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FISIOLOGIA
DO TREINAMENTO PARA A HIPERTROFIA
1° Edição
2019
Legenda: Após a sessão, há uma ativação da mTOR/p70S6K que eleva a atividade do ribossomo. Com
o ribossomo estimulado, ocorre um aumento da tradução de RNA mensageiro (RNAm) em proteínas a
partir do uso de aminoácidos disponíveis na corrente sanguínea.
Legenda: Primeiramente, a enzima E1 gera a ativação da ubiquitina (UB). Após isso, a UB na forma
ativa é transferida para a enzima E2, que, em seguida, interage com a enzima E3 e a proteína-alvo a ser
degradada. Logo após a interação, a proteína-alvo que foi marcada é direcionada para o proteassoma
promover o processo de degradação de proteínas em aminoácidos.
As enzimas E3, denominadas como MuRF (E3 ubiquitin ligase muscle ring
finger) e Atrogina-1, vêm ganhando destaque como reguladores-chave na proteólise
muscular, uma vez que exercem a função de ligar a ubiquitina na proteína-alvo a ser
degradada. A expressão de MuRF e Atrogina-1 é controlada por um fator de transcrição
chamado de FoxO (forkhead box O). Lembrando que um fator de transcrição é uma
proteína que está localizada no citoplasma da célula, entretanto, após ser ativado, é
direcionado para o núcleo (DNA) para promover a transcrição de genes (RNA
mensageiro) que posteriormente os genes podem ser traduzidos em proteínas. Assim,
após FoxO ser ativado, esse fator de transcrição é direcionado para o DNA da célula e
começa a transcrever MurF e Atrogina-1, aumentando a atividade do sistema ubiquitina-
proteassoma e, consequentemente, a proteólise muscular (BODINE; BAEHR, 2014).
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Legenda: O cortisol e AMPK têm como função ativar o fator de transcrição FoxO, porém, a Insulina tem
um efeito de inibir a atividade do FoxO. Assim, durante uma sessão de treinamento resistido ocorre
aumento do cortisol, redução da Insulina e ativação da proteína intracelular AMPK. Essas alterações
promove um aumento da atividade do sistema ubiquitina-proteassoma, elevando a degradação de
proteínas em aminoácidos.
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Legenda: Durante o treinamento, a degradação de proteínas supera a síntese, justamente para que os
aminoácidos sejam utilizados para geração de energia. Imediatamente após o treino (0-4 horas) ainda
permanece a degradação de proteínas maior que a síntese, entretanto, após esse período ocorre um grande
aumento na síntese de proteínas, permanecendo elevado entre 16 a 48 horas após a sessão.
Referências
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Figura 1 – Reação de hidrólise do ATP para formar ADP, Pi (fosfato inorgânico), H+ (íons de
hidrogênio) e liberação de energia para a contração muscular.
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Legenda: Durante as repetições e durante a pausa, o ATP é utilizado para restaurar os estoques de PCr.
Durante as repetições, os estoques de PCr são utilizados para formar ATP para unir actina com miosina e
a contração muscular acontecer. Durante a pausa, os estoques de PCr são restaurados por meio do ATP
proveniente das mitocôndrias.
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Legenda: A figura mostra que, após 15-20 segundos de exercício intenso ocorre redução dos estoques de
PCr muscular. Após a execução de uma série no treinamento resistido, provavelmente há uma grande
redução nos estoques de PCr, no qual a duração da pausa determinará se a restauração de PCr será
completa ou incompleta.
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Legenda: A redução do pH, estoque de fosfocreatina (PCr) e acúmulo de Pi pode reduzir a função do
retículo sarcoplasmático em liberar o cálcio para a contração muscular. Com a redução do cálcio ocorre
uma menor interação entre actina e miosina e consequentemente força muscular.
