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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO


BACHARELADO EM ENFERMAGEM

ESTUDO DE CASO CLÍNICO

MANAUS
2023
1

ANTONIA CRISPIM LACERDA

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO – ITU


DIABETES MELLITUS GESTACIONAL
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Estudo de Caso realizado no mês de


setembro de 2023, na Maternidade Nazira Dou,
para obtenção de nota do Estágio Curricular II,
na disciplina Enfermagem Saúde da Mulher
.

Preceptora: Enfa. Vera Lúcia Hipólito

MANAUS
2023
0

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................ 2
1 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE............................................................................4
1.1 História Atual...................................................................................................... 4
1.2 História Pregressa..............................................................................................4
1.3 Exame Físico......................................................................................................4
2 ALTERAÇÕES IDENTIFICADAS............................................................................5
3 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (SAE)10........................................................5
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................9
4.1 Infecção do Trato Urinário - ITU.........................................................................9
4.2 Diabetes Mellitus Gestacional..........................................................................11
4.3 Hipertensão Arterial Sistêmica.........................................................................13
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 15
REFERÊNCIAS.........................................................................................................16
1

INTRODUÇÃO

O ensino dentro da enfermagem pode impactar diretamente as ações de


saúde. Formar profissionais de enfermagem pode ser complexo quando muitos têm
necessidades de aprendizagem ainda na educação básica dentro da teoria, fato que
pode interferir na formação e consequentemente na qualidade do cuidado1.
O enfermeiro é o profissional na área da saúde que está presente em todas
as unidades, sejam elas posto de saúde, hospital e similares. Sua atuação está
centrada no cuidado integral que vai desde a promoção até a reabilitação da saúde
do indivíduo. É considerado um membro da equipe capaz de identificar problemas e
decidir brevemente soluções para os mesmos, através de seu conhecimento teórico
e prático referente aos agravos de saúde existentes2.
O estágio curricular obrigatório se torna uma ferramenta importante da
graduação, pois é nesse momento que ela auxilia no amadurecimento profissional
com o desenvolvimento de experiências práticas. Porém muitas vezes é nesse
período que ele pode ser prejudicado pela falta de oportunidade3.
O estágio coloca o acadêmico em contato com a realidade da prática. É bem
comum no cotidiano existir o sentimento de medo, de ansiedade, angústia, porém no
decorrer dessa vivência começa a sentir felicidade e prazer pelo o que está fazendo,
garantindo a satisfação no final do dia de querer realmente ter aquela profissão 4.
Ademais o estágio é considerado essencial por qualificar o ensino ao
completar, com a parte prática, o que antes foi estudado em sala de aula de forma
teórica e espera que os professores possam auxilia-los em suas dúvidas, indicações
de referenciais teóricos e participação no seu processo educativo5.
Nesse ínterim, este estudo de caso clínico foi elaborado tendo como
ferramenta fundamental a Sistematização da Assistência de Enfermagem, a qual
possibilita uma análise bem abrangente sobre o quadro clínico de uma paciente
gestante diagnosticada com Diabetes Gestacional (DMG), Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS) e Infecção do Trato Urinário (ITU) a qual recebia assistência em
saúde no mês de setembro, de 2023, na Maternidade Nazira Daou, Zona Norte da
cidade de Manaus –A M.
O diabetes gestacional é uma doença que acomete as mulheres grávidas
aproximadamente no período de 24 e 28 semanas de gestação, causando
complicações, que devem – se ao fato de que a gestação associada ao diabetes
2

