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XIV JORNADA ACADÊMICA – UEPA Campus

IX
“Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia no Xingu: reflexões e
práticas inovadoras para a valorização da cultura regional”.
04 a 08 de dezembro de 2023

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTE OBSTÉTRICA COM


RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rodiney Silva da Costa1, Adrian Silva dos Santos 2, Milena Soares de
Araújo 3

Enfermeiro e Advogado. Universidade do Estado do Pará, Altamira, Pará, Brasil, e-


mail: rodineyfenix@yahoo.com.br
2 Acadêmico de Enfermagem e aluno da Escola Técnica de Enfermagem Instituto
Prateado. Universidade do Estado do Pará, Altamira, Pará, Brasil, e-mail:
euoadrian@gmail.com
3 Acadêmico de Enfermagem. Universidade do Estado do Pará, e-mail:
milenasa140@gmail.com

INTRODUÇÃO: Neste estudo será apresentada a evolução clínica de uma


paciente com diagnóstico de Ruptura Prematura de Membranas (RPM), na
clínica obstétrica de um hospital público de Altamira, Pará. A RPM pode ocorrer
a termo (≥ 37 semanas) ou mais cedo (chamada RPM pré-termo se ocorrer em
< 37 semanas). A RPM pré-termo predispõe ao parto prematuro, enquanto que
em qualquer idade aumenta o risco de infecção na mulher [infecção intra-
amniótica (corioamnionite)], no neonato (sepse) ou ambos, além de
apresentação fetal anormal e descolamento prematuro da placenta. O
Estreptococos do grupo B e Escherichia coli são as causas mais frequentes de
infecção, contudo, outros microrganismos vaginais também podem causar
infecção. A ruptura prematura das membranas ovulares pode aumentar o risco
de hemorragia intraventricular em recém-nascidos. A hemorragia
intraventricular pode resultar em deficiência do desenvolvimento neurológico (p.
ex., paralisia cerebral). Ademais, antes da viabilidade (< 24 semanas) há o
aumento do risco de deformidades (p. ex., posicionamento articular anormal) e
hipoplasia pulmonar devido ao extravasamento do líquido amniótico (chamado
sequência ou síndrome de Potter). O intervalo entre a ruptura prematura das
membranas ovulares e o início espontâneo do trabalho de parto (período de
latência) e o parto, varia inversamente de acordo com a idade gestacional. No
termo, > 90% das mulheres com RPM iniciam o trabalho de parto em 24 horas;
com 32 a 34 semanas, o período de latência médio é cerca de 4 dias (ACOG,
2017). Os sinais e sintomas são, tipicamente, a não ser que ocorram
complicações, sendo a ruptura prematura das membranas ovulares o
extravasamento ou jorro súbito de líquido por via vaginal. Outros sinais e
sintomas seriam: febre, corrimento vaginal intensa e fétida, dor abdominal e
taquicardia fetal, particularmente se desproporcional à temperatura materna,
são fortes indicações de infecção intra-amniótica. A RPM complica cerca 8 a
10% das gestações a termo e apenas 2% das pré-termo, entretanto está
associada a 40% dos nascimentos prematuros e a 18% das mortes perinatais.
Dentre as formas de diagnosticar temos: acúmulo vaginal de líquido amniótico
ou vérnix caseoso visível ou mecônio; avaliação do líquido vaginal, mostrando
cristalização ou alcalinidade (cor azul) em papel de nitrazina, amniocentese às
vezes guiada por ultrassom com tintura para a confirmação, o líquido amniótico
aparenta estar escapando da colo do útero e o vérnix ou mecônio é visível. O
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“Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia no Xingu: reflexões e
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tratamento baseia-se em parto, 04se
a 08 de dezembro
houver de 2023
comprometimento fetal, infecção ou
idade gestacional ≥ 34 semanas ou caso contrário, repouso pélvico,
monitoramento de perto, antibióticos e, algumas vezes, corticoides (Acauan
Filho B,J, 2017). Desta forma, o objetivo deste relatório consiste em descrever
o caso clínico de uma paciente obstétrica admitida em 13/10/2023 com
diagnóstico de RPM e implementar a Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, de
campo, com abordagem qualitativa com informações obtidas por meio de
revisão do prontuário, exames complementares e da literatura, bem como
avaliações clínicas feitas em uma paciente com diagnóstico de RPM durante
seu período de internação na clínica obstétrica de um hospital de Altamira,
