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AUDITORIA EM SERVIÇOS
E CONTAS HOSPITALARES

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Auditoria em Serviços e Contas Hospitalares
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Góes, Gabriela de Oliveira, 2019 -


Auditoria em Serviços e Contas Hospitalares - Jupiter Press - São Paulo/SP
16 páginas;

Palavras-chaves: 1. Auditoria em Saúde 2. Contas Hospitalares 3.Auditoria em


Serviços 4. AIH.

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................3
1. AUDITORIA EM SERVIÇOS....................................................................................................................4
TIPOS DE AUDITORIA.......................................................................................................................4
2. GESTÃO E FINANCIAMENTO DA SAÚDE....................................................................................5

s
3. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO.............................................................................................................7
4. CONTAS HOSPITALARES......................................................................................................................9
5. ANÁLISE DAS CONTAS HOSPITALARES......................................................................................10
6. GLOSAS HOSPITALARES.......................................................................................................................11
7. FATURAMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR......................13
8.SEGURANÇA DO PACIENTE................................................................................................................14
O QUE É SEGURANÇA DO PACIENTE? ...............................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................15

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INTRODUÇÃO

A proposição deste documento é de dialogar e debater com os discentes


os modelos de auditoria em serviços de saúde e seus respectivos avanços e
custos. Nesse sentido compreender as formas de auditoria possibilita avaliar
os elementos componentes dos processos da instituição, serviço ou sistema
auditado, objetivando a melhoria dos procedimentos por meio da detecção de
desvios dos padrões estabelecidos.
O termo ‘auditoria’ indica avaliação, exame analítico e pericial que segue o
desenvolvimento das operações contábeis desde o início até o balanço.
A auditoria tem como proposição mensurar a qualidade, na auditoria de
cuidado, e custos, auditoria de custos.
No intuito de fortalecer os serviços, as instituições vem buscando ferramentas
para manter o mercado competitivo, com qualidade nos serviços prestados e na
atenção à saúde. Manter o cuidado individualizado em instituições que atendem
populações de faixa etária diferente e com patologias diversas.
O desafio institucional é aliar a qualidade a redução de custos, então os
serviços de auditoria interna são hoje essenciais para avaliar a execução das
ações em serviços de saúde e os gastos com tecnologia de alto custo, equipe
multiprofissional, serviços de diagnósticos e assistência farmacêutica.
E quais as principais barreiras para a concretização da qualidade nos serviços
de saúde? Quais os principais motivos de Glosas? Quais instrumentos de avaliação
de faturamento?
Esses questionamentos serão dissertados neste documento.
Uma boa leitura.
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1. AUDITORIA EM SERVIÇOS

TIPOS DE AUDITORIA
Segundo Ministério da Saúde, Auditoria Consiste no exame sistemático e
independente dos fatos obtidos através da observação, medição, ensaio ou outras
técnicas apropriadas, de uma atividade, elemento ou sistema, para verificar a
adequação aos requisitos preconizados pelas leis e normas vigentes e determinar
se as ações de saúde e seus resultados estão de acordo com as disposições
planejadas.
Chiavenato citado por Setz e D’Innocenzo (2009), define auditoria como um
sistema de revisão e controle, para informar a administração sobre a eficiência e
eficácia dos programas em desenvolvimento. Sua função não é somente indicar
as falhas e os problemas, mas também, apontar sugestões e soluções, assumindo,
portanto, um caráter eminentemente educacional.
Na área da saúde os primeiros modelos descritos de gestão à qualidade na
assistência à saúde, estão relacionados a guerra da Criméia em 1855, quando a
enfermeira Florence Naghtingale (1820-1910) desenvolveu métodos de coletas
de dados que objetivam a melhoria da qualidade do atendimento prestado aos
feridos de guerra.
A auditoria em serviços é tipificada em:

• 1. TEMPO: de forma Contínua quando realizada integralmente ao longo do tempo


ininterruptamente; e Periódica quando realizada em períodos definidos, sem pren-
der-se a continuidade.
• 2. NATUREZA: Normal quando realizada em períodos determinados com objetivos
regulares de comprovação; e Específica quando realizada mediante a uma necessi-
dade do momento.
• 3. LIMITE: Total quando abranger todos os setores; Parcial quando estiver limitada à
alguns setores.
• 4. TIPO: Retrospectiva se propõe a avaliar os fatos passados verificando os elemen-
tos que os evidenciam; e Concorrente realizada enquanto o paciente está hospitali-
zado utilizando-se da avaliação do prontuário e entrevista com o paciente.
• 5. FORMA DE INTERVENÇÃO: Interna realizada por membros da mesma institui-
ção; e Externa realizada por pessoas não pertencentes à instituição.