pode gerar uma descompensação fisiológica, podendo intervir tanto na saúde


materna, como na fetal e perinatal. Essa relação favorece o crescimento exagerado,
traumas de canal de parto, e as malformações que irão surgir conforme a presença
de hiperglicemia materna e a forma de como é, e será controlada6
A Hipertensão Arterial é definida quando há persistência de pressão arterial
sistólica acima de 135mmHg e diastólica acima de 85mmHg, sendo hoje
considerada um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e
cerebrovasculares. Atualmente, é considerada um dos mais importantes fatores de
risco para doença cardiovascular, por apresentar alta prevalência e por ter forte
relação de risco com eventos cardiovasculares fatais e não fatais, sendo essa
relação contínua, positiva e independente de outros fatores. Por tratar-se de uma
patologia oligossintomática e, às vezes, assintomática acaba sendo de difícil
diagnóstico ou ocorrendo de forma tardia, quando já existem outros
comprometimentos. A hipertensão arterial é responsável por cerca de 40% das
mortes por acidente vascular cerebral e 25% das mortes por doença coronariana,
sendo essa porcentagem proporcional aos valores pressóricos7
A Infecção do Trato Urinário (ITU) que é caracterizada como a presença e a
replicação de bactérias no trato urinário. É uma das intercorrências clínicas mais
comuns nas gestantes, devido a alterações anatômicas e fisiológicas que ocorrem
neste período, facilitando o seu desenvolvimento 8.
A ITU pode ser evidenciada desde a colonização assintomática da urina sem
agressão tecidual, até a invasão bacteriana dos tecidos de qualquer uma das
estruturas do sistema urinário9.
Assim, este estudo trará uma série de abordagens acerca do quadro clínico
que tem como fonte o paciente acometido pela patologia acima descrita, o que
permitirá um maior entendimento sobre o quadro geral de saúde do mesmo.
3

IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

AAC, 34anos, feminino, 4ª gesta, 35s, deu entrada na maternidade Nazira


Dou acompanhada pelo esposo, com queixa álgica intensa no baixo ventre, seguida
de lombalgia, contrações e taquicardia fetal (BCF 186). Foi avaliada pelo médico
obstetra plantonista e encaminhada para a internação. SSVV na admissão: PA:
157x105mmHg, FC 84 bpm, FR 21 irm, T: 36,6ºC, SpO2 99%, DXT 158mg/Dl, BCF
186bpm.

1.1 História Atual

A paciente está na 4ª. Gesta, com 35s5d USG, apresentando quadro


evolutivo de algia em baixo ventre e região lombar, seguida de contrações. Ao
realizar a USG foi confirmada taquicardia fetal com BCF em 185bpm. A paciente foi
submetida ao parto cesáreo e RN segue em UTIN em boas condições vitais.

1.2 História Pregressa

Esposo relatou que a paciente é portadora de diabetes mellitus e hipertensão


arterial e faz uso de medicação continuada.

1.3 Exame Físico

AAC, 34anos, feminino, 4ª gesta, 35s,, 2٥ DIH, assistida na Maternidade


Nazira Dou, lúcida, orientada em tempo e espaço, hidratação insatisfatória,
eupneica, afebril, hipocorada, hipertensa, anictérica. Exame Físico: Cabeça ereta.
Crânio norma encefálico sem deformidades ou lesões. Face corada sem
anormalidades ou manchas. Couro cabeludo íntegro sem presença de pediculose e
seborreias, acuidade visual preservada, pupilas isocóricas e foto reagentes, canal
auditivo íntegro. Narinas pérvias sem desvio de septo. Cavidade oral com mucosas
hidratadas. Pescoço centrado, sem rigidez de nuca, traqueia móvel. Tórax sem
anormalidades anatômicas, com boa expansibilidade. AP.: Murmúrio vesicular
presente, sem sibilos ou crepitações. ABD globoso, timpânico, ruídos hidroaéreos
presentes, sem presença de massas, eliminações (++), presença de cicatriz por
4

procedimento cesariano, com boa evolução cicatricial, sem sinais flogísticos. AC:
Bulhas cardíacas normofonéticas, ritmo cardíaco regular. MMSS: Boa perfusão
periférica, idem tônus muscular, com boa amplitude de movimentos, presença de
AVP dorso da mão a D sem sinais flogísticos característicos de flebite. MMII: boa
perfusão periférica, tônus muscular preservado, sem prejuízo bilateral na amplitude
de movimentos, sem edema.. Sinais Vitais: PA: 152x105mmHg; T: 36,6°C; FC:
72bpm; FR: 20 irm; SPO2: 99%. Paciente segue aos cuidados de Enfermagem.

2 ALTERAÇÕES IDENTIFICADAS

Algia em baixo ventre e lombar, desconforto físico; ureocultura positiva para


ITU, sono prejudicado, desidratação, HAS, DMG, etc.

