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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

FISIOTERAPIA

ANA MARIA DE MATOS


ELIZANE GARCIA MOREIRA
LADIR MARIA FILIPINI
LEANDRO MARCOS FERREIRA RIBEIRO
MILAYLA VITÓRIA ARNAUD DOS SANTOS
TAINARA DOS SANTOS DA COSTA

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO

Tucuruí
2018
ANA MARIA DE MATOS
ELIZANE GARCIA MOREIRA
LADIR MARIA FILIPINI
LEANDRO MARCOS FERREIRA RIBEIRO
MILAYLA VITÓRIA ARNAUD DOS SANTOS
TAINARA DOS SANTOS DA COSTA

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO

Trabalho de Fisioterapia apresentado à Universidade


Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para
a obtenção de média bimestral na disciplina de
Metodologia Científica, Formação Integral em Saúde,
Ciências Moleculares e Celulares, Ciências
Morfofuncionais dos Sistemas Tegumentar, Locomotor e
Reprodutor; Seminário Interdisciplinar II.

Tucuruí
2018
Sumário
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................4
2 DESENVOLVIMENTO...............................................................................................5
3 CONCLUSÃO..........................................................................................................14
REFERÊNCIAS...........................................................................................................15
4

1 INTRODUÇÃO

A situação geradora de aprendizagem apresenta o caso de dona Maria


Dolores, uma senhora de 50 anos, que apresentava histórico de dislipidemia, astenia
(fraqueza muscular), mialgias (dores musculares), urina de cor escura (coca-cola),
febre alta e dispneia (dificuldade respiratória e por isso, procurou atendimento em
um hospital da região.
Com essa situação, será possível perceber a importância de uma boa
anamnese e, também, dos exames laboratoriais que são realizados com o objetivo
de confirmar um diagnóstico. Além disso, verifica-se que um atendimento integral,
humanizado e pautados nos princípios do sistema único é essencial para um bom
tratamento.
Após receber alta hospitalar, a paciente foi encaminhada para dar
continuidade no tratamento através da Estratégia de Saúde da Família. Nesse
contexto, será possível conhecer mais sobre a atuação da equipe multiprofissional e
das visitas domiciliares que são realizadas nos pacientes que necessitam.
Por fim, o mais imprescindível é notar que o paciente deve tratado de acordo
com a sua individualidade levando em conta o contexto pelo qual ele está inserido,
respeitando suas decisões e priorizando a eficiência.
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2 DESENVOLVIMENTO

De acordo com o exposto na Situação Geradora de Aprendizagem, após feito


o atendimento em um pronto atendimento de um hospital terciário na paciente Maria
Dolores, realizou-se a coleta dos exames laboratoriais, dentre eles, o dos níveis de
creatinoquinase (CK).
Conforme CLARKSON e HUBAL (2002), a concentração sanguínea da CK
tem sido um dos marcadores de doenças musculares mais estudados, e tem sido
considerada um bom marcador. Tudo isso porque, após a sua liberação a enzina CK
chega a corrente sanguínea com uma eleva concentração e sua avaliação é de
baixo custo.
Ela possui um papel central no metabolismo energético, principalmente no
cérebro, músculo cardíaco e esquelético, em que funciona como um sistema efetivo
de tampão para os níveis celulares de ATP, sendo crucial homeostase energética.
(PILLA ET AL., 2003).

