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PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE NEONATAL EM

MATERNIDADE PÚBLICA DA CIDADE DE TERESINA-PI

CAMILA MORAIS DE OLIVEIRA


CAROLINA FEITOSA LEAL NUNES

TERESINA – 2019
CAMILA MORAIS DE OLIVEIRA
CAROLINA FEITOSA LEAL NUNES

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE NEONATAL EM


MATERNIDADE PÚBLICA DA CIDADE DE TERESINA-PI

Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado à


Coordenação do curso de Medicina do Centro Uni-
versitário de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológi-
cas do Piauí- UNINOVAFAPI, como requisito para
obtenção do grau de bacharel em Medicina. Orienta-
dora: Prof. Fernandina Maria Neiva Santos Fonseca.

TERESINA – 2019
3

RESUMO

A mortalidade neonatal (MN) corresponde aos óbitos entre zero e 27 dias de vida e
subdivide-se em precoce, que ocorrem na primeira semana de vida, e tardia, entre o 7º e o 27º
dia de vida. O objetivo do presente estudo foi descrever o perfil clinico-epidemiológico da
MN na Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) em Teresina-PI, correlacionando as
principais causas de óbito neonatal com variáveis relacionadas à gestação, parto e cuidados
pós natal. É um estudo do tipo transversal, descritivo, observacional e prospectivo de aborda-
gem qualitativa realizado com 54 recém nascidos que vieram a óbito na MDER. Os resultados
mostraram que 61,1% das causas de óbito são condições relacionadas à gestação/parto, sendo
51,85% no sexo masculino e 87,04% do tipo precoce. Descritores: Mortalidade neonatal,
Causas evitáveis

ABSTRACT

The Neonatal mortality (NM) corresponds to deaths between zero and 27 days of life
and is subdivided into early, in which neonatal deaths occur in the first week of life, and late,
occurring between the 7th and 27th day of life . The objective of the present study was to de-
scribe the clinical and epidemiological profile of NM at the Maternity Dona Evangelina Rosa
(MDER) in Teresina-PI, correlating the main causes of neonatal death with variables related
to gestation, delivery and postnatal care. It is a cross-sectional, descriptive, observational and
prospective study with a qualitative approach performed with 54 newborns who died in
MDER. The results showed that 61.1% of the causes of death are conditions related to gesta-
tion / delivery, 51.85% were in males and 87.04% in the early stages. Keywords: Neonatal
mortality, Preventable causes

INTRODUÇÃO

A mortalidade neonatal (MN) corresponde aos óbitos entre zero e 27 dias de vida e
subdivide-se em precoce, na qual os óbitos neonatais ocorrem na primeira semana de vida, e
tardia, em que os óbitos ocorrem entre o sétimo e o 27º dia de vida (FILHO et al, 2017).
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No âmbito mundial os indicadores de saúde refletem a qualidade de vida da população


e ajudam a criar um panorama epidemiológico e a desenvolver políticas públicas com o intui-
to de melhorar a atenção à saúde. Dentre essas medidas, o Coeficiente de Mortalidade Infantil
(CMI) é um dos principais indicadores da situação de saúde, porquanto se encontra relaciona-
da às condições socioeconômicas e sanitárias da população, e também porque se refere a óbi-
tos precoces, em grande parte evitáveis (FILHO et al, 2018).

No Brasil, o coeficiente de mortalidade infantil apresentou expressiva redução nas úl-


timas décadas, com queda de 47/1.000 nascidos vivos, em 1990, para 14,6/1.000 nascidos
vivos, em 2012. Apesar desse progresso, a redução da mortalidade infantil ainda se configura
como desafio para os serviços de saúde, especialmente porque, desde a década de 1990, a
mortalidade neonatal se configura como o principal componente da mortalidade infantil no
país, sem apresentar redução, e em 2008, foi responsável por 68% dos óbitos no primeiro ano
de vida (GAIVA, 2015, 2016).

Já no Piauí, a média de crianças com menos de um ano de idade que vai a óbito, é
maior que a média nacional, de acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), divulgada no Diário Oficial da União em agosto de 2017. A estimativa
indica que, em 2016, enquanto a taxa de mortalidade infantil nacional foi de 13,29 a cada mil
crianças nascidas; no Piauí, foi de 19,11. Em Teresina, a Maternidade Dona Evangelina Rosa
(MDER), a maior maternidade do estado e responsável por 63% dos nascimentos ocorridos na
cidade de Teresina, registrou em 2017 um total de 355 óbitos infantis, o que representa um
CMI de 31,41 para cada mil nascidos vivos, e destes 77,9% correspondem a óbitos neonatais.

