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CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO AMAZONAS – CETAM

THAYNARA BATISTA NÓBREGA

PACIENTE EM MORTE CEREBRAL E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

AUTAZES/AM
2023
THAYNARA BATISTA NÓBREGA

PACIENTE EM MORTE CEREBRAL E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Trabalho solicitado pelo enfermeiro Elyssandro para


obtenção de nota parcial pela disciplina Cuidados de
Enfermagem ao Paciente Crítico Adulto do curso
Técnico em Enfermagem junto ao Centro de
Educação Tecnológica do Amazonas- CETAM.

Autazes/AM
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2. DIAGNÓSTICO DE MORTE CEREBRAL........................................................3

3. PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS...........................................................4


3.1 Elegibilidade...........................................................................................................4
3.2 Discussão com a família.........................................................................................4
3.3 O processo de extração dos órgãos.........................................................................5
3.4 Transplante..............................................................................................................5
3.5 Acompanhamento...................................................................................................5

4. POR QUE A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS É IMPORTANTE.................................5

5. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS EM TORNO DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS......6

6. CONCLUSÃO.........................................................................................................8

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................9
1. INTRODUÇÃO

A morte cerebral é um estado irreversível de cessação completa e permanente


da atividade cerebral, incluindo o tronco cerebral, que controla funções vitais como
respiração e batimentos cardíacos. Quando um paciente é diagnosticado com morte
cerebral, isso significa que não há mais atividade cerebral e o paciente não tem chance
de recuperação. No entanto, o corpo ainda pode estar funcionando com o apoio de
ventiladores e medicações.
A doação de órgãos é um processo que ocorre em casos de morte cerebral,
onde os órgãos saudáveis de um doador são removidos cirurgicamente e
transplantados para pacientes que necessitam deles. A doação de órgãos salva vidas e
melhora a qualidade de vida de muitas pessoas que sofrem de doenças crônicas ou
fatais.
Para caracterizar a morte encefálica do ponto de vista médico e legal são
necessários vários passos (um protocolo). Esse protocolo é estabelecido por lei, e são
realizados vários exames do doente por ao menos 2 médicos e além de um exame de
documentação da morte, chamado exame complementar. Quando a morte encefálica é
constatada, ela deverá ser notificada à Central de Transplantes, que é um órgão do
Governo do Estado para registro e acompanhamento legal da situação, até a
confirmação do diagnóstico e a possível doação dos órgãos e tecidos para transplantes.

2. DIAGNÓSTICO DE MORTE CEREBRAL

A morte cerebral é muitas vezes confundida com a morte clínica e é uma


condição rara, mas muitas vezes fatal. É diagnosticada quando o cérebro do paciente
para de funcionar completamente ou não responde a estímulos.
O diagnóstico da morte cerebral deve ser realizado por dois médicos diferentes
para confirmar completamente que não há atividade cerebral. É importante que a
família entenda que o paciente não pode ser salvo e que a doação de órgãos é uma
opção para salvar outras vidas.
Existem três mecanismos fisiológicos da morte:
a) parada cardíaca primária resultando em parada circulatória;

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b) parada respiratória primária, que causa parada cardíaca secundária por
hipoxemia;
c) parada encefálica primária que, por interrupção do controle das vias aéreas e
impulso respiratório, causa parada respiratória secundária e, então, parada cardíaca.
A interrupção dessa sequência através de suporte vital é a essência da
assistência em UTIs, com o uso de vias aéreas artificiais, ventilação pulmonar
mecânica, suporte hemodinâmico, terapias de reposição renal, oxigenação por
membrana extracorpórea e corações artificiais. O que se pretende com o uso desses
procedimentos é manter as funções vitais para "ganhar tempo" e permitir a reversão do
agravo que pode levar à morte.
O encéfalo é um órgão que não pode ser mantido por qualquer tecnologia
conhecida atualmente, pois nenhuma função do cérebro pode ser substituída. A
ventilação pulmonar mecânica só interrompe a forma como a falência do cérebro leva
à morte e os procedimentos neuroprotetores só limitam danos cerebrais secundários.
O encéfalo humano é composto pelo telencéfalo, diencéfalo (tálamo,
hipotálamo, epitálamo e subtálamo), tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e
cerebelo.

3. PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

3.1 Elegibilidade
Nem todas as pessoas são elegíveis para doar órgãos. Os órgãos do paciente
devem estar em boas condições, sem infecções ou problemas de saúde. Além
disso, o paciente deve morrer na UTI sob cuidados intensivos. Os órgãos do
doador são avaliados para determinar sua compatibilidade com os receptores
potenciais. Isso envolve considerar fatores como tipo sanguíneo, tamanho do órgão
e compatibilidade imunológica

3.2 Discussão com a família


Antes de uma doação de órgãos, é necessário que a família entenda o processo
e dê a seu consentimento. Muitas vezes, a família pode estar em uma situação de
choque e estresse, o que torna importante ter profissionais médicos e especialistas
em doação de órgãos disponíveis para ajudar nessa conversa. O consentimento

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pode ser baseado nas vontades do próprio paciente, se conhecidas, ou na decisão
da família.

3.3 O processo de extração dos órgãos


A extração de órgãos geralmente é realizada em uma sala de cirurgia. Os
órgãos são retirados em um procedimento cirúrgico que dura entre três e cinco
horas, dependendo do número de órgãos doados. Após a família consentir, uma
equipe médica realiza a cirurgia para remover os órgãos do doador de maneira
respeitosa e cuidadosa.

3.4 Transplante
Os órgãos são transportados rapidamente para os receptores compatíveis e
transplantados por equipes cirúrgicas especializadas.

3.5 Acompanhamento
Tanto os doadores quanto os receptores são monitorados de perto após a
cirurgia para garantir a recuperação adequada e prevenir complicações.
É importante observar que a doação de órgãos segue rigorosas regulamentações
éticas e legais para garantir a transparência, o consentimento informado e o
tratamento respeitoso tanto do doador quanto da família. A doação de órgãos é um
ato altruísta que pode salvar vidas e melhorar a qualidade de vida de pessoas em
necessidade.

4. POR QUE A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS É IMPORTANTE

Salva Vidas: A doação de órgãos é muitas vezes a única esperança para


pacientes que sofrem de doenças crônicas ou em estágio terminal. Transplantes de
órgãos podem salvar vidas, proporcionando uma segunda chance para aqueles que
estão à beira da morte devido a problemas de saúde.
Melhora a Qualidade de Vida: Para aqueles que estão na lista de espera por um
transplante, a qualidade de vida pode ser significativamente comprometida devido à
doença em questão. Um transplante bem-sucedido pode restaurar a saúde e permitir
que essas pessoas levem uma vida mais ativa e plena.

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Alivia o Sofrimento das Famílias: Ver um ente querido lutando contra uma
doença terminal é emocionalmente desafiador para as famílias. A possibilidade de
doação de órgãos pode trazer um pouco de consolo, sabendo que a tragédia pode ser
transformada em esperança para outra pessoa.
Contribui para o Avanço da Medicina: A realização de transplantes de órgãos
impulsiona a pesquisa médica e a tecnologia relacionada a essa área. Isso leva a
avanços que beneficiam não apenas os pacientes de transplantes, mas também pessoas
que sofrem de outras condições médicas.
Reduz os Custos de Saúde: Embora o processo de transplante em si possa ser
caro, o tratamento contínuo de doenças crônicas é ainda mais oneroso ao longo do
tempo. Um transplante bem-sucedido pode reduzir os custos associados aos cuidados
médicos de longo prazo.
Promove a Solidariedade Humana: A doação de órgãos é um ato de altruísmo e
solidariedade. Pessoas que optam por doar seus órgãos após a morte estão
contribuindo para a melhoria da vida de outra pessoa, mesmo quando já não estão
presentes.
Reduz a Lista de Espera: A demanda por órgãos para transplante
frequentemente excede a oferta disponível. Aumentar o número de doadores ajuda a
reduzir a lista de espera, permitindo que mais pacientes recebam os órgãos de que
precisam.
Conscientização sobre Saúde: A discussão sobre doação de órgãos pode
aumentar a conscientização sobre a importância de manter hábitos saudáveis e
prevenir doenças que levam à necessidade de transplantes.
Legado Duradouro: A doação de órgãos permite que a vida de alguém continue
após a morte, deixando um legado positivo que impacta profundamente outras
pessoas.

5. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS EM TORNO DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

A doação de órgãos é um tema complexo e sensível, que envolve várias


considerações éticas importantes. Aqui estão algumas das principais considerações
éticas relacionadas à doação de órgãos:
Autonomia e Consentimento Informado: A doação de órgãos deve ser baseada

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no consentimento informado e na autonomia do doador. É crucial garantir que a
decisão de doar seja feita livremente, sem pressões externas ou coação. Isso implica
em fornecer informações detalhadas sobre o processo, riscos e benefícios envolvidos
na doação.
Equidade e Justiça: A distribuição de órgãos deve ser justa e equitativa,
garantindo que todas as pessoas tenham igualdade de acesso aos órgãos necessários
para salvar ou melhorar suas vidas, independentemente de fatores como status
socioeconômico, raça, gênero ou origem étnica.
Vulnerabilidade e Exploração: É importante evitar situações em que os
doadores sejam explorados ou submetidos a condições desfavoráveis devido à sua
necessidade financeira. A doação de órgãos não deve ser uma solução para problemas
econômicos, e medidas devem ser tomadas para proteger os doadores de
vulnerabilidades.
Comercialização e Tráfico de Órgãos: A comercialização de órgãos é
amplamente considerada antiética. O tráfico de órgãos envolve exploração e muitas
vezes ocorre em condições ilegais e prejudiciais. A doação de órgãos deve ser um ato
voluntário e altruísta, não uma transação financeira.
Priorização de Pacientes: Os critérios para a distribuição de órgãos entre os
pacientes em lista de espera devem ser transparentes, baseados em critérios médicos e
garantindo que os órgãos sejam alocados para aqueles que têm a maior necessidade e
as melhores chances de sucesso após o transplante.
Consentimento Póstumo: Quando o doador não expressou sua vontade em
vida, as decisões sobre a doação de órgãos após a morte podem ser delicadas. É
importante respeitar as crenças religiosas, culturais e pessoais do falecido, bem como
o impacto na família.
Privacidade e Confidencialidade: A privacidade do doador e do receptor deve
ser mantida. Informações pessoais e médicas devem ser tratadas com
confidencialidade, evitando qualquer tipo de discriminação ou estigmatização.
Risco e Benefício: Os riscos associados à doação de órgãos devem ser
cuidadosamente avaliados em relação aos benefícios potenciais. Os doadores devem
ser informados sobre os riscos envolvidos na cirurgia de doação e nos cuidados pós-
operatórios.
Pesquisa e Inovação: A pesquisa em transplantes de órgãos é importante para

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melhorar a eficácia dos procedimentos e aumentar a disponibilidade de órgãos. No
entanto, é crucial garantir que as pesquisas sejam conduzidas de maneira ética e com o
devido respeito aos direitos dos doadores e receptores.

6. CONCLUSÃO
A morte cerebral é uma condição em que todas as atividades cerebrais de uma
pessoa cessaram de forma irreversível, resultando na perda total e permanente da
função cerebral. No entanto, as funções vitais do corpo podem ser mantidas por meio
de suporte artificial, como ventiladores e medicação. Nesse contexto, a doação de
órgãos se torna uma opção significativa para salvar vidas.
Quando um paciente é diagnosticado com morte cerebral, isso significa que ele
não possui mais atividade cerebral e não há chance de recuperação. No entanto, as
funções do corpo, como a circulação sanguínea, podem ser mantidas com o auxílio de
aparelhos. A morte cerebral é diferenciada da parada cardíaca, onde o coração ainda
pode estar batendo, mas a função cerebral está comprometida.
A doação de órgãos é um processo que ocorre quando um paciente é
diagnosticado com morte cerebral e seus órgãos são saudáveis o suficiente para serem
transplantados em outras pessoas que necessitam. Isso inclui órgãos como coração,
pulmões, fígado, rins, pâncreas e intestinos. A doação de tecidos, como córneas, pele e
ossos, também é possível.
O processo de doação de órgãos envolve a avaliação cuidadosa da
compatibilidade entre o doador e o receptor, levando em consideração fatores como o
tipo sanguíneo, o tamanho do órgão e outros aspectos médicos. A remoção dos órgãos
é realizada por cirurgiões especializados, garantindo a máxima segurança e respeito ao
corpo do doador.
A doação de órgãos é um ato altruísta que pode salvar vidas e melhorar a
qualidade de vida de pessoas que aguardam transplantes. No entanto, é importante que
a decisão de doar órgãos seja respeitosa e cuidadosamente considerada, muitas vezes
envolvendo discussões com a família do doador para garantir que as vontades do
paciente sejam respeitadas.
Em muitas jurisdições, existem protocolos legais e médicos estritos para
determinar a morte cerebral e regular o processo de doação de órgãos, garantindo a
transparência, ética e segurança em todo o processo.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

https://residenciapediatrica.com.br/detalhes/234/morte-encefalica-e-doacao-de-orgaos-e-
tecidos

https://www.scielo.br/j/rlae/a/jFNYVbHf8HYmGYbP4jjNbKx/ .

https://bvsms.saude.gov.br/27-9-dia-nacional-da-doacao-de-orgaos-4

https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20190946/11144611-cartilha-do-doador.pdf

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