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Paulo Henrique Duarte Ribeiro

A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO CONCORRENTE NO


PROCESSO DE ADAPTAÇÃO A HIPERTROFIA MUSCULAR

Belo Horizonte
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG
2011
Paulo Henrique Duarte Ribeiro

A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO CONCORRENTE NO


PROCESSO DE ADAPTAÇÃO A HIPERTROFIA MUSCULAR

Monografia apresentada ao
Curso de Graduação em
Educação Física da Escola de
Educação Física, Fisioterapia e
Terapia Ocupacional da
Universidade Federal de Minas
Gerais, como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel
em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Luciano


Sales Prado

Belo Horizonte
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG
2011
RESUMO

Atletas e praticantes de atividades físicas praticam em seus treinamentos,


exercícios aeróbios e de força simultaneamente. Entretanto, essa combinação
conhecida como treinamento concorrente (TC) tem demonstrado uma atenuação
da resposta adaptativa da força e hipertrofia muscular. O presente estudo analisou
uma série de artigos visando rever as implicações e efeitos do fenômeno da
interferência nas adaptações de força e hipertrofia muscular, assim como analisar
os possíveis mecanismos causadores desse fenômeno e possíveis formas de
atenuá-lo ou evitá-lo.

Palavras-chave: Treinamento de força. Treinamento de resistência. Treinamento


concorrente. Hipertrofia. Treinamento hipertrofia.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4
2 OBJETIVO ........................................................................................................ 6
3 METODOLOGIA ............................................................................................... 7
4 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 8
4.1 Treinamento de força ..................................................................................... 8
4.2 Resistência .................................................................................................... 10
4.2.1 Resistência Aeróbia .................................................................................... 11
4.2.2 Método de treinamento de resistência ........................................................ 12
4.3 Hipertrofia ..................................................................................................... 13
4.3.1 Treinamento para a Hipertrofia .................................................................. 14
4.4 Treinamento Concorrente ............................................................................. 15
4.5 Ordem das sessões de treinamento ............................................................. 21
5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 23
6 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 24
4

1 INTRODUÇÃO

O Treinamento concorrente (TC) consiste na realização de exercícios


que desenvolvam a força muscular e a resistência aeróbia, dentro da mesma
unidade de treino. Porém, este modelo de treinamento tem demonstrado uma
redução na resposta adaptativa crônica, caracterizada pela diminuição nos ganhos
de força e na hipertrofia muscular (KRAEMER et al, 1995) ; (PUTMAN, XU,
GILLIES, MACLEAN E BELL, 2004).

O treinamento concorrente vem sendo amplamente prescrito, entretanto


não existe um consenso com relação às possíveis interferências ou adaptações
nas habilidades quando elas são treinadas concorrentemente (HÂKKINEN et al.,
2003).

Estudo cujo objetivo era investigar os efeitos do treinamento concorrente


demonstrou uma redução do desempenho de força para o grupo que realizava o
treinamento concorrente em relação ao grupo que treinava força isolada.
(DUDLEY e FLECK, 1987; HICKSON et al., 1988). A maioria dos pesquisadores
sugere que os treinamentos de força e o treinamento aeróbio provocam
adaptações fisiológicas diferentes e às vezes opostas (TANAKA; SWENSEN,
1998), porém esses mecanismos adaptativos não estejam esclarecidos
(HÂKKINEN; KRAEMER, 2004).

Leveritt et al. (1999) apresentaram em sua revisão três possíveis


hipóteses cujos mecanismos foram relacionados ao efeito da concorrência: a) a
hipótese crônica da qual se propõe à idéia que, algumas adaptações morfo-
funcionais ocasionadas pelo treinamento exclusivo da resistência aeróbia são
distintas quando comparadas ao treinamento de força por si só; b) o overtraining,
isto é, o organismo não assimilaria um grande volume de treinamento para as
duas capacidades motoras; c) hipótese aguda, na qual após uma sessão de
5

treinamento de resistência aeróbia haveria uma fadiga residual que comprometeria


o treino de força na sessão subseqüente.

