Você está na página 1de 8

ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.4377-36619-1-ED.

0710201318

Monteiro e Oliveira LF, Davim RMB, Silva RAR da et al. Mortalidade neonatal: estudo epidemiológico…

ARTIGO ORIGINAL
MORTALIDADE NEONATAL: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO EM UMA MATERNIDADE
PÚBLICA
NEONATAL MORTALITY: AN EPIDEMIOLOGICAL STUDY IN A PUBLIC MATERNITY
MORTALIDAD NEONATAL: ESTUDIO EPIDEMIOLÓGICO EN UNA MATERNIDAD PÚBLICA
Rosileide Barbosa Rodrigues1, Danyella Augusto Rosendo da Silva Costa2, Richardson Augusto Rosendo da
Silva3, Rejane Marie Barbosa Davim4, Jamili Anbar Torquato5, Luciana Ferreira Monteiro e Oliveira 6
RESUMO
Objetivo: descrever o perfil da mortalidade neonatal em uma maternidade pública regional. Método:
pesquisa documental, retrospectiva, transversal, quantitativa, utilizando prontuários e fichas do Sistema de
Informações da Mortalidade dos recém-nascidos que foram a óbito entre 2007 a 2009, em uma maternidade no
interior da Paraíba/PB, Nordeste do Brasil. Foram selecionados todos os 115 prontuários eletrônicos que
apresentavam registro de óbito neonatal até 27 dias de nascido, compreendidos no período já descrito. Os
dados foram analisados por meio da estatística descritiva, apresentados em tabelas. O projeto de pesquisa foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, Protocolo nº 0594/2010. Resultados: identificou-se que as causas
da mortalidade neonatal estavam relacionadas a insuficiência respiratóra; septicemia; prematuridade e
pneumopatia. Conclusão: torna-se necessário investir na educação permanente de profissionais que assistem
a mulher durante o pré-natal, parto e puerpério, de forma a promover a redução na morbimortalidade
neonatal. Descritores: Mortalidade Neonatal; Epidemiologia; Causas de Morte.
ABSTRACT
Objective: to describe the profile of neonatal mortality in a regional public maternity. Method: documentary
research, retrospective, transversal, quantitative, using charts and Information System Records of the
mortality of newborns who were died between 2007 to 2009, in a maternity in the interior of Paraíba/PB,
northeastern of Brazil. All electronic 115 records were selected that registered neonatal death up to 27 days
born, comprised in the period already described. Data were analyzed through descriptive statistics, presented
in tables. The research project has been approved by the Research Ethics Committee, Protocol 0594/2010.
Results: it was identified that the causes of neonatal mortality were related to respiratory failure;
septicemia; prematurity and pneumopathy. Conclusion: it is necessary to invest in permanent education of
professionals who watch the woman during the pre-natal, childbirth and the puerperium, in order to promote
a reduction in neonatal morbidity and mortality. Descriptors: Neonatal Mortality; Epidemiology; Causes of
Death.
RESUMEN
Objetivo: describir el perfil de la mortalidad neonatal en una maternidad pública regional. Método:
investigación documental, retrospectiva, transversal, cuantitativa, utilizando prontuarios y fichas del Sistema
de Informaciones de la Mortalidad de los recién nacidos que fueron a óbito entre 2007 a 2009, en una
maternidad en el interior de Paraíba/PB, Nordeste de Brasil. Fueron seleccionados todos los 115 prontuarios
electrónicos que presentaban registro de óbito neonatal hasta 27 días de nacido, comprendidos en el período
ya descripto. Los datos fueron analizados por medio de la estadística descriptiva, presentados en tablas. El
proyecto de investigación fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación, Protocolo nº 0594/2010.
Resultados: se identificó que las causas de mortalidad neonatal estaban relacionadas a insuficiencia
respiratoria; septicemia; prematuridad y neumopatía. Conclusión: se torna necesario invertir en la educación
permanente de profesionales que atienden a la mujer durante el pre-natal, parto y puerperio, de forma a
promover la reducción de la morbilidad y mortalidad neonatal. Descriptores: Mortalidad Neonatal;
Epidemiologia; Causas de Muerte.
1
Enfermeira Assistencial, Maternidade Dr. Peregrino Filho. Patos (PB), Brasil. E-mail: rosileidebrodrigues@hotmail.com; 2Enfermeira,
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte/IFRN. Mestranda, Programa de Pós-Graduação,
Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail:
danyellaaugusto@yahoo.com.br; 3Enfermeiro, Professor Doutor, Graduação / Pós-Graduação em Enfermagem, Departamento de
Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: rirosendo@yahoo.com.br;4Enfermeira
Obstetra, Professora Doutora, Graduação / Pós-Graduação em Enfermagem, Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: rejanemb@uol.com.br;; 5Graduada em Educação Física e Fisioterapia pela Fundação de
Educação e Cultura Faculdades Integradas de Santa Fé do Sul(SP), Especialista em Fisioterapia Respiratória pela UNICID, Doutorado em
Ciências pela USP – FMUSP. E-mail: jamilianbar@yahoo.com; 6Enfermeira, Especialista em Saúde da Família, Mestre em Enfermagem. João
Pessoa (PB), Brasil. E-mail: lucianafmonteiro2003@ig.com.br

Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(10):5968-75, out., 2013 5968
ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.4377-36619-1-ED.0710201325

Monteiro e Oliveira LF, Davim RMB, Silva RAR da et al. Mortalidade neonatal: estudo epidemiológico…

no berçário de médio risco prestando


INTRODUÇÃO
assistência ao recém-nascido (RN). Diante
Pela vulnerabilidade das condições de vida disso, faz-se necessário uma avaliação da
e acesso de bens aos serviços de saúde, os qualidade da assistência perinatal, refletindo
primeiros anos de vida constituem um dos tanto nas condições de saúde reprodutiva, por
períodos de maior risco de morte. Assim, a sua vez ligadas a fatores socioeconômicos na
taxa de mortalidade infantil (TMI) tem sido qualidade da assistência ao parto e neonatal,
considerada como indicador sensível às acompanhamento e monitoramento das
condições sociais e de saúde das populações doenças da infância, contribuindo assim para
humanas.1 A TMI é dividida em dois períodos: redução das causas evitáveis da mortalidade
o neonatal, que estima o risco de óbito nos infantil.
primeiros 27 dias de vida e pós-natal, com É difícil estabelecer com precisão a
óbito entre 28 dias até o final do primeiro ano evolução da mortalidade neonatal, tendo em
de vida. Enquanto a mortalidade neonatal vista que o índice de subnotifcações
está intrinsecamente relacionada às condições compromete a qualidade das estimativas. A
da gestação e parto e da própria integridade maioria dos dados disponível sobre
física da criança, a mortalidade pós-natal está mortalidade infantil deriva de informações
mais associada às condições socioeconômicas que prejudicam a análise de períodos mais
e ao meio ambiente com predomínio das recentes. Diante destas considerações, surgiu
causas infecciosas.2 o seguinte questionamento de pesquisa: quais
A condição socioeconômica desfavorável da os fatores relacionados à mortalidade
população está diretamente relacionada ao neonatal em uma maternidade pública
risco de morte para as crianças menores de regional no interior da Paraíba (PB)?
um ano, as taxas são mais elevadas devido a É notória a relevância deste estudo, visto
grandes bolsões de pobreza encontrando-se que poderá subsidiar outras pesquisas
também piores indicadores epidemiológicos e científicas e embasar o conhecimento dos
assistenciais de saúde materno-infantil, como profissionais da saúde, acadêmicos da área e a
menor número de consulta pré-natal e população em geral para uma discussão acerca
percentual mais elevado de recém-nascidos da mortalidade neonatal. Nesta perspectiva,
com baixo peso (RNBP).3 teve-se como objetivo:
Determinadas causas de óbito no período  Descrever o perfil da mortalidade
neonatal são consideradas reduzíveis a partir neonatal em uma maternidade pública
de adequado acompanhamento da gestação e regional.
parto e outras ainda podem ser evitáveis por
meio do diagnóstico e intervenção precoce. MÉTODO
No período pós-neonatal, as principais causas
Estudo documental, retrospectivo e
de óbito são também consideradas evitáveis e
transversal com abordagem quantitativa,
de fácil intervenção por estarem mais
utilizando-se a observação dos prontuários e
associadas às condições precárias de
fichas do Sistema de Informações de
saneamento básico e acesso aos cuidados de
Mortalidade (SIM) dos RNs que foram a óbito
saúde.4
entre os anos de 2007 a 2009, em uma
A mortalidade neonatal que acontece em maternidade pública e regional na cidade de
torno de 0-28 dias são, na quase totalidade, Patos no interior da Paraíba (PB), Nordeste do
devidas às chamadas causas perinatais e às Brasil, a qual recebeu o título de Hospital
anomalias congênitas relacionadas a Amigo da Criança, pelo Fundo das Nações
problemas de gestação, parto, fatores Unidas para a Infância (UNICEF). A
maternos e problemas congênitos e genéticos. maternidade dispõe de alojamento conjunto
Estas constituem o que tem sido chamada de com 58 leitos obstétrico e um berçário de
causas endógenas em oposição às causas médio risco com oito leitos. Atualmente, a
exógenas ou relacionada a fatores ambientais, partir de 28 de abril de 2012, a maternidade,
tais como doenças infecciosas e desnutrição, referência no sertão nordestino, foi ampliada
fatores presumivelmente determinantes e com dez leitos de Unidade de Terapia
condicionantes da mortalidade infantil tardia Intensiva Neonatal (UTI-NEO) e sete UTI-
que ocorre entre 28 dias a menos de um ano MATERNA, passando a funcionar com 109
de vida.5 leitos. Esta ampliação vem beneficiar mais de
O interesse em estudar o tema surgiu no 905 mil habitantes no município, contando
próprio ambiente hospitalar de uma também com novos serviços de mamografia,
maternidade pública regional no interior da pré-natal de alto risco e UTI Móvel materna e
Paraíba (PB), Nordeste do Brasil, atuando neonatal, com classificação de risco de acordo
como profissional da equipe de enfermagem com a gravidade da comorbidade.
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(10):5968-75, out., 2013 5969
ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.4377-36619-1-ED.0710201325