As principais causas de óbitos neonatais são: parto prematuro, asfixia durante o parto,
problemas respiratórios e infecções. A reanimação efetiva do recém-nascido em sala de parto
é uma das práticas de assistência neonatal que mais contribuiu para diminuir as mortes causa-
das por asfixia. Um conjunto de técnicas, algumas simples, como a manutenção da temperatu-
ra corporal do recém-nascido, e outras mais complexas e que requerem instrumental adequa-
do, como a intubação, formam parte do conjunto de medidas incluídas na reanimação do re-
cém-nascido, processo que deve ser instaurado em sequência e seguindo orientações bem es-
tabelecidas (FREITAS, et al, 2016).
5

Há evidências de que mais de 70% dos óbitos neonatais ocorrem por causas evitáveis,
especialmente por falta de adequada atenção à gestante e ao recém-nascido. Nesse sentido,
vários estudos têm analisado as causas das mortes infantis e neonatais sob o enfoque da evita-
bilidade, com vistas a identificar situações que requerem investimentos para a qualificação da
atenção à saúde, considerando que a análise dos fatores de risco da mortalidade neonatal dá
visibilidade à problemática e oferece subsídios para a tomada de decisão na implementação de
ações de melhorias dos serviços de saúde (GAIVA, 2015, 2016).

Uma situação relevante é a alta proporção de óbitos neonatais no primeiro dia e na


primeira semana de vida, o que demonstra a relação da mortalidade neonatal com a assistência
de saúde dispensada a gestante e ao recém-nascido e a necessidade de se considerar as ações
dirigidas a melhoria dessa assistência. O acesso oportuno e efetivo aos cuidados obstétricos e
neonatais de qualidade, desde o pré-natal, atendimento ao parto, pós-parto e aos cuidados re-
cebidos pelo recém-nascido garantem a redução na incidência de agravos e, consequentemen-
te, uma maior sobrevida de recém-nascidos, principalmente os recém-nascidos de risco (BIT-
TENCOURT; GAIVA, 2014).

Atualmente, as políticas públicas de atenção à saúde da criança têm como objetivo a


proteção e a prevenção da mortalidade infantil e neonatal pautada na integralidade do cuidado
e na busca da equidade social. São preconizados ao neonato e à mãe, através de programas,
projetos, pactos e ações, atenção qualificada ao pré-natal, parto e puerpério, com promoção do
contato mãe-bebê imediato; alojamento conjunto; identificação do recém-nascido de risco;
primeira semana de saúde integral para mãe e recém- nascido, com a realização de visita do-
miciliar e triagem neonatal; incentivo ao aleitamento materno; acompanhamento do cresci-
mento e desenvolvimento; imunização; aumento do número de leitos neonatais; melhora na
estrutura física dos serviços; acesso e transporte; capacitação profissional (PINHEIRO et al,
2016).

Por tudo isso observa-se que é de fundamental importância conhecer o perfil clínico-
epidemiológico da mortalidade neonatal em maternidade de Teresina, PI, para assim gerar
subsídios que permitam a implementação de medidas intervencionais adequadas às necessida-
des locais, para prevenção principalmente das mortes evitáveis. Dessa forma o presente estu-
do tem como objetivo geral descrever o perfil clinico-epidemiológico da mortalidade neonatal
na Maternidade Dona Evangelina Rosa em Teresina-PI, tendo comos objetivos específicos
6

identificar as principais causas de óbito neonatal e correlacioná-las com as variáveis: tipo de


parto, gênero, idade gestacional estimada pelo pediatra, peso ao nascer, tamanho para idade
gestacional, tempo de vida dos neonatos, necessidade de reanimação neonatal, cuidados inten-
sivos após o parto, tempo de permanência na Unidade de terapia Intensiva, APGAR (no 1º e
5º minuto), intercorrências maternas durante a gestação e o trabalho de parto, além de inter-
corrências neonatais mais prevalentes.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo transversal, descritivo, observacional e prospectivo. O levanta-


mento dos dados ocorreu através da análise da Ficha Hospitalar de Investigação de Óbito in-
fantil (FHIO – Anexo 2) e Declarações de Óbito (DO – Anexo 3) presentes no Comitê de
Mortalidade Materno, Infantil e Fetal da MDER, localizado na Avenida Higino Cunha, 1552 -
Cristo Rei, Teresina – PI. Essa Unidade possui 248 leitos obstétricos, 167 leitos neonatais,
sendo que com a implantação da Gestão Plena Municipal no Sistema Único de Saúde a
MDER passou a ser referência na rede municipal à assistência a gestante de alto risco, man-
tendo a referência estadual.

O levantamento de dados ocorreu durante o período de novembro de 2018 a janeiro de


2019, através da utilização de um ficha de captação de dados (Apêndice 1), sendo avaliado as
variáveis: causas do óbito, tipo de parto, idade gestacional estimada pelo pediatra, intercor-
rências maternas durante o trabalho de parto, gênero, tempo de vida, APGAR no 1º e 5º minu-
to, peso ao nascer e tamanho para idade gestacional, necessidade de reanimação neonatal,
necessidade de cuidados intensivos e tempo de permanência em UTI, além de intercorrências
neonatais.