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2. GESTÃO E FINANCIAMENTO DA SAÚDE

Definição: A atuação contínua, articulada, integrada e solidária das áreas


de planejamento das três esferas de gestão do SUS. Colocar em uma caixa de
texto

O avanço da saúde pública no Brasil, protagonizado pela VIII Conferência


Nacional da Saúde, em 1986, se concretizou na Constituição Federal de 1988, que
disciplinou Saúde como direito de todos e dever do Estado garantido mediante
políticas sociais e econômicas. A fim de viabilizar tal direito, foi criado o Sistema
Único de Saúde (SUS), responsável por ações e serviços públicos de saúde.
Desse modo, o poder público deve garantir os recursos necessários e gerenciar o
sistema, a fim de que seja efetivado esse direito a toda a população.
O financiamento do SUS está previsto na Constituição e teve sua
regulamentação nas Leis Orgânicas da Saúde, as quais reúnem as leis federais
8.080 e 8.142, de 1990. A primeira define que os planos municipais de saúde são
os instrumentos centrais de planejamento para definição e implementação de
todas as iniciativas no âmbito da saúde; a segunda trata dos condicionantes para
recebimento de recursos federais e da participação da comunidade na gestão do
SUS.
A Emenda Constitucional 29/2000, marco histórico do financiamento
da saúde, ratificou a vinculação de recursos financeiros da seguridade social,
definindo percentuais mínimos de investimento da Receita Corrente Líquida
(RCL) para os Estados (12%) e os Municípios (15%). No entanto, para o governo
federal não foi estabelecido um mínimo percentual vinculado à RCL, situação
que ao longo dos anos elevou, de forma substancial, os percentuais investidos
em saúde pelos demais Entes da Federação.
A Portaria 3.992, de 28 de dezembro de 2017, alterou a Portaria de
Consolidação 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, que trata das normas
sobre o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e
os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. A Portaria de Consolidação nº
6 havia incorporado o texto da Portaria 204/2007. Desde a Portaria 204/2007,
o financiamento e as transferências dos recursos federais para ASPS eram
realizados através de seis blocos de financiamento ou blocos financeiros. E desde
a promulgação da portaria passou a ser em 02 blocos Custeio e investimento.

Transferência dos recursos financeiros somente para duas contas


Os recursos para manutenção da prestação dos serviços das ações e do
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serviço de saúde serão transferidos para uma só conta-corrente no Bloco de


Custeio.
Os recursos para investimento em saúde serão transferidos para uma só
conta-corrente no Bloco de Investimento. Colocar em caixa de texto

Para organização orçamentária é necessário instrumentos avaliativos e de


planejamento do SUS, assim sendo é obrigatório a elaboração do Plano Nacional
e Plano Estadual e Plano Municipal de Saúde. Cada plano de gestão determina
as ações das esferas de governo e os investimentos em saúde, conforme figura
01.

Figura 01- Estrutura de Planejamento do SUS.


Fonte: Góes, GO, 2019.

A forma de financiamento e planejamento do SUS é diretamente proporcional


a qualidade assistencial à população e atenção hospitalar, essa produção é
mensurada através de sistema de informação.

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3. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Os sistemas de informação em saúde são instrumentos padronizados de