Devido às divergências existentes sobre a interferência do TC nas


adaptações de força e hipertrofia com o grande número de prescrições que
incluem as capacidades aeróbias e de força simultaneamente, é importante um
maior embasamento teórico das adaptações fisiológicas e morfológicas para
assim termos maiores condições para a prescrição de treinamentos que
desenvolvam ambas as capacidades.
6

2 OBJETIVO

O presente estudo tem o objetivo de investigar através da literatura já


existente, o possível efeito do treinamento concorrente sobre o processo da
adaptação da hipertrofia muscular, promovida principalmente pelo treinamento de
força. Por meio desse estudo tem-se a intenção de abordar as questões mais
relevantes sobre o assunto e permitir que os conceitos discutidos ajudem como
embasamento para a prescrição do treinamento concorrente.
7

3 METODOLOGIA

O presente estudo é constituído de uma revisão bibliográfica não


sistemática. A pesquisa foi baseada nas referencias bibliográficas publicadas aos
longos dos anos sobre treinamento concorrente, hipertrofia, treinamento de força e
treinamento aeróbico. Para melhor compreensão do assunto foram introduzidos os
conceitos preliminares sobre os assuntos inseridos no contexto.
8

4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Treinamento de força

È comum nos dias de hoje a prática de exercícios que visem o


treinamento da força (TF), sendo mais comum à musculação. O TF tem seus
benefícios amplamente conhecidos, por este motivo ele é muito comum na
sociedade, provocando adaptações como o aumento da força muscular, a
hipertrofia muscular, a diminuição da gordura corporal, alterações fisiológicas,
neuromusculares, além do aumento da densidade mineral óssea e até mudanças
nos aspectos sociais e comportamentais (FLECK e KRAEMER, 1999).

O modelo criado por Schmidtbleicher (1997) define que a força muscular


será manifestada através da força rápida e da resistência de força, sendo que a
primeira é influenciada através de dois componentes, que são a força explosiva e
a força máxima. A capacidade física Força segundo Kraemer (1987) é a máxima
tensão muscular dentro de uma determinada velocidade, Platonov e Bulatova
(2003) definem a força como a capacidade de vencer, atenuar, suportar uma
resistência através da atividade muscular. Para (MORENO; IWAMOTO; ARRUDA,
2008) a força muscular seria a capacidade do sistema neuromuscular em gerar
tensão, com certa intensidade, para vencer e ou sustentar certa resistência;
aplicada durante um tempo para a realização de uma ação concêntrica, excêntrica
ou isométrica dentro de um padrão específico de movimento.

Schmidtbleicher (1997) propõe um modelo para a capacidade motora


força, e de acordo com o mesmo a força apresenta duas formas de manifestação:
Força rápida e Resistência de força. Ambas as manifestações por sua vez,
apresentam componentes (força máxima, força explosiva, força de partida) que as
interligam. A resistência de força ainda apresenta um componente individual
denominado capacidade de resistir à fadiga (FIG. 1)
9

FIGURA 1 - Estrutura e componentes da capacidade motora força


Fonte: (SCHMIDTBLEICHER, 1997, p. 5 apud CHAGAS, 2002, p. 150).

A força rápida é definida como a capacidade do sistema neuromuscular


de produzir o maior impulso em um menor tempo sendo que o impulso é
representado pela área sob a curva do gráfico Força versus Tempo (F X T).

Schmidtbleicher (1997) define a força máxima como a maior elevação


da força em uma curva força vs tempo, a força de partida seria a capacidade do
sistema neuro muscular de produzir nos primeiros 50 mili segundos da contração
a maior força possível, a força explosiva seria a capacidade do sistema neuro
muscular de produzir a maior elevação nos valores de força dentro de uma
unidade de tempo. Platonov (2004) define a Força explosiva como a capacidade
do sistema neuro-muscular mobilizar o potencial funcional com a finalidade de
alcançar altos níveis de força no menor tempo possível.
10

O desenvolvimento da força motora envolve principalmente,


mecanismos de adaptações neurais e morfológicas. Moritani e de Vries, (1979)
analisaram como esses dois mecanismos interagem no decorrer de um período de
treinamento de força. Eles demonstraram que nas etapas iniciais do treinamento
(4-6 semanas), os ganhos de força são obtidos preferencialmente através de
adaptações neurais. Após esse período inicial, a contribuição das adaptações
morfológicas aumenta, enquanto das neurais tende a diminuir. O ganho de força
depende, então, da otimização dessas adaptações durante o treinamento.

