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CUSTOS EM SAÚDE
1ª Edição
Indaial - 2022
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
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ISBN XXXXXXXXXXXXX
1.Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
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CDD XXXX.XXX
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde..................... 7
CAPÍTULO 2
Auditoria de Custos em Saúde................................................... 45
CAPÍTULO 3
Colocando em Prática Auditoria de Custos em Saúde........... 83
APRESENTAÇÃO
Olá, aluno, seja bem-vindo à disciplina de Auditoria de Custos em Saúde.
Este será o seu material didático para falarmos sobre a contabilidade de custos,
os custos em saúde, a auditoria e a auditoria em saúde.
Ao longo deste livro, você poderá aprender como surgiu a contabilidade de cus-
tos em saúde, conhecer as suas terminologias e identificar a importância de conhecer
sobre a contabilidade de custos. Você terá a oportunidade de aprender os conceitos,
a forma que os custos são classificados, além da fundamentação legal que permite o
uso das informações para maximizar os resultados na atenção à saúde.
No terceiro capítulo, o último, mas não menos importante, a fim de fazer com
que você venha reconhecer os dados e tirar deles o máximo de informações que
transformação a gestão de custos da sua unidade de saúde, devemos desenvol-
ver o ciclo da auditoria em saúde com o intuito de conseguir propor mudanças nos
resultados encontrados quando estes não forem o ideal e aprimorar as boas práti-
cas. Para isso, precisaremos identificar os diferentes tipos de dados e analisar, de
acordo com o planejamento da auditoria, em qual lugar queremos chegar.
Devemos ter em mente que a auditoria vem como forma de ajudar ao proces-
so, apontar as falhas e sugerir o que poderá melhorar, tendo em vista que não tem
poder de polícia, e nem poderá implantar as mudanças, devemos ter ciência que
não poderemos intervir nas decisões, estamos para fazer o levantamento, apurar
os dados e sugerir. Depois, analisar se conseguiram resolver os pontos sugeridos
pela auditoria.
Devemos ser transparentes, independentes e parceiros com as devidas res-
trições dos que nos buscam no desejo de fazer melhor com o que possuem, pois
sabemos que os recursos cada vez mais são escassos e dependemos de racio-
nalidade nas atitudes e nas tomadas de decisão para termos uma saúde de exce-
lência. Bons estudos!
C APÍTULO 1
Indrodução à Contabilidade de
Custos em Saúde
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Existe uma crescente preocupação com o controle dos custos na área da saúde,
isso se dá por diversos fatores que vão desde o aumento da população até a falta de
acesso à saúde –possivelmente, acarretada pela falta de financiamento adequado
ou, simplesmente, por uma gestão de custos e alocação de recursos ineficiente.
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Auditoria de custos em saúde
Apesar de trabalhar com números, ela não é uma ciência exata e, sim, uma ci-
ência social, pois, no ramo científico, ela contribui ao analisar os fatos sociais da hu-
manidade, está intimamente ligada a relações comerciais como: negociar, promo-
ver, averiguar, ajustar, comprar, vender, trocar. Para Sá (2010), a contabilidade é a
ciência que tem como finalidade estudar os fatos patrimoniais, dando importância à
realidade, suas provas e atuação, relacionando a eficiência útil das células sociais.
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
nas ações feitas pela organização, ou seja, se o planejado é executado. Por fim,
o processo decisório abrange um conjunto de procedimentos necessários para
a realização dos objetivos propostos e esperados no planejamento (IUDÍCIBUS;
MARION, 2017).
Na época que não havia escrita, nem número e nem moeda, a contabilidade
já existia como inventário, sendo mostrado que é tão antiga quanto a presença
do homem em atuação econômica. Essa fase é denominada de empírica, no qual
eram usados figuras, desenhos e formas artísticas que serviram para distinguir os
bens presentes e evidenciar todos os feitos que o homem havia conquistado para
seu uso. Contudo, foi mostrado que a contabilidade existia com o intuito de medir,
controlar e preservar os pertences da família desde o início da civilização.
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Auditoria de custos em saúde
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
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Auditoria de custos em saúde
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
a) ( ) Lei n° 8080/90.
b) ( ) Lei n° 4320/64.
c) ( ) Decreto n° 7508.
d) ( ) Lei n° 8666/93.
