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MATERNA E
INFANTIL E SUAS
PRINCIPAIS
CAUSAS
Helena Dutra de Oliveira
Mortalidade materna e infantil
e suas principais causas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer as principais relações entre a nutrição materna, o de-
senvolvimento do bebê e as medidas públicas para redução da
taxa de mortalidade materna e infantil.
Arguir sobre as principais causas de mortalidade materna.
Relacionar as principais causas de mortalidade infantil.
Introdução
Como você já sabe, a nutrição materna desempenha um papel m uito
relevante no desenvolvimento do bebê. Já está bem estabelecido
que condições inadequadas de saúde materna podem acarretar for-
tes prejuízos a ela e ao concepto. Por isso, políticas públicas são cada
vez mais importantes para garantir que a saúde seja preponderante
e que as altas taxas de mortalidade materna e infantil fiquem no pas-
sado.
Neste capítulo, você vai estudar as relações entre nutrição materna
e o desenvolvimento do bebê e como o governo atua para melhorar
os indicadores de mortalidade desse grupo populacional. Verá tam-
bém as principais causas de mortalidade materna e infantil.
Assistência Pré-natal
No ano 2000, o Ministério da Saúde instituiu o Programa de Humanização no Pré-natal
e Nascimento (PHPN). Até então, não havia um modelo que normatizasse a assistência
às gestantes no Brasil. Esse programa estabeleceu não apenas o número de consultas
e a idade gestacional de ingresso, mas elencou, também, exames laboratoriais e ações
de educação em saúde, além de trazer à discussão as práticas em saúde e suas bases
conceituais, em conformidade com os modelos empregados em todo o mundo (CRUZ;
CAMINHA; BATISTA FILHO, 2014).
Abortamento
Em 2012 houve aumento na quantidade de abortamentos clandestinos de 1995 (44%)
para 2008 (49%). Apesar das tentativas de redução das taxas de mortalidade materna,
em relação ao abortamento clandestino, as taxas permanecem as mesmas: 47 mil
mortes por ano. Das mulheres sobreviventes, muitas padecem com sequelas desses
procedimentos. Assim, sem o acesso ao abortamento legal e seguro, milhares de
mortes maternas continuarão ocorrendo todos os anos por falta de assistência.
A região Sul exibe as menores taxas de mortalidade infantil, ao contrário das regiões
Norte e Nordeste, que dividem os piores desempenhos.
Tabela 1. Proporção de óbitos (%) por grupo de causas em menores de 1 ano no Brasil
(dados de 2004).
Causas Porcentagem
Neoplasias 0,30
Prematuridade
As causas mais comuns de prematuridade são ligadas à mãe: infecção urinária, pressão
alta, descolamento prematuro de placenta, diabetes, alterações de tireoide, infecções
congênitas (toxoplasmose, citomegalovírus, sífilis, HIV) e consumo de bebidas alcoó-
licas e drogas estão entre as causas comuns de prematuridade. O bebê também pode
apresentar causas que favoreçam a prematuridade, como síndrome genética e mal-
formações.
22 Nutrição materno infantil
BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência integral à saúde da mulher: bases da ação pro-
gramática. Brasília: MS, 1984.
BRASIL. Ministério da Saúde. Pacto nacional pela redução da mortalidade materna e neo-
natal. Brasília: MS, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 569, de 1º de junho de 2000. Brasília: MS, 2000.
NAÇÕES UNIDAS. Relatório do Comitê Ad Hoc Pleno da vigésima sétima sessão da Assem-
bléia Geral. Nova Iorque: Nações Unidas, 2002.
SAY, L. et al. Global causes of maternal death: a WHO systematic analysis. The Lancet, v.
2, n. 6, p. e323-e333, Jun. 2014.
Leituras recomendadas
CASSIANO, A. C. M. et al. Saúde materno-infantil no Brasil: evolução e programas de-
senvolvidos pelo Ministério da Saúde. Revista do Serviço Público, Brasília, v. 65, n. 2, p.
227-244, abr./jun. 2014.
DIAS, J. M. G. et al. Mortalidade materna. Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte,
v. 25, n. 2, p. 173-179, 2015.
FERRAZ, L.; BORDIGNON, M. Mortalidade materna no Brasil: uma realidade que precisa
melhorar. Revista Baiana de Saúde Pública, Salvador, v. 36, n. 2, p. 527-538, abr./jun. 2012.