Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
303/2014-0
RELATÓRIO
2. Transcrevo, a seguir, em atenção ao art. 1º, § 3º, I, da Lei 8.443, de 1992, excerto do
relatório de auditoria (peça 30).
2 - INTRODUÇÃO
Administração Pública. Uma vez que o Gespública e a Carta de Serviços ao Cidadão, entre
outros instrumentos, constituem resposta da Administração Pública Federal à sociedade,
compete à Segep, por meio deles, proporcionar o atendimento às demandas por melhores
serviços, eficiência e efetividade no uso dos recursos públicos.
Ademais, cabe ressaltar que o processo de Produção de Conhecimento TC 017.064/2013-9,
elaborado no âmbito desta unidade técnica, subsidiou os trabalhos desta auditoria
como seja realizada a descrição dos resultados a serem atingidos pelos processos,
complementados, preferencialmente, por meio de indicadores de desempenho.
II. GUIA “D” SIMPLIFICAÇÃO
O Guia “d” Simplificação, elaborado pelo então Departamento de Programas de Gestão
(DPG) da Segep/MP, tem como objetivo auxiliar as organizações públicas a simplificar seus
processos e normas, visando à melhoria dos serviços, e está organizado em uma sequência
lógica de dez passos, subdivididos em quatro etapas denominadas de: a) Planejamento da
Simplificação; b) Mapeamento do Processo; c) Análise e Melhoria dos Processos; e d)
Implementação das Melhorias.
O Guia em questão deve ser entendido como uma ferramenta de trabalho para realizar a
análise e a melhoria de processos organizacionais.
III. GUIA REFERENCIAL PARA MEDIÇÃO DE DESEMPENHO E MANUAL PARA
CONSTRUÇÃO DE INDICADORES
O “Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual para Construção de
Indicadores” foi produzido, no âmbito do Gespública, de modo a constituir referencial
metodológico para a Administração Pública Federal, Estadual e Municipal e oferecer
instrumento de subsídio a políticas públicas, programas e organizações públicas de forma a
definir, mensurar, pactuar, avaliar e divulgar indicadores de desempenho
(http://www.gespublica.gov.br/biblioteca/pasta.2010-12-08.2954571235/Guia%20-
%20Indicadores%20(versao%20preliminar%20Dez%2009).pdf). Não se trata de um manual
cuja estrita e acrítica obediência levará ao melhor resultado possível. Trata-se da proposição
de uma metodologia conceitualmente embasada que para render os melhores resultados
possíveis requer apropriação.
O guia em comento apresenta um metamodelo, um modelo que orienta a construção de
modelos específicos de definição e mensuração do desempenho caso a caso, respeitando-se
os conceitos e princípios básicos. Buscou-se ao mesmo tempo reconhecer a complexidade e
perseguir a simplicidade, renunciando-se à busca de soluções exaustivas ou universalmente
válidas.
Segundo o documento (p. 16), o metamodelo pode ser aplicável em diferentes níveis da
administração pública, quais sejam: nível macro (Governo), nível meso (política pública ou
setor de governo), nível meso-micro (redes de organizações), nível micro (organizações) e
nível nano (unidade de organização). Ademais, tem como objetivo contribuir para a
unificação do conceito de desempenho no setor público, favorecendo a integração entre as
áreas.
A presente auditoria teve por objetivo avaliar a capacidade de atuação da Segep/MP como
órgão central indutor do aperfeiçoamento da gestão pública.
A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo
aplicados de acordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões adiante
indicadas:
Estima-se que o presente trabalho trará melhorias aos controles que proporcionam suporte
aos processos da Segep/MP relacionados ao Modelo de Excelência em Gestão Pública,
Gespública, Carta de Serviços ao Cidadão e Instrumentos Indutores da Melhoria da Gestão.
Ainda, dará um retrato à Segep do grau de conhecimento e utilização dos instrumentos por
ela disponibilizados no âmbito do Gespública, por parte dos órgãos e entidades da alta
administração do Poder Executivo Federal.