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Auditoria de custos em saúde
A contabilidade de custos foi criada para atender aos objetivos contábeis, po-
rém, contribuiu com excelência para a tomada de decisão gerencial, mas essa nobre
tarefa só teve início no meio do século passado incorporando conceitos de econo-
mia, administração, engenharia, sempre com a visão de acompanhar as mudanças
do mundo moderno com feedback objetivo para os gerentes, tornando-se uma ferra-
menta básica que se utiliza de palavras-chaves como: inferência futura, flexibilidade,
mudanças constantes, relevância nas decisões, lógica, feedback, entre outras.
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
Entre as décadas de 1960 e 1980, no Brasil, era difícil medir o resultado opera-
cional, praticamente não se tinha o controle administrativo das operações, quando
era realizado o resultado por período, o número encontrado não fazia mais sentido.
Coura (2009) relata que Goizueta, o CEO da Coca-Cola entre os anos 1980
e 1997, as empresas que se preocupam com a receita da empresa e se esque-
cem da lucratividade tendem a ter resultados decepcionantes em relação à recei-
ta. Toda empresa deseja um alto faturamento, porém, um faturamento alto não
quer dizer lucratividade. Vejamos o exemplo a seguir:
A empresa tem uma receita total de R$ 100 mil reais e lucro líquido de R$ 12
mil reais:
Sendo assim, no Brasil, havia essa preocupação com a receita, mas isso
era justificável devido ao período inflacionário, pois a aplicação financeira rendia
muito e os empresários aprenderam a gerar resultados positivos por meio do re-
sultado financeiro e não pelo resultado operacional.
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Auditoria de custos em saúde
Ainda, Crepaldi (2011) define que a contabilidade gerencial é o ramo que tem
por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas os auxilian-
do em suas funções gerenciais, a fim de melhorar utilização dos recursos econô-
micos da empresa. Corresponde ao somatório das informações demandadas pela
administração da empresa com o objetivo de subsidiar o processo decisório.
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
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Auditoria de custos em saúde
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
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Auditoria de custos em saúde
a) ( ) Depreciação.
b) ( ) Exaustão.
c) ( ) Custo direto.
d) ( ) Amortização.
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
Agora, fique atento! Os custos fixos podem variar de valor com decorrer do
tempo, digamos que o aluguel do prédio venha sofrer um reajuste, isso vai alterar
o valor do custo fixo, isso precisa ser levado em conta. Tipos de despesas que
entram no custo fixo: imposto predial; depreciação dos equipamentos; salário da
equipe de segurança da instituição; prêmios de seguro; entre outros.
FONTE: A autora
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Auditoria de custos em saúde
FONTE: A autora
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
FONTE: A autora
Na relação entre custos fixos e variáveis com os custos totais e unitários po-
demos observar que os custos fixos e variáveis têm relação oposta com os custos
totais e unitários. Veja que o custo fixo total não varia, o custo fixo unitário diminui
de acordo com o aumento da produção, da mesma forma que há diminuição de
produção e o custo fixo unitário aumenta.
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Auditoria de custos em saúde
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
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Auditoria de custos em saúde
A gestão de custos de saúde é necessária e muito útil, pois, com ela, podemos
identificar por onde escoa a receita, podemos otimizar o atendimento ao cliente, fa-
zer uma alocação de recursos de forma eficiente e, acima de tudo, prestar um aten-
dimento com excelência. Ainda estamos aquém do ideal de gestão de custos, tendo
em vista que existem países como os Estados Unidos que gasta 16,8% com saúde.
Devemos ter em mente que os custos de saúde incluem insumos que são
utilizados em um atendimento como luvas, termômetros, medidor de pressão, se-
ringas e medicamentos, pois, precisamos saber que o atendimento não é a única
experiência que o paciente tem, mas devemos levar em consideração que ele
pode precisar de tomógrafo, utilizar de papéis, computador, energia, entre outros
insumos. Esse exemplo só nos mostra o quão complexo são os custos hospi-
talares, pois vão muito além de um atendimento, englobam diversas atividades,
como: lavanderia, copa, segurança, entre outras inúmeras atividades que nem
pensamos quando somos internados em uma unidade hospitalar.
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
O gestor de saúde deve ter uma visão holística da instituição, deve traçar me-
tas, planejar bem todos os fluxos e fazer boas escolhas, deve investir em tecnolo-
gias, mas nada pode acontecer se os recursos humanos não tiverem engajados.
