
atitudes e comportamento de jovens frente à sua saúde.
Participar de eventos, reuniões, grupos de trabalho, conselhos, comitês,
etc., relativos à saúde integral do adolescente, para que políticas nacionais que
reconheçam as necessidades especiais dos adolescentes sejam adotadas.
Disponibilizar o acesso a métodos de avaliação e acompanhamento da
assistência prestada ao adolescente em todos os níveis do SUS.
Articular-se com: Ministério da Educação e do Desporto; Ministério do
Trabalho; Ministério da Justiça (COFEM, CONANDA); Ministério da
Previdência Social; Programa Comunidade Solidária; Organizações Não-
Governamentais; Organismos Internacionais (OMS/OPAS, UNICEF,
FNUAP, outros); Sociedades Científicas; Universidades.

1.7 Situação Atual do PROSAD

O programa está oficialmente implantado nos 27 estados da federação e já


foram treinados 130 multiplicadores em Atenção Integral à Saúde do
Adolescente. Foram elaborados, impressos e distribuídos os seguintes
documentos:

Bases Programáticas do PROSAD;


Normas de Atenção Integral à Saúde do Adolescente I, II e III
Violência e Maus-Tratos contra a Criança e o Adolescente;
Prevenir a violência: um desafio para educadores;
Crescer sem violência: um desafio para educadores;
Guia de Orientação sobre Sexualidade e Saúde Reprodutiva (Ficar... por
dentro!)
Adolescente Grávida e os Serviços de Saúde no Município (parceria com
UNICEF);
Pranchas de Tanner.

1.8 Centros Docentes Assistenciais

É uma instância operacional das questões referentes à Saúde do


Adolescente, devidamente reconhecido e credenciado pelo Ministério da Saúde,
através da excelência tanto da assistência quanto da capacitação dos recursos
humanos sob sua atividade de docência.

Centros Docentes Assistenciais

IMIP - INSTITUTO MATERNO INFANTIL DE PERNAMBUCO


RUA DOS COELHOS, 300 - BOA VISTA
50070-550 - RECIFE/PE
TELEFONE: (081) 222-5713 - 421-3567
RESPONSÁVEL PELO CDA ADOLESCENTE - PE-01
DRA. GRAÇA MARIA DE OLIVEIRA CAMPOS

Bibliografia:

BRASIL.Ministério da Saúde – Secretaria de Assistência à Saúde . Normas de


Atenção à Saúde Integral do Adolescente. 1993. 1v.2v.3v.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Ações Programáticas Estratégicas. A Saúde de Adolescentes e Jovens. Uma
metodologia de auto-aprendizagem para equipes de atenção básica de saúde.
Módulo básico. 2.ª edição. Série F. Comunicação e Educação em Saúde. Brasília
– DF, 2007.

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