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Processos da Doação de órgãos

A doação de órgãos é um processo que envolve a transferência de órgãos saudáveis de um


doador para um receptor que necessita de um transplante. Esse procedimento médico salva
milhares de vidas em todo o mundo e é regulado por normas éticas e legais para garantir a
segurança e a equidade no processo. O processo de Doação/Transplantes é composto por uma
série de etapas sequenciais que visam garantir a segurança e transparência do mesmo. Sendo
considerado, portanto, um processo complexo que envolve dezenas de profissionais.

Critérios para Doação


Antes da doação, são feitos exames para avaliar a elegibilidade do doador, pois há alguns
critérios para que esses órgãos possam ser doados, como visto no Capitulo IV sessão II. São eles:
● Estado de Saúde: deve-se fazer exames e avaliações para saber se o doador está
clinicamente saudável. É necessário avaliar se o órgão a ser doado está em boas
condições e se pode ser transplantado com segurança.
● Idade: é um fator relevante porém não é um critério absoluto.
● Condições médicas específicas: há algumas condições que podem afetar o órgão e
inviabilizar a doação. As complicações podem ser sorológica (como a HIV), tumorais
(sólidos e neoplasias hematológicas) e doenças infecciosas (Tuberculose ativa,
Fungemia, Meningite causada por protozoários e fungos, entre outros).
Os critérios de exclusão ou utilização de determinado órgão ou tecido ficam a critério de
cada equipe transplantadora conforme protocolo institucional.

Tipos de Doadores
● Doador vivo
Em alguns casos, é possível doar um órgão enquanto se está vivo. Por exemplo, um
indivíduo pode doar um rim, parte do fígado, do pulmão ou do pâncreas. Geralmente, isso
ocorre quando há um parentesco próximo entre o doador e o receptor, mas também existem
programas de doação cruzada, nos quais os doadores são emparelhados com os receptores
compatíveis por meio de um banco de dados nacional.

● Doador falecido em morte cerebral


A maioria das doações de órgãos ocorre após a morte encefálica, que é o diagnóstico
médico de morte baseado na cessação irreversível das funções cerebrais. Nesses casos, o
doador é mantido sob cuidados intensivos para preservar a função dos órgãos até que o
processo de doação possa ser realizado.

● Doador falecido com coração parado


Esse tipo de doação ocorre quando uma pessoa é declarada clinicamente morta após a
interrupção irreversível dos batimentos cardíacos. A doação é feita após a parada do coração
e nestes casos pode-se doar córnea, pele e osso.

ETAPAS DO PROCESSO
1. Identificação de um potencial doador
São observados em unidades hospitalares pela equipe, que visam identificar potenciais
doadores. Após a identificação, são preenchidos um formulário de alerta de doador, mesmo
que ainda não haja aceitação da família, e o paciente é levado para alguns exames e
avaliação.

2. Exames e avaliação
Nessa etapa são feitos alguns exames para mostrar a saúde do potencial doador, além
de avaliações neurais para confirmação de morte encefálica. É importante fazer a suspensão
de qualquer droga sedativa, hipnótica e bloqueadores neuromusculares para descobrir se
mesmo com a falta dessas drogas, o paciente ainda se encontrará em coma.

3. Confirmação da morte encefálica


O médico deve fazer o Protocolo para diagnóstico de morte encefálica do paciente
após a confirmação. Neste protocolo são anotados as causas de coma (sendo eles primários
ou secundários), os testes clínicos para avaliação das funções cerebrais e um teste de apnéia
para confirmação. Com isso, é feita a notificação para a Central de Transplante, mesmo que
ainda não haja a confirmação de transplante para a família. E são feitas adequações para que
os órgãos continuem bem.

4. Pedir consentimento da família


Nessa etapa, é conversado com a família sobre o óbito do paciente. É uma situação
onde deve haver o apoio à família, com um ambiente calmo e de pouca circulação. Com tudo
esclarecido, perguntar a família se ela já ouviu falar sobre a doação de órgãos e como isso
pode salvar várias vidas. Em caso da aceitação do procedimento, verificar o grau de
parentesco do familiar com o doador. Nos casos de serem cônjuges ou companheiros, devem
apresentar documentação de certidão de casamento e comprovantes de união estável.

5. Retirada de órgãos
São acionados os representantes da OPO e/ou CIHDOTT, para o acompanhamento e a
segurança dessa etapa. Aqui está o processo onde se efetiva a extração, acondicionamento e
armazenamento dos órgãos e tecidos até serem distribuídos. É preferivel que em situações
de múltiplos órgãos seja feita em centro cirúrgicos do hospital onde o doador está. Deve-se
fazer um relatório para cada órgão ou tecido removido e outro geral para ser enviado à CET e
para o prontuário. Além disso, esse processo é agilizado para minimizar o tempo para
devolução do corpo do doador à família.

6. Distribuição dos órgãos e tecidos


A distribuição dos órgãos e tecidos para transplantes é feita entre os pacientes
previamente inscritos através de um programa informatizado do Ministério da Saúde (Sistema
de Gerenciamento de Lista) . Essa inscrição é realizada pelo próprio médico ou equipe de
transplante que acompanha o paciente. Antes da retirada são feitos exames de
compatibilidade para encontrar o possível receptor. Possui um caráter de urgência pois a
viabilidade dos órgãos é de tempo limitado. Portanto, a coordenação eficiente entre as partes
envolvidas e a rapidez no transporte são fundamentais para o sucesso dos transplantes de
órgãos. E por fim, o receptor deve está preparado no centro cirúrgico para a recepção
imediata assim que o transplante chegar na instalação.

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