Sabemos que manter os custos sob controle é uma tarefa árdua, mas com muito
planejamento e boas práticas tudo vai se encaixando e permitindo que esse atendi-
mento se torne uma boa experiência tanto para o paciente quanto para a instituição.
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Auditoria de custos em saúde
Todavia, era necessário definir construtos rígidos, porém, de fácil adaptações e/ou
concessões, metodologicamente bem construídos, claros e objetivos, visando ao
fortalecimento legal e gerencial da Gestão de Custos e Hospitalar.
FIGURA 8 – FLUXO DO MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
Os custos indiretos (CI) não são rateados, são lançados em sua totalidade na
DRE, juntamente às despesas, veja que o método não é reconhecido pela legis-
lação fiscal, porém tem grande importância gerencial, fornecendo as informações
para margem de contribuição dos produtos periodicamente.
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Auditoria de custos em saúde
a curto prazo.
A principal diferença impactada no resultado entre um critério e outro está sempre localizada
nos custos do estoque final, os quais, no custeio por absorção, incluem os custos fixos a ele
aplicável, e no custeio variável, não
FONTE: Santos (2018, p. 66-67)
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
• Ter informações gerenciais mais fiéis por meio da redução do rateio ar-
bitrário.
• Adequar-se com mais facilidade às empresas de serviços, cuja definição
de custos, gastos e despesas é mais difícil.
• Atender aos Princípios Fundamentais de Contabilidade (similar ao cus-
teio por absorção).
• Responsabiliza os gestores a implantar, manter e revisar os controles
internos.
• Proporcionar uma melhor visualização dos fluxos dos processos.
• Identificar, de forma mais transparente, quais produtos ou serviços em
estudo estão consumindo mais recursos.
• Apontar o custo de cada atividade em relação aos custos totais do negócio.
• Ser usado em empresas de diversos segmentos e portes, como indús-
trias, estabelecimentos comerciais e prestadoras de serviços.
• Utilizar a metodologia como um sistema paralelo ao sistema de contabi-
lidade financeira.
• Fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e
custo de reposição.
• Possibilitar a eliminação ou a redução das atividades que não agregam
valor ao produto.
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Auditoria de custos em saúde
Todavia, não se pode atribuir ao um único fator este aumento, além dos
avanços tecnológicos, temos aumento na demanda de forma não planejada, e a
má gestão financeira.
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
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Auditoria de custos em saúde
Muitas informações são levantadas nas empresas e, muitas vezes, não são
efetivamente utilizadas, mas qualquer que seja o princípio ou método aplicado
deve haver um envolvimento de toda a organização no sentido de preparar o ter-
reno para que as informações sejam as mais confiáveis e atendam às necessida-
des da organização.
De acordo com Viana, 2001, não basta ter o conhecimento técnico que mostra
como fazer, mas deve haver uma discussão previa, na qual iremos entender o por-
quê fazer e qual a melhor forma de fazer, claro relacionando-se os componentes da
estrutura que melhor condizem com os propósitos particulares de cada empresa.
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
Sabemos que o melhor método de custeio é o que mais pode trazer vanta-
gens à organização hospitalar devido a sua complexidade, que é uma realidade
das instituições hospitalares e o aproveitamento dos recursos que são escassos.
Diversos autores – como Ching (2001), Martins (2002), Falk (2001) – concor-
dam que o método que traz mais vantagens às empresas hospitalares é o ABC, pois
se torna necessário que as informações de custos sejam cada vez mais completas
e confiáveis para que a tomada de decisão seja acertada. A geração dessas infor-
mações deve permear toda a organização e proporcionar melhoria nos processos.
I- Custo variável.
II- Custo fixo.
III- Despesa fixa.
IV- Despesa variável.
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Auditoria de custos em saúde
a) ( ) II - I - III - IV.
b) ( ) I - II - III - IV.
c) ( ) II - III - I - IV.
d) ( ) II - IV - III - I.
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Aluno, neste capítulo, foi possível relembrar os conceitos, conhecer a impor-
tância da contabilidade de custos para a tomada de decisões, entender a classifi-
cação dos custos e como é importante que a alocação dos custos seja cada vez
mais precisa e sem desperdícios.
