ESTUDO REFLEXIVO SOBRE ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO NO
PRÉ-NATAL EM GESTAÇÃO DE ALTO RISCO
A assistência do enfermeiro no pré-natal é de suma importância na
promoção da saúde fetal e materna, contribuindo assim para a prevenção de doenças e manutenção do bem-estar da gestante e do bebê, tanto no período da gravidez como pós-parto. O acesso aos cuidados pré-natais no início da gestação constitui um indicador de avalição da qualidade primária à saúde (APS) nacional.
Segundo Gomes et al (2019) Um dos profissionais fundamentais para
realizar a assistência de pré-natal, por ser capacitado para atuar em estratégias de promoção a saúde, prevenção de doenças e humanização no cuidado ao paciente. Dito isso, o enfermeiro irá elaborar um plano de assistência na consulta de pré-natal, a partir das necessidades identificadas do paciente, onde são estabelecidas as intervenções, as orientações e os encaminhamentos a outros serviços, nesse momento entra em ação a multidisciplinaridade da saúde, principalmente com a medicina, a nutrição e a psicologia.
De acordo com Sehnem, G. et al. (2020) diante do plano de assistência
traçado no início do pré-natal, o enfermeiro deve utilizar o diálogo, o elo, a percepção para com a gestante e sua família, permitindo a aproximação entre o profissional e o indivíduo.
De acordo com os dados presentes na pesquisa, “Nascer no Ceará
(2018)”:
“O Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento instituído
pelo Ministério da Saúde (MS) em junho de 2000, para atenção específica à gestante, ao recém-nascido (RN) e à mulher no puerpério, representou grande avanço no cuidado à saúde deste grupo de pacientes e objetivou a redução das altas taxas de morbimortalidade materna e perinatal no Brasil com a implementação de medidas que assegurassem a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade dos serviços prestados.” (NASCER, 2018. p. 22)
O intuito do acompanhamento do pré-natal envolve a segurança e o
desenvolvimento da gestação, contribuindo para um parto de um recém- nascido saudável, que não cause impacto negativos na saúde materna, e que aborde de forma educativa e preventiva os aspectos psicossociais. A gravidez é um fenômeno fisiológico que na maioria dos casos ocorre sem complicações, mas para algumas gestantes pode envolver certos riscos. Uma gravidez é definida como de alto risco se a probabilidade de um resultado adverso para a mulher ou para o feto for maior do que o esperado na população em geral e se fatores de risco ou determinantes estiverem presentes. (NASCIMENTO et al, 2022)
Os maiores riscos estão relacionados às condições pré-existentes ou
interferências da gravidez por causas orgânicas, químicas ou biológicas, mas também podem ocorrer devido a circunstâncias sociais ou demográficas adversas. (BRILHANTE e JORGE, 2020)
Diante destes fatores, mulheres grávidas nesta condição devem ser
monitoradas pelas redes de Atenção Básica (AB) e de Atenção Especializada (AE) e a não prestação desse cuidado configuram violência institucional decorrente de violação de direitos.
As perspectivas do enfermeiro na área de obstetrícia são possíveis
graças ao ambiente de trabalho de um profissional, amparado pela resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) nº 0477, de 14 de abril de 2015, que explicita o papel do enfermeiro no cuidado à gestante, como mãe e puérpera uma das finalidades que inclui, entre outras, consultas de enfermagem obstétrica e orientação dos cuidados de enfermagem a pacientes obstétricas gravemente enfermas. (Brasil, 2015)
Devido a esse contexto, não há dúvida de que ajudar mulheres grávidas
de alto risco requer formação, competências e habilidades dos profissionais no manejo de situações de urgência, emergência ou potencialmente complicadas durante a gravidez e puerpério e é fundamental que o profissional enfermeiro atenda em todos os níveis do sistema de saúde para confirmar o diagnóstico correto, com orientações e apoio psicoemocional destinado a prevenir e apoiar a saúde de gestantes de alto risco e seus fetos.
Diante desta pesquisa, nota-se a escassez de estudos no âmbito da
assistência do enfermeiro no pré-natal em gestação de alto risco, isto porque as gestações de alto risco representam a taxa mais baixa entre as mulheres grávidas e devido à reconhecida prevalência dos profissionais de enfermagem na assistência pré-natal e gravidez de baixo risco.
Portanto, observa-se a importância da produção de estudos a respeito
deste tema, tendo em vista que as gestações de alto risco, são eventos complexos que requerem atenção especial com base em evidência científica. Assim, este trabalho tem como objetivo identificar a importância da assistência do enfermeiro no pré-natal em gravidez de alto risco. REFERÊNCIAS
Brasil. (2015). Resolução nº 0477 de 14 de abril de 2015. Adaptação sobre a
atuação de Enfermeiros na assistência às gestantes, parturientes e puérperas. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Seção 1, 375. Disponível em: manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf (saude.gov.br) BRILHANTE, A. P. C. R.; JORGE, M. S. B. Institutional violence in high-risk pregnancy in the light of pregnant women and nurses. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 73, n. 5, 2020. GOMES, C. B. DE A. et al. Prenatal Nursing Consultation: Narratives Of Pregnant Women And Nurses. Texto & Contexto - Enfermagem, v. 28, 29 abr. 2019. SEHNEM, G. et al. Consulta de pré-natal na atenção primária à saúde: fragilidades e potencialidades da intervenção de enfermeiros brasileiros. Revista de Enfermagem Referência, v. V Série, n. No 1, 31 jan. 2020. Nascer no Ceará: condutas assistenciais para a linha de cuidado materno- infantil do estado do Ceará / Organizadores: Liduína de Albuquerque Rocha e Sousa... [et al.]; prefácio Henrique Jorge Javi de Sousa. - Fortaleza: Littere, 2018. Disponível em: <https://www.ceara.gov.br/wp-content/uploads/2019/04/NNC_livro_colaborador es.pdf>. Acesso em 25 de out de 2023. NASCIMENTO, J. W. A. DO et al. Atuação do enfermeiro na gestação de alto risco: uma revisão sistemática. Research, Society and Development, v. 11, n. 1, p. e16311124616, 4 jan. 2022.