3 - ACHADOS DE AUDITORIA
10
Nessa reunião, traçou-se um conjunto de diretrizes que deveriam servir de referência para as
iniciativas a serem realizadas, entre as quais destaca-se:
4.4 - Criar o ambiente virtual do GesPública, de modelagem e simulação de redes, sistemas e
processos de gestão e de disseminação de metodologias para elaboração de cartas de serviço
ao cidadão; de pesquisas de satisfação do usuário e de indicadores de gestão, entre outras
ferramentas gerenciais; (peça 13, p. 87).
Após essa data, não há registro de outra reunião do Comitê Gestor, nem mesmo após a
portaria MP 27, de 3 de fevereiro de 2010. Houve apenas reunião do comitê conceitual do
Gespública, no entanto, o comitê conceitual não se caracteriza como comitê gestor, nem
possui as atribuições deste.
A equipe de auditoria solicitou, ainda, os expedientes do Comitê Gestor do Gespública no
período 2009-2014 relacionados ao disposto no art. 3° do Decreto 5.378/2005. O art. 3º do
Decreto 5.378/2005 estabelece:
Art. 3o Para consecução do disposto nos arts. 1o e 2o , o GESPÚBLICA, por meio do Comitê
Gestor de que trata o art. 7o , deverá:
I - mobilizar os órgãos e entidades da administração pública para a melhoria da gestão e
para a desburocratização;
II - apoiar tecnicamente os órgãos e entidades da administração pública na melhoria do
atendimento ao cidadão e na simplificação de procedimentos e normas;
III - orientar e capacitar os órgãos e entidades da administração pública para a implantação
de ciclos contínuos de avaliação e de melhoria da gestão; e
IV - desenvolver modelo de excelência em gestão pública, fixando parâmetros e critérios para
a avaliação e melhoria da qualidade da gestão pública, da capacidade de atendimento ao
cidadão e da eficiência e eficácia dos atos da administração pública federal.
Em resposta, a Segep encaminhou os seguintes documentos:
Gespública, bem como execução das ações, monitoramento, avaliação e divulgação dos
resultados.
3.1.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Portaria de designação dos membros do Comitê Gestor do GESPÚBLICA. - 27/2010
3.1.3 - Causas da ocorrência do achado:
Não identificada.
3.1.4 - Efeitos/Conseqüências do achado:
Não exercício das competências previstas nos artigos 9º e 10 do Decreto 5.378/2005 e
consequente paralisação do programa Gespública. (efeito real)
3.1.5 - Critérios:
Decreto 5378/2005, art. 8º, § 2º; art. 9º; art. 10
3.1.6 - Evidências:
Resposta ao Ofício nº 0231 / 2014 - TCU / SecexAdmin. Em caráter de urgência. - Resposta
ao Ofício nº 0232 / 2014 - TCU / SecexAdmin. Em caráter de urgência. O Ofício
451/2014/SEGEP-MP tem como assunto: "Resposta ao Ofício 0231/2014-TCU/SecexAdmin
(...)". Devido a essa ocorrência, o documento foi cadastrado como em resposta ao Ofício
231/2014 - TCU/SecexAdmin, mas o ofício que requereu os documentos foi o ofício 0232 /
2014 - TCU / SecexAdmin., folhas 51/63.
3.1.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Diante do exposto, a Segep informou que já há trabalhos objetivando a edição de uma minuta
de nova portaria para designação do Comitê Gestor do Gespública, para aprovação e
publicação pela Ministra do Planejamento (peça 26, p.11).
3.1.8 - Conclusão da equipe:
12
O art. 15 do Decreto 6.932/2009, que cuida da Carta de Serviços ao Cidadão, estabelece que
o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MP - poderá dispor sobre mecanismos
de acompanhamento, avaliação e incentivo da Carta. O MP tem interpretado esse
mandamento como faculdade, porém trata-se de poder-dever de agir. Dessa forma, cabe ao
MP, por meio da Segep, estabelecer esses mecanismos.