A função da CK na célula é regular as concentrações de adenosina difosfato


(ADP) e adenosina trifosfato (ATP), pois ela é responsável por catalisar a
reação reversível entre a fosfocreatina (CP) e o ADP. A CK é uma proteína
dimérica globular composta de duas sub-unidades, com massa molecular de
43 kilodaltons (kDa) cada. (BRANCACCIO et. al. 2007)

Desta maneira, nota-se a importância da realização de exames,


principalmente de creatinoquinase em paciente com histórico de lesão muscular.
Além disso, um bom atendimento é primordial e considerando que, a paciente é do
sexo feminino, observa-se a importância dos avanços das políticas públicas de
saúde voltadas para esse público. Nesse contexto, surgiu o Programa de
Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) como resposta aos problemas de
saúde e às necessidades da população feminina, a fim de a saúde da mulher seja
englobada de forma integral.
De acordo com o Ministério de Saúde (2004), as mulheres são a maioria da
população brasileira (50,77%) e as principais usuárias do Sistema Único de Saúde
(SUS). Sendo assim, O PAISM, surgiu como uma forma diferenciada de abordagem
da saúde da mulher baseado no conceito de atenção integral a saúde das mulheres.
Sendo assim, mostrou-se um grande avanço uma vez que rompe com a visão
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tradicional acerca do tema, que centralizada o atendimento das mulheres somente


em questões relativas a reprodução. (OSIS, 1998)

O PAISM incorporou como princípios e diretrizes as propostas de


descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, bem como a
integralidade e a equidade da atenção e, ele é, acima de tudo, uma proposta de
construção conjunta e de respeito à autonomia dos diversos parceiros, sempre
enfatizando a importância do empoderamento das usuárias do SUS e sua
participação nas instâncias de controle social (BRASIL, 2004).
Os seus objetivos gerais são:

 Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres


brasileiras, mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e
ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção,
assistência e recuperação da saúde em todo território brasileiro.
 Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no
Brasil, especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e
nos diversos grupos populacionais, sem discriminação de qualquer
espécie.
 Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no
Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2004).

E os objetivos específicos:

1 Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive para as


portadoras de infecção pelo HIV e outras DST.
2 Estimular a implantação e implementação da assistência em planejamento
reprodutivo para homens e mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da
atenção integral à saúde.
3 Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada,
incluindo a assistência ao abortamento em condições inseguras, para
mulheres e adolescentes.
4 Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de violência
doméstica e sexual.
5 Promover, conjuntamente com o Departamento Nacional de DST/Aids, a
prevenção e o controle das doenças sexualmente transmissíveis e da
infecção pelo HIV/Aids na população feminina.
6 Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina.
7 Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob o
enfoque de gênero.
8 Implantar e implementar a atenção à saúde da mulheres no climatério.
9 Promover a atenção à saúde das mulheres idosas.
10 Promover a atenção à saúde das mulheres negras.
11 Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da cidade.
12 Promover a atenção à saúde das mulheres indígenas.
13 Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão.
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14 Fortalecer a participação e o controle sociais na definição e


implementação das políticas de atenção integral à saúde das mulheres
(BRASIL, 2004).

Como exposto acima, o programa também tem objetivo de implantar atenção


a saúde de mulheres no climatério, como é o caso da paciente em questão.

Climatério é a fase de transição entre o período reprodutivo e o não


reprodutivo da vida da mulher, estendendo-se até os 65 anos de idade.
Menopausa é um marco dessa fase, correspondendo ao último período
menstrual, somente reconhecida após passados 12 meses da sua
ocorrência. A idade média de ocorrência da menopausa é 50 anos.
Entre os sintomas que podem ocorrer no climatério/menopausa, alguns são
devido ao brusco desequilíbrio entre os hormônios e outros estão ligados ao
estado geral da mulher e ao estilo de vida adotado até então. A auto-
imagem, o papel e as relações sociais, as expectativas e projetos de vida
também contribuem para o aparecimento e a intensidade dos sintomas.
(BRASIL, 2004).