Monteiro e Oliveira LF, Davim RMB, Silva RAR da et al. Mortalidade neonatal: estudo epidemiológico…

A população deste estudo foi composta por nos prontuários e a luz da literatura
9.000 prontuários de RNs atendidos na pertinente, considerando os fatores maternos
maternidade em questão e a amostra e relacionados ao RN associados à mortalidade
constituída por 115 prontuários daqueles que neonatal.
foram a óbito no período de janeiro de 2007 a A realização deste estudo levou em
dezembro de 2009. Foram selecionados todos consideração os aspectos éticos da pesquisa
os prontuários eletrônicos os quais envolvendo seres humanos preconizados pela
apresentavam registrado óbito neonatal de Resolução 196/96 do Conselho Nacional de
zero até 27 dias de nascido, compreendidos no Saúde.6 A pesquisa foi encaminhada ao Comitê
período descrito acima. Excluíram-se todos os de Ética e Pesquisa da Faculdade Integrada de
óbitos neonatais acima de 27 dias. Patos/PB, e aprovada sob o protocolo nº.
O instrumento utilizado para coleta de 0594/2010.
dados foi um roteiro estruturado, tabulado e Todos os dados coletados foram digitados
posteriormente transcrito para uma planilha em uma planilha do programa Microsoft Excel
elaborada de acordo com o objetivo proposto 2007, analisados por meio da estatística
pelo estudo com os dados das fichas do SIM e descritiva e apresentados no presente estudo
prontuários eletrônicos dos RNs que foram a em forma de percentuais.
óbito, existentes na maternidade. Os dados
foram coletados no período de julho a RESULTADOS E DISCUSSÃO
setembro de 2010. Teve-se como variáveis
A princípio, foi feita uma caracterização
maternas: faixa etária, escolaridade, número
das mães destes RNS. Observou-se que 59%
de consultas no pré-natal, tipo de parto,
dessas mulheres estão na faixa etária entre 16
idade gestacional, número de partos e
e 25 anos de idade; 28% entre 26 e 35 anos;
morbidades durante a gestação. As
9% com idade superior a 36 anos e 4% com 15
relacionadas ao RN: índice de Apgar, peso ao
anos ou menos (tabela 1).
nascer, causa de óbito e sexo. Os resultados
foram analisados com base no enfoque
quantitativo, a partir de informações contidas
Tabela 1. Distribuição das
mães dos RNs por faixa etária,
2007-2009. Patus/PB, 2012.
Faixa Etária n %
Até 15 anos 5 4
16 a 25 anos 68 59
26 e 35 anos 32 28
36 anos ou mais 10 9
Total 115 100

