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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.

886/2010-4

GRUPO I – CLASSE V – Plenário


TC 017.886/2010-4
Natureza: Relatório de Auditoria
Entidade: Município de Ilhéus/BA.
Responsável: Marleide Oliveira Dutra Figueiredo, ex-Secretária
Municipal de Saúde (CPF 559.597.685-34).
Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: AUDITORIA. MUNICÍPIO DE


ILHÉUS/BA. FISCALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO
CENTRALIZADA. AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO
DOS RECURSOS DO SUS TRANSFERIDOS NA
MODALIDADE FUNDO A FUNDO.
DETERMINAÇÕES, RECOMENDAÇÃO E
CIENTIFICAÇÃO DAS OCORRÊNCIAS. CIÊNCIA ÀS
INSTÂNCIAS INTERESSADAS.

RELATÓRIO

Trata-se de auditoria de conformidade realizada no Município de Ilheús/BA, integrante de


Fiscalização de Orientação Centralizada – FOC, sob a coordenação da 4ª Secretaria de Controle
Externo – 4ª Secex, destinada a verificar a regularidade da aplicação dos recursos do Sistema Único de
Saúde – SUS descentralizados ao referido ente federativo, na modalidade fundo a fundo, durante o
exercício de 2009.
2. O problema base aqui tratado é oriundo da identificação de pontos de risco relacionados à
aplicação dos recursos do SUS repassados aos municípios na modalidade fundo a fundo, a teor do
constante do TC-002.088/2009-2 (Acórdão 2.788/2009 –TCU - Plenário), estando o presente trabalho
inserido no escopo do item 3.1 do Tema de Maior Significância nº 3 - desvios e desperdícios de
recursos do SUS.
3. Reproduzo, a seguir, com os pertinentes ajustes, excerto do relatório produzido pela equipe de
auditoria da Secretaria de Controle Externo no Estado da Bahia – Secex/BA, em que constam os principais
achados, conclusões e encaminhamentos inicialmente sugeridos:
“(...)
3 - ACHADOS DE AUDITORIA
3.1 - Ausência de Regimento Interno do Fundo Municipal de Saúde
3.1.1 - Situação encontrada:
O Fundo Municipal de Saúde não possui Regimento Interno, descumprindo o parágrafo 5º do
art 1º da Lei 8142/90
(...)
3.1.7 - Conclusão da equipe:
Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.1.8 - Responsáveis:
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde (de 01/01/2009 até 31/12/2009)
Conduta: Omissiva
Nexo de causalidade: A irregularidade é resultado direto da omissão do responsável
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.2 - Ausência da publicação da aprovação de crédito orçamentário decorrente da apuração
do superávit do exercício de 2008
3.2.1 - Situação encontrada:
Apesar de ter havido superávit financeiro no exercício de 2008, conforme constante do
balanço financeiro, não houve, consoante o declarado pelo Secretário Municipal de Saúde,
publicação da aprovação do respectivo crédito orçamentário, em descumprimento ao estatuído no
art. 43 da Lei 4320/64.
(...)
3.2.7 - Conclusão da equipe:
Proposta de audiência
3.2.8 - Responsáveis:
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde (de 01/01/2009 até 31/12/2009)
Conduta: Omissiva
Nexo de causalidade: A irregularidade é resultado direto da omissão do responsável
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.3 - Realização de despesas com ações de vigilância epidemiológica pagas com recursos do
bloco média e alta complexidade
3.3.1 - Situação encontrada:
Conforme relatório de auditoria do SUS n. 9514, os processos de pagamento n. 1229/2009 e
1714/2009 comprovam o pagamento de despesas com ações de vigilância epidemiológica nos
valores de R$ 7620,00 e R$ 5000,00, pagas com recursos da conta-corrente 33.521-5, agência 19.1
do Banco do Brasil, conta essa empregada para a movimentação dos recursos do bloco de média e
alta complexidade.
De acordo com o relatório, havia recursos na conta corrente 33.519-3 da mesma agência,
destinada a ações de vigilância epidemiológica, o que torna injustificável a utilizaçao dos recursos
do bloco MAC para tais ações.
(...)
3.3.6 - Evidências:

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Relatório de Auditoria n. 9514, do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Volume


Principal - folhas 30/55)
3.3.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:
O Sr. Antonio Carlos Sales Rabat, Secretário Municipal de Saúde, esclarece, conforme
informado no relatório do DENASUS, que os pagamentos em questão foram para aquisição de
produtos para o combate à dengue, uma vez que o Município de Ilhéus encontrava-se em situação
de emergência, conforme Decreto do Governo do estado da Bahia n. 11454/2009. Acrescenta que
os recursos na conta corrente 33519-3, informados pelo DENASUS, não faziam parte do montante
de vigilância epidemiológica, e sim do programa PEA, vigilância sanitária e DST/ AIDS.
3.3.8 - Conclusão da equipe:
No respeitante aos esclarecimentos prestados pelo Secretário Municipal de Saúde, anuímos
com a análise da equipe do DENASUS, constante do Relatório 9514: "Na relação de contas
bancárias fornecida à equipe pela Secretaria Municipal de Saúde, a conta corrente n. 33519-3 é da
Vigilância Epidemiológica. A conta corrente da Vigilância Sanitária é 33519-3 e o do programa da
AIDS é 33518-5".
Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa
3.3.9 - Responsáveis:
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde (de 01/01/2009 até 31/12/2009)
Conduta: Ação
Nexo de causalidade: O pagamento de despesas estranhas ao bloco MAC com recursos desse
bloco teve como resultado direto a irregularidade
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.4 - O Município não fez licitação para contratação de prestadores de serviços médicos e de
laboratório
3.4.1 - Situação encontrada:
Conforme Relatório de Auditoria do Sistema Nacional de Auditoria so SUS - SNA, o
Município de Ilhéus não realizou licitação para a contratação de prestadores de serviços médicos e
de laboratório, apesar de terem sido pagos, em 2009, R$ 17.450.540,66 aos prestadores de serviços
de médicos e R$ 1.736.510,97 aos laboratórios.
Confirmando o constatado pela equipe do SNA, o Secretário Municipal de Saúde declarou,
por escrito, a esta equipe de auditoria, "a não existência de editais de procedimentos licitatórios
realizados pela Prefeitura Municipal de Ilhéus para seleção de prestadores de serviço no âmbito do
SUS". Declara, também, a inexistência de "atas de julgamento das comissões de licitações relativas
aos procedimentos licitatórios citados por esta auditoria do TCU".
Tal situação afronta cabalmente o estatuído no art. 37, XXI, da Constituição Federal, no art.
2o da lei 8.666/93 c/c o art. 6o da Portaria/ MS 3.277/2006.
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(...)
3.4.6 - Evidências:
Relatório do Sistema Nacional de Auditoria do SUS No. 453 (Volume Principal - folhas
56/82)
Declaração do Secretário Municipal de Saúde de Ilhéus (Volume Principal - folhas 16/21)
(...)
3.4.8 - Conclusão da equipe:
Tal situação afronta cabalmente o estatuído no art. 37, XXI, da Constituição Federal, no
art. 2º da lei 8.666/93 c/c o art. 6o da Portaria/ MS 3.277/2006 .
Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa
3.4.9 - Responsáveis:
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde (de 01/01/2009 até 31/12/2009)
Conduta: Omissiva
Nexo de causalidade: A irregularidade é resultado direto da omissão do responsável
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.5 - Plano Operativo do Hospital São José - Maternidade Santa Helena não aprovado pela
CIB
3.5.1 - Situação encontrada:
Conforme informado em declaração do Secretário Municipal de Saúde, não existe, em
descumprimento às Portarias GM/MS nº 1.721/ 2005, 3.123/2006 e 635/2005, resolução da
Comissão Intergestores Bipartite - CIB aprovando o Plano Operativo do Hospital São José -
Maternidade Santa Helena (razão social: Irmandade Santa Casa da Misericórdia de Ilhéus, CNPJ:
14.168.470/0001-73), única entidade filantrópica do Município que recebeu recursos do SUS.
(...)
3.5.5 - Evidências:
Declaração do Secretário Municipal de Saúde de Ilhéus (Volume Principal - folhas 16/21)
Convênio de Auxílio Financeiro No. 001/2009, que entre si celebram o Município de Ilhéus e
a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Ilhéus (Volume Principal - folhas 83/85)
Plano Operativo da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus (Volume Principal -
folhas 86/108)
(...)
3.5.7 - Conclusão da equipe:

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Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.


Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.5.8 - Responsáveis:
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde (de 01/01/2009 até 31/12/2009)
Conduta: Omissiva
Nexo de causalidade: A irregularidade é resultado direto da omissão do responsável.
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.6 - Não constituição de Comissão de Acompanhamento de Convênios/ contratos
3.6.1 - Situação encontrada:
O Município não constituiu Comissão de Acompanhamento de Convênios/ contratos,
conforme declaração do Secretário Municipal de Saúde. Todavia, não há dispositivo legal que
obrigue a constituição de tal comissão. O art. 67 da Lei nº 8.666/1993 estabelece que a execução
de qualquer "contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
Administração especialmente designado...". Logo, não é necessária uma comissão. Verificamos que
a Secretaria Municipal de Saúde realiza o acompanhamento dos convênios/ contratos.
(...)
3.6.6 - Conclusão da equipe:
Boa prática, não passível de proposta de encaminhamento.
3.7 - Pagamento sem cobertura contratual
3.7.1 - Situação encontrada:
Apesar de solicitado nos atos de requisição 01 e 03/2010, a Secretaria de Saúde não indicou
os contratos associados aos pagamentos efetuados aos prestadores privados de serviços de saúde.
Também não apresentou à equipe de auditoria os respectivos aditivos contratuais. No mesmo
sentido, não havia indicação dos contratos nos processos de pagamento analisados pela equipe.
Questionado sobre a existência dos contratosecretaria Municipal de Saúde confirmou sua
inexistência, e esclareceu que a Secretaria está preparando um procedimento licitatório para
regularizar a situação de ausência de licitaçoes e contratos na seleção/ contratação dos agentes
privados de saúde.
A Portaria MS nº 1.286/1993, em seu art. 2º, determina que a participação complementar no
SUS dos serviços privados de assistência à saúde será formalizada por meio de contrato
administrativo celebrado com o Estado ou o Município, com observância das normas para
licitações e contratos da administração pública.
Por sua vez, o Manual para a Organização da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde,
aprovado pela Portaria MS nº 3.925/1998, estabelece que toda unidade de saúde privada, seja ela
filantrópica ou lucrativa, necessita de um contrato em vigência para prestar serviços ao SUS de
forma complementar e que tal contrato deve ser precedido de processo licitatório.