Desta forma, em consequência as ações desse programa no sistema público


de saúde, dona Maria recebeu atendimento integral e humanizado uma vez que os
profissionais envolvidos estavam preocupados com a saúde completa da paciente.
O PAISM garante o acesso de todas as mulheres, em qualquer ciclo de sua vida
informações e serviços integrados de atendimento, do nível mais simples ao mais
complexo, com cobertura para prevenção e atenção curativa.
Portanto, graças ao bom atendimento recebido e, conforme o histórico
levantado, verificou-se que a paciente apresentava astenia e mialgia e, cabe
ressaltar que há estudos que mostram que estudos demonstram que a perda de
30% do tecido muscular pode levar um indivíduo saudável a óbito. Nesse sentido,
cabe compreender o mecanismo de contração muscular a fim de entender o
contexto da doença da dona Maria.
Na grande maioria dos casos, o estímulo para contração muscular é um
impulso nervosa que chega até a fibra muscular através de um nervo. Ele se
propaga através das membranas das fibras chamadas sarcolema e chega ao
reticulo endoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado no
hialoplasma. O cálcio, ao entrar em contato com as miobrifilas, desbloqueia os sítios
de actina, permitindo assim que ela se ligue a miosina, iniciando, desta forma, a
contração muscular. Então, logo após o cessamento do estimulo, o cálcio é
rebombeado para o interior do retículo endoplasmático, o que faz cessar a contração
(VILELA, 2018).
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No que refere a energia necessária, a adenosina trifosfato é a principal forma


de energia química (FERREIRA, 2014). A manutenção da homeostase celular
depende de mecanismos que ajustem os processos de geração de ATP de acordo
com a demanda energética.

O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação,


que ocorre durante o relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina
mantém-se unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que
acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor
mortis) (VILELA, 2018).

Para que a homeostase funcione, ela depende de mecanismos que ajustem


os processos de TP de acordo com a demanda energética .

O funcionamento dos sistemas bioenergéticos celulares requer que a ATP


produzida e encaminhada aos sítios de utilização − as ATPases − seja
finamente acoplada à remoção dos produtos de sua hidrólise − adenosina
difosfato (ADP), Pi e H+ − de forma a evitar a inibição das ATPases,
possibilitando a continuidade dos processos biológicos (FERREIRA, 2014).

 A principal reserva de energia nas células musculares é a fosfato de creatina


(fosfocreatina ou creatina-fosfato). Ela foi descoberta em 1927 no tecido muscular. A
partir da quebra da fosfocreatina durante a contração foi gerada a creatina livre (Cr)
(VILELA, 2018).

Em 1962, Cain e Davies inibiram a enzima responsável pela transformação


da PCr em Cr, a creatina quinase (CK), e verificaram que os níveis de ATP
eram reduzidos rapidamente, até que as contrações musculares não mais
podiam ocorrer (FERREIRA, 2014).

Sendo assim, observa-se, de forma sucinta, que a energia é inicialmente


fornecida pela respiração celular é armazenada como fosfocreatina e na forma
de ATP. Ocorre que quando a fibra muscular precisa de energia a fim de manter a
contração, os grupos fosfatos ricos em energia são rapidamente transferidos da
fosfocreatina para o ADP e que consequentemente se transforma em ATP. Já
quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem seus estoques
de ATP e de fosfocreatina pois há grande intensificação da respiração celular. A
partir disso, utilizam glicogênio como combustível (VILELA, 2018).
Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo nervoso, a fibra
muscular mostra, em sequência, os seguintes eventos:
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1.  O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam íons Ca++ e Mg++ para


o citoplasma.
2. Em presença desses dois íons, a miosina adquire uma propriedade ATP
ásica, isto é, desdobra o ATP, liberando a energia de um radical fosfato:
3. A energia liberada provoca o deslizamento da actina entre os filamentos
de miosina, caracterizando o encurtamento das miofibrilas (VILELA, 2018).

