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Secção I - Introdução

A vida humana já foi tratada de muitas formas ao longo da história: ora valorizada, ora
aviltada. A fim de que tenhamos uma ideia, Platão defendia a interrupção da gestação de
mulheres que engravidassem após os 40 anos, e, em Roma, a prática do aborto tinha por
objectivo preservar a beleza do corpo. Aristóteles, por sua vez, defendia o aborto até o
40º (para meninos) ou 90º (para meninas) dia de gestação, por conta do primeiro
movimento no útero materno, dando-nos a dimensão de que os homens seriam
superiores às mulheres.

Antes do cristianismo protestar o assassinato de crianças não desejadas no velho


Império Romano, elas foram abandonadas, expostas ao frio e fome, até a morte aliviar
seu sofrimento. Na Idade Média crianças excepcionais e mentalmente retardadas foram
afogadas. O pretexto que acalmava as consciências dos assassinos foi a suposta ausência
de almas nessas crianças. Os nazistas mataram judeus e pessoas com problemas
mentais, achando válido o argumento que assim a raça ariana ficaria mais pura. 

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo geral

  Explicar Sobre o Aborto;


 Explicar sobre suas consequências, causas tratamentos e cuidados;
 Analisar a suas etapas.

1.1.2 Objectivos específicos

 Aprofundar mais nos conhecimentos desta matéria.

1.1.3 Metodologia

 A metodologia utilizada neste trabalho foi indutiva e dedutiva;


 O método utilizado neste trabalho foi o método científico porque foi a base
de pesquisa de livros científicos e páginas virtuais.

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Secção II - Aborto

2.1 Conceito de Aborto

Aborto ou interrupção da gravidez é a interrupção de uma gravidez resultante da


remoção de um feto ou embrião antes de este ter a capacidade de sobreviver fora do
útero. Um aborto que ocorra de forma espontânea denomina-se espontâneo ou
"interrupção involuntária da gravidez". Um aborto deliberado denomina-se "aborto
induzido" ou "interrupção voluntária da gravidez". O termo "aborto", de forma isolada,
geralmente refere-se a abortos induzidos. Nos casos em que o feto já é capaz de
sobreviver fora do útero, este procedimento denomina-se "interrupção tardia da
gravidez".

Quando são permitidos por lei, os abortos em países desenvolvidos são um dos


procedimentos médicos mais seguros que existem. Os métodos de aborto modernos
usam medicamentos ou cirurgia.

Durante o primeiro e segundo trimestres de gravidez, o fármaco mifepristona em


associação com prostaglandina aparenta ter a mesma eficácia e segurança que a cirurgia.
Os contraceptivos, como a pílula ou dispositivos intra-uterinos, podem ser usados
imediatamente após um aborto.  Quando realizado de forma legal e em segurança, um
aborto induzido não aumenta o risco de problemas físicos ou mentais a longo prazo.
Por outro lado, os abortos inseguros e clandestinos realizados por pessoas sem
formação, com equipamento contaminado ou em instalações precárias são a causa de
47 000 mortes maternas e 5 milhões de admissões hospitalares por ano.

Em todo o mundo são realizados 56 milhões de abortos por ano,  dos quais cerca de
45% são feitos de forma insegura. Entre 2003 e 2008 a prevalência de abortos manteve-
se estável,  depois de nas duas décadas anteriores ter vindo a diminuir à medida que
mais famílias no mundo tinham acesso a planeamento familiar e contracepção. 

A Organização Mundial de Saúde recomenda que todas as mulheres tenham acesso a


abortos legais e seguros. No entanto, em 2008 apenas cerca de 40% das mulheres em
todo o mundo tinham acesso a abortos legais.  Os países que permitem o aborto têm
diferentes limites no número máximo de semanas em que são permitidos.

