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Enfermagem em

Urgências e
Cuidados Intensivos
ENFERMAGEM VETERINÁRIA

Ana Júlia Santos


ESAC | 2022/2023
Índice Geral
O que é e qual a função da terapia intensiva?...............................................................................................................3
Que tipo de “patologias” podem ser reencaminhadas para uma UCI?.....................................................................3
Como deve estar organizada uma UCI?.....................................................................................................................3
Quais as drogas mais utilizadas em UCI?...................................................................................................................3
Parâmetros a saber na admissão de um paciente na UCI:.........................................................................................3
Quais os objetivos de um enfermeiro de cuidados intensivos?....................................................................................3
Quais as Responsabilidades objetivas de um enfermeiro?...........................................................................................4
Programa de transferência de pacientes- “rounds”......................................................................................................4
Triagem ao Telefone.......................................................................................................................................................4
Questões pertinentes para fazer em triagem telefónica:..........................................................................................4
Lista de problemas reportados pelo tutor que são consideradas emergências:.......................................................4
Triagem Presencial.........................................................................................................................................................5
Triagem Primária........................................................................................................................................................5
Triagem Secundária........................................................................................................................................................5
Primeira abordagem – “ABCDE”.....................................................................................................................................6
A – Airway...................................................................................................................................................................6
B – Breathing..............................................................................................................................................................6
C – Circulation.............................................................................................................................................................6
D – Disability...............................................................................................................................................................6
E- External Exam.........................................................................................................................................................6
Segunda abordagem – “ACRASHPLAN”.........................................................................................................................6
Eletrólitos e a sua função...............................................................................................................................................7
Bioquímicas – Parâmetros..............................................................................................................................................7
Função Hepática.........................................................................................................................................................7
Função Renal..............................................................................................................................................................7
Glicemia......................................................................................................................................................................7
Lactato........................................................................................................................................................................8
Avaliação Respiratória....................................................................................................................................................8
Avaliação Ácido-Base.....................................................................................................................................................8
Pressão Coloidosmótica...............................................................................................................................................10
Forças de Starling......................................................................................................................................................10
Albumina e Pressão Oncótica...................................................................................................................................10
Testes de Coagulação...................................................................................................................................................10
Como se faz a monitorização da coagulação do sangue?........................................................................................10
Aparelhos de Monitorização........................................................................................................................................10
Pulsioxímetro........................................................................................................................................................10
Pressão Arterial....................................................................................................................................................11
ECG – Eletrocardiograma......................................................................................................................................11
Pressão Venosa Central........................................................................................................................................11
Introdução à Enfermagem em Urgência e
Cuidados Intensivos
O que é e qual a função da terapia intensiva?
Corresponde à área de um hospital/clínica onde os pacientes em risco de vida ou potencial risco são hospitalizados.
Especialidade que envolve o tratamento de pacientes com doenças clínicas e cirúrgicas que possuem, em comum, o
potencial para desenvolver problemas que podem ser ameaçadores de vida.

Que tipo de “patologias” podem ser reencaminhadas para uma UCI?


 Doenças com alterações nos principais sistemas do corpo: cardiovascular, neurológico, respiratório;
 Doenças em sistemas que podem vir a afetar os sistemas principais do corpo;
 Incidentes agudos;
 Traumas;
 Deterioração de uma condição pré-existente;
 Monitorização pós-operatória.

Como deve estar organizada uma UCI?


 Posição central;
 Fácil acesso a sala de imagiologia e cirurgia;
 Sala bem iluminada, ventilada, espaçosa, arrumada e limpa;
 Materiais e medicamentos bem organizados e arrumados, com etiquetas e de fácil acesso;
 Presença de um carrinho de ressuscitação com as drogas mais utilizadas e material próprio;
 Tabela com as drogas a usar e as suas dosagens para uma consulta rápida e fácil.

Quais as drogas mais utilizadas em UCI?