3 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (SAE)10

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM


ACHADOS
Desconforto físico
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Conforto prejudicado caracterizado por sensação de desconforto associado a
sintomas relacionados com ITU, evidenciado por agitação e mudança repetitiva de
posição no leito (00214)
Domínio 12. Conforto
Classe 1. Conforto físico
PLANEJAMENTO
A paciente apresentará desconforto diminuído
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO
Proporcionar ambiente o mais confortável e tranquilo possível à Contínuo
paciente – Equipe de Enfermagem

Instruir a paciente quanto à melhor posição de conforto para Contínuo


repouso – Equipe de Enfermagem

Encorajar a paciente quanto à necessidade de fazer Nas consultas de


5

acompanhamento médico especializado de forma contínua - enfermagem


Enfermeiro
.
ACHADOS
Ureocultura compatível com ITU
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Risco de infecção associada a doença crônica – ITU, caracterizado por sintomas
peculiares à patologia, evidenciado por ureocultura positiva para ITU (00004)
Domínio 11 Segurança/Proteção
Classe1 Infecção
PLANEJAMENTO
A paciente apresentará melhora no quadro de infecção
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO
Orientar paciente sobre a gravidade do quadro patológico - Nas consultas
Enfermeiro; de enfermagem

Administrar antibioticoterapia – Equipe de Enfermagem Conforme


prescrição

Orientar paciente a realizar boa higiene íntima com água e Nas consultas
sabão - Enfermeiro de enfermagem
.
ACHADOS
Padrão do sono prejudicado
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Alteração no padrão do sono associado a sintomas relacionados a doença,
caracterizado por insônia, evidenciado por relatos verbais de não conseguir dormir
(00214)
Domínio 12. Conforto
Classe 1. Conforto Físico
PLANEJAMENTO
O paciente apresentará melhora no padrão do sono
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO
6

Ofertar ambiente calmo, tranqüilo e arejado – Equipe de Contínuo


enfermagem

Orientar paciente e acompanhante a manter roupas de cama


sempre limpas e a colocar travesseiros para melhor Contínuo
acomodação da paciente no leito – Equipe de enfermagem

Orientar acompanhante a auxiliar a paciente quanto ao melhor Contínuo


posicionamento no leito para repouso – Equipe de enfermagem
.
ACHADOS
Algia
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Dor aguda caracterizada por fácieis de dor, evidenciado por relato verbal de dor e
gemência (00132)
Domínio 12. Conforto
Classe 1. Conforto físico
PLANEJAMENTO
O paciente apresentará melhora no quadro álgico
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO
Ofertar analgesia - Equipe de enfermagem Conforme
prescrição SN

Ofertar compressas frias - Equipe de enfermagem SN

Instruir paciente e acompanhante a relatar alterações no padrão Nas consultas


de dor - Enfermeiro de enfermagem
.
ACHADOS
Desidratação
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Integridade da pele prejudicada, caracterizada por alteração na integridade da pele,
relacionada a nutrição inadequada e desidratação (00046)
Domínio 11. Segurança/proteção
7

Classe 2. Lesão física


PLANEJAMENTO
O paciente apresentará melhora na integridade tissular
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO
Monitorizar sinais de desidratação - Enfermeiro Nas consultas
de enfermagem

Elaborar um plano conjunto com a paciente para lidar com a Contínuo


adesão do tratamento - Enfermeiro

Instruir paciente melhorar padrão de hidratação, tanto por via Nas consultas
oral como tópica - Enfermeiro de enfermagem
ACHADOS
Autocontrole da saúde ineficaz - DMG
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Autocuidado ineficaz da saúde relacionado a complexidade do regime terapêutico,
evidenciado por falha em incluir regimes de tratamento na vida diária
PLANEJAMENTO
Melhorar autocontrole da saúde
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM HORÁRIO
Monitorizar SSVV - Equipe de enfermagem Contínuo

Elaborar um plano conjunto com a paciente para lidar com a Contínuo


adesão do tratamento do diabetes mellitus- Enfermeiro

Incentivar paciente a aderir a um estilo de vida mais saudável - Nas consultas


Enfermeiro de enfermagem
AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM
AAC, 34anos, feminino, 4ª gesta, 35s,, 2٥ DIH, assistida na Maternidade
Nazira Dou, lúcida, orientada em tempo e espaço, hidratação insatisfatória,
eupneica, afebril, hipocorada, hipertensa, anictérica. ABD globoso, timpânico,
ruídos hidroaéreos presentes, sem presença de massas, eliminações (++),
presença de cicatriz por procedimento cesariano, com boa evolução cicatricial, sem
8

sinais flogísticos. AC: Bulhas cardíacas normofonéticas, ritmo cardíaco regular.