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Ao longo da história, foi comum a prática de abortos com ervas medicinais,
instrumentos aguçados, por via da força ou com outros métodos tradicionais.
A legislação e as perspectivas culturais e religiosas sobre o aborto diferem conforme a
região do mundo. Em algumas regiões, o aborto só é legal em determinados casos,
como violação, doenças congénitas, pobreza, risco para a saúde da mãe ou incesto. Em
muitos locais existe debate social sobre as questões morais, éticas e legais do aborto.
Os grupos que se opõem ao aborto geralmente alegam que um embrião ou feto é um ser
humano com direito à vida e comparam o aborto a um homicídio. Os grupos
que defendem a legalização do aborto geralmente alegam que a mulher tem o direito de
decidir sobre o seu próprio corpo.

2.2 Classificação

"Aborto" ou "interrupção da gravidez" é a interrupção de uma gravidez pela remoção de


um feto ou embrião antes de este ter a capacidade de sobreviver fora do útero. Um
aborto que ocorra de forma espontânea denomina-se aborto espontâneo ou "interrupção
involuntária da gravidez". Um aborto deliberado denomina-se "aborto induzido" ou
"interrupção voluntária da gravidez". O termo "aborto", usado de forma isolada,
geralmente refere-se a abortos induzidos. Nos casos em que o feto já é capaz de
sobreviver fora do útero, este procedimento denomina-se "interrupção tardia da
gravidez".[1]

 Aborto induzido: O aborto induzido, também denominado aborto provocado ou


interrupção voluntária da gravidez, é o aborto causado por uma acção humana
deliberada. Ocorre pela ingestão de medicamentos ou por métodos mecânicos. O
aborto induzido possui as seguintes subcategorias:

Aborto terapêutico

 Aborto provocado para salvar a vida da gestante


 Para preservar a saúde física ou mental da mulher
 Para dar fim à gestação que resultaria numa criança com problemas
congénitos que seriam fatais ou associados com enfermidades graves
 Para reduzir selectivamente o número de fetos para diminuir a possibilidade de
riscos associados a gravidez múltipla.
 Aborto electivo: aborto provocado por qualquer outra motivação.

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 Aborto espontâneo: Um aborto espontâneo, ou interrupção involuntária da
gravidez, é a expulsão não intencional de um embrião ou feto antes das 24
semanas de idade gestacional. Uma gravidez que termine antes das 37 semanas
de gestação é denominada parto pré-termo ou prematuro. Quando o feto morre
no útero após a data de viabilidade fetal ou durante o parto, denomina-se morte
fetal. Os partos prematuros e as mortes fetais geralmente não são considerados
abortos espontâneos, embora os termos por vezes se sobreponham.

Apenas 30 a 50% das gravidezes avançam para além do primeiro trimestre.  A grande
maioria dos abortos espontâneos acontece antes da mulher se aperceber da gravidez e
muitas gravidezes são perdidas antes de os médicos detectarem um embrião. Entre as
gravidezes diagnosticadas, 15 a 30% terminam em aborto espontâneo, dependendo da
idade e estado de saúde da grávida. Cerca de 80% dos abortos espontâneos acontecem
antes das primeiras doze semanas de gravidez.

A causa mais comum de aborto espontâneo durante o primeiro trimestre de gravidez


são anomalias cromossómicas no embrião ou no feto. Esta causa é responsável por cerca
de 50% dos abortos espontâneos. Entre outras possíveis causas estão doenças
vasculares como o lúpus, a diabetes, outros problemas hormonais, infecções e anomalias
no útero. O risco de aborto espontâneo aumenta em função da idade materna avançada
(> 35 anos) e antecedentes de outros abortos espontâneos. Um aborto espontâneo pode
ainda ser causado por trauma acidental. No entanto, um trauma intencional ou indução
deliberada de stresse na grávida é considerado aborto induzido.