A lógica que uma série com muitas repetições combinada com pausa curta é
necessária para causar uma maior depleção de PCr, e o estresse metabólico é
demonstrado em um estudo que mediu a PCr intramuscular e outros metabolitos no
vasto lateral antes e depois de várias séries de exercícios de membros inferiores com 10
repetições até a falha concêntrica com 2 minutos de pausa em fisiculturistas treinados. A
PCr intramuscular diminuiu de 21,3 ± 3,7 mmol / kg para 10,9 ± 2,5 mmol / kg (51% de
redução). Associado a isso, o estudo verificou um grande aumento sanguíneo de lactato
(17.3 mmol), sugerindo que realizar moderadas repetições com pausas curtas entre
séries gera uma grande depleção de PCr e aumento de lactato (TESCH et al., 1986).
Assim, o elevado estresse metabólico (acúmulo de H+ e redução de PCr)
acontece quando o tempo de contração durante as repetições é longo (altas
repetições/carga moderada/baixa), combinado com uma pausa moderada/curta entre
séries (menor que 2 minutos). O estudo de Gonzalez (2016) demonstrou que o
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Legenda: Foi observada uma diferença significativa entre as condições para lactato e GH (#: p<0.05). A
realização do treinamento com ênfase em estresse metabólico gera um grande aumento de lactato e GH na
corrente sanguínea.
Fonte: Adaptado de GONZALEZ et al., 2016.
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Legenda: A glicose entra no meio intracelular por meio do transportador de glicose 4 (GLUT4) e, ao
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Legenda: Quando a força requerida para realizar o movimento é baixa, as UMs tipo I (fibras lentas) são
recrutadas e pouca UMs tipo II (fibras rápidas) são recrutadas. Porém, quando a força requerida é alta,
ocorre um elevado recrutamento de UMs tipo II.
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Legenda: A realização de uma série com carga baixa com 50% da repetição máxima gera um baixo
estresse metabólico que não leva a uma redução na força muscular e, consequentemente, um baixo
recrutamento de fibras. Entretanto, a realização de uma série com carga baixa até a falha concêntrica gera
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Legenda: O IGF-1 sistêmico se liga ao receptor de insulina (IR) na membrana plasmática da célula
muscular, e ativa as proteínas PI3Q, AKT, mTOR e p70S6K, aumentando a síntese de proteínas nos
ribossomos. O GH pode aumentar a expressão de IGF-1 muscular, que atua de forma autócrina ou
parácrina, estimulando a síntese de proteínas de maneira semelhante ao IGF-1 sistêmico.
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Legenda: Foi observado que o treinamento com elevado estresse metabólico (hipertrofia) promoveu
maior produção de lactato e testosterona comparado aos protocolos com baixo estresse metabólico (força
e potência).
Fonte: Adaptado de McCaulley, 2008.
Legenda: O treinamento resistido com altas repetições, carga moderada/leve, próximo ou até a exaustão
com 1-2 minutos de pausa gera um aumento de lactato e H+ no sangue. Com o aumento desses
metabólitos no sangue, as glândulas liberam mais GH, IGF-1 e testosterona, no qual age no músculo.
estimulando a síntese de proteínas após a sessão.
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Figura 17 – Modelo de inchaço celular promovido durante o treinamento resistido com alto
estresse metabólico
Legenda: O acúmulo de H+ na célula muscular pode alterar a osmolaridade e ativar os canais de agua
denominados aguaporina-4 (AQP4). Com o canal aberto, a água do plasma entra no meio intracelular. O
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Drop-set
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Cluster-set
O método alongamento entre séries vem sendo muito utilizado por fisiculturistas
e praticantes do treinamento resistido. O método é caracterizado por realizar a pausa
entre séries com o músculo agonista do exercício no estado alongado, podendo realizar
o alongamento entre séries com a pausa total ou parcial. A principal finalidade do
método é potencializar o estresse metabólico. A hipótese é que o alongamento entre
séries pode aumentar ainda mais a liberação do GH, a hipóxia (redução de oxigênio
muscular), produção de espécies reativas de oxigênios e o pump muscular. Entretanto,
estudos crônicos são necessários para avaliar os efeitos deste método na hipertrofia
muscular.