 Epinefrina;
 Atropina;
 Lidocaína;
 Dexametasona;
 Gluconato de cálcio; (…)

Parâmetros a saber na admissão de um paciente na UCI:


 Identificação: nome, raça, sexo, idade, castração?, tutor…;
 Diagnóstico da doença/gravidade;
 Plano de tratamento;
 Prognóstico;
 Doenças coexistentes;
 Existir um médico veterinário responsável;
 Em caso de risco de paragem cardiorrespiratória existir declaração de ressuscitação.

Quais os objetivos de um enfermeiro de cuidados intensivos?


 Realizar a monotorização constante: reconhecendo precocemente problemas ameaçadores de vida;
 Tomar medidas para evitar esses mesmos problemas;
 Administrar vários medicamentos e conhecer diversos procedimentos médicos e cirúrgicos;
 Antecipar problemas;
 Preparar precocemente os materiais para possíveis procedimentos; Enfermeiro “excelência”
 Possuir flexibilidade e disposição para trabalhar;
 Possui pensamento crítico (para além do académico).
Quais as Responsabilidades objetivas de um enfermeiro?
 Monitorização constante;
 Manutenção da fluidoterapia e vias abertas;
 Monitorização e medição das “saídas” de fluido: urina, vómitos, diarreia…;
 Administração oral e parental;
 Controlo da dor e acomodação;
 Limpeza e TLC;
 Comunicação com o Med. Vet. Sobre o estado do paciente.

Programa de transferência de pacientes- “rounds”


As “mini” reuniões envolvem a troca de informações do paciente entre os prestadores de cuidados. Deve ser
relativamente rápida (1 a 3 min por paciente) e incluir apenas informações mais pertinentes do paciente.
Deve ser bem estruturado e sistemático, através também das folhas de internamento, para que não ocorra falhas na
comunicação.

Triagem -Telefónica/Presencial
Triagem ao Telefone
Na triagem ao telefone a informação obtida será útil para preparar a sala de emergência – a equipa prepara-se com
antecedência e pode intervir de forma mais eficaz.
Na conversa com o tutor deve-se ter especial atenção para não avançar com interpretações precipitadas quanto à
gravidade do problema e para não agravar o seu estado de angústia, podendo dar alguns conselhos para evitar que o
estado do animal piore. Exemplo: se estiver com hemorragia ativa – aconselhar a fazer pressão local.

Questões pertinentes para fazer em triagem telefónica:


 Conformação do animal (espécie, raça, tamanho…);
 Está a respirar?
 Está consciente?
 Qual a coloração das mucosas?
 Tem hemorragia ativa?
 Consegue mover-se?
 Há quanto tempo se encontra assim?
 Qual a distância até ao Hosp. Vet?

Lista de problemas reportados pelo tutor que são consideradas emergências:


 Desconforto/ dificuldade a respirar;  Vómito prolongado;
 Mucosas pálidas;  Alterações neurológicas/convulsões;
 Colapso/desmaio;  Dificuladade a parir;
 Fraqueza súbita;  Lesões traumáticas:
 Abdómen rapidamente distendido;  Hemorragias ativas
 Ingestão de tóxicos;  Dor aguda;
 Anúria;

Nota: Qualquer paciente que tenha tido uma lesão traumática deve ser visto com urgência mesmo que o
tutor diga que o animal se encontra bem!
Triagem Presencial

Triagem no Hospital

Primária Secundária
"ABCDE "
- 1ª Abordagem
Máx. 60 segundos:
- FR;
- FC; "ACRASHPLAN"
- Cor das Mucosas; - 2ª Abordagem
- TRC;
- Temperatura

Triagem Primária
Consiste na avaliação física/visual do animal. Deve ser feita por um med. ou enf. Veterinário e, no máximo, em 60
segundos. Deve ser também realizada uma anamnese muito sucinta:
- O que aconteceu?
- Há quanto tempo aconteceu?
- Doenças anteriores/reação a medicamentos?