Outras classificações

Quanto ao tempo de duração da gestação:

 Aborto subclínico: abortamento que acontece antes de quatro semanas de


gestação
 Aborto precoce: entre quatro e doze semanas
 Aborto tardio: após doze semanas

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2.3 Causas

As razões que levam a mulher a optar por um aborto são diversas e diferentes em todo o
mundo. Uma das razões mais comuns é o adiamento da gravidez para um momento
mais conveniente ou de forma a permitir focar energias e recursos nos filhos já
nascidos. Entre outras razões pessoais estão a incapacidade em sustentar a criança, quer
em termos de custos directos, quer em termos de custos indirectos derivados da perda de
rendimentos ao ter que tomar conta da criança, a falta de apoio do pai, a vontade em
proporcionar educação de qualidade aos filhos já nascidos, problemas de
relacionamento com o parceiro, a percepção de ser muito nova para tomar conta de uma
criança, desemprego, e não estar disposta a educar uma criança que tenha sido
concebida como resultado de uma violação, incesto ou outras causas.

Alguns abortos são praticados como resultado de pressões sociais. Entre estas pressões
estão a preferência por crianças de determinado sexo ou raça, a reprovação social
de mães solteiras ou de gravidez na adolescência, o estigma social em relação a pessoas
com deficiências, falta de apoios económicos às famílias, falta de acesso ou rejeição
de métodos contraceptivos ou resultado de controlo populacional. Estes factores podem
por vezes resultar em aborto compulsivo ou aborto selectivo.

Em alguns países, em mais de um terço dos casos a principal razão apontada é o risco
para a saúde da mãe ou do bebé. Em muitos casos, a motivação é a presença de
um cancro e o aborto é feito para proteger o feto durante o tratamento
com quimioterapia ou radioterapia.

Um estudo norte-americano de 2002 observou que cerca de metade das mulheres que
realizaram abortos tinham usado um método contraceptivo no momento da concepção.
No entanto, observou-se inconsistência de uso em cerca de metade das que tinham
usado preservativo e em três quartos das que tinham usado pílula contraceptiva. Cerca
de 42% das que tinham usado preservativos reportaram que a falha se tinha devido ao
deslizamento ou rutura.

Secção III - Aborto Causa e Complicações Tratamentos e cuidados

Um aborto espontâneo é a perda de um feto devido a causas naturais antes de


20 semanas de gestação.

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Abortos espontâneos podem ocorrer devido a um problema no feto (como uma doença
genética ou um defeito congénito) ou na mulher (como anomalias estruturais dos órgãos
reprodutivos, anomalias cromossômicas, infecções, uso de cocaína ou álcool, cigarro ou
uma lesão), mas a causa muitas vezes é desconhecida.

 Sangramento e cólicas podem ocorrer, principalmente no final da gestação.


 O médico examina o colo do útero e, geralmente, faz uma ultrassonografia.
 Se quaisquer vestígios da gravidez permanecerem no útero após um aborto
espontâneo, eles são removidos.

Um aborto espontâneo ocorre em até 20% das gestações reconhecidas. Uma grande
quantidade de abortos espontâneos não é reconhecida porque ocorre antes de as
mulheres descobrirem que estão grávidas. Aproximadamente 85% dos abortos
espontâneos ocorrem durante as primeiras 12 semanas de gestação e até 25% de todas as
gestações terminam em aborto durante as primeiras 12 semanas de gestação. Os
restantes 15% dos abortos espontâneos ocorrem durante a 13ª até a 20ª semana.

Os abortos espontâneos são mais comuns em gestações de alto risco, particularmente


quando as mulheres não estão recebendo cuidados médicos adequados.

3.1 Causas

A crença é que a maioria dos abortos espontâneos que ocorrem durante as primeiras 10
a 11 semanas de gestação ocorre devido a uma doença genética. Às vezes, o aborto
espontâneo resulta de um defeito congénito.

Se a mulher tiver uma doença que causa facilidade de coagulação (como síndrome do


anticorpo antifosfolipídeo), ela pode ter abortos espontâneos repetidos que ocorrem
após 10 semanas de gestação.