A fim de se obter informações relacionadas ao objeto desta auditoria, realizou-se pesquisa
junto a órgãos e entidades da administração do poder executivo federal, como ministérios e
agências reguladoras (anexo 1).
Dos 48 órgãos pesquisados, 39 apresentaram respostas (81,25%). Entre os respondentes, 27
(69,23%) afirmaram prestar serviços diretamente aos cidadãos. Desse universo, 10 (37,04%)
afirmaram que não divulgam a Carta de Serviços ao Cidadão. Dos que afirmaram que
divulgam, 11 (64,71 %) afirmaram que aplicam a pesquisa de satisfação junto aos usuários
de seus serviços.
Considerando que, conforme o art. 17 do Decreto 6.932/2009, cabe à Controladoria-Geral
da União - CGU e aos órgãos integrantes do sistema de controle interno do Poder Executivo
Federal zelar pelo seu cumprimento, a equipe solicitou pronunciamento da CGU a esse
respeito.
Em resposta, por meio do Ofício 15.549/2014/DC/SFC/CGU/PR (peça 15), a CGU informou
que tem verificado, desde 2012, o atendimento da obrigatoriedade de elaboração e
divulgação da Carta de Serviços ao Cidadão, por meio das auditorias anuais de contas.
Acrescentou que, em 2012, das 184 unidades que prestam serviços ao cidadão examinadas,
apenas 93 (50,54%) possuem a Carta, das quais somente 58 (31,52%) estão em conformidade
com o Decreto 6.932/2009.
13
14
15
16
Portanto, cabe à SEGEP, ser mais atuante na indução de um compromisso forte por parte
dos órgãos e entidades na implementação e divulgação da Carta de Serviços ao Cidadão,
implementando os mecanismos deacompanhamento, avaliação e incentivo exigidos pelo art.
15 do Decreto 6.932/2009.
Nesse sentido, um mecanismo de incentivo a boas práticas de gestão que poderia ser
utilizado pelo MP para indução da melhoria da gestão pública, inclusive no que diz respeito
à adoção da Carta de Serviços ao Cidadão, seria o Orçamento Federal, cujo sistema lhe
cabe coordenar e gerir.
A indução ocorreria por meio de favorecimento na concessão do orçamento federal aos
órgãos que tornassem evidente suas boas práticas de gestão, inclusive com a adoção da
Carta de serviços ao Cidadão e demais elementos em conformidade com o Decreto
6.932/2009.
3.2.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:
Ato normativo 6.932/2009 - Decreto - Dispõe sobre a simplificação do atendimento público
prestado ao cidadão, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma em documentos
produzidos no Brasil, institui a “Carta de Serviços ao Cidadão” e dá outras providências.
Ato normativo 8.189/2014 - Decreto - Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro
Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e remaneja cargos em comissão e funções comissionadas
técnicas.
3.2.3 - Causas da ocorrência do achado:
Interpretação equivocada por parte da Segep/MP do art. 15 do Decreto 6.932/2009.
3.2.4 - Efeitos/Conseqüências do achado:
Baixa adoção da Carta de Serviços ao Cidadão. (efeito real)
3.2.5 - Critérios:
Decreto 6932/2009, art. 15
Decreto 8189/2014, art. 26, inciso IV
3.2.6 - Evidências:
Resposta ao Ofício de Requisição 1 - 282 / 2014 - SecexAdmin. Em caráter de urgência. -
Ofício 15.549/2014/DC/SFC/CGU/PR, peça 15, folhas 1/2.
Resposta ao Ofício nº 0231 / 2014 - TCU / SecexAdmin. Em caráter de urgência. - Ofício
451/2014/SEGEP-MP, peça 13, folha 7.