Na saúde, não é diferente, pois existe uma máxima que diz: “saúde não tem
preço, mas tem custo”, devemos lembrar que, atender mais e melhor, não quer di-
zer os fins justificam os meios, precisamos ter cuidado com o que é gasto sim, pois
sabemos que os recursos são escassos, a população cada vez mais cresce e a es-
timativa de vida do brasileiro aumento, isso quer dizer que teremos mais gente pre-
cisando de atendimento, nem que seja preventivo, mas tudo isso requer recursos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) veio para proporcionar saúde para todos,
mas, para isso, é necessário uma alocação consciente desses recursos, então, a
Lei n° 8080/90, na Seção I, art. 15, inciso V, diz que a necessidade de “elabora-
ção de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâmetros
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Capítulo 1 Indrodução à Contabilidade de Custos em Saúde
Temos que levar em conta que, quando sabemos exatamente o que é custo
direto e indireto, teremos um valor fidedigno mais preciso, com baixa margem de
erro que influencia a tomada de decisões e gera lucro para a instituição, isso sim
é lucro. Não é porque estamos falando de custos em saúde que não devemos
falar em lucratividade... e aqui não estamos nos referindo somente aos planos
de saúde privados, mas também no setor público, pois a redução do desperdício,
consequentemente, acarreta recursos para outras áreas.
Outro ponto interessante que vimos foi que o setor de saúde gastou, de acordo
com OCDE (2021), 8% do seu PIB, isso não aconteceu devido à pandemia, pois
podemos ver no gráfico dos últimos 20 anos que o valor é equiparado ao de anos
anteriores à pandemia. Agora, com os dados de uma apuração de custos minucio-
sa, com critérios sérios, podemos obter esse tipo de informação clara e acessível.
O gestor de saúde não pode tomar decisões precipitadas, voltadas para o que
acha que deve ser, pois não apenas está envolvido a lucratividade da instituição,
como também o bem-estar e a vida dos envolvidos nesta prestação de serviço.
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Auditoria de custos em saúde
tros procedimentos. Então, o custo desse paciente será maior e o gestor deverá
compreender que ali existe uma vida que precisa daquele atendimento, mesmo
com os gastos aumentando. Numa instituição que faz essa apuração dos custos
bem-feita, com bastantes critérios, teremos margem em recursos para realizar os
procedimentos necessários e proporcionar ao paciente uma experiência, em um
momento tão difícil, bem mais satisfatória.
REFERÊNCIAS
ABBAS, K. Gestão de custos em organizações hospitalares. 2001.
[Dissertação] - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.
Centro Tecnológico - Universidade Federal de Santa Catarina. 2001. Disponível
em: https://bit.ly/3T0aHB8. Acesso em: 20 de fev de 2022.
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SÁ, A. L. de. Teoria da Contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 21-59.
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Auditoria de custos em saúde
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C APÍTULO 2
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No mercado cada vez mais competitivo, destacam-se as empresas que utilizam
padrões de qualidade nos seus processos e conseguem fazer mais com menos, as
instituições de saúde passam por um processo bem crítico. Devido à pandemia da
COVID-19, precisaram se adaptar e otimizar o uso dos recursos, em tempos de pan-
demia, atender bem é primordial para combater a doença e diminuir o contágio.
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Auditoria de custos em saúde
2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE
AUDITORIA EM SAÚDE
FIGURA 1 – UNIDADE HOSPITALAR
A auditoria teve início na Inglaterra, por volta do século XIV, ano de 1314, no
qual o governo utilizava o exame periódico e sistemático das contas públicas.
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
Todavia, nem tudo foram “somente flores”, com a saúde para todos houve
vários entraves. Um deles era o financiamento do sistema, bem como o clientelis-
mo, a situação demográfica bem típica do Brasil com o seu clima variado e grande
extensão territorial.
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
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Auditoria de custos em saúde
A auditoria, na Saúde Suplementar, tem objetivo de dar suporte técnico aos ges-
tores para elaboração de pacotes, pareceres de tabelas de taxas e diárias hospitala-
res, emissão de pareceres técnicos de procedimentos e visitas na rede credenciada,
promovendo correções e buscando aperfeiçoamento do atendimento médico-hospita-
lar ou ambulatorial da sua rede de prestadores de serviços (PEREIRA, 2010).
Ainda é necessário ser feito muita coisa para que tenhamos uma saúde de
qualidade e igualitária. A seguir, conheceremos outros conceitos em auditoria que
serão bem úteis para nós, futuros auditores.