MMSS: Boa perfusão periférica, idem tônus muscular, com boa amplitude de
movimentos, presença de AVP dorso da mão a D sem sinais flogísticos
característicos de flebite. MMII: boa perfusão periférica, tônus muscular preservado,
sem prejuízo bilateral na amplitude de movimentos, sem edema.. Sinais Vitais: PA:
152x105mmHg; T: 36,6°C; FC: 72bpm; FR: 20 irm; SPO 2: 99%. Paciente segue aos
cuidados de Enfermagem.

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 Infecção do Trato Urinário - ITU

Infecção do trato urinário (ITU) é uma expressão aplicada a uma ampla


variedade de condições clínicas que variam desde a presença assintomática de
bactérias até uma infecção grave dos rins com sepse resultante11.
Na América do Norte, a ITU custa ao sistema de saúde mais de 180 milhões
de dólares anualmente e é responsável por mais de 1,5 milhão de consultas
médicas por ano12.
Inicia-se, na maioria das vezes, quando bactérias provenientes do sistema
digestivo alcançam o períneo e a porção distal da uretra devido à proximidade
anatômica destas estruturas com o ânus. Entretanto, a infecção é estabelecida
somente quando os microrganismos ascendem nos tecidos urinários – porção
proximal da uretra, bexiga, ureter e rins – colonizando-os e desencadeando uma
resposta inflamatória13.
Os principais agentes etiológicos causadores de infecção urinária são as
bactérias; as infecções fúngicas e virais são incomuns. Sendo que em 80% dos
casos a ITU é provocada pela bactéria Escherichia coli. Outros microrganismos
prevalentes são Klebsiella, Proteus, Enterobacter, Citobacter e Pseudomonas. É
mais prevalente no sexo feminino, apesar de em lactentes de até 6 meses seja mais
comum no sexo masculino14.
A grande parte das infecções nasocomiais do trato urinário está diretamente
associada a cateterismo vesical de demora15.
A infecção do trato urinário é um problema clínico, enfrentado pela equipe
multidisciplinar da área de saúde e é uma patologia extremamente freqüente, que
9

ocorre em todas as idades, do neonato ao idoso, mas durante o primeiro ano de


vida, devido ao maior número de malformações congênitas, especialmente válvula
de uretra posterior; acomete preferencialmente o sexo masculino16.
Fisiopatologicamente a ITU está presente no trato urinário, dos rins ao
meato uretral, é normalmente estéril e resistente à colonização bacteriana apesar
da contaminação frequente da uretra distal com bactérias colônicas. A principal
defesa contra infecção do trato urinário é o esvaziamento completo da bexiga
durante a micção. Outros mecanismos que mantêm a esterilidade do trato urinário
incluem válvula vesicoureteral e várias barreiras mucosas e imunológicas 16.
Apesar de classicamente ser considerada uma infecção extracelular, mais
recentemente tem-se reconhecido a capacidade das UPECs de invadirem as células
uroteliais e estabelecerem uma colonização intracelular crônica, que resiste aos
mecanismos de defesa inatos e mesmo ao tratamento com antimicrobianos, e se
associa com quadros recorrentes de ITU16.
Os fatores de risco do desenvolvimento de uma infecção do trato urinário em
mulheres incluem: relações sexuais desprotegidas; uso de diafragma ou
espermicidas; uso de antibióticos; história de infecções do trato urinário em
parentes de 1º grau do sexo feminino; história de infecções do trato urinário
recorrentes; primeira uma infecção do trato urinário em idade precoce;
anormalidades anatômicas; realização de cistoscopia; cateterismo vesical de
demora; colocação de stent, etc 13.
A ITU pode ser assintomática, mas geralmente apresenta sintomatologia
peculiar. Os principal sintomas são disúria e, principalmente em homens, secreção
uretral; polaciúria, urgência e ardor ou micção dolorosa de pequenos volumes de
urina; noctúria, com dor suprapúbica e geralmente dor lombar inferior são comuns;
urina turva, e pode haver hematúria microscópica; pneumatúria; febre; calafrios,
dor no flanco, náuseas e vômito; pode haver discreta rigidez abdominal; rim
dolorido e aumentado, etc16.
Seu diagnóstico é feito pelo médico especialista. Os principais exames
realizados para detectar a infecção urinária são: exame de urina: é o mais comum e
rápido. Nele, a urina é analisada à procura de leucócitos e sangue, sinais de
infecção; cultura de urina: a amostra de urina geralmente é submetida a uma análise
no laboratório, onde irá cultivar a bactéria, para identificar o tipo e os antibióticos
mais eficientes contra ela. É o melhor exame para identificar o tipo de infecção, mas
10