Sendo assim, compreendendo o mecanismo de contração muscular, nota-se


também a importância do cálcio na vida das pessoas. E com isso, sabe-se que a
diminuição dos seus níveis pode provocar o acometimento de várias doenças como
é o caso da osteoporose.
Com o aumento da expectativa de vida da população, a osteoporose se
tornou bastante reconhecida no que se refere a saúde pública brasileira. Ela pode
ser definida como uma doença caracterizada por baixa massa óssea e
deteriorização da microarquitetura do tecido ósseo, causando fragilidade óssea e
aumento no risco de fraturas (RADOMINSKI et. al. 2004).
Entre as causas da osteoporose, podemos destacar as hormonais,
mecânicas, genéticas e nutricionais. Vale ressaltar que ela afeta indivíduos de idade
mais avançada, sobretudo mulheres na pós menopausa, uma vez que a diminuição
de estrógenos acelera a perda óssea. (ROSSI e BEDANI, 2005).
De acordo com pesquisas, uma mulher de 50 anos apresenta risco de fratura
osteoporótica durante a vida de 17,5% para o colo do fêmur, 15,6% para as
vertebras, 16% para o rádio distal, e de aproximadamente, de 40% em qualquer
outro local do esqueleto. Vale a pena destacar também as que microfraturas ocultas
são comuns em mulheres na pós-menopausa e indicam um aumento no risco de
três a cinco vezes de fraturas osteoporóticas (RADOMINSKI et. al. 2004).

Após a menopausa existe aumento da remodelação óssea com


conseqüente diminuição da massa óssea. A diminuição dos níveis de
estrogênios circulantes leva a uma ativação nos ciclos de remodelação
óssea, com predomínio nas fases de reabsorção em relação à formação,
devido ao aumento do número de osteoclastos na superfície dos ossos
trabeculares. Também tem sido sugerido que os osteoclastos tornam-se
mais ativos, possivelmente pela diminuição nas taxas de apoptose ao final
da fase de reabsorção, resultando em grandes cavidades que são
parcialmente reparadas pela atividade dos osteoblastos. Os estrogênios
atuam direta e indiretamente no osso. A maneira direta de atuação é via
receptores, e a indireta é mediada por citocinas e fatores locais de
crescimento. Existem diferenças fundamentais entre os padrões da perda
óssea que ocorre com o envelhecimento e a consequente deficiência
hormonal pós-menopausa. A perda óssea decorrente da menopausa é
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caracteristicamente associada à excessiva atividade dos osteoclastos,


enquanto a perda óssea associada ao envelhecimento é mais relacionada à
diminuição no número de osteoblastos. (RADOMINSKI et. al. 2004)

Portanto, a fim de prevenir e, até mesmo, de tratar a enfermidade é


necessário a adoção de hábitos saudáveis. É importante uma dieta rica em cálcio ou
da suplementação em casos de baixa ingestão, pois ele é um nutriente essencial
para a manutenção da saúde em geral e, em especial, do tecido ósseo. Também se
faz importante a prática regular de exercícios físicos para a manutenção da
densidade mineral óssea e o tratamento da osteoporose. Evidências demonstraram
a efetividade da prática regular de exercícios para prevenção e tratamento da
osteoporose na mulher (RADOMINSKI et. al. 2004).
Desta forma, após compreender todo esse conhecimento e verificar que,
alimentação saudável e pratica de exercícios são essenciais para a saúde do ser
humano, é valido perceber que a atuação da equipe multiprofissional foi essencial
para a realização do tratamento adequado na Dona Maria. Após receber alta do
hospital, a paciente foi encaminhada para a Estratégia de Saúde da Família a fim de
dar continuidade no seu tratamento e receber as visitas domiciliares.
Com atenção integral, equânime e contínua, a ESF se fortalece como a
porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela busca promover a
qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a
saúde em risco, como falta de atividade física, má alimentação, uso de tabaco,
dentre outros. Nela atuam uma equipe multiprofissional composta por, no mínimo: (I)
médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e
Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; (III)
auxiliar ou técnico de enfermagem; e (IV) agentes comunitários de saúde. Podem
ser acrescentados a essa composição os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-
dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em
Saúde Bucal (BRASIL, 2012).
A Estratégia de Saúde da Família adota uma concepção ampla de saúde e
dos entendimentos do que determina o processo saúde-doença. Esse novo modelo
prevê uma responsabilização integral voltada, principalmente, para a atenção as
necessidades e prescreve uma reorganização do modelo assistencial de saúde
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brasileiro ancorada em princípios como universalidade, equidade e integralidade da