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
• Auditoria Interna: esta é realizada por uma divisão interno que, por sua
vez, é responsável pela verificação e avaliação dos sistemas e procedi-
mentos internos de uma entidade. Tem como objetivo reduzir a exequibi-
lidade de fraudes, erros, práticas ineficientes ou ineficazes. Esse serviço
deve ser independente e prestar contas diretamente à classe executiva
da corporação.
• Auditoria Externa: é a realizada por uma empresa externa e forma in-
dependente da entidade auditada, a qual está sendo fiscalizada, com o
objetivo de emitir um parecer sobre a gestão de recursos da entidade,
sua situação financeira, a legalidade e regularidade de suas operações.
• Auditoria Articulada: trabalho conjunto de auditorias internas e externas,
devido à superposição de responsabilidades dos órgãos fiscalizadores,
caracterizado pelo uso comum de recursos e comunicação recíproca
dos resultados.
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
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Cada auditoria tem que identificar o seu propósito e assim definir se será:
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FONTE: O autor
Toda auditoria requer independência por parte do auditor, isso vai assegurá-
-lo a imparcialidade do seu julgamento nas diversas fases: planejamento, execu-
ção e emissão de seu parecer, bem como nos demais aspectos relacionados com
sua atividade profissional.
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
O tipo de auditoria vai depender dos aspectos focalizados nos trabalhos, por
exemplo: se o foco for aos atos de legalidade e legitimidade praticados na gestão,
neste caso poderia ser uma auditoria de regularidade ou de conformidade, ou quan-
do o intuito é avaliar o órgão pode ser auditoria operacional ou de desempenho.
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
3 GESTÃO DO FATURAMENTO
E AUDITORIA DE CONTAS
HOSPITALARES
Na saúde do Brasil, historicamente, as informações sobre as práticas, as es-
truturas, a assistência e os instrumentos de controle, avaliação e auditoria das
ações estiveram, predominantemente, associados ao faturamento.
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
de assistência prestada. Quando esses itens não são bem observados levam a
vários problemas, e até mesmo o não pagamento do tempo de permanência da-
quele paciente na unidade hospitalar.
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A conta hospitalar é o principal meio pelo qual a auditoria tem avaliado a qua-
lidade da assistência prestada, bem como os custos envolvidos neste processo.
Um prontuário dotado de significativas falhas nos registros acarreta a invalidação
de seu caráter documental, ético e legal.
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A auditoria de saúde surge em 1918 no trabalho realizado pelo médico ameri-
cano George Gray Ward, em que estudava a qualidade da assistência pela verifi-
cação dos prontuários, o processo era praticado exclusivamente na avaliação dos
prontuários de pacientes e contas hospitalares após a alta. A auditoria originou da
área contábil desempenhando o papel analítico e pericial visando estabelecer o
planejamento e otimização dos recursos financeiros, possibilitando o desenvolvi-
mento de critérios de avaliação e geração de novos conhecimentos, e como con-
sequência à melhoria na qualidade da assistência (CAMELO et al., 2009).
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
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Auditoria de custos em saúde
Podemos concluir que o auditor precisa de criatividade para ser inovador nos
desenvolvimentos dos trabalhos, tendo a humildade de reconhecer que nunca é o
dono da verdade, ser mediador de conflitos e saber ouvir o pensa, o cliente, sobre
o assunto, caso haja negativa, saber fazer ponderações; ter uma mente analítica
a fim de detectar distorções; ser íntegro para preservar seus valores, não ceder
às pressões; preservar a sua independência e não participar de atos sociais junto
ao cliente, manter uma relação discreta, para que os trabalhos de auditoria não
sejam prejudicados; e, por fim, ter confidencialidade em conservar em segredo as
informações e não utilizá-las em benefício próprio. Em outras palavras, a conduta
do auditor vai corroborar com o sucesso do trabalho pretendido.
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
Toda auditoria deve ter critérios bem definidos, eles vão nortear e estabelecer
os padrões que servirão de referência para que as evidências sejam encontradas,
comparadas e verificar se conformidade ou não conformidade.