monitoramento e coleta de dados, que tem como objetivo o fornecimento de
informações para análise e melhor compreensão de importantes problemas de
saúde da população, subsidiando a tomada de decisões nos níveis municipal,
estadual e federal.
Para auditoria de contas hospitalares existem sistemas de informação que
tabelam os custos e processam os dados da internação, no sistema público
existem três sistemas principais: SIA, SIH E SIGTAP.
3.1 SIA- Sistema de Informação Ambulatorial: O SIA/SUS foi implantado em
todo o território nacional em 1995 e desde sua implantação tem como finalidade
registrar os atendimentos/procedimentos/tratamentos realizados em cada
estabelecimento de saúde no âmbito ambulatorial.
O SIASUS recebe a transcrição de produção nos documentos BPA- Boletim de
Produção Ambulatorial e APAC- Autorização de Procedimento Ambulatorial, faz
consolidação, valida o pagamento contra parâmetros orçamentários estipulados
pelo próprio gestor de saúde, antes de aprovar o pagamento – para isto utiliza-se do
sistema FPO- Programação Físico Orçamentária. Mensalmente os gestores, além
de gerar os valores devidos a sua rede de estabelecimentos, enviam ao DATASUS,
uma base de dados contendo a totalidade dos procedimentos realizados em
sua gestão. Também mensalmente o DATASUS – gera arquivos para tabulação
contendo estes atendimentos. Complementando as informações do sistema
SIHSUS, fornece os valores do Teto de Financiamento a serem repassados para
os gestores.
O SIA é o sistema que permite aos gestores locais o processamento das
informações de atendimento ambulatorial (não hospitalar) registrados nos
aplicativos de captação do atendimento ambulatorial pelos prestadores públicos
e privados contratados/conveniados pelo SUS.
As informações extraídas do SIA são utilizadas como um importante
instrumentodegestão,subsidiando,assim,asaçõesdeplanejamento,programação,
regulação, avaliação, controle e auditoria da assistência ambulatorial.
O SIA/SUS tem sua área de abrangência em três níveis de gestão (Secretarias
municipal de saúde, Secretaria estadual de saúde e Ministério da saúde) e os
Estabelecimentos de saúde, seguindo a um fluxo de captação de informações
organizado entre os procedimentos que exigem autorização para serem realizados
e aqueles que não exigem autorização.
3.2 SIH- Sistema de Informação Hospitalar: A finalidade do sistema é registrar

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todos os atendimentos das contas de internações hospitalares que foram


financiadas pelo SUS, e a partir deste processamento, gerar relatórios para que
os gestores possam fazer os pagamentos dos estabelecimentos de saúde, esses
pagamentos são baseados na tabela SIGTAP e no contrato de metas de cada
instituição.
Além disso, o nível Federal recebe mensalmente uma base de dados de todas
as internações autorizadas ou glosadas (aprovadas ou não para pagamento) para
que possam ser repassados às Secretarias de Saúde os valores de Produção de
Média e Alta complexidade, além dos valores de custeio no teto FAEC/MAC e de
Hospitais Universitários – em suas variadas formas de contrato de gestão.
3.3 SIGTAP: Sistema de gerenciamento da tabela de procedimentos, remédios,
OPM do SUS, sistema com todas as suas características de descrição orçamentária
dos procedimentos, demonstra para as instituições qual Habilitações para a
execução destes e quais os profissionais habilitados para a realização de cada
procedimento, descrevendo código e financiamento de cada procedimento do
SUS.
O profissional auditor subsidia sua pesquisa para análise de contas e as
conformidades na execuções de serviços no SUS e na saúde suplementar a partir
da descrições da tabela de procedimentos no SIGTAP.

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4. CONTAS HOSPITALARES
O conceito de hospital segundo o Ministério da Saúde “ Organização médica
e social, com função de proporcionar à população assistência médica integral,
curativa e preventiva, seja qual for o regime de atendimento, incluindo a domiciliar,
realizando os devidos encaminhamentos, o hospital também é considerado
como um centro de educação, capacitação de recursos humanos e pesquisa de
saúde.” Segundo a Organização Pan Americana de Saúde- OPAS, o hospital
se define como instituição de saúde que tenha no mínimo cinco leitos para
internação, uma equipe clínica com assistência prestada permanentemente por
médicos, que garanta o atendimento do paciente/cliente nas 24 horas diárias.
Nesse sentido a atenção hospitalar é constituída por um conjunto de normas
e regulamentações, bem como sua prestação de serviço.
A saúde suplementar atuava, até 1998, com livre iniciativa quanto ao
oferecimento e financiamento de operações e serviços de saúde. A atenção à
saúde até os anos 80 era apenas ao trabalhadores com vínculo trabalhista formal
em planos coletivos. Expandiu-se posteriormente para a contratação individual,
ou seja, o cliente não precisava estar vinculado a uma pessoa jurídica.
Com a ampliação dos serviços privados, o Estado necessitou assumir a
função de regulador e implantou a Agência Nacional de Saúde (ANS). As leis que
regulamentam e dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde,
criando a ANS, transformaram substancialmente o cenário da saúde suplementar,
implantando normativas para a entrada e a saída de operadoras de planos de
saúde no mercado, bem como para a proteção de direitos dos seus usuários.
Na saúde suplementar, utiliza-se preferencialmente o modelo de pagamento
de contas por unidade de serviço, portanto todos os itens devem ser contabilizados
na conta hospitalar acompanhados da justificativa coerente para seu uso, de
modo retrospectivo.
Com a criação do Sistema Único de Saúde em 1990 o modelo assistencial
da saúde passou a ser gratuito, universal, equitativo e integral. Porém A
regulamentação de financiamento só ocorreu em 2013 com decreto 7.508 o
qual delimitou as responsabilidades das gestões federal, estadual e municipal
respectivamente, na atenção básica, de média complexidade e na atenção de alta
complexidade. Na atenção de alta complexidade, hospitalar, a gestão de recursos
é compartilhada entre as três esferas de poder e está baseada na produtividade,
no sistema de contratualizações de serviços e na organização das redes temáticas
assistenciais.
Logo na saúde suplementar as contas hospitalares são baseadas nos custos
individuais de cada serviço, insumo e medicamento utilizados com paciente e na SUS as
contas hospitalares são cobradas por produtividade e contratualizações respeitando a
responsabilidade legal das esferas de gestão federal, estadual e municipal.
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5. ANÁLISE DAS CONTAS HOSPITALARES

