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Seminário Integrador da Saúde da Mulher

Políticas de Atenção à Saúde


da Mulher

Profa. Esp. THÂMARA SILVA RIBEIRO RAMOS


Seminário Integrador da Saúde da Mulher

• Sumário
Estudaremos sobre o Programa de
Assistência Integral à Saúde da Mulher
(PAISM) e a Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher.
FIQUE SABENDO!
As mulheres são a maioria da população
brasileira (50,77%) e as principais usuárias
do Sistema Único de Saúde (SUS).

A situação de saúde envolve diversos


aspectos da vida, como a relação com o
meio ambiente, o lazer, a alimentação e as
condições de trabalho, moradia e renda.

As mulheres vivem mais do que os


homens, porém adoecem mais
frequentemente.

QUAL O CONCEITO DE
SAÚDE DA MULHER?
SAÚDE DA MULHER

Em 1994, na Conferência Internacional sobre População


e Desenvolvimento, a saúde reprodutiva foi definida como “um
estado de completo bem-estar físico, mental e social em todas
as matérias concernentes ao sistema reprodutivo, suas funções
e processos, e não apenas mera ausência de doença ou
enfermidade. A saúde reprodutiva implica, por conseguinte,
que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória,
tendo a capacidade de reproduzir e a liberdade de decidir
sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo” (CIPD, 1994).
Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher

• Uma assistência de qualidade à saúde da mulher


deve contemplar as questões psicológicas, sociais,
biológicas, sexuais, ambientais e culturais, porém,
o enfoque biologicista e medicalizador hegemônico
deve ser superado.
Início do século XX
• Nas primeiras décadas do século passado, alguns
programas relacionados à saúde da mulher foram
incorporados às políticas nacionais restringindo-se
às demandas relativas à gravidez e ao parto.
Inicialmente, a estratégia preconizava a proteção de
crianças e gestantes, isto é, a população mais
vulnerável. Por isso, foi muito criticada pela
ausência de protocolos aos demais ciclos de vida.
Programa de Assistência Integral à
Saúde da Mulher
• Foi elaborado pelo Ministério da Saúde, em 1984,
o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher
(PAISM), no momento em que estava sendo criada a base
para a formulação do Sistema Único de Saúde (SUS).
A partir de então, o plano de assistência à mulher foi
composto por ações preventivas, educativas, de
diagnóstico, tratamento e recuperação em diferentes
âmbitos, como obstetrícia, ginecologia, planejamento
familiar, DSTs, câncer de colo e de mama. Apesar do
processo de implantação do PAISM ter sido influenciado
pela proposição do SUS, houve dificuldades políticas,
técnicas e administrativas em todos os municípios.
Norma Operacional de Assistência
à Saúde

• O Ministério da Saúde editou a Norma Operacional


de Assistência à Saúde (NOAS), em 2001, a fim de
ampliar as responsabilidades do município em
atenção básica e definir a regionalização da
assistência, fortalecendo a gestão do SUS.
Norma Operacional de Assistência
à Saúde
Em relação à mulher, foi previsto que deveriam ser garantidas
ações básicas mínimas de:
• pré-natal e puerpério,
• planejamento familiar
• prevenção do câncer de colo uterino, bem como o acesso a
ações de maior complexidade.
Porém, essa proposta não abrange todo o conjunto de ações
previstas nos documentos que norteiam a Política de
Atenção Integral à Saúde da Mulher, que passa a
contemplar, a partir de 2003, a atenção a segmentos da
população feminina ainda inviabilizados.
Rede Cegonha

• Em 2011, foi criada a Rede Cegonha para assegurar


às mulheres seu direito ao planejamento
reprodutivo, assim como uma atenção humanizada
à gravidez, ao parto e ao puerpério, além de
garantir às crianças o direito ao nascimento seguro
e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Rede Cegonha

Nesse mesmo ano, o Ministério da Saúde, juntamente


com diversos setores, elaborou um documento com
a segunda versão da Política de Diretrizes para a
Humanização e a Qualidade do Atendimento, a
qual traz uma série de diretrizes e objetivos
Políticas voltadas para a saúde da
mulher
Proteção de
crianças e Início do século XX
gestantes
Programa de
Assistência Integral à
1984 Saúde da Mulher
(PAISM)