4.2 Resistência

Platonov (2001) define resistência como à capacidade de realizar um


exercício de maneira eficaz, superando a fadiga produzida. Já para Frey (1977) a
resistência psíquica seria a capacidade de um atleta de suportar um estímulo no
seu limiar por um determinado tempo e a resistência física seria a tolerância do
organismo e de órgãos isolados ao cansaço. Weineck (1999) menciona que a
capacidade resistência tem diversas classificações que levam em consideração
diferentes aspectos, como à participação da musculatura envolvida, as vias
energéticas e a presença ou não de movimento articular.

Quanto à musculatura envolvida ele difere em resistência geral e


específica, sendo que a resistência geral refere-se à participação de mais de um
sexto a um sétimo da musculatura esquelética total, já a resistência localizada
refere- se a menos de um sétimo da musculatura esquelética total.

Levando- se em consideração o aspecto das vias energéticas Weineck


(1999) cita que existem as subdivisões: resistência aeróbia e anaeróbia, sendo
que na resistência aeróbia existe oxigênio suficiente para a queima oxidativa de
substâncias energéticas e na anaeróbia ocorre sob estímulos de alta intensidade
ou freqüência e não há oxigênio suficiente para a mobilização aeróbia de energia,
que é realizada principalmente por mecanismos anaeróbios.
11

HOLLMANN e HETTINGER (2005) classificam a resistência quanto à duração e


via energética de acordo com a (FIG. 2).

Curta Duração Média Duração Longa Duração


Resistência 3 – 10 10 – 30 Acima de 30
Geral Aeróbica minutos Minutos minutos
Resistência Até 20 20 – 60 Até 120
Geral segundos Segundos Segundos
Anaeróbica

FIGURA 2 - Modelo de HOLLMANN e HETTINGER,


Fonte: Garcia e Lemos, 2001, p. 109.

Weineck (1999) menciona duas classificações em relação à presença


ou não de movimento articular: resistência dinâmica e estática. A resistência
dinâmica é caracterizada pela presença de contração muscular com conseqüente
movimento articular, já na estática ocorre à contração muscular, porém não ocorre
aparentemente movimento articular.

4.2.1 Resistência aeróbia

Segundo Mcardle et al., (2007) o metabolismo aeróbio se refere as


relações catabólicas existentes que gerariam energia onde o oxigênio é um
aceitador de elétrons que por fim combina- se com hidrogênio e forma água. Essa
relação possibilita a produção por vias aeróbias de ATP possibilitando que seja
realizado um exercício de endurance. Segundo Tubino & Moreira (2003) o
metabolismo é a qualidade física que permite a um atleta sustentar por um período
longo de tempo uma atividade física relativamente generalizada em condições
aeróbicas.

O treinamento aeróbio programado de forma adequada gera uma série


de adaptações: aumento do metabolismo de ácidos graxos, do número de
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mitocôndrias, hipertrofia das já existentes, da capacidade do músculo treinado de


utilizar os triglicerídeos intramusculares como fonte primária para a oxidação dos
ácidos graxos, melhoria do potencial aeróbio das fibras musculares, hipertrofia das
fibras de contração lenta, do coração gerando aumento do volume diastólico
terminal do ventrículo esquerdo, redução na freqüência cardíaca submáxima,
aumento do volume de ejeção durante o repouso e durante o exercício, elevação
da quantidade de oxigênio extraída do sangue circulante (diferença arteriovenosa
máxima), redução da concentração sanguínea de lactato, hipertrofia do coração e
aumento do volume diastólico terminal do ventrículo esquerdo devido ao
treinamento aeróbico realizado em longo prazo.

4.2.2 Métodos de treinamento da resistência

Segundo Hollmann E Hettinger (2005) o aumento da resistência geral


aeróbica pode ser realizado seguindo dois diferentes princípios: as cargas
contínuas e as cargas intermitentes (intervaladas). Platonov (2004) sugere ainda
que esses métodos de treinamento podem ser realizados de forma contínua e de
forma variável. Segundo Alves (2005), esse método é caracterizado por atividades
de longa duração, onde não ocorrem interrupções durante a atividade.