Resposta ao Ofício nº 0231 / 2014 - TCU / SecexAdmin. Em caráter de urgência. - Ofício
433/2014/SEGEP-MP, peça 9, folhas 15/19.
Pesquisa Ferramentas de Gestão.
3.2.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:
Sobre o presente achado de auditoria, a Segep manifesta sua discordância acerca da
interpretação contida no relatório de auditoria acerca da expressão "poderá dispor"
17
constante do artigo 15 do Decreto 6.932/2009. Aduz que haveria sobreposição com o artigo
17 do referido Decreto e que os artigos 26 a 33 do Anexo I do Decreto 8.189/2014 já seriam
suficientes para fixar a atuação da Segep no âmbito da Carta de Serviços ao Cidadão (peça
26, p. 12-13).
Por fim, a Segep apresentou, juntamente com o esclarecimento acerca da versão preliminar
do relatório de auditoria, uma relação com 109 órgãos e entidades do Poder Executivo
Federal, dos quais 51 possuem Carta de Serviços ao Cidadão implementada.
3.2.8 - Conclusão da equipe:
18
19
20
Ainda no dia 17/6/2014, o sítio eletrônico do Gespública trazia a seguinte notícia: "A
Secretaria de Gestão Pública do MP revitaliza o Programa GESPÚBLICA em 2014" (peça
20). Ora, só se revitaliza o que necessita ser revigorado, o que evidencia o que já é notório: o
Programa Gespública está inerte. Ratifique-se que, atualmente, não existe constituição válida
do Comitê Gestor do Gespública. Segundo a notícia citada, a premissa do Gespública é o
MEGP e a estratégia para a implantação de um modelo referencial de gestão pública é
desenvolver ações de apoio técnico aos órgãos e entidades da Administração Pública
Federal, "a fim de mobilizar, preparar e motivar para a atuação em prol da inovação e da
melhoria da gestão."
Compete à SEGEP atuar como Secretaria-Executiva do Comitê Gestor do GESPÚBLICA
(art. 12 do Decreto 5.378/2005) e coordenar as ações desse programa (inc. VI do art. 26 do
anexo do Decreto 8.189/2014). Por isso, entende-se que a mobilização é uma competência
atribuída à Segep. No entanto, a mobilização, da forma como está sendo feita, tem se
mostrado insuficiente para atingir os objetivos propostos, conforme se demonstrará a seguir.
Em questionário elaborado pela equipe de auditoria, foi perguntado a órgãos e entidades da
alta administração federal sobre a utilização e relevância dos instrumentos da Gestão
Pública. O questionário foi enviado a 48 órgãos/entidades do Poder Executivo Federal dos
quais 39 (81,25%) responderam.
Dos respondentes, 51,28% dos órgãos e entidades afirmaram que o MEGP não foi
apresentado à sua organização. Destaque-se que foram consultados os principais órgãos e
entidades da administração federal e, não obstante, mais da metade das organizações
respondentes destacaram a não apresentação do MEGP à sua organização. Ou seja, o
Modelo de Excelência em Gestão Pública não é conhecido pela administração federal o que
impossibilita a sua principal função: servir de referencial de gestão a ser alcançado. Não se
pode caminhar em direção à excelência da gestão se não se conhece, inicialmente, o que seja
"Excelência em Gestão".
Em relação ao Gespública, principal instrumento do governo federal para a
desburocratização, 20,51% dos órgãos/entidades respondentes desconhecem o programa,
10,21% não consideram a adesão ao programa como prioridades da organização e 35,90%
apresentaram "Outros" como resposta. Destes últimos, há destaque para os seguintes
detalhamentos:
- "O programa não foi apresentado oficialmente à organização";
- "Conhecemos superficialmente o GESPÚBLICA";
- " O ministério não estava preparado para aderir ao Programa";
-" Não houve adesão de minha organização como um todo, apenas de algumas de suas
subdivisões."