Parâmetros Vitais Normais

Cão Gato
FC 60-140 140-200
Mucosas Rosadas Rosadas
TRC <2seg <2seg
Temperatura 38-39 38-39
FC 20-40 20-40
Notas importantes:

 Se o animal estiver em paragem cardiorrespiratória, não realizar t. primária;


 Transmitir calma, ser suncinto, objetivo e rápido;
 Ao entrar com o animal de urgência deve-se passar a informação ao med. vet. da sucinta anamnese e exame
clínico.

Triagem Secundária
Objetivo do ABCDE: Estabilização do Animal para que se possa realizar exames e outros meios de diagnóstico.

Após o ACRASHPLAN: Podemos fazer exames complementares de forma a tentar chegar a um diagnóstico e
prognóstico do animal e do seu plano de tratamento.
Primeira abordagem – “ABCDE”

A – Airway
Verificar a integridade das vias aéreas e se as mesmas estão comprometidas ou obstruídas.
O que fazer? Administrar O2 a 100% por máscara facial/cateter nasal/ jaula/ entubação.
Nota: Animais sem reflexo de vómito deve-se entubar sempre! Se não se conseguir entubar: preparar para
traqueostomia de urgência!

B – Breathing
Avaliar FR e auscultação respiratória.
O que fazer? Verificar se os movimentos inspiratórios/expiratórios são eficazes.
Nota: Essencial fazer entubação se existir líquido/ar disponível no espaço pleural – toracocentese.

C – Circulation
Avaliar a cor das mucosas, TRC, auscultação cardíaca, qualidade e frequência de pulso e temperatura rectal.
Nesta altura coloca-se um cateter para ter via aberta para possibilidade de administração de drogas.
Alteração na cor das mucosas:
Cianótica Associado a má oxigenação
Pálida Associada a anemias, hipotensão…
Congestiva Associada a alteração de pressão, vasodilatação, sepsis…
Ictérica Associada a alterações hepáticas
Para avaliação do TRC faz-se pressão digital nas mucosas- TRC > 2 seg = má perfusão sanguínea.

D – Disability
Avaliar o estado mental e alguns reflexos para determinar se existem ou não lesões
E- External neurológicas.
Exam

Segunda abordagem – “ACRASHPLAN”


- Procedimento efetuado quando o animal está estável sendo uma avaliação mais detalhada.

A AIRWAY Avaliação mais minuciosa – lesões mandibulares, faríngeas, traqueais…


C CARDIOVASCULAR Repetir tudo o que é feito no ABCDE
R RESPIRATORY Auscultação pulmonar e FR
A ABDOMEN Fazer percurssão para ver se existe líquido livre, dor…
S SPINAL Palpação da zona cervical, torácica lombar/sagrada, reflexos e sensibilidade de dor,
procurar hematomas e dor.
H HEAD Estado mental e reflexos na zona craniana. Ver olhos, boca, ouvidos, nariz e dentes.
P PELVIS Palpação de todas as estruturas da zona inguinal e caudal. Avaliar anus, vulva, períneo…
L LEGS Membros: Avaliar feridas, fraturas, hematomas…
A ARTERIES & VEINS Avaliar a presença de pulso periférico/jugular…
N NERVOUS SISTEM Avaliar todos os reflexos de forma sucinta.

Eletrólitos e Ácido-Base
Eletrólitos e a sua função
Os eletrólitos são partículas carregadas(iões) positiva (catião) ou negativamente (anião), importantes para a
manutenção das funções celulares. Exemplos: sódio (Na+), Potássio (K+), Cloro (Cl-), Fosforo (P), Cálcio (Ca),
Magnésio (Mg).