A Lei nº 13.003/14 institui a obrigatoriedade de ao firmar contratos sejam


púbicos ou privados/ saúde suplementar escritos instituindo transferência e
legitimidade nos serviços prestado, neste contrato devem conter itens como: os
casos de glosa, prazos para a contestação e o tempo de resposta da operadora.
Quando estabelecido os critérios de avaliação o serviço de auditoria irá
supervisionar os itens do contrato e avaliar se estão conforme ou inconforme ao
serviço contratualizado.
As contas hospitalares são geradas a partir de um processamento dividido
em etapas:

• Autorização: processo inicial a qual o procedimento é autorizado a ser


realizado de acordo com documentação APAC ou Guia de Autoriza-
ção descrita pelo profissional solicitante em se tratando de saúde, o
profissional médico/médica.
• ✔Faturamento: etapa de avaliação das ações, procedimentos, medica-
mentos e insumos utilizados na atenção à saúde do paciente, mone-
tizando cada item e gerando a guia de faturamento, nessa etapa que
a partir Guia de internação ou prontuário hospitalar é gerado folha de
pagamento para o SUS ou plano de saúde.
• Revisões administrativas: etapa de análise dos itens descritos na guia
de faturamento e redução de danos para evitar s glosas hospitalares.
• Auditorias técnicas: serviço de auditoria interna de análise da guia de
faturamento.
• Análise de glosas: avaliação da glosa hospitalar e justificativa aos pos-
síveis erros constante na guia de internação.

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6. GLOSAS HOSPITALARES
Segundo Departamento Nacional de Auditoria, 2015. É a rejeição total ou
parcial de recursos financeiros do SUS, utilizados pelos Estados, Distrito Federal
e Municípios de forma irregular ou cobrados indevidamente por prestadores de
serviços, causando danos aos cofres públicos.

As glosas hospitalares consistem em cancelamento da remuneração da


fatura da conta hospitalar analisada pelo auditor da operadora, quando este
considera que a cobrança é indevida ou ilegal, ou seja, nos casos em que o auditor
não consegue esclarecer dúvidas suscitadas por normas e práticas das instituições
de saúde.
As glosas se classificam em administrativas e técnicas. As administrativas
decorrem de falhas operacionais no momento da cobrança, de falta de interação
entre o plano de saúde e o prestador de serviço, ou, ainda, de falha no momento
da análise da conta do prestador. As glosas técnicas relacionam-se à apresentação
dos valores de serviços vinculados diretamente a assistência prestada ao paciente
e medicamentos utilizados e não aos procedimentos médicos adotados.
As Glosas podem ser total ou parcial, glosa total é quando toda guia de
internação e/ou de procedimento é recusada gerando inconformidade legal em
todo pagamento; ou glosa parcial quando somente parte da guia de internação e/
ou procedimento é recusada gerando inconformidade em parte do pagamento.
Na aplicação da glosa é importante observar os seguintes procedimentos:
a)
A prática de atos ilegais ou ilegítimos ocasiona ressarcimento ao erário, reco-
mendação de correção do procedimento e responsabilização dos autores do ato
e da autoridade administrativa competente com envio para o Ministério Público.

b)
A prática de atos antieconômicos ou indevidos em que não seja constatada a má
fé gera recomendação ao gestor de correção do procedimento realizado e/ou
ressarcimento ao erário.