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Cabe ainda ressaltar que a Lei nº 8.080/1990, em seu art. 24, também prevê que a
participação complementar da iniciativa privada no SUS deve ser formalizada mediante contrato
ou convênio, observadas as normas de direito público.
Tanto o mencionado manual, como a Portaria MS nº 1.286/1993 e a Lei nº 8.080/1990,
seguem, na verdade, o que está definido na Constituição Federal e que foi, posteriormente,
regulamentado na Lei nº 8.666/1993.
O art. 37, inciso XXI, da Carta Magna determina que, ressalvados os casos especificados na
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes.
Observa-se mais uma vez a preocupação do legislador em relação à formalização de ajustes,
em especial no âmbito dos serviços de saúde, no § 1º do art. 199 da Constituição Federal:
'Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de
saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência às entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos'. (grifo nosso)
Em virtude da importância do tema, a Lei nº 8.666/1993 despendeu um capítulo inteiro
tratando de contratos administrativos, sendo que a seção II aborda exclusivamente a necessidade
da formalização dos contratos.
O art. 60 da Lei de Licitações e Contratos veda a contratação informal, prevendo que 'é nulo
e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea 'a', desta Lei, feitas em regime de adiantamento'.
Esta Corte de Contas já se pronunciou inúmeras vezes acerca da realização de pagamentos
sem cobertura contratual, no sentido de determinar aos responsáveis a observância da
formalização de contrato, em atenção ao art. 60, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993: Acórdãos
nºs 289/2002 - Plenário, 251/2005 - Plenário, 89/2000 - Plenário, 67/2001 - Plenário, 299/2002 -
Plenário, 1.490/2003-Segunda Câmara, entre outros.
Marçal Justen Filho, em seu livro Comentários à Lei de Licitações e Contratos
Administrativos, 8ª ed., explica que a exigência de formalização de contratos contida no art. 60 da
mencionada Lei objetiva assegurar a possibilidade de fiscalização sobre o cumprimento das
formalidades legais.
(...)
3.7.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Em esclarecimento verbal, o responsável informou que em breve será realizado procedimento
licitatório.
3.7.8 - Conclusão da equipe:
Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa
3.7.9 - Responsáveis:
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde (de 01/01/2009 até 31/12/2009)
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Conduta: Omissiva
Nexo de causalidade: A irregularidade é resultado direto da omissão do responsável
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.8 - Pagamento, com recursos do SUS, de 2 diárias de internação em UTI infantil no
Hospital São José - Maternidade Santa Helena, quando o estabelecimento não possui UTI infantil
3.8.1 - Situação encontrada:
Em visita in loco ao Hospital São José - Maternidade Santa Helena, CNPJ 14.168.470/0001-
73 (Razão Social: Irmandade Santa Casa da Misericórdia de Ilhéus), verificou-se a inexistência de
leitos de UTI infantil, apesar de, no exercício de 2009, tenham sido pagas ao estabelecimento
2(duas) diárias de internação em UTI infantil.
(...)
3.8.7 - Conclusão da equipe:
Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa
3.8.8 - Responsáveis:
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde (de 01/01/2009 até 31/12/2009)
Conduta: Ação
Nexo de causalidade: A irregularidade é resultado direto do pagamento das diárias sem a
existência de UTI infantil
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.9 - Existência de mamógrafo na Clínica Radiológica de Ilhéus - CRI, CNPJ
03.454.876/0001-04
3.9.1 - Situação encontrada:
O levantamento inicial, realizado pela 4a SECEX, identificou que, no exercício de 2009,
foram pagos, com recursos do SUS - bloco MAC, 1141 procedimentos de mamografia à Clínica
Radiológica de Ilhéus - CRI, CNPJ 03.454.876/0001-04, apesar de não constar, no SCNES, nenhum
mamógrafo cadastrado em nome do mencionado estabelecimento.
Em vistoria in loco, constatamos a existência do mamógrafo e, conforme entrevista com o
proprietário do estabelecimento de saúde, consideramos perfeitamente factível a realização de
1141 procedimentos no decorrer de um ano de atendimento.
(...)
3.9.6 - Conclusão da equipe:
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- boa prática, não passível de proposta de encaminhamento


3.10 - Contratação de entidades com situação fiscal supostamente irregular
3.10.1 - Situação encontrada:
Conforme pesquisa feita no SCNES pela 4a SECEX, os seguintes estabelecimentos de saúde,
que receberam recursos do SUS em 2009, não possuíam certidões negativas de débito com a
Receita Federal e com o INSS cadastrados:
VILELA LAB CNPJ 07641187000151-VILELA LAB
LABORATORIO DE ANALISES C
LABCLIN CNPJ 05435549000122-LABORATORIO DE
ANALISES CLINICAS SIL
COCI CNPJ 34.433.037/0001-25-CLINICA ORTOPEDICA
E CIRURGICA DE IL
SACRO CNPJ 13.008.974/0001-63-SERVICOS DE
ACIDENTADOS REABILITACAO
CLINICA DE FISIOTERAPIA LIANE DARWICH CNPJ 13.955.422/0001-62-
CLINICA DE FISIOTERAPIA LIANE M DARW
CLINICA EXAME CNPJ 13.009.576/0001-61-CLINICA EXAME
SERVMEDPATCLINICA LTDA
CLINICA RADIOLOGICA DE ILHEUS CRI CNPJ 03.454.876/0001-04-
IMAGEM ASSOCIADAS LTDA
LABORATORIO SANTA VIRGINIA CNPJ 04.642.188/0001-22-
LABORATORIO SANTA VIRGINIA LTDA
CITOLAB CNPJ 04.735.683/0001-86-LABORATORIO
CITOPATOLOGICO ANALISES

A equipe realizou visita in loco de todos os estabelecimentos e constatou sua existência e seu
pleno funcionamento, conforme fotos anexas. Apenas a Clínica de Fisioterapia Liane Darwich e o
Laboratório Santa Virgínia encontravam-se fechados no momento da visita, mas, mediante
entrevistas a vizinhos dos estabelecimentos, constatou-se seu regular funcionamento.
Observou-se, ainda, que a Clínica Exame mudou sua razão social para LABORATÓRIO
EXEMPLO em novembro de 2009, conforme declaração anexa, e de acordo com informaçoes
obtidas em entrevistas realizadas com servidores da Secretaria Municipal de Saúde.
Verificou-se, ainda, que o laboratório CITOLAB não funciona mais no endereço cadastrado
no CNES - Rua Tobias Barreto, 57 - tendo se mudado para a Rua Visconde de Mauá, 235
Solicitamos as certidões negativas de débito na Receita Federal e no INSS dos supracitados
estabelecimentos à Secretaria Municipal de Saúde e, em declaração, o Secretário informou que não
as possui.
Solicitamos tais certidões aos próprios estabelecimentos e nenhum deles os encaminhou à
equipe.
Pesquisamos, então, tais certidões na internet e verificamos que apenas o CITOLAB e o
Laboratório Santa Virgínia tiveram suas certidões emitidas. Para as demais, obtivemos a
mensagem de que as informações disponíveis na Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB
sobre o contribuinte são insuficientes para a emissão de certidão por meio da Internet. Tal
mensagem significa que há algum impeditivo, possivelmente uma pendência de pagamento à RFB,
que impede a emissão da certidão.

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Entendemos que o fato de a Secretaria não possuir as certidões decorre da não realização de
procedimento licitatório, uma vez que tais documentos são exigidos, conforme o art. 27, c/c o
art. 29, incisos III e IV, da Lei 8.666/93, na fase de habilitação do certame.
A inexistência de certidão negativa de débitos com a seguridade social contraria o disposto
no art. 195, §3º da Constituição Federal, o Art. 47 I,a, da Lei nº 8.212/91 e o art. 257, I, a, do
Decreto nº 3.048/99
(...)
3.10.7 - Conclusão da equipe:
Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.10.8 - Responsáveis:
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde (de 01/01/2009 até 31/12/2009)
Conduta: Omissiva
Nexo de causalidade: A irregularidade é resultado direto da omissão do responsável
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
3.11 - Diversas cobranças indevidas em AIH's na Irmandade da Santa Casa da Misericórdia
de Ilhéus, especificadas no Relatório de Auditoria 10317 do DENASUS
3.11.1 - Situação encontrada:
Conforme constante do Relatório de Auditoria 10317 do DENASUS, foram constatadas
diversas cobranças indevidas em AIH's, decorrentes de:
1) Emissão indevida de nova AIH para um mesmo paciente na mesma internação;
2) Cinco das 167 AIH/Prontuários requisitados não foram apresentados à Equipe para
análise;
3) Cobrança de Tomografias Computadorizadas e Ultrassonografias sem comprovação da
realização dos mesmos nos prontuários;
4) Emissão de AIH para procedimento passível de atendimento ambulatorial;
5) Cobrança indevida de diária de acompanhante de idosos com pernoite;
6) Cobrança indevida de Diária de Acompanhante criança/adolescente com pernoite;
7) Cobrança indevida de Diárias de Acompanhante de gestante com pernoite;
8) Cobrança indevida de Diária de Unidade de Terapia Intensiva - UTI Adulto I;
9) Cobrança indevida de diárias de Permanência a Maior;
10) Cobrança de transfusões de plasma fresco sem comprovação no prontuário;

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11) Cobrança de transfusão de concentrado de hemácias, exame pré-transfusional I e II, sem


comprovação no prontuário;
12) Cobrança de transfusões de unidade de sangue total sem comprovação no prontuário;
13) Cobrança indevida de Transfusão de Concentrado de Plaquetas;
14) Cobrança indevida de atendimento fisioterápico;
15) Cobrança indevida de exame anátomo-patológico por congelamento/parafina;
16) Cobrança de serviço profissional de anestesista sem comprovação no prontuário;
17) Cobrança de Atendimento ao Recém Nascido em Sala de Parto sem comprovação no
prontuário.
(...)
3.11.8 - Conclusão da equipe:
Em face dos débitos apurados, somos de opinião que seja aberto um processo apartado de
tomada de contas especial, com vistas ao ressarcimento do erário pelos valores indevidamente
pagos.
3.11.9 - Responsáveis:
Nome: Casa de Misericórdia de Ilhéus - BA - CNPJ: 14.168.470/0001-73
Conduta: Ativa e Omissiva
Nexo de causalidade: O ilícito é resultado direto da conduta do responsável
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde (de 01/01/2008 até 31/12/2009)
Conduta: Omissiva
Nexo de causalidade: O ilícito é resultado direto da conduta do responsável
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, há ainda a obrigação de reparar o dano, portanto deve o responsável ser citado a fim
de avaliar se merece ser condenado em débito e/ou apenado com a aplicação de pena de multa.
3.11.10 - Proposta de encaminhamento:
Seja aberto um processo apartado de tomada de contas especial, com vistas ao ressarcimento
ao erário dos valores indevidamente pagos.
Ex positis, somos pelo encaminhamento dos autos ao Gabinete do Exmo. Sr. Ministro-Relator
José Jorge, com a proposta de citação, nos termos dos art. 10, § 1° e 12, II, da Lei 8.443/92 c/c o
art. 202, II do Regimento Interno/ TCU, dos responsáveis e pelos valores do débito indicados para,
no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência, apresentarem alegações de defesa ou recolherem
aos cofres do Fundo Nacional de Saúde a quantia devida, atualizada monetariamente e acrescida
de juros de mora, nos termos da legislação vigente, ante a cobrança indevida nas AIH's abaixo
listadas, pelas razões especificadas no Relatório de Auditoria 10317, do DENASUS:
NÚMERO DA AIH Data da ocorrência Valor histórico do débito (R$)
2908103193281 25/01/2008 436,06
2908103599005 19/02/2008 467,07
2908103601843 25/02/2008 139,00
10
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2908103601876 26/02/2008 32,78