Anião Extracelular Anião Intracelular Potássio


Catião (K+)
Intracelular Sódio
Catião (Na+)
Extracelular
Cloro (Cl-) Fósforo (P)
Magnésio (Mg) Cálcio (Ca)

1. Cloro (Cl-): Responsável pela regulação da pressão oncótica entre os compartimentos e influencia o balanço
ácido-base. É regulado pelos rins.
2. Fósforo (P): Responsável pela estrutura das células, síntese de ATP, produção de lactato, transporte de
glicose e processos metabólicos celulares. É regulado pela absorção intestinal e excreção renal.
3. Potássio (K+): Responsável pela manutenção do potencial repouso das células musculares. É regulado e
excretado pelos rins.
4. Magnésio (Mg): Responsável pela energia do metabolismo celular, replicação de células, síntese de proteínas
e catalisador de várias atividades enzimáticas. O metabolismo de regulação é desconhecido.
5. Sódio (Na+): Responsável pela manutenção do balanço do fluido extracelular no corpo, o que ajuda o volume
circulatório efetivo. São equilibrados pela ingestão/perda de água e mantidos dentro de um limite muito
pequeno.
6. Cálcio (Ca): Responsável pela contração muscular, coagulação do sangue e responsável por várias atividades
enzimáticas. É regulado pelo trato GI e rins.
Nota: 99% está armazenado nos ossos e 1% estão no espaço intra e extracelular de forma ionizada.

Bioquímicas – Parâmetros
Função Hepática
 ALT (Alanina Amino Transferase): Enzima encontrada dentro dos hepatócitos podendo indicar dano
hepatocelular quando aumentada.
 Alkp (Fosfatase Alcalina): Enzima útil na avaliação da colestase hepática.
 GGT (Gamaglutamiltranspeptidase): Maior sensibilidade em gatos com doenças hepáticas.

Função Renal
 BUN (Nitrogénio Ureico Sanguíneo): Produzido no fígado e excretado pelos rins.
 CREA (Creatinina): Decomposição do fosfato de creatinina dos músculos e excretado pelos rins.

(Quando aumentados indicam azotemia)

Glicemia
Corresponde à medição de glicose no sangue. A glicose é considerada a primeira fonte de energia e é utilizada por
todas as células.O estado de “euglicemia” é conseguido através do equilíbrio de armazenamento e excreção.
Causas de:

Hipoglicemia: Desregulação das hormonas, diminuição da produção de glicose, aumento do


consumo/utilização ou aumento da perda.
Ex: Disfunção hepática, doença endócrina, sepsis, inanição, lesão neurológica.

Hiperglicemia: Desregulação hormonal, diminuição da filtração glomerular, stress.


Ex: Doença endócrina (ex: diabetes mellitus), disfunção renal e lesão neurológica.
Sintomas de:

Hipoglicemia: Diminuição de consciência, fraqueza, ataxia, tremores, convulsões, hipotensão.


Hiperglicemia: Nivel de consciência alterado, fraqueza, desidratação, PU/PD, polifagia

A medição da glicose faz-se através de um aparelho de medição da glicose – glicosímetro – a partir de uma gota de
sangue periférica, contudo valores laboratoriais adicionais podem ser necessários.
Valorização da glicémia em cão e gato medida por glicosímetro:
- Euglicémia: 3.6-9.4 mmol/litro
- Hipoglicémia: < 3.3 mmol/litro
- Hiperglicémia: > 9.7 mmol/litro

Lactato
Dos melhores indicadores de perfusão e prognóstico. O seu aumento está associado a uma distribuição inadequada
de oxigénio, uma vez que em anaerobiose o ác. Láctico é produzido como consequência de hipoperfusão, hipoxemia
ou ambos. Valores < 2.5mmol são normais.
O lactato torna o sangue mais acidótico sendo a causa mais comum de acidose metabólica.

Gasometria e Avaliação Ácido-Base


O teste de Gasometria dá-nos informação sobre o estado de oxigenação e ventilação do paciente, do ph do seu
corpo e da função metabólica. Mede essencialmente o PCO2, PO2, bicarbonato e excesso de bases.
A gasometria sanguínea pode ser dividida em oxigenação sanguínea (avaliado pelo PO2) ou estado ácido-base
(avaliado pelo ph, bicarbonato e PCO2)

Avaliação Respiratória
Avaliação feita através de sangue arterial!
A avaliação do estado respiratório do paciente permite conhecer a condição respiratória e o seu tratamento, isto é,
se é ou não necessário suplementação de O2.
Se PO2 for baixa, deve-se proceder a oxigenoterapia.