Norma Operacional
de Assistência à 2001
Saúde (NOAS)

Rede Cegonha
• Política de Diretrizes
2011 para a Humanização e
a Qualidade do
Atendimento
Política de Diretrizes para a Humanização
e a Qualidade do Atendimento
Diretrizes e Objetivos:
• Garantir os direitos e promover a melhoria nas condições
de vida das mulheres por meio da ampliação do acesso aos
meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e
recuperação da saúde em todo território brasileiro.
• Colaborar para a diminuição da morbidade e mortalidade
da mulher no Brasil, principalmente por causas evitáveis,
em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos
populacionais, sem discriminação de qualquer espécie.
• Humanizar, ampliar e qualificar a atenção à mulher no SUS.
Atualmente, o Plano Nacional de
Políticas para as Mulheres (PNPM),
elaborado a partir da realização de três
conferências nacionais (2004, 2007 e
2011), tem sido um norteador para as
políticas de atenção à saúde da mulher.
A proposta de modelo de atenção integral ela-
borada pela Política de Saúde da Mulher visa
atender às necessidades da população feminina,
assim como os problemas de ordem reprodutiva,
visando também diminuir suas doenças. Trata-se de
uma política que varia em cada município,
atendendo, além das necessidades gerais, às
demandas da população local.
SAÚDE DA MULHER: LINHA DO TEMPO
DAS CONQUISTAS
Breve diagnóstico
da Situação da Saúde
da Mulher no Brasil

No Brasil, as principais causas de morte da população feminina


são as doenças cardiovasculares, destacando-se o infarto agudo
do miocárdio e o acidente vascular cerebral; as neoplasias,
principalmente o câncer de mama, de pulmão e o de colo do
útero; as doenças do aparelho respiratório, marcadamente as
pneumonias (que podem estar encobrindo casos de aids não
diagnosticados); doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas,
com destaque para o diabetes; e as causas externas (MINISTÉRIO
DA SAÚDE).
INDICAÇÃO PARA LEITURA
Feminicídio e violência contra a
mulher

A violência contra a mulher não é somente um


problema individual, mas, sim, da sociedade. Esse
tipo de violência é composto por várias formas de
agressão, sejam elas de caráter físico, psicológico,
sexual e patrimonial, de maneira contínua, podendo
terminar em feminicídio.
cometido por homens é a manifestação mais
grave de violência, e é motivado por ódio,
desprezo, prazer ou até sentimento de
propriedade
Feminicídio e violência contra a
mulher

É um termo utilizado para definir um assassinato por


questão de gênero, simplesmente a vítima é morta
por ser mulher.

Em 2015, a Lei nº 13.104 alterou o Código Penal e


incluiu o feminicídio como um dos crimes
hediondos, passando, então, a ser entendido como
homicídio qualificado contra as mulheres.
Feminicídio e violência contra a
mulher

Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006),


que é considerada pela Organização
das Nações Unidas (ONU) uma das
três leis mais avançadas do mundo em
relação ao enfrentamento à violência
contra as mulheres. Além de abordar
agressões físicas, sexuais e
psicológicas, contempla também as
questões morais e patrimoniais.
Feminicídio e violência contra a
mulher

A notificação da violência contra


a mulher foi implementada em
2006, mas somente a partir de
2011 ela se tornou compulsória
para serviços
públicos e privados.
Feminicídio e violência contra a
mulher
• Alguns fatores podem aumentar a vulnerabilidade
das mulheres assassinadas pelos parceiros íntimos,
e incluem:
• a diferença de idade;
• a união não formalizada;
• as tentativas prévias da mulher em obter a
separação e;
• histórias repetidas de violência e agressões.
Reflita.....