atenção (SORATTO, 2015).
Com isso, verifica-se a que se gera um resultado assistencial diferenciado
voltado para o conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, incluindo
a promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e
manutenção da saúde. A assistência tem como foco a individualidade e a
integralidade. Além disso, prevê-se ainda a produção de vínculos e o acolhimento,
associado ao conhecimento cientifico estruturado (SORATTO, 2015).

A ESF incorpora e reafirma as diretrizes e os princípios básicos do SUS


(universalidade, equidade, integralidade, regionalização, participação social
e descentralização) e se alicerça sobre três grandes pilares: a família, o
território e a responsabilização, além de ser respaldado pelo trabalho em
equipe. Para a ESF, a família deve ser entendida de forma integral e em seu
espaço social, abordando seu contexto socioeconômico e cultural,
considerando que é nela que ocorrem interações e conflitos que influenciam
diretamente a saúde das pessoas (Brasil, 1997). Para dar corpo a esse
modelo, entre as várias ações projetadas e em execução encontra--se a
prática sistemática das visitas domiciliárias (VDs), realizadas pelas equipes
de saúde da família (ESF) (CRUZ e BOURGET, 2010)

A visita domiciliar é realizada com o objetivo de subsidiar a intervenção do


processo saúde-doença dos indivíduos daquela região ou para auxiliar no
planejamento das ações visando a promoção da saúde da coletividade, também é
caracterizada pelo desenvolvimento de ações de promoção, prevenção e
reabilitação. Nesse sentido, é um instrumento essencial para que os integrantes das
equipes de saúde possam conhecer a realidade das famílias sob sua
responsabilidade (SANTOS E MORAIS, 2011).
De acordo com Lacerda et. al (2006), constituem os objetivos da visita
domiciliar:

 Conhecer o domicílio e suas características ambientais, identificando


socioeconômicas e culturais.
 Verificar a estrutura e a dinâmica familiares com elaboração do
genograma ou familiograma ou ecomapa.
 Identificar fatores de risco individuais e familiares.
 Prestar assistência ao paciente no seu próprio domicílio, especialmente
em caso de acamados.
 Auxiliar no controle e prevenção de doenças transmissíveis, agravos e
doenças não transmissíveis, estimulando a adesão ao tratamento,
medicamentoso ou não.
 Promover ações de promoção à saúde, incentivando a mudança de estilo
de vida.
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 Propiciar ao indivíduo e à família, a participação ativa no processo


saúdedoença.
 Adequar o atendimento às necessidades e expectativas do indivíduo e de
seus familiares.
 Intervir precocemente na evolução para complicações e internações
hospitalares.
 Estimular a independência e a autonomia do indivíduo e de sua família,
incentivando práticas para o autocuidado.
 Aperfeiçoar recursos disponíveis, no que tange a saúde pública,
promoção social e participação comunitária.