Aprendemos que cada uma das fases é importante, porém ressaltamos que o
relatório tem um papel fundamental na auditoria e serve de padrão para às auditorias
posteriores, pois ele deve explicar a metodologia utilizada na obtenção e análise das
informações, isso é para que leia o relatório e possa compreender o que foi feito, se é
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Auditoria de custos em saúde
Tudo isso que aprendemos neste capítulo serve de base para o capítulo se-
guinte, no qual colocaremos em prática a auditoria de custos em saúde. Desen-
volveremos esse ciclo, identificando e analisando os diferentes tipos de dados de
auditoria e apresentando o resultado da auditoria, implementando as mudanças
propostas pelo auditor, sabendo, a partir do conhecimento de cada ciclo de au-
ditoria de custos em saúde, identificar cada fase deste ciclo; e conseguindo re-
conhecer os dados, tirando deles o máximo de informações necessárias para a
auditoria, desenvolvendo a capacidade crítica e reflexiva acerca dos resultados
encontrados e conseguir propor mudanças para o quadro identificado.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa.
Departamento de Auditoria do SUS. Auditoria do SUS no contexto do SNA:
qualificação do relatório de auditoria. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
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Capítulo 2 Auditoria de Custos em Saúde
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Auditoria de custos em saúde
CREPALDI, S. A. Auditoria Contábil. Teoria e Prática. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2019.
FRANCO, H.; MARRA, E. Auditoria Contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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C APÍTULO 3
Colocando em Prática Auditoria de
Custos em Saúde
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Capítulo 3 Colocando em PráticaAuditoria de Custos em Saúde
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Este capítulo vem abordar uma das fases mais importantes de uma auditoria,
não que as outras não sejam importantes, mas, veja bem, este capítulo tratará da
auditoria na prática.
Um bom relatório começa com a definição clara da demanda, nas quais são
definidas as questões para ter um foco bem definido, as fases analíticas e as ope-
rativas contribuem para identificar as constatações e, assim, relacionar as evidên-
cias, deve-se ter cuidado com as inconsistências e a insuficiência de evidências.
Tudo isso mostrará a abrangência da auditoria, a forma com que foi realiza-
da, os objetivos que se esperava chegar e os motivos dos resultados.
Este material também vai deixar claro como identificar, analisando os diferen-
tes tipos de dados de auditoria e, por fim, apresentar o resultado da auditoria e o
método de implementação das mudanças propostas pelo auditor.
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Auditoria de custos em saúde
2 DESENVOLVENDO O CICLO DA
AUDITORIA EM SAÚDE
FIGURA 1 – CICLO DE AUDITORIA
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Capítulo 3 Colocando em PráticaAuditoria de Custos em Saúde
Para ser uma fase exitosa os passos a seguir devem ser considerados:
Sendo assim, as atividades previstas na fase analítica são suficientes para res-
ponder às perguntas que o planejamento de uma auditoria deve buscar responder:
o que será auditado? Como, quando, onde e por quem? A que custo? Por quê?
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Auditoria de custos em saúde
Diversas são as fontes que o auditor pode consultar para obter informações
sobre o objeto a auditar, a escolha delas depende do objetivo da auditoria e das
questões que se pretende responder, e do fato de que o objeto deverá ser relati-
vamente conhecido ou desconhecido da equipe.
Sendo assim, sabe-se que toda auditoria requer a consulta a bases de legis-
lação e normas aplicáveis ao objeto, também muito preciosas são as consultas
a auditorias anteriores, em especial as realizadas sobre o mesmo objeto pelos
órgãos de controle, visto que tal procedimento pode revelar informações impor-
tantes para a auditoria que está sendo planejada.
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Capítulo 3 Colocando em PráticaAuditoria de Custos em Saúde
Planejar é uma prática sistemática que vai se antecipar aos elementos ne-
cessários para caracterizar as constatações, e então definir o que a equipe deve
fazer para que, ao final da fase de execução, as constatações possam estar sus-
tentadas com base em evidências.
Para que surja uma auditoria, as motivações são diversas, em geral, sinais apa-
recem de que um órgão ou programa de governo pode não estar gerando o desem-
penho esperado ou não estar atendendo a requisitos de leis, normas e padrões, ou
até mesmo uma solicitação de acionistas ou uma demanda da própria sociedade.
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Auditoria de custos em saúde
A matriz de análise de informações, por sua vez, indica, por meio dos proce-
dimentos descritos, como as informações serão tratadas visando revelar a situa-
ção real do objeto e compará-la à situação ideal (critério). Essa comparação per-
mitirá confirmar ou não possíveis constatações e, assim, responder as questões
de auditoria. As matrizes de coleta e de análise de informações se conectam por
meio das informações requeridas.