Com estes resultados, verifica-se a Com relação à escolaridade, foi observado


prevalência da faixa etária materna entre 16 e que 57% das mães têm o ensino fundamental;
25 anos de idade, sendo esta considerada 24% o médio completo; 13% o médio
adequada para vivenciar uma gestação em incompleto; 4% o superior incompleto e 2% o
condições favoráveis a uma gravidez saudável superior completo. Os dados demonstram a
tanto para mãe quanto para o feto. As elevada prevalência entre as mães que
chances de intercorrências nesta faixa etária apresentam o ensino fundamental, tal fator
são bem mais baixas do que naquelas com pode influenciar na compreensão de possíveis
idade mais elevada; mesmo em situação intercorrências que ocorrem durante o
saudável, as gestantes também têm mais período gestacional, podendo dificultar o
chances de apresentar riscos na gestação a entendimento ou absorção de informações
partir dos 30 anos de idade, visto que o pré- sobre esta casualidade, contribuindo para o
natal destas usuárias pode ser considerado, de desenvolvimento saudável de sua situação e
certa forma, de alto risco.7 do feto, com prejuízos para ambos.
No entanto, segundo a Organização Mundial Corroborando com esta afirmação, a
de Saúde (OMS), aquelas mulheres entre dez literatura refere que educação x escolaridade
e 19 anos de idade, vem sendo considerada, populacional é a base para eficiência das
em alguns países, problema de saúde pública, ações estabelecidas melhorando o
acarretando complicações obstétricas com conhecimento e entendimento de
repercussões tanto para a mãe quanto para o determinados fatores da vida por parte da
RN, bem como problemas psicossociais e população, em especial das mães; sendo
econômicos, necessitado de atendimento assim, gera melhor direcionamento da
diferenciado nos serviços de saúde, garantindo assistência/orientação na medida em que se
a avaliação dos riscos da gestação com menor utiliza linguagem compatível no entendimento
índice de intercorrências para mãe e filho.8
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(10):5968-75, out., 2013 5970
ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.4377-36619-1-ED.0710201325

Monteiro e Oliveira LF, Davim RMB, Silva RAR da et al. Mortalidade neonatal: estudo epidemiológico…

a usuária de saúde, favorecendo o quadro de normal, ou seja, acima de sete, sendo assim,
bem-estar para mãe-filho.9 verifica-se o risco de fatores indesejáveis para
Em estudo do tipo restrospectivo descritivo com a saúde destes bebês, visto que estes
e transversal desenvolvido no Centro percentuais indicam alterações indesejáveis,
Integrado de Saúde Amaury de Medeiros como é o caso da hipóxia fetal, dentre outras,
(CISAM), maternidade referência na cidade de podendo estar acometendo os mesmos e
Recife/PE, tendo como amostra 105 contribuindo para debilitação do quadro de
prontuários de RNs infectados que foram a saúde, consequentemente, levando-os ao
óbito no período de janeiro de 2006 a possível óbito.
dezembro de 2007, vem também corroborar Estes resultados vêm ao encontro de um
com esta pesquisa, demonstrando que o nível estudo desenvolvido no Nordeste do Brasil, ao
de escolaridade de mães não alfabetizadas ser observado que o Apgar desses bebês no 10
(55,24%), foi um dos fatores para este minuto foi inferior a sete com um índice de
percentual de óbitos neonatais.10 óbito de 64,76%, associando-se ainda que o
Quanto a participação no pré-natal, 50% tempo de aparecimento da infecção precoce
das mães compareceram entre quatro a seis foi inferior (92,38%) com a tardia (7,62%).10
consultas; 22% compareceram a mais de sete; O índice de Apgar - IA que tem a finalidade
16% entre uma e três e 12% não de verificar de forma rápida o estado clínico
compareceram as consultas. Tendo-se em do RN e identificar aqueles que necessitam de
vista a frequência das consultas de pré-natal assistência para avaliar os riscos e prevenir
dessas usuárias, esse resultado pode ser sequelas de uma provável asfixia. Consta de
considerado insatisfatório visto que o cinco parâmetros estreitamente relacionados
comparecimento ideal para o pré-natal varia com hipóxia perinatal: frequência cardíaca
de acordo com as semanas gestacionais (ausente: 0; < 100/min: 1;> 100/min: 2);
apresentadas pela gestante, sendo o ideal respiração (ausente: 0; fraca/irregular: 1;
uma consulta mensal até a 32ª semana, uma forte/choro: 2); irritabilidade reflexa
quinzenal a partir da 32ª até a 36ª e uma (ausente: 0; algum movimento: 1;
semanal a partir da 36ª semana até o parto.11 espirros/choro: 2); tônus muscular (flácido: 0;
Quanto à assistência pré-natal, flexão de pernas e braços: 1; movimento
determinadas intervenções dos profissionais ativo/boa flexão: 2) e cor (cianótico/pálido:
de saúde durante a gravidez poderão, 0; cianose de extremidades: 1; rosado: 2).
certamente, alterar e favorecer o prognóstico Numa escala de zero a dez se o seu valor for
materno. As estratégias mais importantes menor que sete, será diagnosticada hipóxia
constituem um tripé com intervenções fetal.13
específicas relacionadas à promoção da saúde Em um estudo microscópico de placentas
materna, prevenção dos riscos e garantia de impregnadas por mecônio, demonstrou que
suporte nutricional durante a gestação. esta impregnação acompanha várias outras
Promover a saúde materna e fetal contempla alterações placentárias como infarto e
a recomendação do número ideal e da vilosite, refletindo o sofrimento fetal
qualidade das consultas pré-natal, diagnosticado por IA menor que sete no 5º
estabelecimento de programa de imunização minuto, sugerindo a importância de se estudar
materna, prevenção, diagnóstico e tratamento a relação entre o sofrimento fetal, avaliado
das doenças intercorrentes da gestação.12 por meio do IA e alterações placentárias.13
A amostra em estudo revelou que 65% das Verificou-se da mesma forma que a maioria
mães foram submetidas ao parto normal e 35% dos RNs (97%) foram assistidos com os
a cesariana. Os números mostram que o parto métodos de ventilação (Ventilação Por
normal teve sua maioria, mas apesar dos Pressão, Intubação ou Máscara), 3% não foi.
vários mitos que o cercam, sua preferência é Mostrou-se evidente a prevalência dos RNs que
compensatória, seja pelo fato da recuperação foram submetidos a ventilação, demostrando
rápida, riscos reduzidos de infecção, o aumentado número de crianças que ao
segurança oferecida por este método entre nascerem, necessitaram de oxigênio em
outros fatores. Este é um fato que também foi consequência de complicações indesejáveis
observado em um estudo sobre alterações inerentes ao parto. Desta forma, esta
anatomopatológicas da placenta e variações necessidade de oxigênio poderá proporcionar
do índice de Apgar, o qual vem em prejuízos a integridade dos RNs, muitas vezes
conformidade as proporções observadas nesse fatal. Estes percentuais podem ser justificados
estudo.13 para aqueles RNs que apresentaram resultado
Foi possível observar que a maioria dos RNs insatisfatório em relação ao Apgar, ou seja,
(72%) apresentou Apgar inferior a sete no 5º menor que sete no 10 minuto ao nascer.
minuto e 28% Apgar em escala considerada O objetivo da assistência ventilatória é
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(10):5968-75, out., 2013 5971
ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.4377-36619-1-ED.0710201325