• Um dado curioso constatado é que mulheres com


nível de escolaridade e situação socioeconômica
melhores do que seus companheiros estão em
maior risco. Reflita nesta questão, pensando nos
reais motivos que levam o companheiro a tomar
uma decisão tão violenta.
Política Nacional de Enfrentamento à
Violência contra a Mulher
Combate
Prevenção
Ações de Responsabilização;
Ações Educativas e Culturais
Cumprim. da Lei Mª da Penha
que Interfiram nos padrões
(Lei 11.340/2006) e da Lei do
sexistas e machistas
Feminicídio (Lei 13.104/2015)

Dimensões do
Enfrentamento à Violência
contra as Mulheres
Garantia de Direitos
Assistência
Cumprimento da legislação
Fortalecimento da Rede de
nacional/internacional para
Atendimento e Capacitação
o empoderamento das
de Agentes Públicos
mulheres
Feminicídio e violência contra a
mulher
Nesse contexto, a assistência de enfermagem deve:

✓ Prestar apoio e acolhimento.


✓ Apoiar a mulher para que faça o registro do fato.
✓ Estabelecer um vínculo de confiança para resgatar
o histórico da violência.
✓ Promover um diálogo efetivo a respeito de como
lidar com o fato.
Feminicídio e violência contra a
mulher
Nesse contexto, a assistência de enfermagem deve:

✓ Encaminhá-la aos órgãos competentes quando


necessário.
✓ Sugerir acompanhamento psicológico.
✓ Encaminhar ou realizar atendimento em caso de
lesões.
✓ Sugerir acompanhamento e proteção em redes de
apoio.
Feminicídio e violência contra a
mulher

Nos casos de suspeita ou


confirmação da violência, tanto em
serviços públicos quanto em
privados, após o acolhimento e
atendimento, a notificação
compulsória deve ser devidamente
preenchida, sendo um instrumento
de garantia de direitos à vítima.
Planejamento reprodutivo
Antes denominado planejamento familiar, o planejamento
reprodutivo é um tema de extrema importância na saúde
feminina.
Define-se como o direito que os indivíduos têm de dispor de
uma vida sexual satisfatória e segura, com liberdade e
autonomia para decidir se reproduzir. Portanto, conforme a
Lei nº 9.263/96, todos devem ter acesso à escolha de
métodos anticoncepcionais eficientes, assim como aos
serviços de pré-natal, parto e puerpério.
Planejamento reprodutivo
Esse planejamento tem suas ações voltadas para o
fortalecimento dos direitos reprodutivos e sexuais
dos indivíduos e se baseiam em:
• ações clínicas
• preventivas, educativas,
• oferta de informações sobre os métodos
• métodos e técnicas para regulação da fecundidade.
Direitos reprodutivos
Os direitos reprodutivos dizem respeito:

• Ao fato de que as pessoas são livres e


responsáveis para decidir se querem ou não ter
filhos, quantos desejam e em qual momento.

• Ao acesso a informações, meios, métodos e


técnicas para ter ou não filhos. Ao exercício da
sexualidade sem discriminação, imposição ou
qualquer tipo de violência.
Direitos sexuais
Os direitos sexuais dizem respeito:
• Expressar a sexualidade sem discriminação.
• Escolher o parceiro.
• Viver plenamente a sexualidade livre de medos.
• Escolher ter ou não relação sexual,
independentemente da reprodução
• Expressar sua orientação sexual.
• Sexo seguro.
• Acesso aos serviços de qualidade sem
discriminação.
Planejamento reprodutivo
As ações que são de responsabilidade dos
profissionais que atuam na atenção básica, em
saúde reprodutiva, são:
• Aconselhamento.
• Atividades educativas e clínicas, de maneira
integrada.
• Avaliação clínica, na qual são realizados exames
físicos e prestadas orientações para um tratamento
adequado.
Planejamento reprodutivo

É ofertado a todos, homens e mulheres, jovens, casais


e até quem está iniciando sua vida sexual.
Planejamento reprodutivo

enfatiza-se que o profissional de saúde


deve ser ético, ter respeito e empatia,
valorizar a confidencialidade e o sigilo,
proporcionando privacidade, ter boa
capacidade de se comunicar, usar
linguagem clara e simples, acolher e
ser gentil, ter conhecimento técnico e
respeito às diferenças de crenças.
Obrigada!

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