Características do método alongamento entre séries:
carga moderada/baixa (30-75% de 1RM);
altas repetições por série (10-30);
3-5 séries por exercício;
1-2 minutos de pausa entre séries;
alongamento do músculo agonista durante a pausa total ou parcial.
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Referências
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DESCHENES, M. R. et al. Endurance and resistance exercise induce muscle fiber type
specific responses in androgen binding capacity. J Steroid Biochem Mol Biol, v. 50, n.
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adrenoceptor signaling in adult rat cardiac myocytes. Am J Physiol Cell Physiol, v.
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Legenda: Volume do músculo vasto lateral após 6 e 12 semanas de treinamento resistido com carga de
20% de 1RM (G20), 40% de 1RM (G40), 60% de 1RM (G60%) e 80% de 1RM (G80). * indica diferença
entre o momento pré-teste. # indica diferença entre o grupo G20.
Fonte: Adaptado de LASEVICIUS et al., 2018.
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Cluster-set
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Drop-set
A configuração do método drop-set pode acontecer de diferentes formas. O
método é caracterizado por realizar uma retirada de carga (~20%) após atingir a falha
concêntrica. De maneira geral, a finalidade do método é atingir um maior volume (mais
repetições) na série, aumentando o tempo de tensão no músculo esquelético. A estrutura
do método drop-set com ênfase em tensão mecânica deve ser:
carga alta (90-100% de 1RM);
realizar as repetições até a falha concêntrica (1-6);
após a falha concêntrica, retirar em torno de 20% da carga;
sem pausa, realizar repetições até a falha concêntrica novamente;
pausa entre séries moderada/longa (2-3 minutos).
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Excêntrica lenta
O método excêntrica lenta tem como principal objetivo aumentar o tempo de
tensão mecânica no músculo esquelético. O motivo de utilizar uma velocidade lenta na
fase excêntrica é que o músculo consegue produzir mais força na fase excêntrica
comparado à fase concêntrica. Portanto, ao diminuir a velocidade de execução, o
número de repetições não é reduzido. A estrutura do método excêntrica lenta com
ênfase em tensão mecânica deve ser:
carga alta (80-100% de 1RM);
realizar as repetições até a falha concêntrica (1-12);
realizar de 5 a 10 segundos de duração na fase excêntrica;
pausa entre séries moderada/longa (2-3 minutos).
Observem que a carga é elevada, para realizar em torno de 1 a 12 repetições (alta
tensão mecânica) e a pausa entre séries deve ser o suficiente para restaurar os estoques
de PCr e remover os H+, permitindo um bom desempenho nas próximas séries.
Excêntrica forçada
O método excêntrica forçada vem sendo utilizado por muitos praticantes do
treinamento resistido e alguns pesquisadores têm demonstrando eficiência desse método
em promover maior hipertrofia muscular e ganhos de força comparado ao treinamento
tradicional. Basicamente, o método tem como característica utilizar uma carga maior na
fase excêntrica comparado à fase concêntrica. Os estudos utilizam em torno de 40% a
mais de carga na fase excêntrica do que na fase concêntrica. Na prática, é difícil
mensurar estes 40% de carga, assim uma força manual de uma pessoa na fase excêntrica
em todas as repetições acaba sendo a maneira mais viável de utilizar o método.
Uma das possíveis explicações pelas quais a utilização deste método é
interessante para a hipertrofia muscular e ganhos de força é que na fase excêntrica o
músculo produz mais força comparado a fase concêntrica. Assim, a ativação muscular
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Referências
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protein synthesis to resistance exercise in young and old men. J Physiol, v. 587, n. 1, p.
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PSATHA, M. et al. A longitudinal MRI study of muscle atrophy during lower leg
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fj201801653RR, Dec 3 2018. ISSN 0892-6638.
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Legenda: Esquema demonstrando a fase degenerativa que é caracterizada pelas alterações na estrutura do
sarcômero, gerando inflamação, dor muscular e redução de força. Após isso, ocorre a fase regenerativa,
no qual ocorre um recrutamento de células do sistema imune para realizar o reparo tecidual e liberar
fatores anabólicos para estimular a síntese de proteínas nos ribossomos.