Monteiro e Oliveira LF, Davim RMB, Silva RAR da et al. Mortalidade neonatal: estudo epidemiológico…

oferecer complemento ao esforço respiratório 2.500 Kg) apresentando um risco muitas vezes
espontâneo do RN até que a doença básica se maior de morrer ou adoecer no primeiro ano
estabilize e o pequeno paciente possa de vida. A importância do BPN para a saúde
reassumir a ventilação independente de forma pública é determinada não apenas pelos riscos
integral. Esta ventilação pode ser indicada subsequentes de mortalidade e morbidade,
com resultados encontrados no Apgar; o mas também pela frequência com que este
menor que sete no 5º minuto é mais que ocorre. As maiores prevalências de BPN são
suficiente para o encaminhamento do RN para observadas nos países em desenvolvimento,
prevenção de problemas envolvendo o trato como uma consequência das piores condições
respiratório, neste caso a ventilação.14 de vida existentes nestes locais em
Quanto ao peso dos RNs, 43% pesaram mais decorrência da menor duração da gestação,
de 2.500 kg; 39% entre 1.000 e 2.500 Kg e 18% retardo de crescimento intrauterino, ou ainda
menos de 1.000. A partir dos dados a combinação de ambos.15
expressados, conclui-se que, apesar de boa Os diagnósticos que mais acometem os RNs
parte dos RNs apresentarem peso acima de envolvem o trato respiratório, sendo a
2.500 kg, a maioria apresentou um total de insuficiência respiratóra a de maior
57% entre os que pesaram menos de 2.500 kg, prevalência inerente a esta pesquisa com
mostrando que prevalecem em baixo peso, percentual equivalente a 61%; 17% destes
apresentando maiores chances de foram acometidos por anóxia respiratória; 9%
complicações que interfiram diretamente no septicemia; 7% prematuridade e 6% por
bem-estar desses bebês causando-lhe sequelas pneumopatia (tabela 2).
muitas vezes irreversíveis, inclusive o óbito.
O peso do nascimento é fator isolado mais
importante na determinação da sobrevivência
infantil em crianças com baixo peso (menos de
Tabela 2. Distribuição dos RNs por
causas de óbitos, 2007-2009. Patus/PB,
2012.
Causas de óbitos n %
Insuficiência 70 61
respiratória
Anóxia 20 17
Septicemia 10 9
Prematuridade 08 7
Pneumopatia 07 6
Total 115 100

