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INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa oferecer uma visão geral a respeito da gravidez precoce
e aborto, suas modalidades, sua consequencias causas e no caso se houver o que fazer .
Este tema é de grande complexidade, pois no país pouco ou quase nada se avançou. É
precisamos que não se feche os olhos e se negue a realidade. Pois o aborto tem sido
usado como forma de método contraceptivo, alicerçado na falta de esclarecimento de
uma população desprovida de condições financeiras e de um bom planeamento familiar.
E a gravidez precoce tem sido o aumento de Índice de pobreza no país.

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GRAVIDEZ PRECOCE (NA ADOLESCÊNCIA)
A Organização Mundial de Saúde considera gravidez precoce sempre que a menina
engravida antes dos 19 anos, sendo que a maioria dos casos acontece entre os 15 e os 19
anos. A gravidez precoce geralmente se deve à cultura, ao baixo nível econômico e à
dificuldade de acesso a métodos contraceptivos.

A gravidez numa fase precoce da vida, como a adolescência, pode resultar em diversas
consequências tanto para a gestante quanto para o bebê, como depressão durante e após
a gravidez, parto prematuro e aumento da pressão arterial.

PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA GRAVIDEZ PRECOCE


A gravidez precoce pode gerar várias consequências tanto para a mãe quanto
para o bebê, podendo ter impactos físicos, psicológicos e socioeconômicos:

1. Consequências físicas
Devido ao fato da mulher não estar totalmente pronta fisicamente para uma
gestação, há maior chance de parto prematuro, rompimento precoce da bolsa e aborto
espontâneo, por exemplo.

Além disso, é possível que ocorra diminuição do peso, anemia e alterações no


processo de formação dos vasos sanguíneos da placenta, podendo resultar em aumento
da pressão arterial, cuja situação recebe o nome de pré-eclâmpsia. Entenda o que é a
pré-eclâmpsia.

2. Consequências psicológicas
A maior parte das meninas que se encontram em uma gestação precoce não estão
preparadas emocionalmente para serem mães, por isso é comum o desenvolvimento
de depressão, tanto durante a gravidez, como no pós-parto. Pode ainda
acontecer diminuição da auto-estima e problemas afetivos entre a mãe o bebê.

3. Consequências socioeconômicas
É muito comum que durante e após a gravidez a mulher precise abandonar os
estudos ou o trabalho, pois pode ser difícil conciliar as duas coisas, além de sofrerem
imensa pressão da sociedade, muitas vezes, da própria família em relação ao casamento
e ao fato de estar grávida ainda na adolescência.

Além disso, estar grávida é muitas vezes considerado um motivo para empresas
não contratarem, pois tende a representar um maior gasto para a empresa, uma vez que
dentro de alguns meses entrará em licença maternidade.

4. Consequências para o bebê


O fato da mulher não estar preparada fisicamente e emocionalmente pode
aumentar as chances de parto prematuro, do nascimento com baixo peso e, até mesmo,
do risco de alterações no desenvolvimento da criança.

Devido a todas as implicações que a gravidez precoce pode provocar, este tipo
de gestação é considerado uma gravidez de alto risco e deve ser acompanhada por

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profissionais de saúde qualificados para evitar ou diminuir o impacto das
consequências. Conheça os riscos da gravidez na adolescência.

CAUSAS DA GRAVIDEZ PRECOCE


As principais causas da gravidez precoce devem-se a vários fatores diferentes, mas
podem incluir:

 Primeira menstruação muito cedo;


 Desinformação sobre gravidez e métodos contraceptivos;
 Baixo nível financeiro e social;
 Famílias com outros casos de gravidez precoce;
 Conflitos e mau ambiente familiar.

A gravidez precoce pode acontecer em qualquer classe social, mas é mais frequente
nas famílias de baixa renda, já que muitas vezes as jovens, devido a falta de objetivos ou
incetivos da família em relação aos estudos, passa a acreditar que ter um filho
representa um projeto de vida.

O QUE FAZER EM CASO DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA


Em caso de gravidez precoce, o que a jovem pode fazer é marcar uma consulta
médica para iniciar o pré-natal e contar a sua família para obter o apoio necessário.

Médicos psicólogos e obstetras, assim como enfermeiro e assistente social


devem ser informados para que haja uma correta vigilância pré-natal para reduzir as
complicações na mãe e no bebê. Este tipo de acompanhamento também ajuda a evitar
uma nova gravidez na adolescência e a incentivar a jovem mãe a voltar à escola.

ABORTO

Capez (2004, p.108), em sua obra, conceitua o referido assunto:


Considera-se aborto a interrupção da gravidez com a consequente destruição do
produto da concepção. Consiste na eliminação da vida intra-uterina. Não faz parte do
conceito de aborto, a posterior expulsão do feto, pois pode ocorrer que o embrião seja
dissolvido e depois reabsorvido pelo organismo materno, em virtude de um processo de
autólise; ou então pode suceder que ele sofra processo de mumificação ou maceração,
de modo que continue no útero materno. A lei não faz distinção entre o óvulo fecundado
(3 primeiras semanas de gestação), embrião (3 primeiros meses), ou feto(a partir de 3
meses), pois em qualquer fase da gravidez estará configurado o delito de aborto, quer
dizer desde o inicio da concepção ate o inicio do parto.