leva cerca de 3 a 5 dias para ser concluído; exames de imagem: um ultrassom ou


uma tomografia também são capazes de detectar anormalidades no trato urinário16.
O tratamento de todas as formas de infecções do trato urinário sintomática
requer antibióticos. Para pacientes com disúria importante, pode-se utilizar
fenazopiridina para controlar os sintomas até que os antibióticos ajam (geralmente,
em 48 h)16.
O tratamento bem-sucedido de uma infecção urinária depende, entre outros
fatores, da eficácia das drogas antimicrobianas, sendo esta limitada pela resistência
bacteriana aumentada que vem sendo apresentada por vários microrganismos3.
A antibioticoprofilaxia é método efetivo na prevenção das infecções urinárias
não complicadas recorrentes. Consistindo na administração de antibióticos em
baixas doses, algumas abordagens encontram-se disponíveis para a profilaxia como
a profilaxia contínua e profilaxia pós-coito 16. O sulfametoxazol-trimetoprima, utilizado
por mais de 30 anos como terapia de primeira linha para a ITU, é opção para a
profilaxia da cistite recorrente.

4.2 Diabetes Mellitus Gestacional

A Diabetes Mellitus Gestacional é definida como uma intolerância à


carboidratos, em diversos graus, que se inicia durante a atual gestação e não pode
ser classificado como diabetes mellitus franco (adquirida antes da gestação) por não
preencher os critérios diagnósticos. A prevalência varia de acordo com a população
estudada17.
Dentre os fatores de risco para o diabetes gestacional estão relacionados o
uso de drogas hiperglicemiantes (corticoides, diuréticos tiazídicos, entre outros),
síndrome dos ovários policísticos, obesidade, hipertensão arterial ou pré-eclâmpsia,
idade igual ou superior a 35 anos, história familiar de diabetes em parentes de
primeiro grau e malformações. O rastreamento e o diagnóstico levam em
consideração a linha de investigação, a presença de fatores de risco, níveis de
glicemia em jejum ou a glicemia ocasional, ou seja, analisada a qualquer momento
do dia, e os testes orais de tolerância à sobrecarga de glicemia18
As mulheres que apresentarem características que são consideradas fatores
de risco para o diabetes gestacional devem ser acompanhadas pelo obstetra desde
11

a primeira consulta, onde deve-se solicitar de início o teste de verificação de níveis