Este estudo foi iniciado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro
Universitário UNINOVAFAPI (CAAE: 97715118.3.0000.5210) (Anexo 1) e consentimento
das instituições, em consonância com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde
que regulamenta as questões operacionais e éticas dos trabalhos científicos envolvendo seres
humanos.
7

Foram incluídos todos os RNs cujo óbito ocorreu de zero a 27 dias de vida, que fica-
ram internados na MDER, depois de devidamente aceito pela mãe através do TCLE (Anexo
4), em caso de menor foi utilizado o Termo de Assentimento (Anexo 5) e que estavam devi-
damente cadastrados e com os dados presentes nas DO e FHIO.

Foram excluídos os RNs cujo óbito ocorreu de zero a 27 dias de vida, que a mãe, por
motivos próprios decidiu não participar da pesquisa e aqueles cujas variáveis cadastradas não
estavam devidamente preenchidas.

Os dados foram adquiridos depois de fornecidas informações e esclarecimentos acerca


da pesquisa e após assinatura do TCLE pelas mães e em caso de menor foi utilizado o Termo
de Assentimento. Posteriormente os dados levantados foram registrados numa planilha Mi-
crosoft Excel e exportados para o programa IBM SPSS Statistics 20.0, que realizou o proces-
samento dos dados. A análise estatística foi do tipo descritiva abordando variáveis qualitati-
vas, sendo a descrição feita pela leitura das frequências absolutas e relativas, cuja correlação
entre as variáveis foi verificada através da aplicação do teste Qui-Quadrado, com grau de con-
fiança de 95% (margem de erro 5%). Os resultados estão apresentados por meio de tabelas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerando o universo de 69 óbitos neonatais, ocorridos na MDER no período de


novembro de 2018 a janeiro de 2019, foram coletados os dados de 54 RNs, pois 6 deles não
foram autorizados a participar da pesquisa pelas mães e 9 participantes foram eliminados por
problemas de preenchimento nas fichas. Observou-se que o perfil predominante dos pesquisa-
dos corresponde ao sexo masculino com 51,85%, 92,59% com idade gestacional estimada
pelo pediatra classificados como pré termo, 53,70% apresentavam tamanho adequado para a
idade gestacional e 53,70% classificados como extremo baixo peso ao nascer (Tabela 1).
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Tabela 1. Características no RN
Teresina (PI), novembro 2018 a janeiro 2019
Nº %

Feminino 24 44,44
Masculino
Gênero 28 51,85
Ignorado
2 3,70
Total
Pré-termo 54 100,00
Idade gestacio- 50 92,59
Termo
nal estimada 4 7,41
pelo pediatra Total 54 100,00
(sem)
AIG 29 53,70
Tamanho para PIG 14 25,93
idade gestacio- Não avaliado 11 20,37
nal Total 54 100,00
Extremo baixo peso
29 53,70
Muito baixo peso
6 11,11
Baixo peso
Peso ao nascer 15 27,78
Peso normal
4 7,41
Total 54 100,00
Fonte: Ficha de Investigação Hospitalar de Óbito.
Declaração de Óbito.

Em relação ao sexo, os dados acima se assemelham aos encontrados em estudos ante-


riores (GAIVA et al. 2016) que constatou maior proporção do sexo masculino entre os óbitos
(60,3%), porém sem diferença estatisticamente significativa. Corrobora também com os dados
obtidos de Pinheiro et al. (2018) que mostra uma leve predominância de crianças do sexo
masculino (51,2%), bem como com Lansky et al. (2018) onde destaca-se que a taxa de morta-
lidade foi maior para os recém-nascidos do sexo masculino.

Quanto à idade gestacional assemelha-se aos resultados obtidos por Gaiva et al. (2016)
que evidenciou predomínio de idade gestacional menor do que 37 semanas (prematuridade) e
por Bittencourt et al. (2014), onde a média de duração da gestação foi de 30,8 semanas (mí-
nimo de 19 semanas; máximo de 42,1 semanas), sobressaindo os neonatos prematuros (idade
gestacional < 37 semanas), com 75,3%, com predomínio dos prematuros extremos (idade ges-
tacional de 22 a 32 semanas) com 50,6%. Encontrou-se, ainda, 7,41% de nascimentos a ter-
mo, porém, nenhum pós termo.
9

Dentre os 54 óbitos neonatais 53,70% apresentavam tamanho adequado para a idade


gestacional (AIG), 25,93% apresentavam tamanho pequeno para a idade gestacional (PIG) e
20,37% não foram avaliados quanto a este aspecto. Na avaliação do peso ao nascer 53,70%
foram classificados como extremo baixo peso ao nascer, 11,11% foram classificados como
muito baixo peso ao nascer, 27,78% foram classificados como baixo peso ao nascer e 7,41%
classificados como peso normal ao nascer. Dados que são semelhantes ao encontrado por Bit-
tencourt et al. (2014) em que a maior frequência foi dos neonatos de extremo baixo peso com
72,8%.

