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Evelly M.

Maria Clara
Victor H.

Problemas físicos causados pela gravidez na adolescência


A adolescência, compreendida entre 10 e 19 anos de acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma fase de constantes mudanças
e adaptações. Nas últimas duas décadas, a gravidez na adolescência se
tornou um importante tema de debate e alvo de políticas públicas em todo o
mundo.
No Brasil, um em cada cinco bebês nasce de uma mãe com idade entre 10
e 19 anos. Os índices de gravidez na adolescência no Brasil servem para
nos lembrar de que ainda temos muitas dificuldades a enfrentar nessa área.
Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) mostram
que dos quase 3 milhões de nascidos em 2016, 480 mil eram filhos de mães
entre 15 e 19 anos, compondo uma taxa de 16% de todos os nascimentos.
Apesar de ter havido uma queda de aproximadamente 20% nesse número
em dez anos, ainda temos 68 bebês de mães adolescentes para cada mil
meninas entre 15 e 19 anos, essa taxa alarmante supera a média mundial
(46 para cada mil meninas dessa faixa etária) e é resultado da combinação
de diferentes fatores, como o início da vida sexual cada vez mais cedo e a
falta de educação sexual adequada. Apesar do acesso a muitas informações
sobre os diferentes métodos contraceptivos, os adolescentes os usam de
forma inadequada ou os abandonam por questões pessoais.
Problemas físicos, psicológicos e sociais estão associados a uma gravidez
precoce. As dúvidas e o medo fazem com que a maioria das adolescentes
tente esconder a gravidez da família e/ou do parceiro, atrasando o início do
acompanhamento pré-natal e aumentando o risco de:

• Elevação da pressão arterial (pré-eclâmpsia ou eclâmpsia);


• Parto prematuro;
• Crises convulsivas;
• Bebê com baixo peso ao nascer ou subnutrido;
• Morte materna;
• Aborto espontâneo.

De acordo com o cirurgião-geral Daniel Flávio Cabriny de Almeida, do


Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), a gravidez na adolescência
pode apresentar fatores de risco para mãe e para o bebê, entre eles, o
duplo anabolismo – competição biológica entre mãe e o feto pelos
mesmos nutrientes. O risco acontece principalmente em menores de 16
Evelly M.
Maria Clara
Victor H.

anos ou quando a ocorrência da primeira menstruação foi há menos de


dois anos.

“O corpo da mulher adolescente está em fase de formação. Há outros


fatores de risco como: a bacia não estar desenvolvida o suficiente para o
parto. Pode ocorrer pré-eclâmpsia ou desproporção pélvica-fetal e até
complicações obstétricas durante o parto, como uma cesariana de
urgência”, ressalta o médico.

Fatores pré-existentes como diabetes, doenças cardíacas ou renais e


doenças agudas, como dengue, Zika, toxoplasmose podem agravar os
quadros. É preciso estar atenta também aos acompanhamentos pré-natais e
à rotina mensal ao médico.

“Na gravidez precoce tem-se o risco de doenças hipertensivas. O feto


também corre o risco de nascer prematuro e com complicações como má-
formação do pulmão. Por isso, falamos da importância de uma gravidez
planejada”, afirma ainda o médico. Segundo o Fundo de População das
Nações Unidas (UNFPA), existem cerca de 7,3 milhões de meninas e
jovens grávidas no mundo, e 2 milhões têm menos de 14 anos.

Responsabilidade e frustrações

A gravidez na adolescência também pode trazer para a mãe alterações


psicológicas, como não saber lidar com a responsabilidade e com as
frustrações. Muitas adolescentes enfrentam a gravidez sozinhas, sem apoio
dos companheiros ou dos pais das crianças. Há também a questão
financeira que, muitas vezes, implica no abandono da escola, a vida da
adolescente passa a ser limitada, trazendo frustração às jovens mães esses
fatores podem gerar depressão pós-parto, por exemplo

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