2908103732127 27/02/2008 155,78
2908103728134 29/02/2008 303,18
2908103916740 11/03/2008 139,00
2908103997326 13/03/2008 195,00
2908103946121 14/03/2008 604,78
2908103948057 17/03/2008 128,00
2908104339240 28/03/2008 16,78
2908104754984 21/04/2008 246,88
2908104754907 23/04/2008 25,40
2908105079770 26/04/2008 169,40
2908104938640 27/04/2008 16,00
2908105076151 29/04/2008 335,60
2908105149268 09/05/2008 201,10
2908105149939 10/05/2008 139,00
2908105301057 15/05/2008 136,00
2908105576596 19/05/2008 139,00
2908105300650 19/05/2008 139,00
2908105739210 27/05/2008 40,00
2908105782835 02/06/2008 139,00
2908106746886 17/06/2008 457,24
2908106342372 26/06/2008 195,00
2908106341415 28/06/2008 139,47
2908106541593 11/07/2008 166,60
2908106593315 14/07/2008 203,00
2908106690368 19/07/2008 608,60
2908106969482 26/07/2008 33,56
2908106992076 29/07/2008 129,02
2908107213946 15/08/2008 138,34
2908107352249 17/08/2008 28,45
2908108102669 20/08/2008 212,10
2908107359784 21/08/2008 164,06
2908107608110 26/08/2008 220,06
2908107642440 29/08/2008 542,02
29081076229614 29/08/2008 204,18

11
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2908107642539 01/09/2008 204,06


2908107742496 02/09/2008 111,70
2908107848228 04/09/2008 19,05
2908107755553 10/09/2008 20,06
2908108290329 25/09/2008 147,00
2908108364315 26/09/2008 993,89
29081083664744 29/09/2008 196,06
2908108364821 30/09/2008 40,12
2908108274698 01/10/2008 20,06
2908108429633 10/10/2008 118,70
2908108652812 20/10/2008 8,39
2908108867213 27/10/2008 20,06
2908108884912 27/10/2008 172,06
2908108949339 31/10/2008 297,32
2908108949218 01/11/2008 33,56
2908108949460 03/11/2008 139,00
2908109056215 06/11/2008 148,06
2908109197334 10/11/2008 381,14
2908109117804 13/11/2008 139,00
2908109311162 22/11/2008 200,00
2908109274202 24/11/2008 807,06
2908109456659 30/11/2008 8,00
2908109549411 04/12/2008 106,34
2908109549521 05/12/2008 77,21
2908109674591 15/12/2008 100,68
2908109788771 18/12/2008 20,06
2908109788793 20/12/2008 100,06
2909102579031 25/12/2008 157,74
2909102579504 27/12/2008 166,44
2909102626870 02/01/2009 252,84
2909102626837 02/01/2009 130,73
2909102580494 06/01/2009 148,06
2909102832295 16/01/2009 25,17
2909102868672 17/01/2009 139,00
2909102869079 18/01/2009 135,00
2909102889451 19/01/2009 147,39

12
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2909102889418 21/01/2009 267,06


2909103305086 22/01/2009 36,84
2909103245323 23/01/2009 118,40
2909103224930 26/01/2009 16,78
2909103355477 30/01/2009 33,56
2909103304041 30/01/2009 79,31
2909103305108 03/02/2009 25,17
2909103354982 07/02/2009 228,95
2909103304899 09/02/2009 20,06
2909103304954 09/02/2009 2575,88
2909103409311 17/02/2009 145,35
2909103459009 17/02/2009 445,62
2909103754634 23/02/2009 129,13
2909103778010 25/02/2009 226,53
2909103778174 04/03/2009 219,00
2909103855504 06/03/2009 83,90
2909103965196 10/03/2009 132,06
2909103965251 12/03/2009 25,17
2909103954526 13/03/2009 204,30
2909104045276 17/03/2009 139,00
2909104366201 30/03/2009 108,06
2909104366531 31/03/2009 518,68
2909104438724 01/04/2009 224,00
2909104456225 03/04/2009 176,00
2909104455280 05/04/2009 33,56
2909104975117 22/04/2009 67,12
2909104981530 29/04/2009 107,24
2909105164526 14/05/2009 268,66
2909105642498 01/06/2009 116,06
2909105838584 08/06/2009 139,00
2909105839156 09/06/2009 139,00
2909105859264 15/06/2009 44,06
2909105928982 16/06/2009 8,39
2909106016652 19/06/2009 36,84
2909106374757 07/07/2009 28,45
2909106404952 09/07/2009 140,06

13
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2909106404820 11/07/2009 159,06


2909106659558 16/07/2009 179,00
2909106811182 16/07/2009 252,06
2909106658040 22/07/2009 170,75
2909106968658 28/07/2009 128,00
2909106912107 28/07/2009 284,35
2909106963609 29/07/2009 92,26
2909106969109 29/07/2009 132,06
2909107192442 03/08/2009 974,69
2909107128059 04/08/2009 50,34
2909106962850 04/08/2009 36,84
2909107073521 12/08/2009 68,06
2909107192662 14/08/2009 148,84
2909107385239 19/08/2009 179,00
2909107384216 25/08/2009 16,78
2909107473118 30/08/2009 64,78
2909107491565 30/08/2009 82,09
2909107517866 31/08/2009 81,56
2909107552714 03/09/2009 152,90
29091007752650 05/09/2009 180,06
2909107595625 07/09/2009 414,78
2909107715965 09/09/2009 57,17
2909108061849 14/09/2009 717,12
2908108117244 18/09/2009 367,08
2909108059869 25/09/2009 858,73
2909108175809 05/10/2009 242,06
2909108614049 15/10/2009 192,56
2909108420372 15/10/2009 2905,06
2909108420680 17/10/2009 433,00
2909108469157 22/10/2009 40,00
2909108470136 23/10/2009 20,06
2909109308127 26/10/2009 604,68
2909108872439 02/11/2009 489,00
2909108850043 09/11/2009 320,40
2909109397643 15/11/2009 127,00
2909109082121 19/11/2009 12832,41

14
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2909109083595 20/11/2009 209,00


2909109475833 27/11/2009 96,84
2909108205421 01/12/2009 621,80
2909109453195 03/12/2009 505,34
2909109686990 10/12/2009 135,95
2909109866938 16/12/2009 108,10
2909103409168 16/12/2009 143,62

3.12 - Diversas cobranças indevidas em AIH's na Clínica Ortopédica e Cirúrgica de Ilhéus,


especificadas no Relatório de Auditoria 10318 do DENASUS
3.12.1 - Situação encontrada:
Conforme constante do Relatório de Auditoria 10318 do DENASUS, foram constatadas
diversas cobranças indevidas em AIH's, decorrentes de:
1) Dois dos 22 AIH/Prontuários requisitados não foram apresentadas à Equipe para análise;
2) Cobrança indevida de exame anátomo-patológico por congelamento/parafina;
3) Cobrança indevida de diárias de Permanência a Maior;
4) Cobrança indevida de Diária de Acompanhante;
5) Em alguns prontuários, o controle radiológico pós-operatório não comprovou a utilização
das OPM cobradas;
6) Os exames radiológicos pós operatório de algumas cobranças de Órtese, Prótese e
Materiais Especiais - OPM não estavam anexados aos prontuários.
(...)
3.12.8 - Conclusão da equipe:
Em face dos débitos apurados, somos de opinião que seja aberto um processo apartado de
tomada de contas especial, com vistas ao ressarcimento do erário pelos valores indevidamente
pagos.
3.12.9 - Responsáveis:
Nome: Clínica Ortopédica e Cirúrgica de Ilhéus - CNPJ: 34.433.037/0001-25
Conduta: Aiva e omissiva
Nexo de causalidade: O ilícito decorre diretamente da conduta do agente
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde de Ilhéus - BA (de 01/01/2008 até 31/12/2009)
Conduta: Omissiva
Nexo de causalidade: O ilícito decorre da conduta omissiva do agente
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, há ainda a obrigação de reparar o dano, portanto deve o responsável ser citado a fim
de avaliar se merece ser condenado em débito e/ou apenado com a aplicação de pena de multa.

15
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

3.12.10 - Proposta de encaminhamento:


Seja aberto um processo apartado de tomada de contas especial, com vistas ao ressarcimento
ao erário dos valores indevidamente pagos.
Ex positis, somos pelo encaminhamento dos autos ao Gabinete do Exmo. Sr. Ministro-Relator
José Jorge, com a proposta de citação, nos termos dos art. 10, § 1° e 12, II, da Lei 8.443/92 c/c o
art. 202, II do Regimento Interno/ TCU, dos responsáveis e pelos valores do débito indicados para,
no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência, apresentarem alegações de defesa ou recolherem
aos cofres do Fundo Nacional de Saúde a quantia devida, atualizada monetariamente e acrescida
de juros de mora, nos termos da legislação vigente, ante a cobrança indevida nas AIH's abaixo
listadas, pelas razões especificadas no Relatório de Auditoria 10318, do DENASUS:

NÚMERO DA AIH Data da ocorrência Valor histórico do débito (R$)


2908104937595 28/04/2008 501,92
2908104329230 28/04/2008 1037,00
2908103747681 28/04/2008 1037,00
2908107024537 16/06/2008 1163,48
2909105847736 16/06/2008 140,42
2908108052608 22/10/2008 417,00
2908108948778 22/12/2008 1955,00
2909102727619 03/03/2009 816,00
2908109669290 03/03/2009 587,00
2909103407760 27/04/2009 1497,00
2909104364661 15/05/2009 440,84
2909103951699 15/05/2009 818,40
2909104554301 18/06/2009 148,18
2909105065955 17/07/2009 200,60
2909105847736 19/08/2009 48,00
2909105848891 19/08/2009 48,00
2909105847989 19/08/2009 60,18
2909105848891 19/08/2009 200,60
2909105847736 19/08/2009 72,00
2909105847989 19/08/2009 40,00
2909105848891 19/08/2009 96,00
2909106363471 23/09/2009 88,00
2909106964214 23/10/2009 472,72
2909108176997 27/11/2009 581,74
2909108783009 27/11/2009 100,30
2909108825634 23/12/2009 160,48

16
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2909108783009 23/12/2009 104,00