Uma das possibilidades que o dano muscular induzido pelo treinamento resistido
promove o processo de hipertrofia muscular é por meio do aumento na atividade de
células-satélite. As células-satélite residem entre a lâmina basal e o sarcolema das fibras
musculares e desempenham uma importante função sobre a regeneração muscular após
dano muscular severo e também na hipertrofia muscular. Embora uma sessão de
treinamento resistido com baixo dano muscular possa ativar as células-satélite, foi
verificado que a ativação das células satélites após a sessão é maior quando há
incidência de dano muscular (SNIJDERS et al., 2015), indicando que o dano muscular é
um gatilho para ativar as células satélites.
Após uma sessão de treinamento resistido com elevado dano muscular, as
células satélites saem do estado de repouso ou quiescência e são ativadas, migram e se
fundem para os espaços onde ocorreram as microlesões nas fibras musculares e
contribuem para o processo de regeneração celular. O ciclo das células satélites envolve
as fases de ativação, proliferação e diferenciação, como mostra a Figura 3. As células
satélites podem se diferenciar em mionúcleos (PEAKE; NEUBAUER, 2017). Os
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Figura 3 – Processo de diferenciação das células satélites em mionúcleos após o dano muscular.
Legenda: O dano muscular induzido pelo treinamento resistido ativa as células satélites que migram para
os locais onde ocorreu as microlesões para acelerar o processo de regeneração e se diferenciar em
mionúcleos.
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Legenda: Foi observado que para o mesmo treinamento resistido os participantes do estudo obtiveram
aumento dos mionúcleos de maneira diferente. Os autores observaram que os participantes que obtiveram
uma baixa responsividade na hipertrofia muscular não houve adição de novos mionúcleos. Mas os
indivíduos com alta e moderada reponsividade na hipertrofia muscular foram aqueles que aumentaram
mais a quantidade de mionúcleos.
Fonte: Adaptado de PETRELLA et al., (2009).
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Uma das possíveis explicações que o dano muscular é importante para promover
a hipertrofia muscular é por meio do aumento no recrutamento de células do sistema
imune no músculo. O dano muscular aumenta o recrutamento de neutrófilos e
macrófagos ao músculo com incidência de microlesões, sendo que essas células podem
contribuir para a hipertrofia muscular por liberar no músculo fatores anabólicos como:
espécies reativas de oxigênio (ERO), interleucina-6 (IL-6) e o fator de crescimento
mecânico (MGF), no qual esses todos esses fatores podem ativar a via mTOR/p70S6K e
a síntese de proteínas nos ribossomos (Figura 6). O aumento da síntese de proteínas é
necessário quando há dano muscular, justamente devido à necessidade de novas
proteínas para promover o processo de regeneração, já que o sarcômero sofreu diversas
alterações estruturais, como foi detalhado no início deste capítulo.
Recentemente, Gao et al. (2017) investigaram a influência da IL-6 na sinalização
mTOR e na síntese proteica em células do músculo esquelético. Foi observado que IL-6
pode aumentar a síntese de proteínas por se ligar no receptor gp130 na membrana
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Legenda: Após a infiltração, essas células liberam no músculo fatores anabólicos como as espécies
reativas de oxigênio (ERO), interleucina-6 (IL-6) e fator de crescimento mecânico (MGF), no qual ativam
a via mTOR/p70S6K e a síntese de proteínas nos ribossomos.
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Referências
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BARONI, B. M. et al. Full Range of Motion Induces Greater Muscle Damage Than
Partial Range of Motion in Elbow Flexion Exercise With Free Weights. J Strength
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DAMAS, F. et al. Early- and later-phases satellite cell responses and myonuclear
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5.1 Carga
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Legenda: O ganho de volume no quadríceps foi similar entre os grupos que realizaram carga baixa e carga
alta.
Fonte: Adaptado de MORTON et al. (2012).
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Legenda: Embora não tenham sido observadas diferenças significativas, o grupo que realizou as variações
nas zonas de repetições apresentou um tamanho de efeito maior do que o grupo que treinou com a zona de
repetições constantes.
