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Universidade Luterana do Brasil - Ulbra Torres

Política Nacional de Atenção


Integral à Saúde da Mulher

Acadêmicos: Cláudia Graber, Eduardo Alves Souza, Kallyandra Mary F.


Melo, Mariana A. Valim Machado, Tuany Fernandes Candiago.
Professora Dione Matos de Souza Cardoso
01/2021
Saúde da Mulher e o Enfoque de Gênero

• Na literatura sobre saúde da mulher encontramos duas análises:


• Restrita: Aspectos biológicos e anatômicos;

• Ampla: Além dos aspectos biológicos, também são considerados direitos humanos e

cidadania.
• Saúde e doença dependem de fatores sociais, econômicos, culturais e históricos.

• Desigualdades históricas entre homens e mulheres: forte impacto nas condições de saúde

da mulher.
Evolução das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher

• A saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde nas primeiras décadas do século XX, limitando a

gravidez e ao parto;
• Os programas materno-infantis foram elaborados nas décadas de 30, 50 e 70 restringindo a mulher ao papel de mãe e

doméstica, tais programas apresentavam vulnerabilidade e falta de integração com os outros programas;
• O movimento feminista brasileiro criticava a tais programas atuando fortemente no campo da Saúde, introduzindo na

agenda política nacional questões deixadas a segundo plano;


Evolução das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher

• O movimento argumentava que as desigualdades nas relações sociais entre homens e

mulheres se traduziam também em problemas de saúde que afetavam na maioria das

vezes a classe feminina;


• As mulheres organizadas reivindicaram sua condição de sujeitos de direito, com

necessidades que vão além da gestação e parto, que leve em conta as particularidades

dos diferentes grupos populacionais, condições sociais, econômicas, culturais e

afetivas;
• Em 1984 o ministério da Saúde elaborou o Programa De Assistência Integral à Saúde

da Mulher, que incorporou como princípios e diretrizes propostas de descentralização,

hierarquização e regionalização (PAISM);


Evolução das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher

• O novo programa para a saúde da mulher incluía ações educativas preventivas de diagnóstico, tratamento e

recuperação, assistência à mulher em clínica ginecológica, pré-natal, parto, puerpério, climatério, planejamento

familiar, DST, câncer de colo de útero e mama, bem como outras necessidades identificadas a partir do perfil

populacional das mulheres;


• O processo de construção do SUS tem grande influência sobre a implementação do PAISM, o SUS vem sendo

implementado com base nos princípios e diretrizes contidos na Legislação Básica, Constituição de 1988 Lei 8.080 e

Lei 8.142, Normas Operacionais Básicas E Normas Operacionais De Assistência À Saúde;


Evolução das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher

• A municipalização da gestão do SUS vem se constituindo num espaço privilegiado de reorganização das ações e dos

serviços básicos, sendo integrado ao sistema à saúde da mulher;


• O processo de implantação e implementação do PAISM apresenta especificidades no período de 84 a 89 e na década

de 90, sofrendo influências a partir da proposição do SUS, pelas características da nova Política De Saúde, pelo

processo de municipalização e pela reorganização da Atenção Básica Por meio da Estratégia Do Programa Saúde Da

Família;
• Para enfrentar esse tipo de problema o ministério da Saúde editou a norma operacional de assistência à saúde (NOAS

2001) que amplia as responsabilidades dos municípios na atenção básica, na área da saúde da mulher estabelece para
os municípios a garantia das ações básicas mínimas de pré-natal e puerpério, planejamento familiar, prevenção do

câncer de colo uterino, acesso as ações de maior complexidade;


Evolução das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher

• Delimitar as ações básicas mínimas para o âmbito municipal resulta do reconhecimento das dificuldades para

consolidação do SUS, ainda existem lacunas na atenção à saúde da população, porém essa proposta não abrange todo

o conjunto de ações previstas nos documentos que norteiam a política de atenção integral à saúde da mulher, que a

partir de 2003 contempla outros segmentos da população feminina;


• O nível federal de administração apresentou muitas dificuldades e descontinuidade no processo de assessoria e apoio

para implementação do PAISM, somente a partir de19 98 a saúde da mulher passou a ser considerada uma prioridade

para o governo;
• No período de 1998 a 2002 trabalhou-se a resolução de problemas priorizando a redução da mortalidade materna,

porém incorporou-se um tema novo: a violência sexual;