Avaliação Ácido-Base
Dá-nos informação sobre a condição metabólica do paciente dando-nos pistas essenciais que ajudam no diagnóstico
e tratamento. A sua desregulação pode afetar a síntese de proteínas, integridade celular, o transporte intra e
extracelular de moléculas e a manutenção de funções essenciais para suportar a vida.
Ph referencia entre 7,35 e 7,45. O ph é a medida da acidez ou alcalinidade do sangue (de acordo com as moléculas
de H+ presentes no sangue)

• Se ph diminuído paciente está em acidose (excesso de iões H+)

• Se ph aumentado paciente está em alcalose (diminuição dos iões H+)

As variações desses valores de referência – estado de equilíbrio - despoletam reações compensatórias.

CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ HCO3 - + H


Respostas fisiológicas para manutenção do ph:

 Regulação do PCO2 com alteração da ventilação alveolar;


 Sistema tampão para regular o bicarbonato e outros ácidos;
 Modificação da taxa de excreção renal de ácidos e bases.

PCO2: pressão parcial de dióxido de carbono no sangue. HCO3: medição do bicarbonato no corpo.
Se PCO2 aumentado há diminuição Ph e sangue mais O bicarbonato é o maior tampão e representa a
ácido. componente metabólica da gasometria.
Exemplo: numa ventilação ineficaz. Valores normais 18-25 (cão) 15-22 ( gato)
Se PCO2 diminuído, ph aumenta e existe sangue mais • Se HCO3 diminuído acidose metabólica
alcalino. • Se HCO3 aumentado alcalose metabólica.
Exemplo: hiperventilação.

Existem 4 distúrbios ácido-base principais num animal doente: acidose metabólica, alcalose metabólica, acidose
respiratória e alcalose respiratória.

Acidose Ph baixo, baixo HCO3 e PCO2 baixo compensatório: O corpo responde com implementação de
Metabólica sistema tampão e hiperventilação como tentativa de aumentar PH.
Causas: Perda de fluidos ricos em bicarbonato exemplo diarreia do intestino delgado, produção
de um acido (acidose láctica, cetoacidose diabética) falha na excreção de um acido (IR, Addison)
Alcalose Ph elevado, aumento HCO3 e PCO2 alto compensatório: O organismo responde a alcalose com
Metabólica aumento da excreção alcalina e hipoventilaçao para tentar baixar o ph.
Causas: Obstrução pilórica, deficiência em potássio ou magnésio, perda de fluidos ricos em Cloro
(exemplo: vómito), hipoalbuminemia, tratamento diurético…
Acidose Ph baixo, PCo2 aumentado e um HCO3 aumentado compensatório: O organismo tenta
Respiratória compensar com absorção renal de HCO3 e sistema tampão.
Causas: Hipoventilação, aumento da produção de CO2 , desordens da troca gasosa - Exemplo
shunt.
Alcalose Ph elevado , PCO2baixo e baixo HCO3 compensatório: O organismo responde com excreção
Respiratória renal de HCO3 e com sistema tampão.
Causas: hipotensão, febre, SIRS, sepsis, tromboembolismo, hiperventilação.

Excesso de bases (EB): calcula se para perceber a quantidade de ácidos/ bases em circulação no sangue e o que
devemos administrar para a sua neutralidade. Valor normal – 2 a +2.
Exemplo:

 Se valor positivo (+8): animal tem excesso de bases: Alcalose metabólica.


 Se valor negativo (-9): animal com défices de bases: Acidose metabólica.
Pressão Coloidosmótica
Forças de Starling
São forças que ditam o movimento da água dentro do compartimento de
fluido extracelular. O movimento do fluido ocorre através da membrana do
capilar com base na pressão hidrostática (força que empurra a água para fora
do espaço intravascular) e da pressão oncótica (força que retém a água dentro
do espaço intravascular).

Albumina e Pressão Oncótica


A Albumina é a proteína predominante do espaço intravascular e responsável pela manutenção da integridade
vascular e pressão oncótica. A sua diminuição resulta no movimento do fluido para o espaço intersticial e edema.