Fonte: Adaptado de SCHOENFELD et al., (2016).
5.2 Volume
Semanas 1 2 3 4 5 6 7 8
Séries por
exercício 4 4 6 3 5 5 7 3
Repetições 25 a 30 8 a 12 1a5 10 a 12 25 a 30 8 a 12 1a5 10 a 12
Carga Baixa Moderada Alta Moderada Baixa Moderada Alta Moderada
Pausa 1 min 2 min 3 min 2 min 1 min 2 min 1 min 2 min
Tabela 3 – Exemplo de divisão do treinamento resistido para mulheres treinadas de acordo com
a frequência semanal.
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Tabela 3 – Exemplo de divisão do treinamento resistido para homens treinados de acordo com a
frequência semanal.
Frequência
semanal Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
4 x por Membros Membros Membros Membros
semana Inferiores Superiores Descanso Inferiores Superiores Descanso Descanso
Costas, Costas,
Peitoral, deltoide Peitoral, deltoide
deltoide posterior/ deltoide posterior/
6 x por anterior e medial e Membros anterior e medial e Membros
semana tríceps bíceps Inferiores tríceps bíceps Inferiores Descanso
Costas e
Peitoral e deltoide
5 x por deltoide medial/ Membros
semana anterior posterior Inferiores Bíceps Tríceps Descanso Descanso
Dificilmente podemos afirmar que uma divisão de treinamento pode ser mais
eficiente do que a outra para a hipertrofia muscular. É importante seguir a preferência
do praticante e aquela que seja mais eficiente para atingir um maior volume de
treinamento na semana. Existem outras maneiras de dividir o treinamento, podendo
enfatizar um determinado músculo que deseja melhorar. Aumentar o volume de treino
para o músculo que deseja melhorar é uma estratégia muito interessante, uma vez que os
estudos mostram que o volume (mais séries na semana) pode promover maiores
resultados. Assim, a preferência e o volume são critérios que você pode utilizar para
adotar uma determinada divisão de treinamento para treinados.
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Nota-se que na tabela que não foi utilizada uma variação nas margens de
repetições, indicando um treinamento não periodizado. Um detalhe importante é
relacionado à falha voluntária, pois vimos que não é necessário ir até a falha voluntária
ou concêntrica em indivíduos iniciantes. Diante disso, a tabela mostra que da semana 1
até a semana 6 a carga usada será para realizar de 8 a 12 repetições com um certo nível
de conforto, evidenciando que provavelmente faltará algumas repetições para chegar até
a falha muscular. Na semana 7 e 8, não foi modificado o número de repetições, mas se
pode observar que nessas semanas as repetições serão executadas próximo a falha
voluntária, ou seja, o indivíduo irá realizar as repetições estipuladas (8 a 12) e, no final
da série, deve-se apresentar um certo nível de desconforto. Para isso, é necessário
realizar um ajuste na carga em cada exercício, assim, com este ajuste de carga a
sobrecarga acontece e novas adaptações são alcançadas nesses indivíduos.
Na tabela 4, temos um exemplo de uma sessão de treinamento resistido para
iniciantes utilizando o método alternado por segmento, no qual a ordem dos exercícios
segue um padrão (superior, inferior e central). A realização de 2 a 3 sessões corpo
inteiro por 8 a 12 semanas, utilizando o exemplo da tabela 3, é suficiente para promover
grandes resultados com menor chance de lesões musculoesqueléticas em iniciantes.
Tabela 4 – Exemplo de uma sessão de treinamento resistido utilizando o método alternado por
segmentos para iniciantes
Exercícios Séries Repetições Pausa
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Panturrilha em pé 3 12 1 min
Referências
GRGIC, J.; SCHOENFELD, B. J. Are the Hypertrophic Adaptations to High and Low-
Load Resistance Training Muscle Fiber Type Specific? Front Physiol, v. 9, p. 402,
2018. ISSN 1664-042X (Print) 1664-042x.
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