2909106363471 23/09/2009 60,18
2909106669458 23/09/2009 100,30

3.13 - Diversas cobranças indevidas em AIH's na Casa de Saúde São Jorge, especificadas no
Relatório de Auditoria 10319 do DENASUS
3.13.1 - Situação encontrada:
Conforme constante do Relatório de Auditoria 10319, do DENASUS, foram constatadas
diversas cobranças indevidas em AIH's, decorrentes de:
1) Um dos Prontuários requisitados não foi apresentado à Equipe para análise;
2) Cobrança indevida de Diária de Acompanhante criança/adolescente com pernoite;
3) Cobrança indevida de diárias de Permanência a Maior.
(...)
3.13.8 - Conclusão da equipe:
Em face dos débitos apurados, somos de opinião que seja aberto um processo apartado de
tomada de contas especial, com vistas ao ressarcimento do erário pelos valores indevidamente
pagos.
3.13.9 - Responsáveis:
Nome: Casa de Saúde São Jorge - CNPJ: 14.169.015/0001-92
Conduta: Ativa e omissiva
Nexo de causalidade: O ilícito é resultado direto da conduta do responsável.
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde de Ilhéus (de 01/01/2008 até 31/12/2009)
Conduta: Omissiva
Nexo de causalidade: O ilícito é resultado direto da conduta omissiva do responsável
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, há ainda a obrigação de reparar o dano, portanto deve o responsável ser citado a fim
de avaliar se merece ser condenado em débito e/ou apenado com a aplicação de pena de multa.
3.13.10 - Proposta de encaminhamento:
Seja aberto um processo apartado de tomada de contas especial, com vistas ao ressarcimento
ao erário dos valores indevidamente pagos.
Ex positis, somos pelo encaminhamento dos autos ao Gabinete do Exmo. Sr. Ministro-Relator
José Jorge, com a proposta de citação, nos termos dos art. 10, § 1° e 12, II, da Lei 8.443/92 c/c o
art. 202, II do Regimento Interno/ TCU, dos responsáveis e pelos valores do débito indicados para,
no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência, apresentarem alegações de defesa ou recolherem
aos cofres do Fundo Nacional de Saúde a quantia devida, atualizada monetariamente e acrescida
de juros de mora, nos termos da legislação vigente, ante a cobrança indevida nas AIH's abaixo
listadas, pelas razões especificadas no Relatório de Auditoria 10319, do DENASUS:
NÚMERO DA AIH Data da ocorrência Valor histórico do débito (R$)
17
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2908104349920 28/04/2008 791,15


2909108782239 23/12/2009 749,5
2909109341920 23/12/2009 765,5

4 - ACHADOS NÃO DECORRENTES DA INVESTIGAÇÃO DE QUESTÕES DE


AUDITORIA
4.1 - Aquisição de materiais de órtese e prótese sem procedimento licitatório
4.1.1 - Situação encontrada:
Constatou-se que, no exercício de 2009, foram adquiridos, sem a realização de licitação,
diversos materiais de órtese e prótese para fornecimento direto à COCI (Clínica Ortopédica e
Cirúrgica de Ilhéus). As aquisições no exercício totalizaram R$ 18.720,85 (dezoito mil setecentos e
vinte reais e oitenta e cinco centavos),no fornecedor PRO HOSPITALAR EQUIPAMENTOS
MÉDICOS LTDA., e R$ 60.398,56 (sessenta mil trezentos e noventa e oito reais e cinquenta e seis
centavos), no fornecedor BAHIA MED COMÉRCIO MATERIAIS HOSPITALARES LTDA.
(...)
4.1.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:
O Sr. José Alcides Kruchewsky Bastos, Diretor da Central de Regulação e Auditoria, em
declaração também assinada pelo Secretário Municipal de Saúde, informa o seguinte: "Em abril de
2010 enviamos ofício aos Hospitais que trabalham com órteses, próteses e material especial
(OPM) que a partir da competência de maio o número do Cadastro Nacional de Estabelecimentos
de Saúde, CNES, a ser informado dentro da AIH teria que ser o do hospital e não o do fornecedor,
como vinha sendo informado, corrigindo assim procedimento incorreto antigo. O fato do número
do CNES lançado ser o do fornecedor forçáva a SMSI a fazer o repasse direto ao interessado com
base em valores informados na nota fiscal, ferindo a lei de licitações. O procedimento proposto no
manual do SIA/SUS é que o hospital receba e repasse os valores das OPM's ao fornecedor".
4.1.8 - Conclusão da equipe:
Um preenchimento incorreto do CNES não pode ser usado como desculpa para o
descumprimento da Lei de Licitações.
Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.
Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,
reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa
4.1.9 - Responsáveis:
Nome: Antonio Carlos Sales Rabat - CPF: 178.769.315-53 - Cargo: Secretário Municipal de
Saúde (de 01/01/2009 até 31/12/2009)
Conduta: Omissiva
Nexo de causalidade: A irregularidade é resultado direto da omissão do responsável
Culpabilidade: Não é possível afirmar que houve boa fé do responsável.

18
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

Em face do exposto, é de se concluir que a conduta do responsável é culpável, ou seja,


reprovável, razão pela qual ele deve ser ouvido em audiência a fim de avaliar se merece ser
apenado com a aplicação de pena de multa.
5 - CONCLUSÃO
Não foram constatadas impropriedades ou irregularidades para as questões de auditoria
nº 2, 5, 6, 11, 12 e 17 formuladas para esta fiscalização.
As seguintes constatações foram identificadas neste trabalho:

Questão 1 Ausência de Regimento Interno do Fundo Municipal de Saúde (item 3.1)


Realização de despesas com ações de vigilância epidemiológica pagas com
Questão 3
recursos do bloco média e alta complexidade (item 3.3)
Ausência da publicação da aprovação de crédito orçamentário decorrente
Questão 4
da apuração do superávit do exercício de 2008 (item 3.2)
Plano Operativo do Hospital São José - Maternidade Santa Helena não
Questão 7
aprovado pela CIB (item 3.5)
Não constituição de Comissão de Acompanhamento de Convênios/ contratos
Questão 8
(item 3.6)
O Município não fez licitação para contratação de prestadores de serviços
Questão 9
médicos e de laboratório (item 3.4)
Questão 10 Pagamento sem cobertura contratual (item 3.7)
Pagamento, com recursos do SUS, de 2 diárias de internação em UTI
Questão 13 infantil no Hospital São José - Maternidade Santa Helena, quando o
estabelecimento não possui UTI infantil (item 3.8)
Existência de mamógrafo na Clínica Radiológica de Ilhéus - CRI, CNPJ
Questão 14
03.454.876/0001-04 (item 3.9)
Diversas cobranças indevidas em AIH's na Irmandade da Santa Casa da
Questão 15 Misericórdia de Ilhéus, especificadas no Relatório de Auditoria 10317 do
DENASUS (item 3.11)
Diversas cobranças indevidas em AIH's na Clínica Ortopédica e Cirúrgica
de Ilhéus, especificadas no Relatório de Auditoria 10318 do DENASUS (item
3.12)
Diversas cobranças indevidas em AIH's na Casa de Saúde São Jorge,
especificadas no Relatório de Auditoria 10319 do DENASUS (item 3.13)
Contrataçao de entidades com situação fiscal supostamente irregular (item
Questão 16
3.10)

Foi identificado, ainda, o seguinte achado não vinculado a questão de auditoria:


Aquisição de materiais de órtese e prótese sem procedimento licitatório (item 4.1)
6 - ENCAMINHAMENTO
Ex positis, somos pelo encaminhamento dos autos ao Gabinete do Exmo. Sr. Ministro-Relator
José Jorge, com as seguintes propostas:
1) Realize-se audiência do Sr. Antonio Carlos Sales Rabat, Secretário Municipal de Saúde
de Ilhéus - BA, CPF 178.769.315-53, para que apresente, no prazo de 15 (quinze) dias, suas razões
de justificativa para as falhas abaixo descritas:
a) Ausência de Regimento Interno do Fundo Municipal de Saúde, em descumprimento ao
parágrafo 5º do art 1º da Lei 8142/90
19
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

b) Apesar de ter havido superávit financeiro no exercício de 2008, conforme constante do


balanço financeiro, não houve publicação da aprovação do respectivo crédito orçamentário, em
descumprimento ao estatuído no art. 43 da Lei 4320/64;
c) os processos de pagamento n. 1229/2009 e 1714/2009 comprovam o pagamento de
despesas com ações de vigilância epidemiológica nos valores de R$ 7620,00 e R$ 5000,00, pagas
com recursos da conta-corrente 33.521-5, agência 19.1 do Banco do Brasil, conta essa empregada
para a movimentação dos recursos do bloco de média e alta complexidade, em inobservância do
art. 6º da Portaria GM-MS 204/2007;
d) o Município de Ilhéus não realizou licitação para a contratação de prestadores de
serviços médicos e de laboratório, apesar de terem sido pagos, em 2009, R$ 17.450.540,66 aos
prestadores de serviços de médicos e R$ 1.736.510,97 aos laboratórios,em afronta ao estatuído no
art. 37, XXI, da Constituição Federal e no art. 2o da lei 8.666/93 c/c o art. 6o da Portaria/ MS
3.277/2006;
e) Inexistência, em descumprimento às Portarias GM/MS nº 1.721/ 2005, 3.123/2006 e
635/2005, de resolução da Comissão Intergestores Bipartite - CIB aprovando o Plano Operativo do
Hospital São José - Maternidade Santa Helena;
f) Realização de pagamentos sem cobertura contratual aos seguintes prestadores privados
de serviços de saúde, em descumprimento aos art. 37, XXI e 199, § 1º, da Constituição Federal, ao
art. 60 da Lei nº 8.666/1993, ao art. 24 da Lei nº 8.080/1990, ao art. 2º da Portaria MS nº
1.286/1993, e ao entendimento consubstanciado nos Acórdãos TCU nº 289/2002 - Plenário,
251/2005 - Plenário, 89/2000 - Plenário, 67/2001 - Plenário, 299/2002 – Plenário e 1.490/2003-
Segunda Câmara, dentre outros:
i) CNPJ 07641187000151-VILELA LAB LABORATORIO DE ANALISES CLINICAS;
ii) CNPJ 05435549000122-LABORATORIO DE ANALISES CLINICAS SIL
iii) CNPJ 34.433.037/0001-25-CLINICA ORTOPEDICA E CIRURGICA DE ILHÉUS;
iv) CNPJ 13.008.974/0001-63-SERVICOS DE ACIDENTADOS REABILITACAO
v) CNPJ 13.955.422/0001-62-CLINICA DE FISIOTERAPIA LIANE M DARWICH
vi) CNPJ 13.009.576/0001-61-CLINICA EXAME SERVMEDPATCLINICA LTDA
vii) CNPJ 03.454.876/0001-04-IMAGEM ASSOCIADAS LTDA
viii) CNPJ 04.642.188/0001-22-LABORATORIO SANTA VIRGINIA LTDA
ix) CNPJ 04.735.683/0001-86-LABORATORIO CITOPATOLOGICO ANALISES;
g) Contratação das seguintes entidades, com situação fiscal supostamente irregular, em
descumprimento ao art. 27, c/c o art. 29, incisos III e IV, da Lei 8.666/93, ao art. 195, §3º da
Constituição Federal, ao Art. 47 I,a, da Lei nº 8.212/91 e ao art. 257, I, a, do Decreto nº 3.048/99:
i) CNPJ 07641187000151-VILELA LAB LABORATORIO DE ANALISES CLINICAS;
ii) CNPJ 05435549000122-LABORATORIO DE ANALISES CLINICAS SIL
iii) CNPJ 34.433.037/0001-25-CLINICA ORTOPEDICA E CIRURGICA DE ILHÉUS;
iv) CNPJ 13.008.974/0001-63-SERVICOS DE ACIDENTADOS REABILITACAO
v) CNPJ 13.955.422/0001-62-CLINICA DE FISIOTERAPIA LIANE M DARWICH
vi) CNPJ 13.009.576/0001-61-CLINICA EXAME SERVMEDPATCLINICA LTDA
vii) CNPJ 03.454.876/0001-04-IMAGEM ASSOCIADAS LTDA;
20
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

h) Aquisição, sem a realização de procedimento licitatório, de diversos materiais de órtese


e prótese para fornecimento direto à COCI (Clínica Ortopédica e Cirúrgica de Ilhéus), totalizando,
no exercício de 2009, R$ 18.720,85 (dezoito mil setecentos e vinte reais e oitenta e cinco centavos),
pagos aos fornecedores PRO HOSPITALAR EQUIPAMENTOS MÉDICOS LTDA., e BAHIA MED
COMÉRCIO MATERIAIS HOSPITALARES LTDA, em inobservância do disposto no art. 37, XXI,
da Constituição Federal e no art. 2º da Lei 8.666/93;
2) Seja constituído um processo apartado de Tomada de Contas Especial, no qual conste
cópia do presente relatório de auditoria e do Relatório de Auditoria 10317 do DENASUS, e em que
sejam citados, nos termos dos art. 10, § 1° e 12, II, da Lei 8.443/92 c/c o art. 202, II do Regimento
Interno/ TCU, o Sr. Antonio Carlos Sales Rabat, Secretário Municipal de Saúde de Ilhéus - BA,
CPF 178.769.315-53, e a Casa de Misericórdia de Ilhéus – BA, CNPJ 14.168.470/0001-73, pelos
valores do débito indicados para, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência, apresentarem
alegações de defesa ou recolherem aos cofres do Fundo Nacional de Saúde a quantia devida,
atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, ante a
cobrança indevida nas AIH's abaixo listadas, pelas razões especificadas no Relatório de Auditoria
10317, do DENASUS:

NÚMERO DA AIH Data da ocorrência Valor histórico do débito (R$)


2908103193281 25/01/2008 436,06
2908103599005 19/02/2008 467,07
2908103601843 25/02/2008 139,00
2908103601876 26/02/2008 32,78
2908103732127 27/02/2008 155,78
2908103728134 29/02/2008 303,18
2908103916740 11/03/2008 139,00
2908103997326 13/03/2008 195,00
2908103946121 14/03/2008 604,78
2908103948057 17/03/2008 128,00
2908104339240 28/03/2008 16,78
2908104754984 21/04/2008 246,88
2908104754907 23/04/2008 25,40
2908105079770 26/04/2008 169,40
2908104938640 27/04/2008 16,00
2908105076151 29/04/2008 335,60
2908105149268 09/05/2008 201,10
2908105149939 10/05/2008 139,00
2908105301057 15/05/2008 136,00
2908105576596 19/05/2008 139,00
2908105300650 19/05/2008 139,00
2908105739210 27/05/2008 40,00

21
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2908105782835 02/06/2008 139,00


2908106746886 17/06/2008 457,24
2908106342372 26/06/2008 195,00
2908106341415 28/06/2008 139,47
2908106541593 11/07/2008 166,60
2908106593315 14/07/2008 203,00
2908106690368 19/07/2008 608,60
2908106969482 26/07/2008 33,56
2908106992076 29/07/2008 129,02
2908107213946 15/08/2008 138,34
2908107352249 17/08/2008 28,45
2908108102669 20/08/2008 212,10
2908107359784 21/08/2008 164,06
2908107608110 26/08/2008 220,06
2908107642440 29/08/2008 542,02
29081076229614 29/08/2008 204,18
2908107642539 01/09/2008 204,06
2908107742496 02/09/2008 111,70
2908107848228 04/09/2008 19,05
2908107755553 10/09/2008 20,06
2908108290329 25/09/2008 147,00
2908108364315 26/09/2008 993,89
29081083664744 29/09/2008 196,06
2908108364821 30/09/2008 40,12
2908108274698 01/10/2008 20,06
2908108429633 10/10/2008 118,70
2908108652812 20/10/2008 8,39
2908108867213 27/10/2008 20,06
2908108884912 27/10/2008 172,06
2908108949339 31/10/2008 297,32
2908108949218 01/11/2008 33,56
2908108949460 03/11/2008 139,00
2908109056215 06/11/2008 148,06
2908109197334 10/11/2008 381,14
2908109117804 13/11/2008 139,00
2908109311162 22/11/2008 200,00

22
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2908109274202 24/11/2008 807,06


2908109456659 30/11/2008 8,00
2908109549411 04/12/2008 106,34
2908109549521 05/12/2008 77,21
2908109674591 15/12/2008 100,68
2908109788771 18/12/2008 20,06
2908109788793 20/12/2008 100,06
2909102579031 25/12/2008 157,74
2909102579504 27/12/2008 166,44
2909102626870 02/01/2009 252,84
2909102626837 02/01/2009 130,73
2909102580494 06/01/2009 148,06
2909102832295 16/01/2009 25,17
2909102868672 17/01/2009 139,00
2909102869079 18/01/2009 135,00
2909102889451 19/01/2009 147,39
2909102889418 21/01/2009 267,06
2909103305086 22/01/2009 36,84
2909103245323 23/01/2009 118,40
2909103224930 26/01/2009 16,78
2909103355477 30/01/2009 33,56
2909103304041 30/01/2009 79,31
2909103305108 03/02/2009 25,17
2909103354982 07/02/2009 228,95
2909103304899 09/02/2009 20,06
2909103304954 09/02/2009 2575,88
2909103409311 17/02/2009 145,35
2909103459009 17/02/2009 445,62
2909103754634 23/02/2009 129,13
2909103778010 25/02/2009 226,53
2909103778174 04/03/2009 219,00
2909103855504 06/03/2009 83,90
2909103965196 10/03/2009 132,06
2909103965251 12/03/2009 25,17
2909103954526 13/03/2009 204,30
2909104045276 17/03/2009 139,00

23
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2909104366201 30/03/2009 108,06


2909104366531 31/03/2009 518,68
2909104438724 01/04/2009 224,00
2909104456225 03/04/2009 176,00
2909104455280 05/04/2009 33,56
2909104975117 22/04/2009 67,12
2909104981530 29/04/2009 107,24
2909105164526 14/05/2009 268,66
2909105642498 01/06/2009 116,06
2909105838584 08/06/2009 139,00
2909105839156 09/06/2009 139,00
2909105859264 15/06/2009 44,06
2909105928982 16/06/2009 8,39
2909106016652 19/06/2009 36,84
2909106374757 07/07/2009 28,45
2909106404952 09/07/2009 140,06
2909106404820 11/07/2009 159,06
2909106659558 16/07/2009 179,00
2909106811182 16/07/2009 252,06
2909106658040 22/07/2009 170,75
2909106968658 28/07/2009 128,00
2909106912107 28/07/2009 284,35
2909106963609 29/07/2009 92,26
2909106969109 29/07/2009 132,06
2909107192442 03/08/2009 974,69
2909107128059 04/08/2009 50,34
2909106962850 04/08/2009 36,84
2909107073521 12/08/2009 68,06
2909107192662 14/08/2009 148,84
2909107385239 19/08/2009 179,00
2909107384216 25/08/2009 16,78
2909107473118 30/08/2009 64,78
2909107491565 30/08/2009 82,09
2909107517866 31/08/2009 81,56
2909107552714 03/09/2009 152,90
29091007752650 05/09/2009 180,06

24
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2909107595625 07/09/2009 414,78


2909107715965 09/09/2009 57,17
2909108061849 14/09/2009 717,12
2908108117244 18/09/2009 367,08
2909108059869 25/09/2009 858,73
2909108175809 05/10/2009 242,06
2909108614049 15/10/2009 192,56
2909108420372 15/10/2009 2905,06
2909108420680 17/10/2009 433,00
2909108469157 22/10/2009 40,00
2909108470136 23/10/2009 20,06
2909109308127 26/10/2009 604,68
2909108872439 02/11/2009 489,00
2909108850043 09/11/2009 320,40
2909109397643 15/11/2009 127,00
2909109082121 19/11/2009 12832,41
2909109083595 20/11/2009 209,00
2909109475833 27/11/2009 96,84
2909108205421 01/12/2009 621,80
2909109453195 03/12/2009 505,34
2909109686990 10/12/2009 135,95
2909109866938 16/12/2009 108,10
2909103409168 16/12/2009 143,62

3) Seja constituído um processo apartado de Tomada de Contas Especial, no qual conste


cópia do presente relatório de auditoria e do Relatório de Auditoria 10318 do DENASUS, e em que
sejam citados, nos termos dos art. 10, § 1° e 12, II, da Lei 8.443/92 c/c o art. 202, II do Regimento
Interno/ TCU, o Sr. Antonio Carlos Sales Rabat, Secretário Municipal de Saúde de Ilhéus - BA,
CPF 178.769.315-53, e a Clínica Ortopédica e Cirúrgica de Ilhéus, CNPJ 34.433.037/0001-25,
pelos valores do débito indicados para, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência,
apresentarem alegações de defesa ou recolherem aos cofres do Fundo Nacional de Saúde a quantia
devida, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente,
ante a cobrança indevida nas AIH's abaixo listadas, pelas razões especificadas no Relatório de
Auditoria 10318, do DENASUS:

NÚMERO DA AIH Data da ocorrência Valor histórico do débito (R$)


2908104937595 28/04/2008 501,92
2908104329230 28/04/2008 1037,00
2908103747681 28/04/2008 1037,00
25
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2908107024537 16/06/2008 1163,48


2909105847736 16/06/2008 140,42
2908108052608 22/10/2008 417,00
2908108948778 22/12/2008 1955,00
2909102727619 03/03/2009 816,00
2908109669290 03/03/2009 587,00
2909103407760 27/04/2009 1497,00
2909104364661 15/05/2009 440,84
2909103951699 15/05/2009 818,40
2909104554301 18/06/2009 148,18
2909105065955 17/07/2009 200,60
2909105847736 19/08/2009 48,00
2909105848891 19/08/2009 48,00
2909105847989 19/08/2009 60,18
2909105848891 19/08/2009 200,60
2909105847736 19/08/2009 72,00
2909105847989 19/08/2009 40,00
2909105848891 19/08/2009 96,00
2909106363471 23/09/2009 88,00
2909106964214 23/10/2009 472,72
2909108176997 27/11/2009 581,74
2909108783009 27/11/2009 100,30
2909108825634 23/12/2009 160,48
2909108783009 23/12/2009 104,00
2909106363471 23/09/2009 60,18
2909106669458 23/09/2009 100,30

4) Seja constituído um processo apartado de Tomada de Contas Especial, no qual conste


cópia do presente relatório de auditoria e do Relatório de Auditoria 10319 do DENASUS, e em que
sejam citados, nos termos dos art. 10, § 1° e 12, II, da Lei 8.443/92 c/c o art. 202, II do Regimento
Interno/ TCU, o Sr. Antonio Carlos Sales Rabat, Secretário Municipal de Saúde de Ilhéus - BA,
CPF 178.769.315-53, e a Casa de saúde São Jorge, CNPJ 14.169.015/0001-92, pelos valores do
débito indicados para, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência, apresentarem alegações
de defesa ou recolherem aos cofres do Fundo Nacional de Saúde a quantia devida, atualizada
monetariamente e acrescida de juros de mora, nos termos da legislação vigente, ante a cobrança
indevida nas AIH's abaixo listadas, pelas razões especificadas no Relatório de Auditoria 10319, do
DENASUS:

NÚMERO DA AIH Data da ocorrência Valor histórico do débito (R$)

26
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

2908104349920 28/04/2008 791,15


2909108782239 23/12/2009 749,5
2909109341920 23/12/2009 765,5”