A carga de treinamento deve ser prescrita de forma a proporcionar


níveis de freqüência cardíaca e de consumo de oxigênio que permitam ao
indivíduo causar adaptações que o possibilitem obter adaptações ao treinamento.
Dentro desse método existem subdivisões entre método contínuo uniforme
extensivo ou intensivo e o método contínuo variado. O método contínuo uniforme
extensivo caracteriza-se por ter uma duração superior a 30 minutos e intensidade
oscilando dentro da faixa de 45% e 65% do VO2max (FC entre 125 e 170 bpm). Já o
método contínuo uniforme intensivo caracteriza- se por ter duração inferior a 30
minutos e intensidades oscilando dentro da faixa de 80% e 90% do VO2max (FC
entre 170 e 190 bpm). Já o método intervalado: Hollmann E Hettinger (2005)
13

caracterizam como sendo um método que existe uma alternância rítmica, onde as
pausas não possibilitam a recuperação completa. Essa definição corrobora com a
definição de (TUBINO e MOREIRA, 2003) que o define como um método de
pausas incompletas que não permitem a recuperação completa dos parâmetros
cardiovasculares e respiratórios. A pausa vai estar relacionada com o tempo do
estímulo prescrito no treinamento e da intensidade prescrita, podendo essa pausa
ser ativa ou não.

4.3 Hipertrofia

Weineck (1999) define a hipertrofia muscular como o resultado da


hipertrofia das fibras musculares por meio do aumento da área de secção
transversa das mesmas. Wilmore e Costill (2001) consideram a hipertrofia como
uma importante adaptação ao treinamento de força e a definem como um aumento
do tamanho muscular decorrente de um treinamento de força durante um período
de longa duração.

Essas adaptações de acordo com o mesmo estariam ligadas a


mudanças estruturais musculares decorrentes do aumento do número de fibras
musculares (hiperplasia) ou devido ao aumento do tamanho das fibras musculares
já existentes (hipertrofia).

Existem várias hipóteses que norteiam o processo de hipertrofia


muscular. Wilmore e Costill (2001) descrevem como uma das principais, o
aumento da síntese protéica muscular induzida por uma diminuição na
degradação protéica. O mesmo autor descreve que ainda existem questões a
serem comprovadas acerca do papel da hiperplasia e hipertrofia das fibras no
processo do aumento do volume muscular durante o treinamento de força. Outro
fator importante na adaptação hipertrofia passa pelo processo de requisição dos
tipos de fibras durante o processo.
14

Sale 1988; Duchateau, 1983 citado por Weineck (1999), as fibras seriam
divididas em fibras lentas ou tipo I, fibras rápidas tipo II, as fibras de contração
lentas têm característica predominante aeróbia enquanto as fibras de contração
rápidas que são subdivididas em IIA e IIB sendo as IIA com característica
energética eficiente tanto aeróbia quanto anaeróbia, e as fibras II B possuem um
potencial energético anaeróbio maior e mais desenvolvido, por isso são chamadas
também de fibras rápidas glicolíticas (WILMORE e COSTILL, 2001; MCARDLE,
KATCH, 1998).

4.3.1 Treinamento de força para hipertrofia

Uchida 2003 citado por Vieira 2005 relacionam o treinamento voltado


para a hipertrofia ou o aumento da massa muscular com o aumento da área de
secção transversa do músculo e o aumento do número de filamentos de actina e
miosina. O treinamento visando à hipertrofia muscular recruta principalmente as
fibras do tipo II e possui como valores de referência segundo os mesmos autores,
repetições variando de 6 a 12 e intensidades variando entre 70% a 85% de 1Rm,
freqüência de treinamento por grupo muscular variando de 1 a 3 sessões de
treinamento semanais com intervalo de 48 a 72 horas entre as sessões e pausas
entre séries de até 90 segundos.