de glicose19.
A fisiopatologia ocorre no período gestacional, induzindo as alterações no
metabolismo materno para acomodação e nutrição no desenvolvimento do feto no
útero, induzido por secreção de hormônios e mediadores que estimulam a
resistência à insulina e alterando o metabolismo de carboidratos, lipídios e
aminoácidos para garantir fornecimento adequado de nutrientes ao feto. A
resistência à insulina está relacionada aos hormônios diabetogênicos, produzidos
em grande quantidade na gestação com a finalidade hiperglicêmica que favorece o
feto. Dentre eles, o hormônio lactogênico placentário, o cortisol, a progesterona e o
hormônio de crescimento. Reprodução que continua a aumentar à medida que a
gestação avança, notadamente, por volta da 24ª semana, quando a capacidade
pancreática de secretar insulina é suplantada, ocorrendo a hiperglicemia20
Embora a resistência à insulina induzida pela gravidez e Diabetes mellitus
gestacional (DMG) sejam geralmente reversíveis após a gravidez, aproximadamente
30-50% das mulheres com história de DMG desenvolvem diabetes tipo-2 mais tarde
na vida, em um período de cinco a dez anos, especialmente se forem obesas21
Existem muitos protocolos de rastreamento e diagnóstico do DMG, onde a
escolha do método mais adequado vai depender principalmente da prevalência de
obesidade e DM tipo 2 na população, assim como a avaliação da importância dos
desfechos nessa população e dos recursos de saúde disponíveis 22. Sendo assim, o
diagnóstico precoce das gestantes portadoras de DMG é de suma importância,
sendo imprescindível os exames ainda no primeiro trimestre, ao início do pré-natal,
onde é possível identificar alterações na glicemia, o que torna mais viável a
orientação da gestante em relação aos cuidados necessários durante a gravidez, e
assim, minimizar os efeitos adversos que causam alterações metabólicas sobre o
binômio mãe filho23.
A assistência ofertada no pré-natal promove o acompanhamento da evolução
da gestação, garantindo os cuidados ligados a mãe e o feto independente da
classificação da doença. Após o diagnóstico do DMG, o tratamento tem o propósito
de prevenção de complicações maternas, fetais e neonatais com a finalidade de
manter os níveis de glicose adequados, iniciando com o controle dietético ideal,
atividades físicas e acompanhamento dos níveis glicêmicos, quando o controle
desse não é eficaz com o tratamento inicial, a indicação é o uso de fármacos como a
12

insulinoterapia. O tratamento envolve equipe multidisciplinar e os serviços de pré-


natal de alto risco devem atender essa necessidade de forma distinta a cada mulher
grávida24.

4.3 Hipertensão Arterial Sistêmica

A doença cardiovascular é a primeira causa de morte relacionada nas


sociedades ocidentais, sendo a hipertensão uma das três principais doenças
responsáveis. O crescimento progressivo na prevalência das doenças
cardiovasculares impõe a necessidade de se desenvolver e implementar estratégias
populacionais de prevenção dos múltiplos fatores de risco que levam a desfechos
primários relacionados25.
A Hipertensão Arterial é definida quando há persistência de pressão arterial
sistólica acima de 135mmHg e diastólica acima de 85mmHg, sendo hoje
considerada um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e
cerebrovasculares. Atualmente, é considerada um dos mais importantes fatores de
risco para doença cardiovascular, por apresentar alta prevalência e por ter forte
relação de risco com eventos cardiovasculares fatais e não fatais, sendo essa
relação contínua, positiva e independente de outros fatores. Por tratar-se de uma
patologia oligossintomática e, às vezes, assintomática acaba sendo de difícil
diagnóstico ou ocorrendo de forma tardia, quando já existem outros
comprometimentos. A hipertensão arterial é responsável por cerca de 40% das
mortes por acidente vascular cerebral e 25% das mortes por doença coronariana,
sendo essa porcentagem proporcional aos valores pressóricos7.
A pressão alta acomete uma em cada quatro pessoas adultas no Brasil e
está presente em torno de 5% das crianças brasileiras. Após os 60 anos de idade,
estima-se que mais de 50% da população do país tenha pressão alta. Ela é
responsável por 40% dos casos de infarto, 80% de derrames e 25% de insuficiência
renal terminal26.
A hipertensão atinge o coração, os rins, o cérebro e os vasos sanguíneos.
Os vasos são recobertos internamente por uma fina camada que pode ser
machucada quando o sangue circula com pressão elevada. Em longo prazo, isso
pode ocasionar o endurecimento, estreitamento, entupimento e até o rompimento
deles7.
13

Entre as causas externas para essa enfermidade estão pré-disposição


hereditária, idade (envelhecimento), etnia (negros são mais propensos a serem
hipertensos) e peso (obesidade é um fator de risco). Falta de exercícios físicos, má
alimentação, consumo excessivo de sal e de álcool, tabagismo e estresse são
fatores internos que favorecem o desenvolvimento da hipertensão27.
14