Dentre a amostra estudada, os RNs que vieram a óbito, 51,9% apresentaram Apgar
menor do que 7 tanto no 1º quanto no 5º minutos e 68,52% necessitaram de manobras de rea-
nimação após o nascimento. No que se refere à necessidade de internação em Unidade de Te-
rapia Intensiva (UTI), 66,57% necessitaram permanecer internados, sendo que a maior parte
(28) permaneceu de 0 a 5 dias internados. Em relação ao tempo de vida, 87,04% tiveram um
tempo de vida de 0 a 6 dias, sendo classificados como óbito neonatal precoce (Tabela 2).

Tabela 2. Cuidados pós parto


Teresina (PI), novembro 2018 a janeiro 2019
Nº %
<7 28 51,9
Apgar 1º min ≥7 26 48,1
<7 28 51,9
Apgar 5º min
≥7 26 48,1
Sim 37 68,52
Reanimação Não 17 31,48
Total 54 100,00
0a5 28 51,85
6 a 10 4 7,41
Internação em 11 a 20 3 5,56
UTI (dias) 21 a 27 1 1,85
não ficou em UTI 18 33,33
Total 54 100,00
0a6 47 87,04
Tempo de vida
7 a 27 7 12,96
(dias)
Total 54 100,00
Precoce 47 87,04
Mortalidade ne-
Tardia 7 12,96
onatal
Total 54 100,00
10

No que diz respeito ao APGAR no 1º e 5º minutos, observa-se uma discreta predomi-


nância do APGAR menor que 7 tanto no 1º quanto no 5º minutos (51,9% cada), mostrando-se
como uma diferença pequena para se avaliar como critério determinante do óbito neonatal. Na
literatura Gaiva et al. (2016) descreveram que APGAR menor do que sete nos 1º e 5º minutos
foram estatisticamente maiores entre os neonatos que foram a óbito, correlacionando os bai-
xos índices à maior chance de morrer no período neonatal. Segundo o estudo, o índice de
Apgar traduz as condições de vitalidade do recém-nascido e está diretamente relacionado à
qualidade da assistência ao parto. O escore do 1º minuto de vida exprime as condições da ges-
tação e do parto, enquanto o índice do 5º minuto reflete a assistência prestada durante parto e
pós-parto, além da influência de fatores que atuam antes mesmo do nascimento. Assim, quan-
to menor o escore do Apgar no 1º e no 5º minutos de vida, menores são as chances de sobre-
vivência da criança, o que evidencia a importância da qualidade da atenção prestada no traba-
lho de parto e também dos cuidados imediatos ao recém-nascido após o nascimento. Segundo
Migoto et al. (2018) a chance de morte neonatal precoce relacionada Apgar menor que sete
nos 1º e 5º minutos é de 13 vezes maior do que em crianças que não apresentam este fator. No
entato diverge do estudo Moreira et al., 2017 que encontrou predominância do Apgar entre 6 e
10, tanto no 1° minuto (60,93%) como no 5° minuto (81%). No presente estudo, índice de
Apgar menor do que sete nos 1º e 5º minutos foi apenas discretamente mais elevado o que não
nos permite criar uma grande correlação entre o índice e a maior taxa de mortalidade.

Em relação à necessidade de internação em UTI, os dados acima se assemelham aos


encontrados em estudos anteriores (KASSAR et al. 2013) que encontraram uma predominân-
cia de óbitos em recém nascidos que precisaram de cuidados intensivos, 84,6%. Como espe-
rado, os recém nascidos avaliados que necessitaram de internação em UTI foram aqueles com
maiores chances de óbito, entretanto estudos mostram que os neonatos admitidos na UTI no
Brasil são mais propensos a morrerem quando comparados àqueles em países desenvolvidos,
sugerindo deficiências no cuidado (BARROS, 2008; KASSAR et AL. 2013).

Quanto ao tempo de vida, os resultados encontrados demonstraram o predomínio de


óbitos precoces (0 a 6 dias de vida), os quais foram semelhantes aos de outros estudos,
(ARAUJO FILHO et al. 2017; CAVALCANTE et al. 2018) que encontraram uma predomi-
nância de óbitos precoces entre 57,1% e 78%.
11

No que tange aos óbitos neonatais estudados observa-se que 85,2% dos partos dos
RNs ocorreram por meio de cesárea. Algumas condições maternas e fetais comuns associadas
à mortalidade neonatal estavam presentes na amostra estudada, porém não foram predominan-
tes, sendo apenas a amniorrexe prematura discretamente prevalente, presente em 53,7% dos
estudados. Dentre as outras condições associadas, a mais prevalente se mostrou ser as altera-
ções ultrassonográficas com 31,5% (Tabela 3).
Tabela 3. Tipo de parto e condições materno-fetais associadas
Teresina (PI), novembro 2018 a janeiro 2019
Nº %
Cesáreo 46 85,2
Tipo de parto
Normal 8 14,8
Sim 26 48,1
ITU
Não 28 51,9
Sim 29 53,7
Amniorrexe prematura
Não 25 46,3
Sim 12 22,2
Síndrome hipertensiva
Não 42 77,8
Sim 26 48,1
Trabalho de parto prematuro
Não 28 51,9
Sim 9 16,7
DPP
Não 45 83,3
Sim 24 44,4
Oligodrâmnio
Não 30 55,6
Sim 11 20,4
Corioamnionite
Não 43 79,6
Sim 12 22,2
Vulvovaginite
Não 42 77,8
Eritroblastose fetal 1 1,9