Kraemer et al. (1995) sugerem que para estimular a hipertrofia


muscular, a carga tem de ser abaixo de 90% de um 1RM e que programas de
treinamento devem utilizar altas cargas e baixo volume (1-6 RM, este treinamento
promove uma maior adaptação neural. Por outro lado, eles sugerem que a
hipertrofia muscular é produzida com cargas mais baixas e maior volume (8-12
RM), ocorrendo assim um aumento da síntese de proteína na fibra muscular. Fett
e Fett (2003), no treinamento de força de alta intensidade é característico o
aumento da liberação da testosterona sérica. No processo de ganho de força e
aumento da massa muscular, a testosterona e o hormônio do crescimento (GH)
exercem influência positiva durante o processo. Kraemer et al. (1995) sugerem
15

que para estimular a hipertrofia muscular, a carga tem de ser abaixo de 90% de
um 1RM.

4.4 Treinamento concorrente

A literatura internacional tem adotado com freqüência a terminologia


treinamento concorrente (TC) para se referir aos programas que combinam
treinamento de força (TF) e de resistência aeróbia (TRA) num mesmo período de
tempo, assim como as possíveis adaptações antagônicas produzidas pelo
treinamento dessas duas capacidades motoras. Leveritt et al. (1999)
apresentaram em sua revisão três possíveis hipóteses relacionados ao efeito da
concorrência. a) HIPÓTESE CRÔNICA: na qual se propõe a idéia que algumas
adaptações morfo-funcionais ocasionadas pelo treinamento exclusivo da
resistência aeróbia são distintas quando comparadas ao treinamento de força
isolado.

O TF realizado de forma isolada tem como seu principal objetivo gerar a


maior força possível em um movimento (SALE, 2006). Com relação ao
treinamento aeróbio os principais objetivos a serem alcançados são: o aumento do
consumo de oxigênio associados a funções cardiovasculares, promover o
aumento da capilarização, da densidade mitocondrial, das enzimas oxidativas e do
Vo2 máximo (HICKSON, 1980). Analisando esses aspectos, o treinamento de
força e o treinamento aeróbio são específicos e geram adaptações fisiológicas
diferentes. Um estudo realizado por (HICKSON, 1980) investigou a interferência
de um treinamento sobre o outro a partir da análise do desempenho de força,
potência e ganhos aeróbios. O estudo encontrou diferença significativa negativa
para o desempenho de força e potência entre o TC e o TF realizado de forma
isolada.
16

Com relação às adaptações aeróbicas não houve diferença significativa


do TC em relação ao TRA. (DUDLEY e DJAMIL, 1985) analisaram o efeito da
concorrência no desempenho de força em um protocolo de treinamento de 3
sessões semanais em indivíduos não atletas. O resultado encontrado foi que
houve interferência negativa no desempenho de força no grupo TC e que a
interferência pode estar relacionada com o estado de treinamento do grupo
analisado.

Outro estudo realizado como o de Hunter et al., (1987) não


demonstraram caráter inibitório entre os treinamentos quanto ao aspecto do ganho
de força e da capacidade aeróbica. Quanto às fibras musculares, Putman et al.
(2004) demonstraram que o TC resultou em uma maior transição de fibras rápidas
para lentas. Além disso, houve uma atenuação da hipertrofia das fibras
musculares do tipo I quando comparado ao TF isolado. Green et al. (1999)
demonstraram haver uma conversão mais evidenciada no contínuo das fibras
musculares para o tipo IIA e uma redução mais acentuada nas fibras tipo IIB
quando comparado às adaptações do TRA isolado. Também é observável no
início do treinamento de força um aumento do desempenho de força devido às
adaptações neurais existentes nos três tipos de fibras, com maior ênfase nas
fibras do tipo II (WILLIAMSON; GALLAGHER; CARROLL; RAUE, 2001). As fibras
musculares do tipo IIA possuem característica intermediária, podendo se adaptar a
uma característica energética predominante aeróbia ou anaeróbia. Porém o
treinamento concorrente comprometeria essa adaptação. Essas fibras quando
solicitadas durante o treinamento de força e durante o treinamento aeróbio não se
adaptariam metabolicamente e neurologicamente aos dois tipos de treinamento,
pelo fato dos treinamentos gerarem adaptações opostas (LEVERITT;
ABERNETHY; BARRY; LOGAN, 1999).

