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No Brasil, a atual política nacional com foco na saúde da mulher descreve de forma abrangente
princípios e diretrizes para ampliar o acesso das mulheres aos serviços de saúde em todos os
aspectos. As mulheres constituem a maioria (50,77%) da população brasileira e são as
principais usuárias do sistema público de saúde, que consiste no SUS, instituído pela
Constituição Federal brasileira em 1988. A razão de mortalidade materna no Brasil foi de 120
por 100.000 nascidos vivos em 1990, 85 por 100.000 em 2000 e 69 por 100.000 em 2013. O
Brasil é classificado como “progresso'’ na melhoria da saúde materna com reduções anuais na
mortalidade materna (NUNES et al., 2017).
No final da década de 2000, adotaram um relativo consenso para que a mortalidade materna
pudesse ser reduzida por intermédio da consolidação dos sistemas de saúde para a proposta
de serviços agregados, ininterruptos e de qualidade para mulheres durante e após a gestação,
na atenção de rotina e na emergência. A inserção do Programa de Humanização do Pré-Natal e
Nascimento (PHPN) no ano de 2000, pelo Ministério da Saúde, e, em 2011, a associação da
Rede Cegonha, que é uma estratégia veiculada pelo governo federal, visam proporcionar
acesso a assistência no pré natal, qualidade de vida e bem estar durante a gestação, parto,
pós-parto e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida (MENDES et al.,
2020; NUNES et al., 2017).
Estudos ressaltam que o Brasil é o campeão mundial de cirurgias cesarianas com 56% dos
partos. Esse número se refere à totalidade dos nascimentos, e aumenta para 88% se
observado apenas no sistema particular de saúde, enquanto que a OMS recomenda um índice
de 10% a 15%, para maior segurança e redução da mortalidade materna e neonatal (FICAGNA
et al., 2022).