Idade materna de risco 6 11,1


Doenças maternas sistêmicas 6 11,1
Outras afecções maternas Alterações ultrassonográficas 17 31,5
Infecções maternas 8 14,8
Alterações maternas não especifi-
3 5,6
cadas
Início de pré natal tardio 1 1,9
Fonte: Ficha de Investigação Hospitalar de Óbito.
Declaração de Óbito.
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Comparado à literatura observa-se divergências, principalmente quando se fala em


Gaiva et al. (2016) que refere a idade materna é um importante fator de risco para a mortali-
dade infantil, neonatal e perdas fetais, com 65,77% de prevalência, com os maiores riscos
concentrando-se nas faixas etárias extremas, isto é, entre as muito jovens e aquelas com idade
muito avançada, enquanto no presente estudo a idade materna de risco representou apenas
11,1% dos casos. No que se refere às características da gestação, Gaiva et al. (2016) discorre
ainda que a ausência ou o inadequado acompanhamento pré-natal tem sido destacado como
um importante fator de risco relacionado ao óbito neonatal, porém representou apenas 1,9%
dos casos na amostra em questão.
Dos 54 óbitos, a afecção neonatal mais predominantes foi o desconforto respiratório,
presente em 75,9% dos casos, sendo condição determinante para os óbitos neonatais. Dentre
as outras afecções neonatais a mais prevalente foi a classificação de alterações pulmonares,
dentre elas pode-se citar hemorragia pulmonar, doença da membrana hialina, hipoxemia gra-
ve e apneia. As mal formações, apesar de não predominantes, revelaram ser um fator consi-
derável para a mortalidade neonatal representando 40,7% dos casos (Tabela 4).

Tabela 4. Condições neonatais associadas


Teresina (PI), novembro 2018 a janeiro 2019
Nº %
Sim 10 18,5
Icterícia
Não 44 81,5
Sim 41 75,9
Desconforto respiratório
Não 13 24,1
Sim 12 22,2
Infecção
Não 42 77,8
Sim 2 3,7
Hidropsia fetal
Não 52 96,3
Sim 21 38,9
Asfixia
Não 33 61,1
Sim 22 40,7
Mal formações
Não 32 59,3
Alterações cardíacas 5 9,3
Alterações pulmonares 19 35,2
Outras afecções fetais Alterações do sistema nervoso 5 9,3
Alterações metabólicas 18 33,3
Infecções 10 18,5
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Alterações gastrointestinais 8 14,8


Alterações congênitas 11 20,4
Alterações renais 7 13,0
Alterações do trabalho de parto 11 20,4
Fonte: Ficha de Investigação Hospitalar de Óbito.
Declaração de Óbito.

Destacaram-se como causas básicas dos óbitos neonatais, as associadas à gesta-


ção/parto, representando 61,1% dos casos, sobressaindo-se em seguida os distúrbios respira-
tórios, que corresponderam a 51,9%, seguidos dos óbitos por infecções com 31,5%. Também
se destacaram como causas de óbito as alterações do sistema digestivo com 20,4% e as alte-
rações cardíacas, em especial as cardiopatias, com 20,4% (Tabela 5).

Tabela 5. Causas de óbito


Teresina (PI), novembro 2018 a janeiro 2019
Nº %
Hidrópsia fetal 1 1,9
Alterações do sistema digestivo 11 20,4
Alterações cardíacas 11 20,4
IRA 4 7,4
Síndrome compartimental/isquemia 1 1,9
Infecções associadas 17 31,5
Causas de óbito
Associadas à gestação/parto 33 61,1
Múltiplas mal formações 9 16,7
Alterações pulmonares 2 3,7
Distúrbios respiratórios 28 51,9
Distúrbios metabólicos 1 1,9
Mal formações do sistema nervoso 3 5,6
Fonte: Ficha de Investigação Hospitalar de Óbito.
Declaração de Óbito.

Em Teresina, do total de óbitos analisados, destacam-se aqueles que ocorreram por