Em relação ao instrumento de avaliação proporcionado pelo Gespública, apenas 10,26%
realizam a auto avaliação anualmente; enquanto 15,38% realizaram a avaliação apenas uma
vez. Além disso, 35.90% argumentaram que desconhecem o instrumento de auto avaliação e
12,82% ressaltaram que não realizaram a auto avaliação, devido ao fato desta ser opcional.
Das demais respostas, destacam-se:
- "Desconhecimento dos instrumentos do GESPÚBLICA";
- "Começamos a auto avaliação, mas paramos pela dificuldade que as áreas tiveram para
responder".
21
22
O Guia lista ainda duas etapas necessárias à elaboração da carta, quais sejam: constituir
equipe de trabalho e elaborar o plano de ação. A segunda etapa é dividida em 10 ações
necessárias para que a carta seja elaborada com sucesso. Ainda, consta do anexo dos
23
documentos formulários para auxílio na elaboração da Carta bem como um glossário com os
principais termos envolvidos.
Este Guia está disponibilizado na versão escrita e também em vídeos com duração média de
5 minutos. Esses vídeos apresentam os principais conceitos atinentes à gestão de processos,
tais como o conceito de processo, de cadeia de valor, os elementos básicos de um processo,
entre outros. Destaque-se também o zelo na fabricação do curso, que contém partes lúdicas
logo no início dos vídeos, de forma a capturar a atenção do interlocutor
O documento informa ainda a existência da Plataforma de Processos
(http://plataformadeprocessos.serpro.gov.br/), elaborada com vistas a fornecer visão
integrada de processos e dados do governo, apoiar decisões estratégicas e aperfeiçoar os
níveis de gestão e controle da Administração Pública. Desse modo, oferece em seu ambiente
conjunto de estratégias, padrões, metodologias e soluções para suporte às atividades
relacionadas a processos.
No tocante à etapa de Planejamento, que trata da preparação das condições iniciais para o
trabalho, da formação e capacitação de equipe, da mobilização da organização e da
24
Incluído nesse passo, o "Plano de trabalho", cuja responsabilidade pela elaboração atribui-
se à equipe facilitadora supracitada, consiste no planejamento tático e estratégico de
implementação da simplificação administrativa e implica a identificação do processo a ser
analisado e a definição do escopo de atuação. Nesse intuito, o documento apresenta
orientações quanto à composição, perfil e atribuições dos membros da equipe, assim como
sugere medidas a serem adotadas para a mobilização do órgão, tais como a realização de
campanha de divulgação interna, seminário para compartilhamento e motivação dos
interessados, desenvolvimento de cartazes, folders e/ou mensagens pela internet/intranet e a
formação de grupos de discussão.
Por sua vez, a etapa de Mapeamento de Processo relaciona -se ao levantamento de etapas e
normas correlatas ao processo, assim como ao desenho do fluxo atual. A referida etapa
subdivide-se nos passos: "Levantamento das Etapas e Normas", "Identificação dos Elementos
do Processo" e "Desenho dos Fluxogramas".
A etapa de Análise e Melhoria de Processo envolve a análise do fluxo atual e das condições
que o influenciam, de modo a identificar possíveis melhorias, a formatação do novo fluxo,
dos indicadores de desempenho e do impacto da ação de simplificação. Para a referida
etapa, o guia apresenta, igualmente, três passos denominados de: "Árvore de Soluções",
"Modelagem do Processo" e "Sistemas de Medição de Desempenho".
25
No tocante à formulação de indicadores, explica que pode ser realizada por conjunto de
passos, de modo a assegurar que o sistema de medição do desempenho esteja em
conformidade com o desejado pela organização. Desse modo, os passos, demonstrados
graficamente no quadro abaixo, seriam: a) identificação do nível, dimensão, subdimensão e
objetos de mensuração; b) estabelecimento dos indicadores de desempenho; c) validação
preliminar dos indicadores com as partes interessadas; d) construção de fórmulas,
estabelecimento de metas e notas; e) definição de responsáveis, f) geração de sistemas de
coleta de dados; g) ponderação e validação final dos indicadores com as partes interessadas;
h) mensuração dos resultados; i) análise e interpretação dos indicadores; e j) comunicação
do desempenho e gerência da mudança.