Estes dados mostram que, na unidade em e 30% a 60% das consultas aos serviços de
questão, a maioria dos óbitos dos RNs está saúde na maioria dos países. Naqueles em
relacionada ao aparelho respiratório, sendo desenvolvimento as infecções respiratórias são
justificado pelos RNs que apresentaram Apgar responsáveis por um terço das mortes e
inferior a sete no 5º minuto e foram metade das hospitalizações em menores de
direcionados à ventilação. cinco anos, constituindo problema de saúde
Em estudo desenvolvido sobre mortalidade pública.17
neonatal no Brasil mostrou que a A classificação do RN por meio da idade
prematuridade é a principal causa de óbito gestacional é tão importante quanto ao peso
neonatal em todas as regiões do país, seguida ao nascer. Pela idade gestacional, este é
pelas infecções, malformações e classificado em pré-termo (menos de 37
asfixia/hipóxia. Essas causas têm maior semanas completas ou 259 dias), termo (de 37
contribuição no excesso de risco de morte a 41 semanas e seis dias ou 260-294 dias) e
neonatal no Brasil e indicam problemas na pós-termo (42 semanas ou 295 dias ou mais). A
assistência relacionada ao cuidado pré-natal, avaliação acurada da idade gestacional (IG) é
durante o trabalho de parto e ao recém componente essencial de uma prática de
nascido. Por outro lado, as malformações qualidade tanto obstétrica quanto neonatal.5
congênitas foram a segunda causa de óbito A avaliação da vitalidade do RN,
registrada no estado do Paraná no período imediatamente após o parto, tem sido feita
neonatal sendo mais frequente após o 7º dia por escores numéricos sistematizados por
de vida. A melhoria na atenção a saúde pode Apgar que, por sua praticidade, receberam
ser exemplificada por este aumento das logo aceitação universal. Esses escores não
malformações congênitas, que estão são capazes de avaliar toda a complexidade
relacionadas com o desenvolvimento do país.16 dos eventos ocorridos com o RN por ocasião do
As infecções respiratórias representam parto e menos ainda de informar sobre o
entre 20% e 40% das hospitalizações neonatais sistema neurológico (SN), uma vez que
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(10):5968-75, out., 2013 5972
ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.4377-36619-1-ED.0710201325

Monteiro e Oliveira LF, Davim RMB, Silva RAR da et al. Mortalidade neonatal: estudo epidemiológico…

avaliam somente as estruturas do tronco componentes são importantes preditores dos