condições associadas ao parto e à gestação, à semelhança de resultados obtidos em outros
estudos. Um estudo realizado em Cuiabá mostrou que 21,6% dos óbitos neonatais eram evi-
táveis por adequada atenção à mulher na gestação e 12,2% por adequada atenção à mulher no
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parto (GAIVA et al., 2015). Dentre as principais causas de óbitos em um estudo em Porto
Velho, 31,18% são reduzíveis por adequada atenção ao RN, bem como à mulher na gestação
(16,85%) e no parto (15,41%) (MOREIRA et al, 2017).
Considerando que o acesso à atenção pré-natal tem se ampliado, estranha-se o aumen-
to no percentual de óbitos evitáveis por condições associadas a atenção à mulher na gestação.
Estudo que analisou os óbitos ocorridos durante uma década em Recife, PE, verificou que
dos 2.267 óbitos evitáveis, 41% seriam por adequada atenção na gestação (ROCHA et al.,
2011).
O padrão de evitabilidade de óbitos neonatais constatado no presente estudo sugere a
existência de problemas relacionados à assistência materno-infantil e indica a necessidade de
investimentos na estrutura dos serviços e na capacitação dos profissionais para atender a mu-
lher no ciclo grávido-puerperal e o neonato, prioritariamente no pós-parto imediato.
Conhecer as causas de morte, especialmente aquelas evitáveis por adequada atenção é
pois fundamental para avaliar o desempenho dos serviços e monitorar a qualidade da assis-
tência prestada pelo sistema de saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo prevaleceram os óbitos precoces, do sexo masculino, com extremo baixo
peso ao nascer e Apgar menor que 7 no 1° minuto e 5° minuto. As causas básicas predomi-
nantes foram aquelas associadas ao parto e à gestação por isso observa-se a importância em
qualificar a assistência pré-natal, proporcionando um cuidado mais integral e efetivo, e os
cuidados intraparto, evitando assim diversas complicações pós parto, incluindo a necessidade
de reanimação e internação em ambiente de terapia intensiva. Conhecer as causas de morte,
especialmente aquelas evitáveis por adequada atenção é também um forma de avaliar o de-
sempenho dos serviços e monitorar a qualidade da assistência prestada pelo sistema de saúde.
Uma das limitações do presente estudo refere-se ao fato de se tratar da análise de da-
dos secundários, que depende da fidedignidade e da completude do preenchimento dos regis-
tros.
Por fim, destaca-se que o resultado da análise da evitabilidade dos óbitos neonatais,
feitas neste estudo, pode contribuir com a avaliação e melhoria da qualidade da assistência a
15

saúde materno-infantil na cidade de Teresina-PI, gerando subsídios que permitam a imple-


mentação de medidas intervencionais adequadas às necessidades locais, para prevenção prin-
cipalmente das mortes evitáveis.

REFERÊNCIAS

ARAUJO FILHO, Augusto Cezar Antunes de et al. Aspectos epidemiológicos da mortali-


dade neonatal em capital do nordeste do Brasil. Revista Cuidarte, [S.l.], v. 8, n. 3, p. 1767-
76, sep. 2017. ISSN 2216-0973. Disponível em:
<https://www.revistacuidarte.org/index.php/cuidarte/article/view/417>. Acesso em 10 de ja-
neiro de 2018: https://doi.org/10.15649/cuidarte.v8i3.417.

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18

APÊNDICE 1: FICHA DE CAPTAÇÃO DE DADOS

1. Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino


2. Tempo de vida (dias): ( ) 0-6 dias ( ) 7-27 dias
3. Mortalidade Neonatal: ( ) Precoce ( ) Tardia
4. APGAR: A)1º minuto____________ B) 5º minuto____________
5. Tipo de parto: ( ) Normal ( ) Cesáreo ( ) Fórceps
6. Intercorrências Maternas durante o Trabalho de Parto: ( ) Sim ( ) Não
Se sim: ( ) Infecção do trato urinário ( ) Amniorrexe prematura ( ) Síndrome hiper-
tensiva ( ) Trabalho de parto prematuro ( ) Sangramentos da segunda metade da ges-
tação ( ) Outros______________________________________
7. Idade Gestacional Estimada pelo Pediatra (semanas): ( ) Pré termo ( ) Termo ( ) Pós
termo
8. Tamanho para a Idade Gestacional: ( ) PIG ( ) AIG ( ) GIG
9. Peso ao nascer (gramas): ( ) Extremo baixo peso ( ) Muito baixo peso ( ) Baixo peso
( ) Peso normal
10. Reanimação: ( ) Sim ( ) Não
11. Intercorrências neonatais: ( ) Sim ( ) Não
Se sim: ( ) Icterícia neonatal ( ) Distúrbios respiratórios ( ) Infecções ( ) Hipotermia
( ) Outros_________________________________________________
12. Internação em Unidade de Terapia intensiva: ( ) Sim ( ) Não
Se sim, por quantos dias? ( ) 0-5 dias ( ) 6-10 dias ( ) 11-15 dias ( ) 16-20 dias ( )
21-27 dias
13. Causa do Óbito: ( ) Parto prematuro ( ) Asfixia durante o parto ( ) Problemas respi-
ratórios ( ) Infecções ( ) Outros_______________________________
19

ANEXO 1: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP


20
21
22

ANEXO2: FICHA DE INVESTIGAÇÃO DO ÓBITO INFANTIL


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31

ANEXO 3: DECLARAÇÃO DE ÓBITO (DO)


32
1 de 3

ANEXO 4: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI

COMITÊ E ÉTICA EM PESQUISA – CEP /UNINOVAFAPI

Prezado participante,

Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa “PERFIL CLÍNICO-


EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE NEONATAL EM MATERNIDADE PÚBLICA
DA CIDADE DE TERESINA-PI”, desenvolvida por Camila Morais de Oliveira e Carolina
Feitosa Leal Nunes alunas do curso de graduação em Medicina do Centro Universitário
Uninovafapi, sob orientação da Professora Dra. Fernandina Maria Neiva Santos Fonseca.