4. O então Gerente de Divisão, avalizado pelo Titular da unidade técnica, posicionou-se de


acordo com a audiência alvitrada pela equipe de auditoria, porém discordou quanto ao
encaminhamento sugerido no tocante aos achados relacionados à cobrança indevida de procedimentos
(Autorização de Internação Hospitalar – AIH), nos seguintes termos:
“Estamos de acordo com a proposta de audiência alvitrada na instrução precedente (item 1
do encaminhamento constante do relatório de Auditoria).
2. Com relação ao item 2, a orientação expedida na matriz de possíveis achados tratou a
situação da seguinte maneira: constatada a cobrança de procedimentos de forma indevida dever-
se-ia quantificar os valores despendidos e determinar ao gestor a imediata recuperação dos valores
pagos indevidamente seja por meio de glosa nos próximos pagamentos ou por meio de cobrança ao
estabelecimento de saúde que deu causa aos pagamentos indevidos e informar ao TCU, no prazo
determinado, as medidas adotadas. No mesmo encaminhamento pode-se incluir uma proposta de
autorização de conversão do processo de auditoria em TCE em caso de descumprimento da
determinação.
3. Diante disso, quando da instrução do mérito para apreciação do presente Relatório de
Auditoria, poderia-se tratar das ocorrências da forma acima estabelecida.
4. À consideração superior, para posterior encaminhamento ao Gabinete do Exmº Sr.
Ministro José Jorge.”
5. Mediante Despacho interlocutório, autorizei a realização de parte da audiência proposta
pela equipe de auditoria, por considerar mais apropriado, em algumas situações retratadas no relatório
de fiscalização, a expedição de recomendação, alertas e determinação corretiva quando da apreciação
de mérito do processo. Por outro lado, manifestei concordância à proposta do Sr. Gerente de Divisão
em relação à constatação de pagamentos indevidos de procedimentos médicos. Transcrevo, a seguir, o
inteiro teor da referida decisão:
“Autorizo, preliminarmente, a realização da audiência do responsável, na forma proposta
pela Unidade Técnica (fls. 281/282), à exceção daquelas indicadas nas alíneas “b”; “d”, “e”, “f”
e “g”, por considerar apropriado, quando do exame de mérito destes autos, expedir recomendação
no caso da alínea “b”; alerta no tocante às alíneas “d”, “e” e “g”; e determinação corretiva
relativamente à alínea “f”.
No que se refere aos itens 2, 3 e 4, compartilho da posição do Gerente de Divisão, acolhida
pelo titular da Unidade Técnica, no sentido de adotar a orientação expedida na matriz de achados,
quando do exame de mérito destes autos, tendo em vista que, ‘constatada a cobrança de
procedimentos de forma indevida, dever-se-ia quantificar os valores despendidos e determinar ao
gestor a imediata recuperação dos valores pagos indevidamente seja por meio de glosa nos
próximos pagamentos ou por meio de cobrança ao estabelecimento de saúde que deu causa aos
pagamentos indevidos e informar ao TCU, no prazo determinado, as medidas adotadas’.
Restituam-se os autos à Secex/BA para as providências a seu cargo.”

6. A Secex/BA, após afastar a responsabilidade do Sr. Antonio Carlos Sales Rabat, Secretário
Municipal de Saúde, tendo em vista os atos inquinados não terem sido praticados na sua gestão,
27
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

promoveu a audiência da Sra. Marleide Oliveira Dutra Figueiredo, ocupante do cargo à época dos
fatos. Transcrevo, a seguir, a instrução conclusiva da unidade técnica, em que são examinadas as
razões de justificativa apresentadas, propondo, ao final, o seu acatamento, bem assim a expedição das
medidas pertinentes ao Município de Ilhéus, à Secretaria Municipal de Saúde da municipalidade e ao
Denaus/BA:
“(...)
26. A responsável, após dois pedidos e concessões de prorrogação de prazo (fls. 315-326),
apresentou as suas razões de justificativa, nos termos contidos às fls. 330-331. Anexou ainda cópia
da Portaria nº 2425/GM e dos decretos estaduais nº 11.453/09 e 11.454/09.
ANÁLISE DAS RAZÕS DE JUSTIFICATIVA
Ocorrência relativa ao item “a” da audiência:
27. “Ausência de Regimento Interno do Fundo Municipal de Saúde, em descumprimento ao
parágrafo 5º do art. 1º da Lei 8.142/90.”
Justificativa apresentada
28. A ex-gestora confirma que até a data que exerceu o cargo não existia registro do
regimento Interno, entretanto ressaltou que o Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia
(TCM/BA) não sinalizou sobre a ausência desse regimento.
Análise da ocorrência
29. A Lei Federal 8.142/90 (cópia fls. 336-337) dispõe sobre a participação da comunidade
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Em seu art. 1º é determinado que
em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, haja duas instâncias
colegiadas: a Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde.
30. Por sua vez o § 5° desse artigo determina que as Conferências e os Conselhos de Saúde
devem ter sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas
pelo respectivo conselho. Já o art. 4° condiciona o recebimento de recursos para ações e serviços
de saúde à existência do Fundo de Saúde e do Conselho de Saúde.
31. Ou seja, falta do Regimento Interno referente ao Conselho Municipal de Saúde, poderá
gerar o bloqueio dos recursos destinado ao município de Ilhéus, uma vez que a plena existência e
funcionamento desse Conselho devem ser regulados pelo próprio Regimento Interno.
32. Entretanto, percebe-se que essa constatação, decorre muito mais de falha de caráter
institucional do que propriamente em razão da prática de atos irregulares, potencialmente
causador de falhas ao Erário. Assim, considerando também que a responsável não se encontra
mais à frente da gestão do Fundo Municipal de Saúde, é cabível para o deslinde da irregularidade,
que o Tribunal dê ciência à municipalidade sobre a ocorrência, nos termos do item 2 do Anexo à
Portaria Segecex nº 13/2011.

Ocorrência relativa ao item “c” da audiência:


33. “os processos de pagamento n. 1229/2009 e 1714/2009 comprovam o pagamento de
despesas com ações de vigilância epidemiológica nos valores de R$ 7.620,00 e R$ 5.000,00, pagas
com recursos da conta-corrente 33.521-5, agência 19.1 do Banco do Brasil, conta essa empregada
para a movimentação dos recursos do bloco de média e alta complexidade, em inobservância do
art. 6º da Portaria GM-MS 204/2007.”

28
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

Justificativa apresentada
34. Para esse item, a ex-dirigente esclarece que quando da emissão dos processos de
pagamentos, o município de Ilhéus encontrava-se em uma grave epidemia de dengue e, por isso,
utilizou-se dos recursos que seriam destinados ao atendimento de média e alta complexidade para
efetuar pagamentos relacionados ao atendimento dos casos de dengue.
35. Afirma ainda que o uso dos recursos foi fundamentado pela Portaria nº 2425/GM, de
2002 (fls. 329) e em dois decretos do Governo do Estado da Bahia que declarou situação de
emergência em alguns municípios, dentre eles, Ilhéus/BA.
Análise da ocorrência
36. A Portaria nº 2425/GM de 30 de dezembro 2002, originária do Ministério da Saúde (fls.
332), estabelece em seu art. 1º que “...os recursos financeiros destinados à Assistência de Média e
Alta Complexidade, que não forem utilizadas ao final do mês no pagamento da produção de
serviços, programados de Acordo com a Programação pactuada e Integrada – PPI, poderão ser
usados no custeio de ações relacionadas, diretamente, à assistência à saúde”. Dentre as exceções
listadas no art. 2º não constam as ações mencionadas na audiência.
37. Não obstante, a Portaria nº 204/GM de 29 de fevereiro de 2007 (fls. 338-344), também
do Ministério da Saúde, revogou expressamente a Portaria GM nº 2425/GM, conforme dispositivo
contido no art. 41 da nova portaria (fls. 341). No novo normativo, não há referência à
possibilidade de utilizar os recursos destinados do bloco de média e alta complexidade no custeio
de ações dessa natureza.
38. Com relação aos decretos emergenciais, em razão da epidemia de dengue no município,
embora tenha finalidade de dar agilidade às ações de combate à doença, não autoriza (e nem
poderia) o remanejamento de recursos destinados à Assistência de Média e Alta Complexidade
para outras finalidades que não as previstas nos normativos do Ministério da Saúde.
39. Por outro lado, as mudanças constantes nos normativos infra-legais expedidos pelo
Ministério da Saúde, relacionados aos recursos do SUS, associadas com a baixa materialidade das
constatações, bem como em razão dos recursos terem sido utilizados em ações também destinadas
à saúde da população, faz com que as razões de justificativas apresentadas pela responsável devam
ser acolhidas.
40. Entretanto. Nos termos da Portaria Segecex nº 13/2011 a ocorrência deve ser objeto de
ciência ao responsável pela Secretaria de Saúde do município.
Ocorrência relativa ao item “h” da audiência:
41. “Aquisição, sem a realização de procedimento licitatório, de diversos materiais de
órtese e prótese para fornecimento direto à COCI (Clínica Ortopédica e Cirúrgica de Ilhéus),
totalizando, no exercício de 2009, R$ 18.720,85 (dezoito mil setecentos e vinte reais e oitenta e
cinco centavos), pagos aos fornecedores PRO HOSPITALAR EQUIPAMENTOS MÉDICOS LTDA.,
e BAHIA MED COMÉRCIO MATERIAIS HOSPITALARES LTDA, em inobservância do disposto no
art. 37, XXI, da Constituição Federal e no art. 2º da Lei 8.666/93.”

Justificativa apresentada
42. Quanto à esse último item, a ex-Secretária afirma de que a clínica contratada é uma
prestadora de serviços de atendimento ambulatorial e hospitalar complementar ao SUS, nos termos
do Chamamento Público ocorrido em 2006 e que os pagamentos efetuados aos fornecedores PRO
HOSPITALAR EQUIPAMENTOS MÉDICOS LTDA., e BAHIA MED COMÉRCIO referentes à
órtese e próteses, utilizados nos procedimentos cirúrgicos estava dentro do teto financeiro de AIH
29
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