Evolução das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher

• Ainda existem várias lacunas: atenção ao climatério e menopausa,

queixas ginecológicas, infertilidade, saúde da mulher na

adolescência, doenças crônico-degenerativas, saúde ocupacional,

saúde mental, doenças infecto-contagiosas e a inclusão da

perspectiva de gênero e raça nas ações a serem desenvolvidas;


• Em 2003 área técnica de Saúde da mulher identifica ainda a

necessidade de articulação com outras áreas como atenção as


mulheres rurais, com deficiência, negras, indígenas, presidiárias e

lésbicas.
Situação Sociodemográfica

As mulheres representam a maioria da população brasileira (51%) e as principais usuárias do Sistema Único de Saúde.
Vivem mais do que os homens, porém, adoecem mais frequentemente e são mais vulneráveis a certas doenças. Essa

desigualdade quantitativa entre os gêneros ocorre principalmente em virtude da maior expectativa de vida feminina e da
maior mortalidade de jovens do sexo masculino. De acordo com o IBGE, as mulheres vivem, em média, sete anos a mais

do que os homens no país. Além disso, enquanto a expectativa de vida das mulheres é de 78,6 anos, a expectativa de vida
da população masculina é de 71,3 anos. Isso ocorre porque as mulheres, na maioria das vezes, possuem hábitos mais

saudáveis do que os homens, além de procurarem com mais frequência acompanhamento médico, o que permite a
identificação e o tratamento de possíveis doenças.
Situação Sociodemográfica
Situação Sociodemográfica

Segundo Corral (2000), as dificuldades enfrentadas pelas mulheres podem ser demonstradas pela diferenciação dos salários
entre elas e os homens, mesmo quando realizam trabalhos idênticos, e também pelo crescimento do número de famílias

pobres chefiadas exclusivamente por mulheres. Para essa autora, muitos fatores devem ser analisados para se identificar as
desigualdades existentes no Brasil.
Breve Diagnóstico da Situação da
Saúde da Mulher no Brasil

• Política Nacional de Atenção Integral à Saúde

mental da Mulher – princípios e diretrizes;


• O que é?

• Saúde da Mulher e o Enfoque de Gênero;

• Políticas saúde mental da mulher (lugares);

• CRAM – centro de referência de atendimento à

mulher;
• Na pandemia.
Humanização e Qualidade: Princípios para uma Política
de Atenção Integral à Saúde da Mulher

As histórias das mulheres na busca pelos serviços de saúde expressam discriminação, frustrações e violações
dos direitos e aparecem como fonte de tensão e mal-estar psíquico-físico. Por essa razão, a humanização e a
qualidade da atenção implicam na promoção, reconhecimento, e respeito aos seus direitos humanos, dentro de

um marco ético que garanta a saúde integral e seu bem-estar.


Humanização e Qualidade: Princípios para uma Política
de Atenção Integral à Saúde da Mulher

Humanizar e qualificar a atenção em saúde é aprender a compartilhar saberes e reconhecer direitos. A atenção

humanizada e de boa qualidade implica no estabelecimento de relações entre sujeitos, seres semelhantes, ainda
que possam apresentar-se muito distintos conforme suas condições sociais, raciais, étnicas, culturais e de

gênero. A humanização é muito mais do que tratar bem, com delicadeza ou de forma amigável.
Diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral
à Saúde da Mulher

Objetivos Gerais da Política Nacional de Atenção


Integral à Saúde da Mulher
Objetivos Específicos e Estratégias da Política Nacional
de Atenção Integral à Saúde da Mulher

• ·Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive para as portadoras da infecção pelo HIV e

outras DST;
• ·Estimular a implantação e implementação da assistência em planejamento familiar, para homens e

mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde;


• ·Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo a assistência ao

abortamento em condições inseguras, para mulheres e adolescentes;


• ·Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual;
• ·Promover, conjuntamente com o PN-DST/AIDS, a prevenção e o controle das doenças sexualmente

transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids na população feminina;


Objetivos Específicos e Estratégias da Política Nacional
de Atenção Integral à Saúde da Mulher

• Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina;


• Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob o enfoque de

gênero;
• Implantar e implementar a atenção à saúde da mulher no climatério;

• Promover a atenção à saúde da mulher na terceira idade;

• Promover a atenção à saúde da mulher negra;

• Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da cidade;


• Promover a atenção à saúde da mulher indígena;
Objetivos Específicos e Estratégias da Política Nacional
de Atenção Integral à Saúde da Mulher

• Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão, incluindo a promoção das ações de

prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids nessa população;
• Fortalecer a participação e o controle social na definição e implementação das políticas de atenção integral

à saúde das mulheres.


Obrigado!

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