O objetivo do estudo é: Avaliar o perfil clinico-epidemiológico da mortalidade neona-


tal na Maternidade Dona Evangelina Rosa em Teresina-PI.

O convite à sua participação se deve à você ser responsável legal pelo seu filho (a).
Sua participação é muito importante.

A participação é voluntária, isto é, ela não é obrigatória, e você tem plena autonomia
para decidir se quer ou não participar, bem como retirar sua participação a qualquer momento.
Você não será penalizada caso decida não participar da pesquisa ou, tendo aceitado, desistir
desta.

“A qualquer momento, durante a pesquisa, ou posteriormente, você poderá solicitar a


nós informações sobre a participação e/ou sobre a pesquisa, o que poderá ser feito através dos
meios de contato explicitados neste Termo.”

A realização do presente estudo oferece riscos mínimos a você. Por se tratar de assun-
to pessoal e intímo, trabalharemos para que a abordagem seja o máximo humanizada. Nosso
compromisso, quanto à privacidade dos dados, garantirá a segurança dos dados . A garantia
dessa segurança será estabelecida por meio da assinatura deste documento, o qual apresentará
duas vias: uma sua e a outra nossa. Ambas constando nossas assinaturas e a sua.
33
2 de 3

Serão mantidos, sob posse dos pesquisadores responsáveis, todos os termos de consen-
timento livre e esclarecido assinados, os Termos de Assentimento (quando as mães forem
menores de idade) e a ficha de captação de dados. Não será possível identificar individual-
mente cada participante, pois os instrumentos de coleta de dados não serão identificados. Os
participantes não serão identificados em nenhuma publicação que possa resultar desse estudo.

A abordagem às mães será feita no setor administrativo da MDER, quando da assina-


tura da Declaração de Óbito, após o aceite do convite de colaboração com a pesquisa, a coleta
de dados se dará no Comitê de Mortalidade Materno, Infantil e Fetal da Maternidade Dona
Evangelina Rosa (MDER) com a presença apenas dos pesquisadores e funcionários responsá-
veis por tal comitê.

Os custos gerados pela pesquisa serão de nossa responsabilidade. Caso haja quaisquer
danos a você será garantido indenização por nossa parte.

A duração da abordagem, aplicação do formulário terá o tempo de aproximadamente


de 15 minutos. Ao final da pesquisa, todo material será mantido em arquivo, por pelo menos 5
anos, conforme Resolução 466/12 e orientações do CEP/UNINOVAFAPI.

O principal benefício dessa pesquisa será o levantamento das causas e das situações
envolvidas nesses eventos, dados que podem ser usados em ações de capacitação e prevenção
da mortalidade neonatal.

Os resultados serão divulgados em artigos científicos e na dissertação/tese. 3 de 3

“Em caso de dúvida quanto à condução ética do estudo, entre em contato com o Comi-
tê de Ética em Pesquisa do UNINOVAFAPI, no endereço: Rua Vitorino Orthiges Fernandes,
6123 – Uruguai, CEP: 64073-505 - Teresina – Piauí, Tel - (086) 2106-0738, e-mail:
cep@uninovafapi.edu.br. O Comitê de Ética em Pesquisa é a instância que tem por objetivo
defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e para
contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos. Dessa forma o comitê
tem o papel de avaliar e monitorar o andamento do projeto de modo que a pesquisa respeite os
princípios éticos de proteção aos direitos humanos, da dignidade, da autonomia, da não male-
ficência, da confidencialidade e da privacidade”.
34

___________________________________________________________

Fernandina Maria Neiva Santos Fonseca – CPF: 703.248.673-87

Pesquisador Responsável

____________________________________________________________

Camila Morais de Oliveira – CPF: 051.959.403-71

Pesquisador Participante
____________________________________________________________

Carolina Feitosa Leal Nunes – CPF: 073.684.836-37

Pesquisador Participante

Contato com o pesquisador responsável: Fernandina Maria Neiva Santos Fonseca

Telefone Institucional: 2106-0700

E-mail: FMFONSECA@NOVAFAPI.COM.BR

LOCAL E DATA:____________________________________________________

Declaro que entendi os objetivos e condições de minha participação na pesquisa e concordo


em participar.

___________________________________________________________________

(Assinatura do participante da pesquisa/ CPF ou RG)


35

ANEXO 5: TERMO DE ASSENTIMENTO

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI

COMITÊ E ÉTICA EM PESQUISA – CEP /UNINOVAFAPI

Prezado participante,

Você está sendo convidada como voluntária a participar da pesquisa “PERFIL CLÍ-
NICO-EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE NEONATAL EM MATERNIDADE
PÚBLICA DA CIDADE DE TERESINA-PI”. Neste estudo pretendemos descrever o perfil
clinico-epidemiológico da mortalidade neonatal na Maternidade Dona Evangelina Rosa em
Teresina-PI.