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino dentro da enfermagem pode impactar diretamente as ações de


saúde. Formar profissionais de enfermagem pode ser complexo quando muitos têm
necessidades de aprendizagem ainda na educação básica dentro da teoria, fato que
pode interferir na formação e consequentemente na qualidade do cuidado.
O estágio curricular obrigatório é de suma importância para a formação do
futuro profissional de enfermagem, mesmo que existam dificuldades para o
aprendizado é nesse período que o aluno adquire as habilidades técnicas da
profissão.
O enfermeiro é o profissional na área da saúde que está presente em todas
as unidades, sejam elas posto de saúde, hospital e similares. Sua atuação está
centrada no cuidado integral que vai desde a promoção até a reabilitação da saúde
do indivíduo. É considerado um membro da equipe capaz de identificar problemas e
decidir brevemente soluções para os mesmos, através de seu conhecimento teórico
e prático referente aos agravos de saúde existentes.
Durante a formação do enfermeiro, ele aprende a trabalhar em todos os
lugares possíveis, porém, percebe-se que é necessário um maior preparo dos
acadêmicos para atuarem nos serviços de urgência e emergência, uma vez que
percebe que seu papel pode ser confundido com os demais membros da equipe pois
em muitas situações os enfermeiros realizam atendimentos e procedimentos que
não são de sua competência técnica, mas em caso de emergência vida ou morte
estão respaldados a realiza.
Assim, o enfermeiro está diretamente ligado a promoção e a recuperação da
saúde do paciente.
Logo, para uma melhor atuação e realizar um atendimento adequado são
necessárias algumas ações como: aperfeiçoar a formação que esses profissionais
recebem em sua graduação, ampliar os campos de prática durante a graduação,
bem como aprofundar o conhecimento teórico e, após o término da graduação,
realização de cursos e especializações e também residência para que, assim, o
profissional esteja melhor habilitado atuar em diversas situações de sua profissão.
15

REFERÊNCIAS

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acadêmico de enfermagem frente ao campo de estágio. Revista Eletrônica Acervo
Saúde, v 15, n 7, 2022.

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urgência e emergência: revisão integrativa da literatura. Brazilian Journal of
Development, Curitiba, v.7, n.4, p. 35994-35006, 2021.

3 NETO AVL, et al. Sentimentos e percepção do estudante de enfermagem sobre o


acolhimento no estágio obrigatório. Revista Interdisciplinar, 2018; 11: 28.

4 NEVES VR, SANNA MC. Ensino da liderança em enfermagem: um estudo


bibliométrico. Acta paul enferm. 2012; 25(2):308-313

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enfermeiro. UNB, 2018.

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OLIVEIRA, J. E. P.; MELICH, A. Diabetes Mellitus: clínica, diagnósticos, tratamento
multidisciplinar. São Paulo: Atheneu, 2004.

7 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica:
hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013b. Acesso em
25/09/2023. Disponível em:
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa _doenca_croni
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8. POLETTO KQ, REIS C. Suscetibilidade antimicrobiana de uropatógenos em


pacientes ambulatoriais na cidade de Goiânia, GO. Rev Soc Bras Med Trop. 2005

9 SILVA, ANDRIELI DE SOUZA et al.. Identificação de prevalência de bactérias


causadoras de infecções urinárias em nível ambulatorial, 2015.

10 NANDA - North American Nursing Diagnoses Association, 2018-2020

11 PASCHOAL, M. R. D.; BOMFIM, F. R. C. Infecção do trato urinário por cateter


vesical de demora. SARE, v.16 • n.6 • 2012

12 MARKS, F. O et al. Infecção do trato urinário: etiologia, perfil de sensibilidade e


resistência aos antimicrobianos. Research, Society and Development, v. 9, n. 8,
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16

13 BRESOLIN, N. L. Infecção do Trato Urinário. Departamento Científico de


Nefrologia: Sociedade Brasileira de Pediatria, 1, 1-8, 2016.

14 MATOS, A. I. S. Patogênese da infecção urinária. UFP, 2012.

15 SILVA, M. R. et al. Infecção de trato urinário associada ao cateterismo vesical de


demora na população idosa: classificações de enfermagem. REAEnf/EJNC | Vol. 3,
2020.

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