O treinamento concorrente possibilita o aumento na proporção das


fibras musculares do tipo I, justamente ao contrário das adaptações percebidas
durante protocolos de treinamento de força isolados voltados a hipertrofia
17

muscular. Durante esses protocolos é percebido o aumento na proporção das


fibras musculares do tipo II (GREEN; GOREHAM; OUYANG; BALL-BURNETT e
RANNEY, 1998). Durante o treinamento concorrente pode–se observar uma
atenuação na hipertrofia muscular das fibras do tipo I (KRAEMER et al ., 1995 ;
BELL; SYROTUIK; MARTIN; BURNHAM; QUINNEY, 2000). Essa atenuação
estaria ligada a fatores intrínsecos à fibra muscular. O treinamento aeróbio
realizado no treinamento concorrente ativaria proteínas que atuam dentro dos
músculos que promoveriam à inibição do processo da síntese protéica,
diretamente ligada a hipertrofia muscular (COFFEY; HAWLEY, 2007; NADER,
2006). Essa atenuação da hipertrofia das fibras lentas poderia estar ligada ao
recrutamento dessas fibras ativadas tanto no TF, como no TRA. Durante o TF
existe uma ativação de unidades motoras lentas e rápidas, entretanto no TRA
existe uma maior ativação das unidades motoras lentas. Assim pode-se observar
que as unidades motoras lentas, compostas primordialmente pelas fibras tipo I são
ativadas durante o TF e o TRA (KRAEMER et al ., 1995).

Baseado nessa informação Kraemer et al. (1995 ) realizou um estudo


com o total de 12 semanas sendo o número de sessões de treinamento igual a
quatro sessões por semana. No protocolo os sujeitos foram divididos em 3 grupos,
grupo TRA, TF e grupo que realizaria o TC. O TRA consistia em corridas
contínuas de 40 minutos realizadas de segunda a quinta-feira e tiros que eram
realizados as terças e sextas-feiras no qual os indivíduos realizariam tiros de 200
a 800 metros com relação de exercício/descanso de 1:4 para 1:0,5. O TF consistia
de 2 a 3 séries de 10 a 15 RM realizados segunda e quinta feira e de 3 a 5 séries
de 5 a 6 RM (terça e sexta-feira). O protocolo do TC combinava os TF e TRA
descritos anteriormente em quatro sessões semanais, sendo o intervalo entre o
TRA e de TF de 4 a 6 horas. Os resultados obtidos com o estudo foram à
diminuição da área de secção transversa das fibras do tipo I e do tipo II. O grupo
que realizou somente o TF apresentou hipertrofia das fibras do tipo I e do tio IIA e
o grupo que realizou o TC demonstrou hipertrofia das fibras do tipo IIA enquanto
as fibras do tipo I não apresentaram diferença significativa na área de secção
18

transversa antes e depois do treinamento. Os resultados apresentados reforçaram


a hipótese que durante o TC existe uma atenuação da hipertrofia das fibras
musculares do tipo I.

Outros estudos como o de Putman et al . (2004) corroboraram com o


estudo acima. Nesse estudo os treinamentos também eram realizados durante um
período de 12 semanas sendo a freqüência semanal igual a três sessões de
treinamento para os grupos que realizavam o TRA e para o grupo que realizavam
o TF. O TRA consistia de duas sessões continuas com duração entre 30 a 42
minutos com intensidade equivalente ao limiar ventilatório e uma sessão de
treinamento intermitente a 90% do Vo2 sendo a relação tempo de estímulo / pausa
igual a 3:3 minutos. O protocolo do TF consistia de 2 a 6 séries de 4 a 10
repetições com intensidade na faixa de 70 a 85% de 1RM. O grupo que realizou o
TC foi submetido aos mesmos TF e aeróbio, realizados em 6 sessões de
treinamento em dias alternados. Os resultados encontrados demonstraram
nenhum aumento da área de secção transversa para o grupo que realizou o TRA.
O grupo TF apresentou aumento na área de secção transversa nas fibras do tipo I
de 17% e do tipo II 13%. O grupo TC apresentou aumento da área de secção
transversa das fibras do tipo II equivalente a 18%, entretanto não apresentaram
diferença significativa na área de secção transversa das fibras do tipo I. b)