O motivo que nos leva a estudar esse assunto é conhecer o perfil clínico-
epidemiológico da mortalidade neonatal em Teresina, PI, pois é importante para caracterizar a
população estudada e, com isso, guiar planos de intervenção adequados às necessidades lo-
cais, para prevenção principalmente das mortes evitáveis.

A realização do presente estudo oferece riscos mínimos a você. Por se tratar de assun-
to delicado e por ser evidente o risco de forte emoção, a abordagem será o mais humanizada
possível. Nosso compromisso, quanto ao sigilo dos dados, minimizará risco de perda de con-
fidencialidade dos dados. A garantia desse sigilo será estabelecida por meio da assinatura des-
te documento, o qual apresentará duas vias: uma do seu representante legal e a outra dos pes-
quisadores. Ambas constando assinaturas dos pesquisadores e participantes.

Serão mantidos, sob nossa posse todos os termos de consentimento livre e esclarecido
assinados, os Termos de Assentimento (quando as mães forem menores de idade) e a ficha de
captação de dados. Não será possível sua identificação individualmente, pois os instrumentos
de coleta de dados não serão identificados. Vocês não serão identificados em nenhuma publi-
cação que possa resultar desse estudo.

A abordagem à vocês será feita no setor administrativo da MDER, quando da assinatu-


ra da Declaração de Óbito, após o aceite do convite de colaboração com a pesquisa, a coleta
de dados se dará no Comitê de Mortalidade Materno, Infantil e Fetal da Maternidade Dona
36

Evangelina Rosa (MDER) com a presença apenas dos pesquisadores e funcionários responsá-
veis por tal comitê.

Os custos gerados pela pesquisa serão de inteira responsabilidade dos pesquisadores.


Caso haja quaisquer danos ao participante será garantido indenização por nossa parte.

A duração da abordagem, aplicação do formulário terá o tempo de aproximadamente


de 15 minutos. Ao final da pesquisa, todo material será mantido em arquivo, por pelo menos 5
anos, conforme Resolução 466/12 e orientações do CEP/UNINOVAFAPI.

O principal benefício dessa pesquisa será o levantamento das causas e do contexto clí-
nico-epidemiológico envolvido nesses eventos, dados que podem ser usados em ações de ca-
pacitação e prevenção da mortalidade neonatal.

Para participar deste estudo, o responsável por você deverá autorizar e assinar um ter-
mo de consentimento. Você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem finan-
ceira. Você será esclarecida em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou
recusar-se. O responsável por você poderá retirar o consentimento ou interromper a sua parti-
cipação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não
acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendida pelo pesquisador
que irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Você não será identificado
em nenhuma publicação. Este estudo apresenta risco mínimo, isto é, o mesmo risco existente
em atividades rotineiras como conversar, tomar banho, ler etc. Apesar disso, você tem assegu-
rado o direito a ressarcimento ou indenização no caso de quaisquer danos eventualmente pro-
duzidos pela pesquisa.

Os resultados estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material que
indique sua participação não será liberado sem a permissão do responsável por você. Os dados
e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por
um período de 5 anos, e após esse tempo serão destruídos. Este termo de consentimento en-
contra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador res-
ponsável, e a outra será fornecida a você.

Eu, __________________________________________________, portador(a) do documento


de Identidade ____________________ fui informado(a) dos objetivos do presente estudo de
37

maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei
solicitar novas informações, e o meu responsável poderá modificar a decisão de participar se
assim o desejar. Tendo o consentimento do meu responsável já assinado, declaro que concor-
do em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo assentimento e me foi dada a
oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

“Em caso de dúvida quanto à condução ética do estudo, entre em contato com o Comitê de
Ética em Pesquisa do UNINOVAFAPI, no endereço: Rua Vitorino Orthiges Fernandes, 6123
– Uruguai, CEP: 64073-505 - Teresina – Piauí, Tel - (086) 2106-0738, e-mail:
cep@uninovafapi.edu.br. O Comitê de Ética em Pesquisa é a instância que tem por objetivo
defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e para
contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos. Dessa forma o comitê
tem o papel de avaliar e monitorar o andamento do projeto de modo que a pesquisa respeite os
princípios éticos de proteção aos direitos humanos, da dignidade, da autonomia, da não male-
ficência, da confidencialidade e da privacidade”.

___________________________________________________________

Fernandina Maria Neiva Santos Fonseca – CPF: 703.248.673-87

Pesquisador Responsável

____________________________________________________________

Camila Morais de Oliveira – CPF: 051.959.403-71

Pesquisador Participante

____________________________________________________________

Carolina Feitosa Leal Nunes – CPF: 073.684.836-37


38

Pesquisador Participante

Contato com o pesquisador responsável: Fernandina Maria Neiva Santos Fonseca

Telefone Institucional: 2106-0700

E-mail: FMFONSECA@NOVAFAPI.COM.BR

LOCAL E DATA:____________________________________________________

___________________________________________________________________

(Assinatura do participante da pesquisa)

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