Nenhuma causa é identificada em muitos dos abortos espontâneos que ocorrem entre a
13ª e a 20ª semana. O restante resulta de problemas na mulher, como por exemplo o
seguinte:

 Anomalias estruturais dos órgãos reprodutivos, como miomas, cicatrizes, um


útero didelfo ou um colo do útero fraco (insuficiência istmocervical), que tende
a abrir (dilatar) conforme o útero aumenta de tamanho
 Uso de substâncias, como cocaína, álcool e tabaco (por meio de tabagismo)
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 Ferimentos graves
 Infecções, como infecção por citomegalovírus ou rubéola
 Uma tireoide hipoativa (hipotireoidismo) ou uma tireoide hiperativa
(hipertireoidismo) caso algum desses quadros clínicos seja grave ou mal
controlado
 Diabetes, se for grave ou mal controlado
 Determinados distúrbios, como doença renal crônica, lúpus eritematoso
sistêmico (lúpus) e hipertensão arterial, se não forem tratados adequadamente e
controlados durante a gestação.

Incompatibilidade de Rh (quando uma gestante possui Rh negativo e o feto Rh positivo)


também aumenta o risco de aborto espontâneo.

Choque emocional repentino (por exemplo, resultante de receber más notícias) e


ferimentos leves (por exemplo, resultante de escorregões e quedas) não estão
relacionados com o aborto espontâneo.

É mais provável que um aborto espontâneo ocorra se a mulher já teve um aborto


espontâneo em uma gravidez anterior. Para as mulheres que tiveram dois ou mais
abortos espontâneos consecutivos, a chance de se ter outro é de aproximadamente

 28% depois de duas perdas


 43% depois de três a quatro perdas

Quanto mais abortos espontâneos a mulher tenha sofrido, maior será o risco de ter outro.
O risco de ter outro aborto espontâneo também depende de qual é a causa. Algumas
causas, se não forem corrigidas ou tratadas, tendem a causar abortos espontâneos
repetidos. Quando as mulheres tiverem sofrido vários abortos espontâneos, a causa pode
ser uma anomalia em seus cromossomos ou nos do pai, ou da síndrome do anticorpo
antifosfolipídeo.

3.2 Diagnóstico

 Avaliação de um médico
 Ultrassonografia
 Exames de sangue

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Se uma gestante tiver sangramento e cólicas durante as primeiras 20 semanas de gestação, um
médico a examina para determinar se há probabilidade de sofrer um aborto espontâneo. O
médico examina o colo do útero para determinar se ele está dilatando ou retraindo (apagando).
Se não estiver, a gestação pode ser capaz de seguir. Caso a dilatação esteja ocorrendo antes da
20ª semana de gestação, um aborto espontâneo é inevitável.

A ultrassonografia geralmente também é feita. Ela pode ser usada para determinar se um aborto
espontâneo já ocorreu ou, caso contrário, se o feto está ainda vivo. Se um aborto espontâneo
ocorreu, a ultrassonografia pode mostrar se o feto e a placenta foram expulsos.

Normalmente, os médicos fazem exames de sangue para medir um hormônio produzido pela
placenta no início da gestação denominado gonadotrofina coriônica humana (hCG). Os
resultados permitem ao médico determinar se uma mulher tem uma gravidez deslocada
(ectópica), que também pode causar sangramento. Esse exame também pode ajudar o médico a
determinar se as partes do feto ou da placenta permanecem no útero após um aborto espontâneo.