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Capítulo 3 Colocando em PráticaAuditoria de Custos em Saúde
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Auditoria de custos em saúde
A segunda pergunta tem a ver com a técnica utilizada para obter as informa-
ções, vejamos no quadro a seguir:
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Capítulo 3 Colocando em PráticaAuditoria de Custos em Saúde
• os objetivos da entrevista;
• a forma de seleção dos entrevistados;
• as informações a obter, elaborando o roteiro de perguntas;
• os documentos a solicitar;
• as atribuições de cada integrante da equipe (quem pergunta,
quem anota, quem observa);
• local, segundo a conveniência do entrevistado; e
• horário de início e término.
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Auditoria de custos em saúde
Grupo focal: esta técnica qualitativa de pesquisa que tem como fon-
te de dados as interações e discussões entre participantes de um
determinado grupo sobre tema de interesse e questões relevantes.
Em auditorias, grupos focais são úteis para investigar as razões pe-
las quais uma organização, programa ou ação apresentam baixo
desempenho, bem como para aprender sobre o funcionamento de
programas, órgãos e entidades (BRASIL, 2013).
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Capítulo 3 Colocando em PráticaAuditoria de Custos em Saúde
3 IDENTIFICANDO E ANALISANDO
OS DIFERENTES TIPOS DE DADOS
DE AUDITORIA
FIGURA 5 – QUESTIONAMENTOS NECESSÁRIOS
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• Organização ambulatorial.
• Aspectos Relativos à Qualidade e Satisfação do Usuário.
• Aspectos Relativos à análise de documentos e verificação dos procedi-
mentos ambulatoriais.
• Atendimento Odontológico.
• Consulta Médica.
• Consulta Médica com terapia.
• Atendimento Clínico com Observação.
• Consulta Médica Pré-Natal.
• Procedimentos Ortopédicos.
• Oftalmologia Consulta/Procedimento/Diagnose.
• APAC – Oftalmologia.
• Pequenas Cirurgias e Cirurgias Ambulatoriais.
Verificar:
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No Prontuário do Paciente:
No posto de enfermagem:
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• Número de diárias.
• Tipo de acomodação.
• Porte de sala cirúrgica.
• Serviços complementares.
• Taxas hospitalares.
• Quantidade de materiais e medicamentos.
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4 APRESENTANDO O RESULTADO
DA AUDITORIA E IMPLEMENTANDO
AS MUDANÇAS PROPOSTAS PELO
AUDITOR
O relatório é o instrumento formal e técnico utilizado para comunicar o objeti-
vo e as questões de auditoria, bem como a metodologia utilizada, as constatações
de auditoria, as recomendações sugeridas e a conclusão.
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4.1 APRESENTAÇÃO DE
JUSTIFICATIVAS DO AUDITADO
Toda constatação de não conformidade implica a audição do auditado, pois, por
melhor que tenha sido o planejamento da auditoria, por melhores que sejam os ins-
trumentos de coleta e por mais que os auditores sejam cuidados na análise das evi-
dências e interpretações dos normativos, haverá sempre certo risco de que as cons-
tatações obtidas não retratem adequadamente a realidade, além de que em função
do princípio do contraditório e da ampla defesa, previsto na Constituição Federal (art.
5º, inc. LV). Para mitigar esse risco, deve-se submeter o relatório preliminar aos au-
ditados. Quanto mais claro e completo for o relatório preliminar encaminhado para a
manifestação do auditado, melhor será a qualidade desses comentários.
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Caso o auditado apresente uma alegação que não esteja relacionada a qual-
quer constatação, a equipe deve explicitar isso na análise de justificativas. Seja
como for, deve ficar claro que houve manifestação do auditado, mas que essas
não dizem respeito ao conteúdo do relatório.
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A comunicação reforça a imagem da empresa e de suas atribuições perante
a sociedade, o relatório de auditoria é o cartão de visitas da instituição, pois quan-
do uma empresa busca ser auditada, ela está à procura de melhorias, e o reco-
nhecimento pelos seus esforços. Sendo assim, este relatório vem corroborar com
as necessidades da empresa, uma vez que vai detalhar a situação da empresa e
a disposição do gestor de ajustar as necessidades.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Auditoria do SUS no contexto do SNA:
qualificação do relatório de auditoria. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
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