HIPÓTESE DO OVERTRAINING: o organismo não assimilaria um


grande volume de treinamento para a capacidade motora de força e resistência.
Segundo Lehmann et al. (1993), o overtraining pode ser definido como um
desequilíbrio entre estresse e recuperação ou uma carga de estresse excessiva
com pouca regeneração, baseado nesses conceitos haveria interferência no
desempenho de ambos os treinamentos.

Existem vários marcadores de overtraining que têm sido utilizados para


identificar se a carga de treinamento está ou não adequada a um determinado
grupo de sujeitos. Entretanto, as respostas endócrinas da testosterona e do
19

cortisol têm sido as mais usadas como marcadores de anabolismo e catabolismo


nos programas de TC (BELL et al., 1997; KRAEMER et al., 1995; MCCARTHY et
al., 2002). Quando se trata do TRA observa-se que o nível de testosterona não
tem uma resposta homogênea. Há estudos que demonstraram aumento, outros
apresentaram diminuição ou manutenção da concentração desse hormônio
quando comparados a valores pré-treinamento (BLAZEVICH e GIORGI, 2001;
HACKNEY et al. 1995); (TABATA et al. 1990). Já o TF tem demonstrado alteração
na razão testosterona/cortisol, a favor do anabolismo, ou seja, um maior aumento
na concentração de testosterona quando comparada a concentração de cortisol.

(KRAEMER et al., 1995), submeteram 40 militares a um protocolo de


TC, considerado por eles de alto volume e intensidade. Os sujeitos foram
divididos em quatro grupos: o grupo TF que treinou somente força, o grupo TRA
que treinou apenas a resistência aeróbia; o grupo TC1 que realizou o TC; o grupo
TC2, que também realizou o TC, porém com treinamento de força constituído
apenas de exercícios para membros superiores. Ao final de 12 semanas os
autores observaram que o nível de repouso de testosterona permaneceu
inalterado nos grupos TC2, TRA, e TF, ocorrendo um aumento significativo no
grupo TC1 na 12ª semana de treinamento. Por outro lado, houve um aumento nos
níveis de cortisol nos grupos TC1, TC2 e TRA deixando a razão
testosterona/cortisol em um estado catabólico. Apenas o grupo TF demonstrou
reduções significantes no nível de cortisol, criando um estado anabólico. Os
autores concluíram que um grande volume de TC, durante 12 semanas, pode
resultar em um indesejável aumento no nível de cortisol, o qual poderia
comprometer os ganhos de força, potência e massa musculares.

A questão do gênero também deve ser levada em consideração quando


protocolos de TC são usados, pois o nível de cortisol se apresenta mais elevado
nas mulheres quando comparado com os homens submetidos ao mesmo
protocolo de treinamento (BELL et al., 1997; BELL et al., 2000).
20

c) HIPÓTESE AGUDA: após uma sessão de treinamento de resistência


aeróbia haveria uma fadiga residual que comprometeria o treino de força na
sessão subseqüente. Quanto à carga de treinamento Powers (2005) realizou um
estudo com o intuito de identificar se ocorreria interferência do TRA no TF com
freqüência semanal de 5 a 6 vezes por semana, durante o período de 10
semanas. O resultado encontrado no estudo foi que houve diminuição do
desempenho de força para o grupo que realizou TC em relação ao grupo que
realizou o TF de forma isolada. Esse resultado afetaria o treinamento assim como
a adaptação a hipertrofia muscular.

O mesmo autor realizou o mesmo protocolo de treinamento durante um


período de 10 semanas com freqüência semanal de três sessões de treinamento.
Os resultados encontrados não apresentaram diferenças significativas no
desempenho de força para o grupo que realizou o TF e o TC.