(Autorização de Internamentos Hospitalares), destinados do Hospital e que, assim, não haveria


qualquer irregularidade.
43. Com relação ao processo de chamamento público, informa que não conseguiu cópia,
apesar de tentar diversas vezes. Atribui o insucesso às diversas trocas dos titulares da pasta de
saúde do município.
Análise da ocorrência
44. Preliminarmente cabe ressaltar que o credenciamento da Clínica Ortopédica e
Cirúrgica de Ilhéus não foi objeto da audiência. Portanto, não cabe avaliar, nesse momento, a
legalidade desse credenciamento por meio do Chamamento Público realizado em 2006.
45. Conforme descrito no Relatório de Auditoria (item 4.1.7, fls. 280), o pagamento das
AIHs referentes às clínicas credenciadas descriminavam a relação de órtese, prótese e material
especial (OPM) utilizado no internamento. Parte do pagamento, então, acabava sendo efetuado
diretamente ao fornecedor desses materiais, por uma questão de descriminação na guia de
internamento.
46. O Secretário de Saúde municipal, à época da fiscalização, esclareceu que o
procedimento de informar o nome do fornecedor nas guias das AIHs estava incorreto, por isso já
efetuara as mudanças necessárias para que nesses documentos passassem a constar apenas o nome
da clínica credenciada.
47. Por sua vez, a justificativa apresentada pela responsável apenas tangencia a questão
central da audiência. Há apenas argumentação de que os pagamentos efetuados estariam dentro do
teto estabelecido para a clínica credenciada.
48. De fato, a forma utilizada pela Secretaria de Saúde de Ilhéus, especificando o
fornecedor dos materiais (com o consequente pagamento de forma direta a essas empresas) indica
que esses materiais poderiam ser adquiridos pela própria Secretaria (por meio de licitação) e
fornecer diretamente à clínica credenciada.
49. Não obstante, esse procedimento poderia ser por demais demorado e efetuado de forma
descompassada com as necessidades dos hospitais e clínicas credenciadas. Além disso, os valores
das AIHs deveriam ser recalculados, excluindo-se a parte referente aos materiais (OPM) utilizados.
Tais operações, possivelmente, deveriam contar com modificações normativas do próprio
Ministério da Saúde.
50. Ademais, não foram constatados prejuízos ao erário em razão da forma utilizada pela
Secretaria Municipal de Saúde de Ilhéus para pagar as AIHs. Assim, deve-se acolher as razões de
justificativa apresentadas.
CONCLUSÃO
51. A Auditoria efetuada na Secretaria de Saúde de Ilhéus fez parte de fiscalização cuja
finalidade foi avaliar a gestão dos recursos do SUS em municípios que possuem a chamada Gestão
Plena. No caso em tela, os achados mais relevantes dizem respeito às cobranças indevidas de
procedimentos (AIHs), por parte das clínicas credenciadas. Quanto a isso, há que se registrar o
bom trabalho efetuado pela equipe de auditoria médica do Denasus que resultou nos relatórios de
auditoria de fls. 166-251.
52. Para as demais irregularidades constatadas, algumas delas não foram consideradas
com gravidade suficiente para que o TCU pudesse aplicar alguma penalidade pecuniária aos
responsáveis, por isso não foram objeto de audiência.

30
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 017.886/2010-4

53. Já para outras (em número de três), com maior potencial de dano ao erário ou
prejuízos a terceiros, houve a realização de audiência à ex-Secretária de Saúde de Ilhéus (gestora à
época das ocorrências).
54. Após a realização da oitiva, as razões de justificativa apresentadas foram analisadas,
nos termos dos parágrafos 27-50, onde se concluiu que podem acatadas, sem prejuízo, entretanto
de cientificar o responsável pela Secretaria de Saúde de Ilhéus sobre as ocorrências, nos termos da
Portaria Segecex nº 13/2011.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
55. Ex-positis, ante a ocorrência de falhas na gestão dos recursos do Sistema Único de
Saúde no município de Ilhéus/BA, mas que não se enquadram dentre aquelas situações previstas
nos art. 276 do Regimento Interno e nos termos do art. 43, I da Lei 8.443/92 c/c, art. 250, I, II e III
do RI do TCU, sugiro que o processo seja encaminhado ao Exmº Sr. Ministro José Jorge com a
seguinte proposta:
I - nos termos da Portaria-Segecex nº 13 de 27 de abril de 2011, dar ciência à Secretaria
Municipal de Saúde Ilhéus/BA que foram constatadas as seguintes irregularidades na gestão dos
recursos do Sistema Único de Saúde no município, exercício de 2009:
- não realização licitação para contratação de serviços médicos e de laboratório, apesar de
terem sido pagos, em 2009, R$ 17.450.540,66 aos prestadores de serviços médicos e R$
1.736.510,97 aos laboratórios, em afronta aos estatuído no art.37, XXI, da Constituição federal e
no art. 2º da lei 8.666/93 c/c art. 6º da Portaria MS nº 1.286/1993;
- inexistência, em descumprimento às portarias GM/MS nº 1.721/2005, 3.123/2006 e
635/2005, de resolução da Comissão Intergestores Bipartite – CIB, aprovando o Plano Operativo
do Hospital São José/Maternidade Santa Helena;
- contratação das entidades Vilela Lab - Laboratório de Análises Clínicas (CNPJ
07641187000151), Laboratório de Análises Clínicas SIL (CNPJ 05435549000122), Clínica
Ortopédica e Cirúrgica de Ilhéus (CNPJ 34.433.037/0001-25), Serviços de Acidentados
Reabilitação (CNPJ 13.008.974/0001-63), Clínica de Fisioterapia Liane M Darwich (CNPJ
13.955.422/0001-62), Clínica Exame Servmedpatclínica Ltda. (CNPJ 13.009.576/0001-61) e
Imagem Associadas Ltda. (CNPJ 03.454.876/0001-04) com situação fiscal irregular, em
descumprimento ao art. 27, c/c o art. 29, incisos III e IV, da Lei 8.666/93, ao art. 195, §3º da
Constituição Federal, ao Art. 47 I,a, da Lei nº 8.212/91 e ao art. 257, I, a, do Decreto nº 3.048/99;
- ocorrência de processos de pagamento n. 1229/2009 e 1714/2009 em ações de vigilância
epidemiológica nos valores de R$ 7.620,00 e R$ 5.000,00, pagas com recursos da conta-corrente
33.521-5, agência 19.1 do Banco do Brasil, conta essa empregada para a movimentação dos
recursos do bloco de média e alta complexidade, em inobservância do art. 6º da Portaria GM-MS
204/2007; e
- ausência de Regimento Interno do Fundo Municipal de Saúde, em descumprimento ao
parágrafo 5º do art. 1º da Lei 8.142/90.
II – Recomendar ao município de Ilhéus/BA que adote procedimentos com vista a publicar o
termo de aprovação do crédito orçamentário relacionados a possíveis superávits dos balanços
financeiros com os recursos do SUS, conforme preconiza o art. 43 da Lei 4.320/64.
III – Determinar à Secretaria de Saúde do Município de Ilhéus/BA, nos termos do art. 43, I da
Lei 8.443/92 c/c art.250, II do Regimento Interno do TCU que adote procedimentos com vista a
regularizar a ocorrência de pagamentos efetuados sem cobertura contratual aos seguintes
prestadores privados de serviços de saúde: Vilela Lab - Laboratório de Análises Clínicas (CNPJ
07641187000151), Laboratório de Análises Clínicas SIL (CNPJ 05435549000122), Clínica
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Ortopédica e Cirúrgica de Ilhéus (CNPJ 34.433.037/0001-25), Serviços de Acidentados


Reabilitação (CNPJ 13.008.974/0001-63), Clínica de Fisioterapia Liane M Darwich (CNPJ
13.955.422/0001-62), Clínica Exame Servmedpatclínica Ltda. (CNPJ 13.009.576/0001-61),
Imagem Associadas Ltda. (CNPJ 03.454.876/0001-04), Laboratório Santa Virgínia Ltda.(CNPJ
04.642.188/0001-22) e Laboratório Citopatológico Análises (CNPJ 04.735.683/0001-86) em
descumprimento aos art. 37, XXI e 199, § 1º, da Constituição Federal, ao art. 60 da Lei
nº 8.666/1993, ao art. 24 da Lei nº 8.080/1990, ao art. 2º da Portaria MS nº 1.286/1993, e ao
entendimento consubstanciado nos Acórdãos TCU nº 289/2002 - Plenário, 251/2005 - Plenário,
89/2000 - Plenário, 67/2001 - Plenário, 299/2002 – Plenário e 1.490/2003-Segunda Câmara,
dentre outros.
IV - Determinar ao Denasus/BA que, relativamente às constatações de não-conformidades
arroladas nos Relatórios de Auditoria nºs 10317, 10318 e 10319, elaborados por esse órgão,
referentes à análise de Autorizações de Internação da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia,
da Clínica Ortopédica e Cirúrgica e da Casa de Saúde São Jorge, do município de Ilhéus, dê
prosseguimento aos procedimentos administrativos regulares de sua competência, adotando, por
exemplo, medidas como solicitação de esclarecimentos dos responsáveis, comunicação ao gestor
municipal, promoção de eventuais glosas e, se for o caso, instauração de tomada de contas
especial;
V - Encaminhar cópia da presente deliberação, acompanhada do Relatório e do Voto que a
fundamentam, à Prefeitura Municipal de Ilhéus/BA, à Câmara de Vereadores do Município de
Ilhéus/BA e ao Denasus/BA.
VI – Arquivar aos autos.”

É o Relatório.

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VOTO

Em exame auditoria que objetivou avaliar a regularidade da aplicação dos recursos do


Sistema Único de Saúde (SUS), repassados pela União, na modalidade fundo a fundo, para o
Município de Ilhéus/BA, no exercício de 2009.
2. As principais constatações do presente trabalho estão consubstanciadas nos seguintes
achados de auditoria:
a) ausência de regimento interno do Fundo Municipal de Saúde (achado 3.1);
b) ausência da publicação da aprovação de crédito orçamentário decorrente da apuração do
superávit do exercício de 2008 (achado 3.2);
c) realização de despesas com ações de vigilância epidemiológica pagas com recursos do
bloco média e alta complexidade (achado 3.3);
d) ausência de licitação para contratação de prestadores de serviços médicos e de
laboratório (achado 3.4);
e) não aprovação pela Comissão de Intergestores Bipartite – CIB do plano operativo do
Hospital São José - Maternidade Santa Helena (achado 3.5);
f) não constituição de comissão de acompanhamento de convênios/contratos (achado 3.6);
g) pagamento sem cobertura contratual (achado 3.7);
h) pagamento, com recursos do SUS, de 2 (duas) diárias de internação em UTI infantil no
Hospital São José - Maternidade Santa Helena, quando o estabelecimento não possui UTI infantil
(achado 3.8);
i) ausência de cadastramento no respectivo sistema nacional de mamógrafo da Clínica
Radiológica de Ilhéus - CRI, apesar de sua existência (achado 3.9);
j) contratação de entidades com situação fiscal supostamente irregular (achado 3.10);
k) cobrança indevidas em AIH´s, constatadas pela fiscalização do Denasus (achados 3.11,
3.12 e 3.13);
l) aquisição de materiais de órtese e prótese sem procedimento licitatório (achado 4.1).
3. Em face das situações discriminadas nos itens “a”, “c” e “l” acima, a Secex/BA promoveu
a audiência da Sra. Marleide Oliveira Dutra Figueiredo, ex-Secretária Municipal de Saúde de
Ilhéus/BA, manifestando-se, ao final, pelo acolhimento das razões de justificativa, sem prejuízo de
cientificar o órgão acerca das ocorrências.
4. Com efeito, apesar de os esclarecimentos apresentados pela responsável não lograrem
afastar as constatações da fiscalização deste Tribunal, entendo, assim como a instrução, que elas não se
revestem de gravidade suficiente a ensejar a apenação da ex-gestora, bastando neste momento a
adoção da medida alvitrada pela Secex/BA.
4.1. No tocante à primeira ocorrência, referente à ausência de regimento interno do Fundo
Municipal de Saúde, a mesma não se justifica pelo fato de o Tribunal de Contas Estadual não ter
efetuado qualquer sinalização sobre a situação, pois, independentemente da atuação do referido órgão