Se as mulheres sofreram vários abortos espontâneos, elas podem querer consultar um médico
antes de tentar engravidar novamente. O médico pode examiná-las à busca de anomalias
genéticas ou estruturais e outros distúrbios que aumentam o risco de ter um aborto espontâneo.
Por exemplo, o médico pode fazer:

 Um exame por imagem (como uma ultrassonografia, uma histeroscopia ou uma


histerossalpingografia) para procurar por anomalias estruturais
 Exames de sangue para verificar se existem síndrome do anticorpo antifosfolipídeo
 Exames genéticos para verificar se existem anomalias cromossômicas
 Se identificadas, algumas das causas de aborto espontâneo anterior, podem ser tratadas,
fazendo com que seja possível uma gestação bem-sucedida.

3.3 Tratamento

 No caso de ameaça de aborto, uma avaliação periódica dos sintomas da mulher


 No caso de aborto completo, nenhum tratamento
 No caso de outros tipos de aborto, a remoção do conteúdo do útero

Se o feto estiver vivo e o colo do útero não se abriu (ameaça de aborto), não há um tratamento
específico que pode ajudar, mas o médico avalia periodicamente os sintomas da mulher ou faz
uma ultrassonografia.

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Alguns médicos aconselham a mulher a evitar atividades pesadas e, se possível, descansar. No
entanto, não há nenhuma evidência clara de que essas limitações sejam úteis. Também não há
evidências de que se abster de relações sexuais ajude.

 Se um aborto espontâneo ocorreu e o feto e a placenta foram completamente expelidos,


não é necessário nenhum tratamento.
 Se algum tecido do feto ou placenta permanecer no útero após um aborto espontâneo ou
se o feto morre e permanece no útero, o médico pode realizar um dos seguintes
procedimentos:
 Se a mulher não tiver febre e não parece doente, monitorá-la com atenção enquanto se
aguarda para ver se o útero expulsa o conteúdo por si próprio. Saber se essa abordagem
é segura depende da quantidade de tecido remanescente, de que maneira o útero aparece
na ultrassonografia de pelve e o momento em que se acredita que ocorreu o aborto
espontâneo.
 Remoção cirúrgica do feto e da placenta através da vagina (um procedimento
denominado evacuação cirúrgica utilizando curetagem de sucção ou dilatação e
evacuação [D e E]), geralmente durante as primeiras 23 semanas de gestação
 Usar um medicamento que pode induzir o trabalho de parto e, assim, expelir o conteúdo
do útero, tal como a ocitocina (geralmente usada mais tarde na gravidez)
ou misoprostol (geralmente usado no início)

Antes de remover cirurgicamente o feto durante o primeiro ou segundo trimestres, o médico


pode utilizar substâncias naturais que absorvem líquidos (como caules de algas marinhas secas)
para ajudar a abrir o colo do útero. Ou eles podem dar à mulher uma prostaglandina (um
medicamento à base de harmónios que estimula a contracção do útero), como o misoprostol.
Esses tratamentos fazem com que a remoção dos tecidos seja facilitada.

Se um medicamento é utilizado, a curetagem por sucção ou a D e E podem ser necessárias


depois de remover pedaços de placenta. A D e E podem não estar disponíveis, porque requerem
treinamento especial.

Se a mulher apresentar sintomas de um aborto séptico, o conteúdo do útero é removido assim


que possível e a mulher é tratada com antibióticos por via intravenosa.

Emoções após aborto espontâneo

Depois de um aborto espontâneo, as mulheres podem sentir luto, tristeza, raiva, culpa ou
ansiedade sobre gestações subsequentes.

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 Luto: O luto por uma perda é uma resposta natural e não deve ser suprimida ou negada.
Falar sobre os seus sentimentos com outra pessoa pode ajudar as mulheres a lidarem
com seus sentimentos e a terem uma perspectiva melhor.
 Culpa: As mulheres podem pensar que elas fizeram algo para causar o aborto
espontâneo. Normalmente, elas não fizeram. As mulheres podem lembrar-se de ter
ingerido um medicamento comum sem prescrição médica no início da gravidez, ter
bebido um copo de vinho antes de saber que estavam grávidas, ou fazer outra coisa
rotineira. Essas coisas quase nunca são a causa de um aborto espontâneo, pelo que elas
não devem sentir-se culpadas.
 Ansiedade: As mulheres que tiveram um aborto espontâneo podem querer conversar
com seu médico sobre a possibilidade de um aborto em gestações subsequentes e serem
examinadas, se necessário. Embora sofrer um aborto espontâneo aumenta o risco de ter
outro, a maioria dessas mulheres pode engravidar novamente e ter um bebé saudável.