• Causas de hipoalbuminémia: Perda por hemorragia, diminuição da síntese de albumina, má nutrição, doença
gastrointestinal, doença renal, perda por feridas infetadas, diluição dos fluidos intravenosos.

Pacientes com hipoalbuminémia podem ser auxiliados por fluidoterapia com colóides naturais (plasma fresco
congelado, sangue total, albumina sérica humana) ou com colóides sintéticos (hidroxietilamidos, dextranos).
Nota: Dosagem de hidroxietilamido para choque: Cão – até 20ml/kg; Gato – até 10ml/kg.

Testes de Coagulação
O sistema hemostático é uma via fisiológica que se dedica a proteger o corpo da perda de sangue dos vasos
sanguíneos. A cascata de coagulação divide-se em 2 fases: primária e secundária.

Primária Secundária
Ocorre no local da lesão quando o Segue-se à primária e envolve a ativação em cascada dos fatores de
factor de von Willebrand se liga ao coagulação até à formação de fibrina que funciona como uma cola que fixa
colagénio e às plaquetas para formar plaquetas ao defeito. Pode ocorrer via intrínseca (dentro da corrente
a agregação plaquetária e coágulos. sanguínea ou extrínseca (fora da corrente sanguínea).

Como se faz a monitorização da coagulação do sangue?


 FC;
 FR;
 Cor das membranas, pele, vómito, urina e fezes….;
 TRC;
 Valores laboratoriais: tempo de protrombina (TP), tempo de tromboplastina parcial (PTT);
 Hemograma, esfregaço manual.

Aparelhos de Monitorização
Pulsioxímetro

• Mede a saturação de O2 da hemoglobina no sangue arterial


periférico de forma não invasiva e mede o pulso periférico
através de luzes vermelhas e infravermelhas para identificar se
os glóbulos vermelhos estão ou não saturados dentro dos
capilares, traduzindo em percentagem de saturação.

• Uma SpO2 menor que 95 % e indicativo de Hipoxemia e uma


SPO2 menor que 90 indica uma hipoxemia severa.
Pressão Arterial
Expresso em mmHg e tem 3 medidas: sistólica (PAS), media (PAM) e diastólica (PAS).

A pressão sistólica é a pressão gerada quando o ventrículo esquerdo esta totalmente contraído enquanto que a
diastólica é medida quando o ventrículo esquerdo esta relaxado.
PAS + PAD
A pressão média (PAM) é calculada: PAD+
3
Hipotensão Hipertensão
Quando está abaixo de 60mmHg. Quando está acima de 160mmHg.
Causas: Anestesia, trauma, fármacos, hipoxia, tóxicos, Causas: Dor, Diabetes, Obesidade, Insuf. renal, Cushing,
choque séptico, sepsis hipertiroidismo, Feocromocitoma.

Pode ser medida por forma invasiva ou não invasiva (Doppler ou Oscilometro).

Doppler ou Oscilometria

Aplicação de um manguito de pressão numa extremidade. O manguito deve ter a


largura de 40% da circunferência da pata.
O Dopler deteta o fluxo de sangue numa artéria mediante a emissão de ultrassons.
Nota: Nos cães corresponde a PAS, nos gatos um valor entre PAM e PAS.

ECG – Eletrocardiograma
O ECG deteta a atividade elétrica do coração sendo um aparelho de diagnóstico muito importante para deteção de
arritmias.
Arritmia corresponde à variação cardíaca sinusal normal. O Ritmo sinusal é composto pelo complexo QRS e uma
onda P regular.

A taquicardia ventricular é uma emergência cardíaca!

Pressão Venosa Central


• Pressão sanguínea medida na porção intratorácica da veia cava caudal
ou cranial que nos dá informação sobre função cardíaca e volume
sanguíneo intravascular, medindo a quantidade de sangue que chega ao
átrio direito durante a diástole.
Nota: É importante para medir hipovolémia ou excesso de fluidos (fluids
overload).

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