cujos cuidados foram executados por um Enfermeiro Obstetra e acadêmicos de
Enfermagem. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao analisar o prontuário
obtivemos os seguintes dados: M. E. F. P., sexo feminino, 25 anos,
normotensa, etnia parda, do lar, apresentou anemia no pré-natal, com 05
consultas de pré-natal, negou antecedentes clínicos para alergia, tabagismo,
negou hipertensão e diabetes, refere ser usuária de drogas ilícitas.
Antecedentes obstétricos: G2 PN1 A0, IG: 29 S e 01 D, AFU: 23 CM, DU: 0,
BCF: 148 bpm, PA: 130x80 mmhg, com colo fechado 0, Bolsa Rota. Referia dor
baixo ventre e lombalgia, internada após avaliação da equipe obstétrica, exame
clínico e de imagens USS doppler com artéria umbilical normal, índice de
líquido amniótico (ILA) reduzido para 2cm, com diagnóstico de RPM e
Oligoâmnio (ILA menor ou igual a 5cm). Em exame de rotina realizado no
Hospital, apresentou leucócitos de 8.700 p/mm3 e ao exame de EAS piócitos
de 15 por campo, portanto também diagnosticada com Infecção do Trato
Urinário. Na prescrição foi orientado dieta livre e ingesta de líquidos, infusão
endovenoso de SF 0.9% 500ML 40 gotas 03 ciclos em cada turno,
Dexametasona 6mg IM 12/12h, Buscopam composto 1 Ampola + 18 AD EV 8/8
s/n; Batimentos Cardio-fetais (BCF) 4/4H, Ampicilina 2g +AD EV (dose de
ataque) e Ampicilina 1g +AD EV 6/6h; Betametasona 2mg 01 Ampola IM Dia 01
e dia 02 de após internação, Controle de BCF, Sinais vitais de 6 em 6 horas,
Decúbito lateral esquerdo. Cliente em bom estado geral, classificada na escala
de Fugulin de complexidade assistencial com 20 pontos para cuidados
intermediários, ausência de lesão por pressão com classificação de 14 pontos
para risco moderado com plano B, classificada na escala de Bristol com 3
pontos, apresenta como meta terapêutica diária o controle hemodinâmico,
minimizar risco de queda em 24 horas, evitar erro de medicação em 24 horas e
evitar flebite em 24 horas, Orientar Decúbito lateral, Escuta ativa,
Compreensão dos aspectos psicossocial que permeia a relação paciente-
patologia e a gestação. Aguarda melhora clínica para alta hospitalar.
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE): Diagnostico de
Enfermagem: risco de infecção evidenciado pelo uso de dispositivo invasivo
jelco número 18 em membro superior direito. Resultados Esperados: Cliente
apresentará risco minimizado durante um período de 24 horas. Prescrição de
Enfermagem: Realizar lavagem de acesso com SF0,9% sempre que estiver
com presença de sangue na extensão. Realizar curativo do acesso venoso
periférico sempre que estiver sujo, úmido ou solto, mantendo sempre com
cobertura estéril. Realizar a troca do acesso quando ultrapassar 96 horas.
Resultados Esperados: Cliente apresentará dor minimizada durante sua
internação hospitalar. Prescrição de Enfermagem: Realizar analgésico prescrito
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“Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia no Xingu: reflexões e
práticas inovadoras para a valorização da cultura regional”.
04 a 08 de dezembro
segundo orientação médica. CONCLUSÃO: de 2023 seguiu com melhoras
O paciente
clínicas após os cuidados da equipe de enfermagem, tendo boa acepção sobre
o tratamento sendo registrado na data de 05/11/2023, em exame ultrassom
obstétrica foi registrado o aumento de ILA para 6,7 cm, com perspectiva de
futura alta médica e sendo referenciada a um Hospital de Alta Complexidade
da Região do Xingu. Contribuições para enfermagem: fomentar ações de
promoção de saúde na clínica obstétrica, baseadas nas evidências científicas e
nas necessidades de um atendimento humanizado, técnico, ético e que saiba
atuar nas mais diversas situações, contribuindo para uma assistência de
qualidade e buscando o melhor resultado para o paciente e sua pronta
recuperação.

Palavras-chave: Enfermagem. Ruptura Prematura de Membranas. Obstetrícia.

Eixo 04 Práticas Educativas em Educação em Saúde

REFERÊNCIAS

American College of Obstetricians and Gynecologists: Committee Opinion No.


713 Summary: Antenatal corticosteroid therapy for fetal maturation. Obstet
Gynecol 130 (2):493–494, 2017. doi: 10.1097/AOG.0000000000002231

Acauan Filho B.J. organizador et al. Obstetrícia de plantão: da sala de


admissão ao pós-parto. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2012

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