3.4 Aborto induzido

Em países onde o aborto é legal, o aborto geralmente é seguro e as complicações são


raras. Em todo o mundo, 13% das mortes maternas são secundárias ao aborto induzido,
e a maioria esmagadora dessas mortes ocorre em países onde o aborto é ilegal.

 Métodos comuns de indução de aborto são


 Drenagem instrumental através da vagina
 Indução médica (estimulação das contracções uterinas)

A cirurgia uterina (histerotomia ou histerectomia) é o último recurso e em geral é


evitada em razão das altas taxas de mortalidade. A histerotomia também causa uma
cicatriz uterina, que pode se romper em gestações subsequentes.

A gestação deve ser confirmada antes de o aborto ser induzido. Muitas vezes, a idade
gestacional é estabelecida por ultrassonografia, mas às vezes histórico e exame físico
podem confirmar com precisão a idade gestacional durante o primeiro trimestre.
Ultrassonografia com Doppler deve ser considerada se uma mulher está no segundo
trimestre e tem placenta prévia ou placenta anterior mais histórico de uma cicatriz
uterina.

A interrupção da gestação pode ser confirmada pela observação directa da remoção do


conteúdo uterino por meio de ultrassonografia utilizada durante o procedimento. Se
ultrassonografia não é utilizada durante o procedimento, a interrupção pode ser

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confirmada medindo os níveis séricos quantitativos de gonadotropina coriônica β-
humana (β-hCG) antes e depois do procedimento; uma redução de > 50% após 1
semana confirma a interrupção.

 Antibióticos eficazes contra organismos do aparelho reprodutivo (incluindo


clamídias) devem ser administrados para a paciente no dia do aborto.
Tradicionalmente, doxiciclina é usada; 100 mg é administrada antes do
procedimento, e 200 mg depois. Após o procedimento, imunoglobulina Rh0(D)
é administrada para mulheres com tipo sanguíneo Rh negativo.
 Os abortos no primeiro trimestre em geral requerem apenas anestesia local; mas
médicos treinados pode oferecer sedação também. Para abortos tardios, sedação
mais profunda é geralmente necessária.
 Contracepção (todas as formas) pode ser iniciada imediatamente após um aborto
induzido feito em < 28 semanas.

Esvaziamento instrumental

 Tipicamente, em < 14 semanas, dilatação e curetagem (D & C) são utilizadas,


geralmente com cânulas de sucção de grande diâmetro, inseridas no útero.
 Em < 9 semanas, aspiração manual intra-uterina (AMIU) pode ser usada. Ela
produz pressão suficiente para esvaziar o útero. Dispositivos de AMIU são
portáteis, não necessitam de uma fonte eléctrica e são mais silenciosos do que os
dispositivos de aspiração eléctrica a vácuo (AEV). AMIU também pode ser
utilizada para controlar o aborto espontâneo durante a gestação precoce. Após 9
semanas, AVE é utilizada; ela envolve a conexão de uma cânula a uma fonte
eléctrica a vácuo.
 Com 14 a 24 semanas, geralmente utiliza-se dilatação e esvaziamento (D & E).
Fórceps são usados para desmembrar e remover o feto, e uma cânula de sucção é
utilizada para aspirar o líquido amniótico, placenta e fragmentos do feto. D & E
requer mais habilidade e exige mais treinamento do que os outros métodos de
esvaziamento instrumental.