cerebral responsáveis pelo sistema níveis de saúde de uma população. No Brasil,
cardiorrespiratório.5 apesar da redução significativa verificada nas
No Brasil, a média de mortalidade infantil é duas últimas décadas, o coeficiente de
de 25 por 1000 nascidos vivos, ou seja, mortalidade infantil (CMI) ainda é considerado
morrem anualmente mais de 76.000 crianças alto. Há, demais, disparidades entre as taxas
antes de completarem o primeiro ano de vida. de mortalidade infantil no interior do espaço
Dessas mortes, o número de óbitos no período geográfico nacional, decorrentes de distorções
neonatal é superior a 60%.7 na estrutura social, como a concentração de
A mortalidade neonatal deve ser vista, em renda no país. O fenômeno de declínio da
princípio, como fenômeno evitável, mortalidade infantil observado em toda a
identificador da qualidade dos serviços. O América Latina, inclusive no Brasil, nunca foi
monitoramento das mortes fetais e neonatais uniforme e sim mais rápido, onde se
hospitalares, nesse sentido, é elemento concentram os investimentos sociais, medidas
relevante quanto aos principais problemas de saneamento e serviços de saúde.20
presentes na oferta e na qualidade da
CONCLUSÃO
assistência à saúde da mulher e criança.9
Os fatores maternos associados à Constatou-se que, 59% das mães tinham
mortalidade neonatais mais comuns são: idade entre 16 e 25 anos; 57% com ensino
materna; número de partos; visitas ao pré- fundamental; 89% realizaram pré-natal; 65%
natal; morbidades durante a gestação; uso de optaram pelo parto normal; 70% não
fumo na gestação; uso de corticosteróide apresentaram infecções do trato urinário.
antenatal; corioamnionite e gemelaridade. Os Quanto aos recém-nascidos, 72% apresentaram
fatores relacionados ao RN e associados à Apgar inferior a sete no 5º minuto.
mortalidade neonatal, como peso ao nascer e Identificou-se que as causa da mortalidade
idade gestacional, têm sido considerados os neonatal relacionou-se à insuficiência
principais indicadores de morte no período respiratória; anóxia respiratória; septicemia;
neonatal e, em virtude disso, tornaram-se prematuridade e pneumopatia.
importantes para se estudar os coeficientes de Percebeu-se que existem barreiras que
mortalidade infantil. Outros fatores também possam reduzir os riscos de mortalidade
estão associados, tais como: tipo de parto; neonatal, haja vista que vários são os fatores
escore de Apgar; crescimento intrauterino; que interferem na gestação proporcionando
sexo; uso de surfactante pulmonar de condições precárias, prejudicando o
ventilação mecânica e nutrição parenteral.10 desenvolvimento dos RNs desde o período
A literatura destaca fatores de risco gestacional como no pós-parto. Observou-se
relacionados aos óbitos neonatais, como a não como limitação para o estudo, prontuários
realização de pré-natal, mães adolescentes e preenchidos de forma inadequada, com
BPN. Portanto, em áreas onde a população espaços em branco, assim como as fichas do
recebe atendimento adequado desde o pré- SIM, impossibilitando que fossem exploradas
natal e que se estende ao parto e ao RN, a outras variáveis, além das que foram
mortalidade neonatal será baixa. Entretanto, utilizadas nesse estudo.
pode-se verificar que, mesmo em países É primordial a realização de investimentos
desenvolvidos, tendo em vista que a na capacitação dos profissionais que atuam na
mortalidade neonatal é muito baixa, existe atenção primária à saúde, para reverter essa
um número de óbitos neonatais inevitáveis situação comum em muitos municípios da
que, em geral, são devido às anomalias região Nordeste do país. De importância
congênitas complexas muito graves e ao peso também são os conhecimentos dos fatores de
muito baixo ao nascer.18 risco, utilização e organização dos serviços de
O coeficiente de mortalidade neonatal é saúde, como também o seguimento dessas
um componente de mortalidade infantil e crianças para detecção precoce, prevenção de
expressa diretamente à assistência dada ao riscos e danos na qualidade de vida dessas
pré-natal, parto e período neonatal, mulheres e seus RNs.
refletindo a cobertura e qualidade dos A Estratégia Saúde da Família pode
serviços de saúde. Em áreas onde o contribuir de forma valiosa para a diminuição
coeficiente de mortalidade infantil pode ser da mortalidade neonatal, tendo o enfermeiro
considerado baixo, 60% a 80% dos óbitos papel importante no acompanhamento das
ocorrem em crianças com menos de 28 dias de gestantes e dos RNs, como também no
vida, ou seja, durante o período neonatal.19 desenvolvimento de atividades de educação
A taxa de mortalidade infantil e seus em saúde que colaborem com a sociedade
apontando medidas para a redução dos óbitos
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(10):5968-75, out., 2013 5973
ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.4377-36619-1-ED.0710201325

Monteiro e Oliveira LF, Davim RMB, Silva RAR da et al. Mortalidade neonatal: estudo epidemiológico…