TIPOS DE ABORTO

O aborto geralmente é dividido em dois tipos, aborto espontâneo e aborto


induzido. Outras classificações também são usadas, de acordo com o tempo de gestação
por exemplo.
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Aborto espontâneo ou natural
Para Nucci (2010) aborto espontâneo, involuntário ou casual, é a interrupção da
gravidez oriunda de causas patológicas, que ocorre de maneira espontânea, nas palavras
de Diniz (2009, p.30):
Cabe acrescentar que o aborto espontâneo ou natural é geralmente causado por
doenças no curso da gravidez por péssimas ou precárias condições de saúde da gestante
preexistentes a fecundação, alguns exemplos são: sífilis, anemia profunda, cardiopatia,
diabetes, nefrite crônica entre outras. Ou por defeitos estruturais no ovo, embrião ou
feto.
Aborto acidental
Nas preciosas palavras Teles (2006, p.130):
O aborto acidental também pode ser chamado de ocasional ou circunstancial,
acontece quando inexiste qualquer propósito em interromper o ciclo gravídico,
geralmente provocado por um agente externo, como emoção violenta, susto, queda,
ocasionando traumatismo, não existindo ato culposo, ou seja, negligência imprudência
ou imperícia.
Neste sentido também discorre a respeito Belo (1999, p.21):
O aborto espontâneo e acidental, não são puníveis. No primeiro a interrupção
espontânea da gravidez, ocorrendo por exemplo, quando presente alguma anormalidade
no crescimento do feto, ou, uma doença infecciosa, ou ainda um distúrbio glandular. O
segundo o aborto acidental, ocorre com interferência externa involuntária, como por
exemplo a queda.

CLASSIFICAÇÃO DO ABORTO JURIDICAMENTE EM ANGOLA

No actual Código Penal, o aborto é um crime previsto no artigo 358º e tem como
interesse tutelado a vida intra-uterina (a vida do feto), a normalidade da formação da
vida e o nascimento.
Ao abrigo do Código Penal vigente no país, o aborto é punido com pena de
prisão que vai dos dois aos oito anos, salvo quando cometido para ocultar a desonra da
mulher ou quando esta decida abortar em virtude de relações sexuais forçadas.
De acordo com o Código Penal angolano, “a licitude do aborto terapêutico
resulta do facto de haver um conflito de interesses entre a vida da mãe e a do feto e,
embora a vida humana seja igual, entende-se que a mãe, por ser autónoma e já ter forma
acabada da vida humana, deve ser privilegiada em detrimento da vida do feto”.
Em carta dirigida, em 2015, ao Comité dos Direitos Humanos das Nações
Unidas, o Governo angolano informa que o homicídio contra pessoas humanas com
vida autónoma em Angola é punido mais severamente que o aborto.
A carta do Governo angolano responde a uma recomendação do Comité dos
Direitos Humanos das Nações Unidas para a revisão das leis do aborto em diversos
países. Na missiva, o Executivo revela: “Acolhemos bem a recomendação do Comité
para rever a legislação sobre o aborto no sentido de permitir que ele seja feito por razões
terapêuticas e, em caso de gravidez, resultante de estupro ou incesto” revela a carta.

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O Projecto do Código Penal em discussão refere no artigo 144º que a interrupção
de gravidez não punível prevê a possibilidade de aborto consentido pela mulher grávida
nas mais variadas situações, nas primeiras dez semanas de gravidez, em caso de risco de
vida da mulher, nas primeiras 16 semanas, em caso de possibilidade de malformação ou
doença do feto nas primeiras 24 semanas ou nos casos em que a gravidez tenha
resultado de uma relação forçada.
A proposta de lei, para além de estabelecer prazos em que o aborto é permitido,
exige que o mesmo seja feito por um médico, numa unidade hospitalar oficial e com o
consentimento da mulher. O novo diploma legal impõe aos médicos a obrigação de
prevenir a mulher grávida das implicações do acto de interrupção da gravidez.
A legalização do aborto no país, nos termos previstos no anteprojecto de revisão
do Código Penal, está a ser contestada por muitas igreja e alguns sectores conservadores
da sociedade angolana que são contrários a qualquer cedência nesta matéria. (Jornal de
Angola -2013).

ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DO ABORTO

As ciências contemporâneas, sobretudo as ciências da vida (biologia, medicina,


genética etc.), criaram uma série de dilemas éticos que são estudados pela filosofia. O
ramo da filosofia que estuda os problemas morais que surgem dessas ciências é
chamado bioética; e a subdivisão da bioética que cuida de assuntos específicos da
medicina, como o aborto, é chamada ética médica.
O aborto é um dos pontos mais difíceis da ética médica. Ele envolve aspectos
religiosos, legais, médicos, socioculturais e políticos. Neste artigo, examinaremos o
aborto somente do ponto de vista da filosofia, expondo os principais argumentos contra
e a favor da interrupção intencional da gravidez.
Há duas posições opostas bem delimitadas na discussão sobre o aborto. A
primeira, pró-vida ou conservadora, defende o direito moral da vida do feto. A segunda,
pró-escolha ou liberal, entende que a mulher tem um direito moral sobre o próprio
corpo, o que lhe permite fazer o aborto.
É claro que existem opiniões intermediárias. Alguns acham errado o aborto,
mas defendem sua prática em casos específicos (por exemplo, quando a mulher ou o
filho correm risco de morte - ou quando a mãe foi vítima de estupro). Do mesmo modo,
entre aqueles que defendem o aborto, há os que são contra a prática sob certas
circunstâncias, por exemplo, quando a gestação se encontra num estado avançado. Além
disso, existem também situações que fogem a essas duas abordagens. Por exemplo,
quando a mulher grávida precisa remover o útero por conta de um câncer. Neste caso, o
aborto seria um efeito colateral.

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COMPORTAMENTO ÉTICO DO ENFERMEIRO PERANTE O ABORTO

A análise sobre as opiniões das pessoas em torno do aborto envolve muitas


questões éticas, culturais e religiosas. Para alguns estudiosos, como Marck (2004), a
controvérsia envolvendo a questão do aborto surge quando as crenças pessoais se
chocam com as leis que tentam proteger os direitos da mulher em decidir pelo aborto
em algumas situações. Embora as questões de ordem pessoais interfiram no momento
da decisão de a paciente realizar o aborto, para o profissional que irá atuar no caso
concreto, essa possibilidade é nula, pois o enfermeiro deve apresentar de maneira
imparcial as possibilidades e opções disponíveis para a cliente no momento da decisão.
Embora o enfermeiro, por suas crenças, acredite ser o aborto a melhor opção para a
gestante cujo feto apresente uma anormalidade, não poderá interferir, nem manifestar
sua opinião, uma vez tratar-se de um assunto de ordem pessoal (ORSHAN, 2011, apud,
MARCK, 2004).
Ao contrário, se o enfermeiro não concorda na opção do aborto em nenhuma
hipótese deve se conscientizar que não poderá nem de forma direta,nem de forma
indireta manifestar seu posicionamento para uma gestante decidida a fazer o aborto de
uma gravidez indesejada. As orientações nunca podem ser tendenciosas, pois poderia
piorar a difícil decisão de uma mulher interromper a gravidez. Por estar relacionado à
uma questão de morte do feto, o enfermeiro deve oferecer as opções sem tornar evidente
sua satisfação ou insatisfação pela escolha da cliente (IBID, p. 337).
Ao tomar conhecimento da situação e do quadro que acomete a cliente o
enfermeiro deverá orientar, de maneira imparcial, instruindo sobre a existência de
material informativo como manuais, livros, panfletos. Incentivar a cliente a participar de
palestras e informar-se melhor sobre a escolha tomada. Os enfermeiros, segundo
Orshan, devem atuar de forma a garantir a participação ativa da cliente na opção
escolhida para que esta tenha controle sobre os procedimentos futuros (IBID, p.340).
Segundo Orshan, as situações que acometem a mulher e que podem culminar
com a decisão de abortar são: preocupação com a própria saúde, condições genéticas
que possam afetar o feto, estupro, incesto, questões pessoais relacionadas a situações
psicossociais, culturais, outros. Nos casos em que as mulheres sofrem de distúrbios e
fazem tratamento para não engravidar e este venha a falhar, existe o risco de morte para
a cliente, direcionando a opção para o aborto (ORSHAN, 2011, apud, FINER et al.,
2005).

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CONCLUSÃO

Para algumas adolescentes a gravidez realização e felicidade, mas para a maioria


delas significa momento de tristeza, medo e até mesmo desespero, pois o filho não
estava nos seus planos e o aborto se apresenta como única saída. Este estudo
retrospectivo objetivou traçar o perfil epidemiológico das adolescentes internadas que se
submeteram a curetagem, no Hospital Geral Clériston Andrade em Feira de Santana-
Bahia, no período de janeiro/1995 a dezembro/1997. Os resultados demonstraram a
necessidade de trabalho educativo como forma de prevenção da gravidez indesejada e
Abortos.

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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

https://www.tuasaude.com/gravidez-precoce/
https://www.scielo.br/j/rlae/a/VnhjBcRyyghbnr5dHKzWpRP/?lang=pt
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidez_na_adolesc%C3%AAncia
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte especial. São
Paulo: Saraiva, 2007. v.2.
BUSSTAO, Paulo César. Tipicidade material, aborto e anencefalia , 2005.
CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte especial. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
DINIZ, Maria Helena. Estado atual do biodireito. São Paulo: saraiva, 2008.
INGO, E.; SARLET, A.; WOLFGANG, J. Dignidade da pessoa humana e
direitos fundamentais, na constituição federal de 1988. São Paulo: Saraiva, 2007.
Joral de Angola online: Aborto Prestes A Ser Legalizado Em Angola, edição de
12 de Setembro, 2013, por André dos Anjos.

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