O Agente Comunitário de Saúde, componente estratégico da Equipe de


Saúde da Família, em meio as suas atribuições deve visitar mensalmente a
totalidade das famílias da sua área de abrangência. Já os demais profissionais da
equipe têm também a função de realizar visitas domiciliares, todavia, segundo o
Anexo I da Portaria nº 648/GM “quando indicado, ou necessário”, tornando
imprescindível priorizar as famílias com maior risco.
Para conhecer melhor a realidade das Estratégias de Saúde da Família,
foram realizadas visitas na ESF do Jardim Mariluce, no município de Tucuruí do
Pará. A ESF em questão conta com a equipe multidisciplinar toda completa,
inclusive com a equipe de saúde bucal.
O enfermeiro é o responsável pela unidade e o agentes comunitários de
saúde são os profissionais responsáveis por conhecer toda a área de abrangência
da unidade e realizar as visitas, conforme estipulado. Desta forma, o próprio ACS é
quem informa a unidade os casos mais complicados em que há a necessidade do
acompanhamento da equipe multiprofissional ou, algumas vezes, ocorre também
dos próprios parentes se dirigirem até o posto e informarem que uma pessoa
necessita daquele cuidado.
Durante as sextas férias, a equipe se dirige aos domicílios para realização
dessas visitas e estas são organizadas e priorizadas conforme o grau de
enfermidade. Caso haja necessidade, são realizas visitas mais de uma vez na
semana. Observa-se também que, em sua grande maioria, elas abrangem a
puérperas e pacientes acamados que já receberam alta hospitalar.
Dentre esses atendimentos, são realizados exames básicos como teste de
glicemia, aferição de pressão e ausculta pulmonar. Ademais, em caso de
necessidade, são realizados curativos, passagem de sonda, entre outros
procedimentos mais complexos.
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Portanto, pode-se afirmar que a visita domiciliar é essencial no contexto da


saúde da família, tudo isso porque viabiliza o acesso gratuito e integral a pessoas
que não tem condições de se locomover da sua residência até a unidade de saúde.
Ademais, garante a integralidade da assistência e o respeito aos princípios do
sistema único de saúde.
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3 CONCLUSÃO

De acordo com o exposto, faz-se essencial a realização dos exames


laboratoriais e a sua interpretação de maneira correta, uma vez que ele auxilia a
precisão do diagnóstico e, no caso em questão, os níveis de creatinoquinase é um
dos principais marcadores de doenças musculares.
Pode-se perceber também que a evolução dos programas do sistema único
de saúde, especialmente nos voltados para a mulher, refletem no bom atendimento
realizado hoje. É gratificante notar que o Programa de Assistência Integral à Saúde
da Mulher (PAISM) tem objetivo de atender a população feminina, sempre
respeitando suas particularidades.
Além de tudo isso, notou-se a importância de hábitos saudáveis,
principalmente, para as mulheres menopausadas que estão mais propensas ao
acometimento de algumas doenças.
Portanto, a situação geradora de aprendizagem sintetizou importantes
conhecimentos adquiridos ao longo do semestre.
15

REFERÊNCIAS

BRANCACCIO, P.; MAFFULLI, N.; LIMONGELLI, F.M. Creatine Kinase monitoring


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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, 2012

BRASIL, Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde da


mulher: princípios e diretrizes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2004.

CLARKSON, P.M.; HUBAL, M.J. Exercise-induced muscle damage in humans.


American Journal of Physical Medicine and Rehabilitation, v.81, n.11 (Suppl), p.
S52-269, 2002.

CRUZ, M. M BOURGET, M.M.M A Visita Domiciliária na Estratégia de Saúde da


Família: conhecendo as percepções das famílias. Saúde Soc. São Paulo, v.19,
n.3, p.605-613, 2010

FERREIRA, L. Papel do sistema da fosfocreatina na homeostase energética das


musculaturas esquelética e cardíaca. Einstein, São Paulo, v.12, n. 1, p. 126 – 131,
2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eins/v12n1/pt_1679-4508-eins-12-1-
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ROSSI E. A. BEDANI R. O consumo de cálcio e a osteoporose. Seminario:


Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 26, n. 1, p. 3-14, jan./jun. 2005

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família: percepção de enfermeiros. Cogitare Enferm. 2011 Jul/Set; 16(3):492-7

SORATTO, et. al. Estratégia saúde da família: uma inovação tecnológica em


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https://afh.bio.br/sistemas/sustentacao/4.php. Acesso em 10 de out. de 2018.

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