Com frequência utilizam-se dilatadores cervicais mecânicos progressivamente mais


largos para dilatar a cérvice antes do procedimento. Mas dependendo da idade
gestacional e paridade, em vez disso os médicos podem precisar usar outro tipo de

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dilatador ou além de dilatadores afunilados para minimizar os danos cervicais que os
dilatadores afunilados podem causar. As escolhas incluem análogos da prostaglandina
E1 (misoprostol) e dilatadores osmóticos como laminaria (hastes de algas secas).
Dilatadores osmóticos podem ser inseridos na cérvice e mantidos por 4 h ≥ (muitas
vezes durante a noite se a gestação é > 18 semanas). Misoprostol dilata a cérvice
estimulando a liberação de prostaglandina; dilatadores osmóticos dilatam a cérvice por
meio de expansão. Dilatadores osmóticos são geralmente utilizados em > 16
semanas. Misoprostol é geralmente administrado por via bucal 2 a 4 horas antes do
procedimento.

Se as pacientes desejam evitar a gestação e a necessidade de abortos subsequentes, um


dispositivo intrauterino (DIU) pode ser inserido assim que a gestação é interrompida.
Essa abordagem torna a repetição de abortos menos provável.

3.4 Complicações

As taxas de complicações durante um aborto (complicações graves em < 1%; mortalidade


em < 1:100.000) são maiores que as da contracepção, mas as taxas são 14 vezes mais baixas do
que aquelas depois do parto de um feto insipiente, e estas caíram nas últimas décadas. As taxas
de complicações aumentam conforme o avanço da idade gestacional.

As complicações graves precoces são: perfuração uterina (0,1%) ou, com menos frequência,
perfuração intestinal ou de outro órgão causada por instrumentos. Hemorragia grave (0,06%)
pode resultar de trauma ou de atonia uterina. A laceração da cérvice (0,1 a 1%) varia desde uma
lesão superficial até lesões cervicovaginais, raramente com fístulas. A anestesia geral ou local
raramente causa complicações graves.

As complicações tardias mais comuns incluem sangramento e infecção significativa (0,1 a 2%),
que em geral ocorrem em razão da retenção de fragmentos placentários. Com a ocorrência de
um sangramento ou a suspeita de uma infecção, uma ultrassonografia pélvica deve ser feita;
fragmentos placentários retidos podem ser vistos em um exame de ultrassom. Inflamação leve é
esperada, mas, se a infecção for moderada ou grave, pode ocorrer peritonite ou sepse. A
esterilidade pode resultar de uma sinéquia na cavidade endometrial ou de fibrose tubária por
infecção. A dilatação forçada da cérvice em gestações mais avançadas pode contribuir para
incompetência cervical. Mas aborto electivo provavelmente não aumenta os riscos para o feto
ou para a mãe em gestações subsequentes.

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 Normalmente, não há complicações psicológicas, mas podem ocorrer em mulheres que
 Tiveram sintomas psicológicos antes da gestação
 Tiveram envolvimento emocional significativo com a gestação (p. ex., interromperam
gestação desejada por causa de uma indicação médica materna ou fetal)
 Têm uma visão política conservadora sobre aborto
 Têm suporte social limitado

3.5 Cuidados de Enfermagem na ameaça de abortamento

 Observar o sangramento;
 As dores são provocadas pelas metrossístoles, fulgazes, intermitentes;
 Solicitar repouso relativo;
 Proibição absoluta do coito, enquanto perdurar a ameaça;
 Procurar tranquilizar a paciente;
 Administrar substâncias antiespasmódicas e analgésicas;

3.6 Cuidados de Enfermagem (gerais)

 Manter a paciente em repouso e aquecida;


 Verificar e registar os sinais vitais;
 Observar e registar o sangramento vaginal;
 Observar e comunicar à enfermeira ou ao médico, caso a paciente apresente
sinais de choque;
 Administrar medicação prescrita;
 Administrar medicação prescrita;
 Encaminhar e orientar a paciente quanto aos exames complementares;
 Realizar tricotomia pubiana;
 Nos casos de abortamento provocado, esclarecer a paciente quanto aos seus
riscos;
 Nos casos de ameaça de abortamento e abortamento iminente, evitáveis, orientar
e incentivar quanto às consultas pré-natais;
 Nos casos de abortamento habitual, orientar a paciente quanto à importância de
um acompanhamento médico antes de engravidar-se novamente.

