DISCENTE: RAFAELA LIMA DO CARMO Mortalidade materna na região Norte É notório a alta taxa de mortalidade materna na região Norte em uma perspectiva de desigualdade regional, social e econômica. Nesse sentido, é relevante a compreensão das desigualdades que ocorrem na região Norte, ou seja, as causas e consequências sociais que a mortalidade materna pode causar na população. Desse modo, por ser um grave problema de saúde pública, é imprescindível abordar todos os aspectos envolvidos na ocorrência desses óbitos, visando proporcionar dados que colaborem na redução da morte materna e melhorem a assistência pré-natal. Uma das causas fundamentais da alta taxa de mortalidade materna na região norte é a falta de acesso a cuidados pré-natais e obstétricos de qualidade. Muitas mulheres enfrentam dificuldades para obter assistência médica adequada, seja devido à distância física até os centros de saúde, falta de transporte confiável ou a ausência de instalações médicas bem equipadas. Além disso, a falta de informações sobre a importância do pré- natal e a falta de conscientização sobre os sinais de complicações durante a gravidez são fatores contribuintes. Então, a mortalidade materna possui grande relevância social, pois se trata de um indicador da saúde da mulher e da população em geral, contribuindo para o conhecimento de desigualdades quando comparados índices de populações de países e regiões geográficas em diferentes graus de desenvolvimento. Dentro da área de pesquisa estudada, os possíveis temas que estão relacionados são: saúde materna e reprodutiva; atenção neonatal; desigualdade social e econômica; acesso a serviços de saúde; determinantes sociais de saúde; epidemiologia; educação em saúde. Sendo assim, o recorte de pesquisa que mais ajudou foi a área das ciências da saúde, que foram achados a maior parte dos trabalhos usados. Ou seja, a da mortalidade materna tem grande relevância acadêmica e representa um campo de estudo crítico e multidisciplinar. Acadêmicos, pesquisadores e profissionais de saúde estão profundamente envolvidos na análise, pesquisa e busca por soluções para reduzir a mortalidade materna em nível global. Sendo alvo de estudos em diversas disciplinas, incluindo: medicina e obstetrícia, saúde pública, epidemiologia, sociologia e antropologia etc. Desse modo, existem diversas fontes confiáveis sobre o tema, são eles: PubMed, Google Acadêmico, OMS, (Organização Mundial da Saúde), bibliotecas universitárias etc. Ademais, existem diversos desenvolvimentos conceituais importantes, como a abordagem dos três “Delays”, onde é proposto três atrasos críticos que podem levar a mortalidade materna; modelo da esfera do cuidado materno, amplia a perspectiva além da morte materna; enfoque na equidade em saúde; integração da tecnologia e inovação etc. A mortalidade materna começou a ser estudada por pesquisadores a partir do século XX. Então, a preocupação com a saúde das mulheres durante a gravidez, parto e pós-parto sempre existiu, mas a abordagem sistemática e a coleta de dados para entender a mortalidade materna começaram a se desenvolver mais formalmente no século XIX e início do século XX. Nos últimos anos tem sido falado, sobre o uso dos dados do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), SINASC (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) e SIH-SUS (Morbidade Hospitalar do SUS), por meio de relacionamento probabilístico de registros, essa metodologia tem ampliado as estratégias de identificação das mortes materna. A maioria dos estudos confirmou níveis elevados de subnotificação dos óbitos maternos, em torno de 40 a 50%, assim como informação ausente nas declarações para variáveis importantes como cor da pele e escolaridade. Em relação aos achados principais dos estudos, observaram-se variações muito grandes da RMM no Brasil, principalmente entre as regiões Norte-Nordeste. Nos estudos brasileiros, muitas vezes essas causas da RMM estão associadas a classificação de doenças hipertensivas, mas quando estratificadas, revela-se a predominância da eclampsia. Além disso, existe várias definições existentes relacionados a mortalidade materna, são eles: Definição geral; definição da OMS; definição ampliada da OMS; definição da união internacional para o controle de natalidade e a definição do fundo de população das nações unidas. Existe a polemica da área relacionada as definições e classificações, que podem variar entre países e organizações, o que afeta a coleta de dados e a comparação internacional. Em conclusão, a mortalidade materna na região Norte do Brasil é uma questão complexa e multifacetada, influenciada por fatores socioeconômicos, culturais e de acesso à saúde. Ou seja, existem várias lacunas sobre a mortalidade materna, apesar da tecnologia avançada e do reconhecimento de algumas medidas de prevenção, muitas mulheres morrem diariamente por complicações no ciclo gravídico-puerperal. Além disso, a pergunta principal dos pesquisadores que ainda está sem respostas, envolve a eliminação das disparidades socioeconômicas, culturais e geográficas que contribuem para altas taxas de mortalidade materna em comunidades marginalizadas e de baixa renda. Sendo assim, as possíveis soluções para este problema é o investimento em infraestrutura de saúde para garantir a presença de instalações de saúde bem equipadas, especialmente em áreas rurais e remotas, onde as taxas de mortalidade materna geralmente são mais altas. Além disso, investir na formação, capacitação e alocação de profissionais de saúde qualificados, incluindo parteiras, enfermeiros, médicos e parteiras tradicionais, para oferecer cuidados pré-natais, durante o parto e pós-parto nas comunidades marginalizadas Somente através de uma abordagem holística e colaborativa podemos alcançar a redução eficaz da mortalidade materna e garantir um futuro mais saudável para as mulheres na região norte e em todo o país.