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de controle, a sua necessidade decorre da legislação federal de regência, sob pena de ensejar o
bloqueio dos recursos destinados ao município.
4.1.1. Todavia, como destacou a instrução, a ocorrência decorre muito mais de falha de caráter
institucional do que propriamente da prática de irregularidade por parte de responsável, devendo, em
todo caso, o órgão municipal adotar as providências cabíveis com vistas a evitar eventual bloqueio de
recursos à municipalidade.
4.2. Relativamente à segunda ocorrência, pertinente à utilização de recursos dos blocos de
média e alta complexidade em finalidade distinta, no caso o combate à dengue, bem assinalou a
instrução que não existe amparo regulamentar para tal procedimento, sendo que a Portaria n.º 204/GM,
de 2007, estabelece expressamente que os recursos referentes a cada bloco de financiamento devem ser
aplicados nas ações e serviços de saúde relacionados ao próprio bloco (art. 6º).
4.2.1. Nada obstante, verifico atenuantes na conduta da ex-gestora, caracterizadas pelo fato de o
município encontrar-se na ocasião com grave epidemia de dengue e a baixa materialidade dos gastos
realizados em finalidade diversa da prevista (R$ 11.620,00), de modo que a ocorrência pode ser
relevada por este Tribunal.
4.3. Quanto à terceira ocorrência referenciada, consistente na aquisição de órtese e prótese sem
o devido procedimento licitatório, observo que os esclarecimentos apresentados não lograram afastar a
constatação da equipe de auditoria, já que deveria a municipalidade ter realizado licitação específica
para tanto.
4.3.1. De todo modo, uma vez que não restou comprovado prejuízo ou dano ao erário,
acompanho a unidade técnica no sentido de acolher as razões de justifica, sobretudo considerando as
dificuldades que poderiam ter sido impostas no atendimento à população, a exemplo da demora e o
descompasso no atendimento das necessidades dos hospitais e clínicas, cabendo, portanto, a
cientificação do órgão a fim de evitar a reincidência da ocorrência.
5. Já no tocante aos achados 3.11, 3.12 e 3.13 descritos no relatório de fiscalização, conforme
o item “k” acima, referente à cobrança indevida de AHI´s, diversamente do que inicialmente havia
proposto a equipe de auditoria, a constatação não enseja a instauração de processo de TCE por este
Tribunal, mas sim a expedição de determinação à Secretaria Municipal de Saúde com vistas à apuração
das irregularidades, promovendo, se for o caso, a imediata recuperação dos valores despendidos, por
meio de glosa nos próximos pagamentos ou por meio de cobrança do respectivo estabelecimento,
conforme proposição do Diretor Técnico da Secex/BA.
5.1. Assim, em acréscimo à medida alvitrada pela unidade técnica, no sentido de determinar ao
Denasus a adoção de medidas voltadas ao acompanhamento da questão, deve-se também ordenar à
Secretaria Municipal de Saúde de Ilhéus/BA providências com vistas a apurar os apontamentos do
Denasus, adotando, se for o caso, as medidas tendentes à restituição dos valores devidos ao erário,
encaminhando-lhe, como subsídio, cópia dos respectivos relatórios de auditoria.
6. Em relação aos demais achados de auditoria, tendo em vista a natureza das ocorrências
apuradas, reputo adequadas as conclusões da unidade técnica, inclusive as medidas alvitradas, as quais
oferecem tratamento apropriado às situações detectadas, na forma que havia consignado no despacho
por mim proferido anteriormente.
Com essas considerações, acolhendo em essência a proposta da Secex/BA, sem prejuízo de
promover os ajustes pertinentes, VOTO por que seja adotada a deliberação que ora submeto à
apreciação deste Plenário.
TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 23 de maio de 2012.

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JOSÉ JORGE
Relator

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ACÓRDÃO Nº 1241/2012 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC 017.886/2010-4.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V - Relatório de Auditoria.
3. Responsável: Marleide Oliveira Dutra Figueiredo, ex-Secretária Municipal de Saúde (559.597.685-34).
4. Entidade: Município de Ilhéus/BA.
5. Relator: Ministro José Jorge.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - BA (SECEX-BA).
8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de auditoria que objetivou avaliar a
regularidade da aplicação dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), repassados pela União, na
modalidade fundo a fundo, para o Município de Ilhéus/BA, no exercício de 2009.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária,
ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. com fundamento no art. 71, inciso IX, da Constituição Federal c/c o art. 45 da Lei
nº 8.443, de 1992, determinar à Secretaria Municipal de Saúde de Ilhéus/BA que:
9.1.1. relativamente às irregularidades apontadas pelo Denasus/BA nas Autorizações de
Internação Hospitar emitidas pelas entidades/clínicas Irmandade da Santa Casa da Misericórdia,
Clínica Ortopédica e Cirúrgica e Casa de Saúde São Jorge, adote, no prazo de 60 (sessenta) dias, as
medidas pertinentes com vistas a apurar as situações descritas nos Relatórios de Auditoria de
nºs 10317, 10318 e 10319, promovendo, se for o caso, a imediata recuperação dos valores
despendidos, por meio de glosa nos próximos pagamentos ou por meio de cobrança do respectivo
estabelecimento, sem prejuízo de dar ciência ao Denasus das providências adotadas;
9.1.2. adote, sem ainda não o fez, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, providências com
vistas a regularizar a ocorrência de pagamentos efetuados sem cobertura contratual dos prestadores
privados de serviços de saúde adiante especificados, em desacordo com o art. 37, inciso XXI, e art.
199, §1º, da Constituição Federal, o art. 60, Parágrafo único, da Lei n.º 8.666, de 1993, o art. 24,
Parágrafo único, da Lei n.º 8.080, de 1990: Vilela Lab - Laboratório de Análises Clínicas
(CNPJ 07641187000151), Laboratório de Análises Clínicas SIL (CNPJ 05435549000122), Clínica
Ortopédica e Cirúrgica de Ilhéus (CNPJ 34.433.037/0001-25), Serviços de Acidentados Reabilitação
(CNPJ 13.008.974/0001-63), Clínica de Fisioterapia Liane M Darwich (CNPJ 13.955.422/0001-62),
Clínica Exame Servmedpatclínica Ltda. (CNPJ 13.009.576/0001-61), Imagem Associadas Ltda.
(CNPJ 03.454.876/0001-04), Laboratório Santa Virgínia Ltda.(CNPJ 04.642.188/0001-22) e
Laboratório Citopatológico Análises (CNPJ 04.735.683/0001-86);
9.2. determinar ao Denasus/BA que, relativamente às irregularidades consignadas no
subitem 9.1.1 da presente deliberação, acompanhe as providências adotadas pela Secretaria Municipal
de Saúde de Ilhéus, adotando os procedimentos administrativos de sua competência, inclusive, se for o
caso, a instauração da competente de tomada de contas especial;
9.3. dar ciência à Secretaria Municipal de Saúde de Ilhéus /BA das seguintes ocorrências,
cuja reincidência injustificada poderá dar ensejo à imposição de sanções aos responsáveis em futuras
ações de controle a serem empreendidas por este Corte:
9.3.1. ausência de licitação para a contratação e/ou aquisição dos serviços e produtos
abaixo especificados, em desacordo com disposto o art. 37, XXI, da Constituição federal e com o
art. 2º da lei 8.666, de 1993:

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9.3.1.1. serviços médicos e de laboratórios contratados em 2009, sendo R$ 17.450.540,66


referente aos prestadores de serviços médicos e R$ 1.736.510,97 aos laboratórios;
9.3.1.2. materiais de órtese e prótese para fornecimento direto à COCI (Clínica Ortopédica
e Cirúrgica de Ilhéus), totalizando, no exercício de 2009, R$ 18.720,85 (dezoito mil setecentos e vinte
reais e oitenta e cinco centavos), pagos aos fornecedores PRO HOSPITALAR EQUIPAMENTOS
MÉDICOS LTDA., e BAHIA MED COMÉRCIO MATERIAIS HOSPITALARES LTDA;
9.3.1.2.1.  inexistência, em descumprimento às portarias GM/MS nº 1.721/2005,
3.123/2006 e 635/2005, de resolução da Comissão Intergestores Bipartite – CIB, aprovando o Plano
Operativo do Hospital São José/Maternidade Santa Helena;
9.3.1.2.2. contratação das entidades Vilela Lab - Laboratório de Análises Clínicas (CNPJ
07641187000151), Laboratório de Análises Clínicas SIL (CNPJ 05435549000122), Clínica Ortopédica
e Cirúrgica de Ilhéus (CNPJ 34.433.037/0001-25), Serviços de Acidentados Reabilitação (CNPJ
13.008.974/0001-63), Clínica de Fisioterapia Liane M Darwich (CNPJ 13.955.422/0001-62), Clínica
Exame Servmedpatclínica Ltda. (CNPJ 13.009.576/0001-61) e Imagem Associadas Ltda. (CNPJ
03.454.876/0001-04) com situação fiscal irregular, em descumprimento ao art. 27, c/c o art. 29, incisos
III e IV, da Lei 8.666/93, ao art. 195, §3º da Constituição Federal, ao Art. 47 I,a, da Lei nº 8.212/91 e
ao art. 257, I, a, do Decreto nº 3.048/99;
9.3.1.2.3.  ocorrência de processos de pagamento n. 1229/2009 e 1714/2009 em ações de
vigilância epidemiológica nos valores de R$ 7.620,00 e R$ 5.000,00, pagas com recursos da conta-
corrente 33.521-5, agência 19.1 do Banco do Brasil, conta essa empregada para a movimentação dos
recursos do bloco de média e alta complexidade, em inobservância do art. 6º da Portaria GM-MS
204/2007; e
9.3.1.2.4.  ausência de Regimento Interno do Fundo Municipal de Saúde, em
descumprimento ao parágrafo 5º do art. 1º da Lei 8.142/90;
9.3.1.2.5.  pagamento, com recursos do SUS, de 2 (duas) diárias de internação em UTI
infantil no Hospital São José – Maternidade Santa Helena, apesar de o estabelecimento não possuir a
referida instalação;
9.4. recomendar à Prefeitura do Município de Ilhéus/BA que adote procedimentos com
vista a publicar o termo de aprovação do crédito orçamentário relacionados a possíveis superávits dos
balanços financeiros com os recursos do SUS, conforme preconiza o art. 43 da Lei 4.320/64.
9.5. dar ciência da presente deliberação, acompanhada do Relatório e do Voto que a
fundamentam, à Câmara de Vereadores do Município de Ilhéus/BA e ao Tribunal de Contas do Estado.
9.6. determinar à Secex/BA que faça encaminhar à Secretaria Municipal de Saúde de
Ilhéus/BA cópia dos respectivos relatórios produzidos pelo Denasus/BA, como subsídio para o
cumprimento do subitem 9.1.1. do presente Acórdão;
9.7. arquivar o presente processo.

10. Ata n° 19/2012 – Plenário.


11. Data da Sessão: 23/5/2012 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1241-19/12-P.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Benjamin Zymler (Presidente), Valmir Campelo, Walton Alencar Rodrigues,
Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro, José Jorge (Relator), José Múcio Monteiro e Ana Arraes.
13.2. Ministro-Substituto convocado: Marcos Bemquerer Costa.

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13.3. Ministros-Substitutos presentes: André Luís de Carvalho e Weder de Oliveira.

(Assinado Eletronicamente) (Assinado Eletronicamente)


BENJAMIN ZYMLER JOSÉ JORGE
Presidente Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)
LUCAS ROCHA FURTADO
Procurador-Geral

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