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Secção IV - Considerações Finais

Após das pesquisas por nós feitas, chegamos em seguinte considerações finais, que
algumas teorias, inclusive de cunho filosófico, indicam vários momentos em que,
defendem, a vida tem início. Como mais relevantes, destacam-se as que propõe que a
vida inicia na concepção ou no nascimento. Vale destacar, outrossim, que, para
Aristóteles, como já se fez menção, a vida tinha início em momentos diferentes,
dependendo de a criança ser menino ou menina, já que aqueles recebiam o "espírito" em
seus corpos mais cedo.

Há que se defender, contudo, que a vida começa na concepção, já que, quando da


fecundação, um novo ser humano é formado, com características genéticas ímpares (que
determinam, por exemplo, o sexo, a cor dos olhos e dos cabelos, e o tom de pele), o que
nos impede de considerá-lo mero prolongamento do corpo materno. Ademais, só o
óvulo humano fecundado pode desenvolver um ser humano adulto, o que ocorrerá, com
o passar do tempo, através da nutrição.

Entre cinco e nove dias após a concepção, o novo indivíduo se encrava na parede do
útero em busca de segurança e alimentação. Seu sexo já pode ser determinado por meios
científicos. Por volta de quatorze dias, a criança produz um hormônio que suprime o
período menstrual da mãe. Serão mais duas semanas até que características claramente
humanas sejam discerníveis e mais três até que se tornem óbvias. Contudo, a criança é
um membro completo da raça humana.

Na concepção, o bebé não-nascido não parece humano para nós que estamos
acostumados a julgar a humanidade pela aparência. No entanto, na lógica objectiva
científica, ele é tão humano, em cada pedacinho, quanto qualquer criança mais velha ou
um adulto. Ele tem a aparência que um ser humano deve ter neste estágio de
desenvolvimento.

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Bibliografia e Referência

Bibliografia

 DWORKIN, Ronald - Domínio da vida. Aborto, eutanásia e liberdades


individuais. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 
 GALVÃO, Pedro - Ética do aborto - perspectivas e argumentos. Lisboa:
Dinalivro, 2005.
 GANDRA MARTINS, Ives - A questão do aborto - aspecto jurídicos
fundamentais. São Paulo: Quartier Latin, 2008 
 MORAES, Walter, Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo "O
problema da autorização judicial para o aborto". Revista de Jurisprudência do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, março/abril 1986
 OLIVEIRA DA SILVA, Miguel - Sete teses sobre o aborto.  PENICHE, Andrea
- Elas somos nós: o direito ao aborto como reivindicação democrática e cidadã.
Porto: Afrontamento, 2007.
 SINGER, Peter - Aborto in Ética Prática. Lisboa. Gradiva.
 TAVARES, Manuela - Aborto e contracepção em Portugal. Lisboa: Livros
Horizonte, 2007. 
 VILADRICH, Pedro Juan - Aborto e sociedade permissiva. Lisboa: Rei dos
Livros, 1987.

Referência

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 https://www.womenonweb.org/pt/page/483/what-is-a-successful-abortion-and-
how-do-you-know-you-ve-had-one
 https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/
complica%C3%A7%C3%B5es-da-gravidez/aborto-espont%C3%A2neo
 https://jus.com.br/artigos/18658/aborto-causas-consequencias-e-alternativas
 https://www.minhavida.com.br/saude/temas/aborto-espontaneo
 https://www.tuasaude.com/c/fertilidade-e-controle-de-natalidade/

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