Para aplicação de glosas, deverão ser observados pelos auditores critérios


como:
• Toda glosa deverá ser devidamente acompanhada da sua respectiva
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documentação comprobatória, cópias autenticadas pelo auditor e no caso do


prontuário médico deve ser autenticado pelo diretor da unidade auditada para
uma possível contraprova ao fato glosado. Anexar original da planilha de distorções
para justificativas e identificação dos responsáveis.

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7. FATURAMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE INTERNAÇÃO


HOSPITALAR
O faturamento, na administração financeira hospitalar, constitui-se em um
processo de gestão orçamentária e financeira dos serviços de saúde, que permite
aos gestores avaliar a economicidade dos serviços de saúde e gerir seus custos,
qualidade e receitas. Inicia-se quando o paciente é admitido no hospital originando
diversos procedimentos de atendimento às suas necessidades de saúde, que
devem ser minuciosamente documentados pela equipe multiprofissional em seu
prontuário. A captura adequada destes dados gerará a cobrança, em vista disso
deve haver fluidez destas informações para facilitar o fechamento da fatura.
Nessa perspectiva, a auditoria de contas hospitalares é fundamental na
construção dos documentos que constituem a Guia de Internação do paciente
ou AIH- Autorização de Internação Hospitalar, essa comprovação da realização
dos procedimentos aos pacientes, por meio da documentação constante em
prontuário, subsidia a cobrança junto às fontes pagadoras.
As instituições hospitalares, públicas e privadas, que prestam serviços às
operadoras de planos de saúde (OPS) têm investido na auditoria de contas
visando à adequada remuneração do atendimento prestado. A auditoria pode ser
realizada por diferentes profissionais, entretanto vem se consolidando, cada vez
mais, como uma área de importante atuação dos enfermeiros.
Os objetivos do faturamento são: Apoiar a execução do planejamento
orçamentário; Garantir redução do endividamento bancário; Garantir qualidade
e confiabilidade das contas; Viabilizar a redução dos índices de glosa; Reduzir
prazo de faturamento e recebimento; Otimizar recursos e custos administrativos
(reduzir retrabalho e aumentar produtividade); Apoiar a gestão de custos; Atuar
na busca pelo equilíbrio na atenção aos SUS.

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8.SEGURANÇA DO PACIENTE

O QUE É SEGURANÇA DO PACIENTE?

“[...] o conjunto de ações voltadas à proteção do paciente contra riscos de


danos desnecessários durante a atenção prestada nos serviços de saúde”
Segundo o Ministério da Saúde, segurança do Paciente são todos os
estudos e práticas para a diminuição ou eliminação de riscos na assistência em
saúde que podem causar danos ao paciente. A segurança do paciente envolve
ações promovidas pelas instituições de saúde e ensino para reduzir a um mínimo
aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde.
A segurança do paciente está regulamentada através da portaria nº 529,
de 1 de Abril de 2013, a qual institui nacionalmente o programa de segurança do
paciente.
O objetivo geral do programa é contribuir para a qualificação do cuidado em
saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional. O programa
nacional de segurança paciente tem seis metas: 1. Identificar corretamente o
paciente; 2.melhorar a comunicação entre profissionais de saúde; 3. melhorar
a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos; 4.
Assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente correto; 5.
Higienizar as mãos para evitar infecções; 6. Reduzir o risco de queda e úlcera por
pressão.
Com a instituição do Programa a gestão dos serviços de saúde visam a
redução de danos e redução do tempo de internação, otimização de recursos e
garantia da qualidade na atenção hospitalar.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Araujo MV, Simões C, Silva CL. Auditoria em enfermagem. Revista Brasileira


de Enfermagem 1978; 31: 466-77.
BRASIL. Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Publicado no D.O.U de 20/09/1990.
______. Portaria 3992/2017 – Ministério da Saúde – Altera a Portaria de
Consolidação 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre o
financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços
públicos de saúde do Sistema Único de Saúde.
Organización Mundial de la Salud. Marco Conceptual de la Clasificación
Internacional para la Seguridad del Paciente Versión 1.1. Geneva: WHO; 2009.
Mauriz C, Lobo F, Lima RR, Oliveira S, Medeiros G. Faturamento hospitalar:
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Guerrer GFF, Castilho V, Lima AFC. Processo de formação de contas em um
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Santos MP, Rosa CDP. Auditoria de contas hospitalares: análise dos
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Prado PR, Assis WALM. A importância das anotações de enfermagem nas
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Desenho Instrucional: Veronica Ribeiro


Supervisão Pedagógica: Laryssa Campos
Revisão pedagógica: Camila Martins / Cássio Lima
Design editorial/gráfico: Darlan Conrado

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