evitáveis. Por fim, são necessárias medidas de 9. Branden PS. Enfermagem materna –
controle para que estas melhorem a infantil. 2a ed. Rio de Janeiro, RJ: Reichmann
assistência prestada a gestante no pré-natal, e Affonso Editores; 2007.
parto e puerpério, de forma a promover a 10. Bezerra MA, Corrêa MSM, Andrade PCAS,
redução da morbimortalidade neonatal. Andrade YFV. Profile of the mortality of
infants affected by infections in neonatal
REFERÊNCIAS
intensive care unit. J Nurs UFPE on line
1. Rede Inter-Agencial de Informações para a [Internet]. 2010 [cited 2012 Apr
Saúde (RIPSA). Indicadores Básicos para a 30];4(4):[about 5 p.]. Available from:
Saúde no Brasil: Conceitos e Aplicações. www.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/r
Brasília: Organização Pan-americana da evista/article/view/1125/pdf_234
Saúde; 2008. 11. Ministério da Saúde (BR). Manual técnico
2. Lima EFA, Sousa AI, Primo CC. Mortalidade de Assistência Pré-Natal. Brasília: Ministério
Neonatal em Serra, Espírito Santo 2001-2005. da Saúde; 2006.
Rev enferm UERJ [Internet]. 2008 [cited 2012 12. Silva RCAF. Mortalidade Perinatal em
Mar 16];16(2):[about 5 p.]. Available from: Hospital Terciário da Região Norte do Brasil
http://revistas.um.es/eglobal/article/viewFil 2011 [dissertação]. Brasília (DF). Faculdade de
e/237/228 Ciências da Saúde – UNB; 2011.
3. Duarte EC, Schneider MC, P Paes-Sousa 13. Corrêa RRM, Salge AKM, Ribeiro GA, Ferraz
R, Silva JB, Castillo-Salgado C. Expectativa de MLF, Reis MA, Castro ECC, et al. Alterações
vida ao nascer e mortalidade no Brasil em anatomopatológicas da placenta e variações
1999: análise exploratória dos diferenciais do índice de Apgar. Rev bras saúde matern
regionais. Rev panam salud pública [Internet]. infant [Internet]. 2006 [cited 2012 Apr
2002 [cited Jan 15];12(6):[about 5 p]. 15];6(2):[about 5 p.]. Available from:
Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar
www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttex ttext&pid=S1519-
t&pid=S1020- 38292006000200012&Ing=pt&nrm=iso&tlng=pt
49892002001200009&Ing=pt&nrm=iso&tlng=pt 14. Avena MJ, Carvalho WB, Beppu OS.
4. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Avaliação da mecânica respiratória e da
Vigilância em Saúde. Saúde Brasil 2006: uma oxigenação pré e pós-aspiração de secreção
análise da situação da saúde. Brasília: em crianças submetidas à ventilação pulmonar
Ministério da Saúde; 2006. mecânica. Rev Assoc Med Bras [Internet]. 2003
5. Egewarth C, Pires FDA, Guardiola A. [cited Apr 10];49 (2):[about 5 p.]. Available
Avaliação da idade gestacional de recém from:
nascidos pré-termo através do exame http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
neurológico e das escalas neonatais e 42202003000200033&script=sci_arttex&tlng=e
obstétrica. Arq Neuro-Psiquiatr [Internet]. s
2002 [cited 2012 Mar 16];60(3b):[about 5 p.]. 15. Lansky S. Perinatologia: situação atual e
Available from: perspectivas. In: Alnes Filho N, Correa MD.
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& Perinatologia Básica. 3rd ed. Rio de Janeiro,
pid=S0004-282X2002000500014 RJ: Guanabara Koogan; 2006. p. 1-6.
6. Ministério da Saúde (BR). Resolução n.º 16. Lansky S, França E. Mortalidade Infantil
196/96, de 10 de outubro de 1996. Conselho Neonatal no Brasil: Situação, Tendências e
Nacional de Saúde. Regulamenta pesquisa Perspectivas. Texto elaborado por solicitação
envolvendo seres humanos. Brasília: Ministério da RIPSA para informe de situação e
da Saúde; 1996. tendências: demografia e saúde. Texto de
7. Cloherty JP, Eidhenwald EC, Stark AR. apoio, texto 3. Belo Horizonte; 2008.
Manual de Neonatologia. 5a ed. Rio de 17. Mathias, TAF, Assunção AN, Silva GF.
Janeiro, RJ: Guanabara Koogan; 2005. Óbitos Infantis Investigados pelo comitê de
8. Gama SGN, Szwarcwald CL, Leal MC. prevenção da mortalidade em região do
Experiência de gravidez na adolescência, estado do Paraná. Rev Esc Enferm USP
fatores associados e resultados perinatais [Internet]. 2008 [cited Jan 10];42 (3):[about 5
entre puérperas de baixa renda. Cad saúde p]. Available from:
pública [Internet]. 2002 [cited 2012 July www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issues$pi
07];18(1):[about 5 p.]. Available from: d=0080-6234&Ing=e&nrm=iso
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext8p 18. Gomella TL. Neonatologia: manejo,
id=S0102- procedimentos, problemas no plantão,
311X200200001000016&Ing=pt8nrm=iso&tlng= doenças e farmacologia neonatal. 5a ed. Porto
pt Alegre, RS: 2006.
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(10):5968-75, out., 2013 5974
ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.4377-36619-1-ED.0710201325

Monteiro e Oliveira LF, Davim RMB, Silva RAR da et al. Mortalidade neonatal: estudo epidemiológico…

19. Ferrari, LSL, Brito ASJ, Carvalho ABR,


Gonzáles MRC. Mortalidade neonatal no
município de Londrina, Paraná, Brasil, nos
anos 1994, 1999 e 2002. Cad saúde pública
[Internet]. 2006 [cited Jan 10];22(5):[about 5
p]. Available from:
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid-S0102-
311X2006000500019&Ing=pt&nrm=iso&tlng=pt
20. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de
Vigilância em Saúde. Dados e indicadores
selecionados – Ano 4, n. 2. Brasília: Ministério
da Saúde; 2006.

Submissão: 05/05/2012
Aceito: 17/08/2013
Publicado: 01/10/2013
Correspondência
Rejane Marie Barbosa Davim
Av. Rui Barbosa, 1100 / Bloco C / Ap. 804
Bairro Lagoa Nova
CEP: 59056-300 ― Natal (RN), Brasil

Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(10):5968-75, out., 2013 5975

Você também pode gostar