26
5 - CONCLUSÃO
6 - PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
27
É o relatório.
28
VOTO
6. A Segep informou haver iniciativas para a edição de minuta de nova portaria de designação
dos membros do comitê, sem contudo mencionar data de previsão para a solução do problema (peça
26, p. 11).
7. A unidade técnica constatou ainda, conforme registrei, a ausência de mecanismos de
acompanhamento, avaliação e incentivos quanto à implementação da Carta de Serviços ao Cidadão. A
unidade técnica entende que o disposto no art. 15 do Decreto n.º 6.932, de 2009, estabelece o poder-
dever de o MP dispor sobre mecanismos de acompanhamento, avaliação e incentivo da Carta, em que
pese utilizar a expressão “poderá dispor”. O Ministério, no entanto, alega tratar-se de mera faculdade
de agir.
8. Outro problema apontado pela unidade técnica, mencionado, foi a baixa taxa de adesão ao
Modelo de Excelência em Gestão Pública, ao GesPública e aos instrumentos indutores. A eq uipe
concluiu que o modelo de livre adesão adotado pela Segep não se tem mostrado eficaz.
9. Diante disso, a unidade técnica propõe, em suma:
9.1. dar ciência ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão :
9.1.1. das seguintes impropriedades:
a) inoperância, no período de 2011 a 2014, do Programa Nacional de Gestão Pública e
Desburocratização – GESPÚBLICA, que tem como objetivo, entre outros, contribuir para a
melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos, o que afronta o disposto
nos arts. 1º ao 6º do Decreto 5.378/2005 e inc. VI do art. 26 do Decreto 8189/2014;
b) não designação, no período de 2010 a 2014, dos membros do Comitê Gestor do
Gespública, que tem como competência, entre outras, orientar e capacitar a administração
pública para a melhoria da gestão, o que afronta ao § 1º do art. 8º, do Decreto 5.378/2005;
c) não funcionamento do Comitê Gestor do Programa Nacional de Gestão Pública e
Desburocratização, que deveria ter sido designado pelo Ministro de Estado do Planejamento,
Orçamento e Gestão, desde 2010, o que afronta aos arts. 7º, 8º, 9º e 10 do Decreto 5.378/2005.
9.1.2. da ausência de mecanismos de acompanhamento, avaliação e incentivos quanto à
implementação da Carta de Serviços ao Cidadão ao MP;
9.2. recomendar ao MP que, no prazo de 90 dias:
9.2.1. estude mecanismos de indução à implementação da Carta de Serviço ao Cidadão;
9.2.2. reavalie tal modelo e a necessidade de criar incentivos concretos à melhoria da gestão
pública;
9.3. encaminhar cópia da deliberação que vier a ser prolatada à Casa Civil e à Comissão de
Trabalho, de Administração e Serviço Público, da Câmara dos Deputados, e à Comissão de Meio
Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, do Senado Federal.
10. Acolho como bem fundamentados os achados descritos pela unidade técnica. Cabe
mencionar que, em linhas gerais, é correta a interpretação dada pela unidade técnica ao disposto no art.
15 do Decreto n.º 6.932/2009, referente a mecanismos de acompanhamento, avaliação e incentivo da
Carta de Serviço ao Cidadão. Ora, para que sejam cumpridos os termos do decreto, devem estar
estabelecidos os mencionados mecanismos. Logo, se o órgão pode dispor sobre estes, deve fazê- lo
caso inexistentes ou se observadas lacunas.