Analisando os sujeitos que eram submetidos aos protocolos de


treinamento, Dudley e Hickson citados por Powers (2005) mostraram que
indivíduos destreinados teriam menores ganhos de força quando submetidos ao
TC em relação ao TF. No estudo de Powers (2005) foram encontrados resultados
de interferência no desempenho de força para o grupo que realizava o TC com
relação ao grupo que realizava TF. Esses resultados foram encontrados quando
os sujeitos eram submetidos ao TRA e ao TF no mesmo dia. Quando testados em
dias alternados o desempenho de força para ambos os grupos não apresentou
diferença significativa.

Nelson et al. (1990) descreveram que esses diferentes programas de TF


combinados com programas de TRA podem recrutar diferentes tipos de unidades
motoras. O TRA de alta intensidade (> 90% VO2max) recrutaria mais as unidades
motoras compostas de fibras do tipo II. Já os protocolos de TF acima de 70% de
1RM também recrutariam as fibras do tipo II. Sendo assim, a combinação desses
dois protocolos pode produzir um estresse maior no mesmo tipo de fibra, não lhe
21

dando um tempo adequado para adaptar-se ao aumento de força e da resistência


aeróbia. Associando esses fatores Docherty e Sporer (2000) propuseram um
modelo de treinamento onde o fenômeno de concorrência seria potencializado,
isto é, protocolos de TF utilizando ao redor de 8 a 12RM combinados com TRA de
intensidade de 95-100% VO2max causariam adaptações periféricas que estariam
relacionadas com o efeito da concorrência.

4.5 Ordem sessões de treinamento

Collins e Snow (93) citados por Paulo e colaboradores (2005)


analisaram a ordem dos TRA e TF com relação aos efeitos deletérios causados
pela interferência de um treinamento sobre o outro. O estudo continha dois
protocolos, em um deles o TRA era realizado anteriormente ao TF, no outro
protocolo a ordem era invertida. Os resultados encontrados não apresentaram
diferenças significativas entre as duas formas de treinamento quanto ao
desempenho de força. Sale et al. (1990) realizaram um estudo que tinha como
objetivo analisar o desempenho de força dos sujeitos quando eles realizavam o
TC intercalando os dia entre TRA e TF comparando quando o treinamento das
duas capacidades era realizadas no mesmo dia. O resultado encontrado foi que
quando as capacidades eram treinadas em dias alternados, o desempenho de
força dos indivíduos foi superior em relação ao treinamento das duas capacidades
no mesmo dia.

Leveritt et al. (1999) ; Docherty e Sporer (2000) citam que a atenuação


existente nos ganhos de força muscular estariam ligados a fatores agudos
relacionados à ordem dos treinamentos a serem executados e à sobreposição das
cargas de treinamento. Bentley, Smith, Davie e Zhou (2000); Sporer e Wenger
(2003) abordam que quando a capacidade física força e resistência aeróbia são
treinadas no mesmo dia, a primeira a ser treinada geraria uma fadiga residual que
atrapalharia o desempenho da capacidade treinada posteriormente.
22

O exercício aeróbio realizado anteriormente causaria uma diminuição do


desempenho de força quando essa capacidade fosse treinada, com essa
diminuição no desempenho, a hipótese do efeito agudo seria uma das respostas à
interferência tanto no desempenho de força como na adaptação a hipertrofia
muscular, levando- se em consideração um período de tempo maior período.
23

5 CONCLUSÃO

A partir dos estudos apresentados podemos concluir que o treinamento


concorrente pode interferir ou não no desempenho de força e no processo de
hipertrofia muscular quando comparado ao TC e ao TRA realizados de maneira
isolada.

A maioria dos estudos demonstrou haver interferência no desempenho


de força e hipertrofia por fatores como o recrutamento das fibras musculares, a
não assimilação do organismo a carga de treinamento e pela secreção hormonal.
A intensidade dos protocolos de treinamento pode ser um fator de suma
importância para os resultados encontrados, sendo que protocolos mais intensos
demonstraram maior efeito de interferência na força motora e maior atenuação da
hipertrofia muscular.

È importante para o profissional que elabore o treinamento concorrente


ter embasamento teórico sobre o assunto para adaptar a carga de treinamento ao
seu aluno, permitindo que ele consiga obter as adaptações desejadas tentando
minimizar ou evitar os efeitos da interferência do TRA e TF.
24

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