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DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Doação de órgãos e tecidos consiste na remoção de órgãos e tecidos do corpo de uma


pessoa que recentemente morreu ou de um doador voluntário, com o propósito de
transplantá-lo ou fazer um enxerto em outras pessoas vivas

O indivíduo que esteja necessitando do órgão ou tecido o receberá por meio da


realização de um processo denominado transplante. O transplante é um procedimento
cirúrgico em que um órgão ou tecido presente na pessoa doente (receptor), é
substituído por um órgão ou tecido sadio proveniente de um doador.

A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos
(córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão
umbilical). A doação de órgãos como o rim, parte do fígado e da medula óssea pode
ser feita em vida.

Para a doação de órgãos de pessoas falecidas, somente após a confirmação do


diagnóstico de morte encefálica. Tipicamente, são pessoas que sofreram um acidente
que provocou traumatismo craniano (acidente com carro, moto, quedas etc.) ou
sofreram acidente vascular cerebral (derrame) e evoluíram para morte encefálica.

NO BRASIL

No País, a doação ainda é tratada como tabu, por vezes, por falta de informação e
pouca discussão sobre o assunto. Em 2020, devido à pandemia, a Associação Brasileira
de Transplantes de Órgãos (ABTO), divulgou que o número de doações caiu e a taxa de
mortalidade de quem está na fila de espera aumentou de 10% a 30%.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por 95% dos transplantes de
órgãos, o maior sistema público de transplante do mundo. Os órgãos doados são
encaminhados para pacientes cadastrados que aguardam em uma lista única da
Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, sob a supervisão do
Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde.
O desconhecimento de familiares sobre potenciais doadores impossibilita que
pacientes venham a receber o transplante, tão necessário quando um órgão ou tecido
apresenta insuficiência funcional terminal. Entre as principais causas para o não
consentimento familiar estão a falta de conhecimento da legislação, as circunstâncias
em que se pode fazer a doação e a falta de informações sobre o assunto.
Estudo realizado em Curitiba (PR), publicado na revista Brasileira de Terapia Intensiva
em 2016, ouviu 442 pessoas sobre o processo de doação e conhecimento da legislação
de transplante de órgãos (Lei  nº 10.211/2001) e revelou que 60% das pessoas não
sabem a respeito da normativa. Por outro lado, em um questionamento a respeito de
quem é o responsável pela autorização de doação dos órgãos, 84% dos entrevistados
acertaram a resposta.
Para vencer a desproporção entre número de pacientes na lista e o número de
transplantes realizados, é importante conscientizar a população sobre todas as etapas
do procedimento, que começa com o diagnóstico de morte encefálica (A morte
encefálica ocorre quando o encéfalo para de funcionar, mas os aparelhos mantêm a
respiração e os batimentos cardíaco) de um potencial doador e termina na
recuperação do paciente que recebeu um novo órgão.

Para a conscientização sobre o tema, foi criado o “Setembro Verde”, para o incentivo e
informações sobre doação de órgãos e tecidos. Atualmente já existem carteiras de
doação, em que o possível doador formaliza a sua decisão com a finalidade de facilitar
que a família tome a decisão. 

Por mais que seja uma decisão difícil para a família, é importante ter em mente que
essa atitude pode salvar outras vidas. Como o transplante depende de
compatibilidade, nem sempre ter um doador disponível significa o fim da ansiedade de
um paciente na fila de espera.

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