11. No entanto, vislumbro solução ligeiramente distinta para este processo. Uma vez que as
normas descumpridas foram instituídas pela Presidência da República, a Casa Civil deve ser
cientificada, com recomendação de que adote as medidas necessárias para a solução dos problemas
detectados. Além desta, deve ser informada a Controladoria-Geral da União, designada pelo Decreto
n.º 6.932, de 2009, em conjunto com os órgãos do sistema de controle interno, para zelar pelo
TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, e m 21 de janeiro de
2015.
RAIMUNDO CARREIRO
Relator
1. Processo nº TC 011.303/2014-0.
2. Grupo I, Classe de Assunto III – Relatório de Auditoria.
3. Responsável: Ana Lúcia Amorim de Brito (CPF n.º 060.754.618-25), Secretária de Gestão Pública a
partir de 11/2/2011.
4. Orgãos/Entidades: Secretaria de Gestão Pública – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
5. Relator: Ministro Raimundo Carreiro.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo da Administração do Estado (SecexAdmin).
8. Advogados constituídos nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Relatório de Fiscalização realizada com o intuito
de avaliar a capacidade de atuação da Secretaria de Gestão Pública (Segep) como órgão central indutor
do aperfeiçoamento da gestão pública, de acordo com a legislação pertinente,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do Plenário,
diante das razões expostas pelo Relator, em:
9.1 dar ciência à Casa Civil da Presidência da República e à Controladoria-Geral da União
de que foram detectadas as seguintes irregularidades:
9.1.1 ausência de mecanismos de acompanhamento, avaliação e incentivo quanto à
implementação da Carta de Serviço ao Cidadão por parte dos órgãos e entidades do Poder Executivo
Federal que prestam serviços diretamente ao cidadão, em afronta ao disposto no art. 15 do Decreto
n.º 6.932, de 11 de agosto de 2009, e no art. 26, inciso IV, do Decreto n.º 8.189, de 21 de janeiro de
2014;
9.1.2 inoperância, no período de 2012 a 2014, do Programa Nacional de Gestão Pública e
Desburocratização, em decorrência de não terem sido designados os membros de seu Comitê Gestor,
em afronta ao disposto nos arts. 1º a 10 do Decreto n.º 5.378, de 23 de fevereiro de 2005, e no art. 26,
inciso VI, do Decreto n.º 8.189, de 2014;
9.1.3 inexistência de incentivo concreto à melhoria da gestão pública e pouca disseminação
do Modelo de Excelência em Gestão Pública e dos instrumentos indutores da melhoria da gestão, o
que compromete a indução do aperfeiçoamento da gestão pública, em afronta ao art. 26, inciso I,
alíneas “c” e “d”, e do inciso IV do Anexo I do Decreto n.º 8.189, de 2014, e o art. 3º, inciso IV, do
Decreto n.º 5.378, de 2005;
9.2 recomendar à Casa Civil da Presidência da República que, na celeridade em que a
matéria exige:
9.2.1 adote as medidas suficientes para corrigir as irregularidades mencionadas no ite m
9.1; e
9.2.2 reavalie o modelo adotado de adesão voluntária ao Programa Nacional de Gestão
Pública e Desburocratização;
9.3 dar ciência à Secretaria Executiva do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
de que serão verificadas durante o monitoramento dos resultados desta auditoria as meditas tomadas
em relação às irregularidades descritas no item 9.1;
9.4 determinar a inserção de cópias deste Acórdão e também do Relatório e do Voto que o
fundamentam nos autos do TC 024.001/2013-9 e do TC 020.830/2014-9, alertando-se a Secretaria
Geral de Controle Externo (Segecex) da necessidade de considerar as informações registradas no
relatório quando da elaboração do próximo plano de auditoria;
9.5 encaminhar cópia deste Acórdão, e também do Relatório e do Voto que o
fundamentam, à Casa Civil da Presidência da República, à Controladoria-Geral da União, à Secretaria-
1
Fui presente:
(Assinado Eletronicamente)
PAULO SOARES BUGARIN
Procurador-Geral