Prof.

José Guilherme Prado Martin

Aula 03: Metabolismo microbiano I:
obtenção de energia

CAP. 3 (BROCK)
CAP. 5 (TORTORA)
 Aula 03: Metabolismo Microbiano I:
obtenção de energia

Objetivos
Ao final desta aula o estudante deverá ser capaz de:

• Descrever as vias de obtenção de energia no mundo microbiano;

• Diferenciar quimiotrofia de fototrofia;

• Explicar a respiração aeróbia, respiração anaeróbia e fermentação;

• Explicar a fotossíntese oxigênica (acíclica) e anoxigênica (cíclica).

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obtenção de energia

VISÃO GERAL DO METABOLISMO

CONSUMO
DE ENERGIA

GERAÇÃO
DE ENERGIA
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obtenção de energia

VIAS DE
OBTENÇÃO
DE ENERGIA
NO MUNDO
MICROBIANO
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OXIDAÇÃO - REDUÇÃO

Oxidação biológica representativa. Dois elétrons e dois prótons (juntos equivalem a

dois átomos de hidrogênio) são transferidos de uma molécula de substrato orgânico para
uma coenzima, NAD+. NAD+, na realidade, recebe um átomo de hidrogênio e um elétron,
e um elétron e um próton são liberados no meio. NAD+ é reduzida a NADH, que é uma
molécula mais rica em energia.
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obtenção de energia

Y=O2  aeróbia: Respiração aeróbia

X=orgânica Ex (s): Fungos e boa parte das bactérias
(quimiorganotrófico) (E. coli)
Respiração anaeróbia
Ex: Desulfovibrio, E. coli,
Agrobacterium e outras
Y sem O2 
anaeróbia
Quimiotrofia Fermentação
X = químico Ex: Leveduras, bactérias
Y=O2  aeróbia láticas, E. coli e outras

Ex: Thiobacillus, Nitrobacter, Nitrosomonas

X=inorgânica
(quimiolitotrófico) Y sem O2  anaeróbia

Oxigênica Exs:metanogênicas:Methanobacterium
thermoautrophicum
Ex: algas e cianobactérias acetogênicas: Acetobacterium woodii
Fototrofia
X = luz
Anoxigênica

Ex: bactérias púrpuras e verdes; Chromatium, Rhodobacter

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BIOENERGÉTICA

ENERGIA: Capacidade de realizar trabalho (quilojoules kJ)

Variação de energia livre (ΔG0’): variação na energia livre durante uma reação

Significa que o valor de energia foi obtido em condições padrão:

pH = 7, temperatura = 25oC, p = 1 atm, [ ] M dos produtos e reagentes

• ΔG0’: negativo reação exergônica : obtenção (conservação)

• ΔG0’: positivo reação endergônica: utilização (consumo)
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A GERAÇÃO DE ATP

FOSFORILAÇÃO

3 MECANISMOS:
Fosforilação nível substrato
Fosforilação oxidativa
Fotofosforilação
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FOSFORILAÇÃO

EM NÍVEL DE SUBSTRATO:

Geração de ATP a partir da transferência de um composto

fosforilado (substrato) a ADP
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FOSFORILAÇÃO

FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA

Elétrons são transferidos de compostos orgânicos para um grupo de

carreadores de elétrons (NAD+ e FAD)

Os elétrons são então transferidos ao longo de uma série de

carreadores diferentes a moléculas de oxigênio (O 2) ou outras
moléculas inorgânicas ou orgânicas oxidadas

MEMBRANA PLASMÁTICA (PRO)

MEMBRANA MITOCONDRIAL INTERNA (EUC)
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FOSFORILAÇÃO - EXEMPLOS
ATP no nível de substrato: Oxidação = liberação de e-:
piruvato-
enolase cinase
1) 2-P-glicerato PEP piruvato 1) NADH (red) NAD+ (ox) + e-

ADP
HO H ATP 2) Fe 2+(red) Fe 3+(ox) + e-
H-C- C- COO- H-C=C-COO- H3C- C- COO-
H O-P H O~P O 3) COOH COOH
62 KJ/mol
CH2 CH
P-glicerocinase + 2e-
2) 1,3 di P glicerato 3-P glicerato CH2 HC

Pi O O COOH COOH
ADP ATP
G3P C-C-C C-C-C
O~P O- Succínico Fumárico
NAD P-O OH OPOH
49 KJ/ mol
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QUIMIOTROFIA
Quimiorganotróficos

Y=O2  aeróbia: Respiração aeróbia

X=orgânica Ex (s): Fungos e boa parte das bactérias
(quimiorganotrófico) (E. coli)
Respiração anaeróbia
Ex: Desulfovibrio, E. coli,
Y = sem O2  Agrobacterium e outras
Quimiotrofia anaeróbia
X=químico Fermentação
Ex: Leveduras, bactérias
láticas, E. coli e outras

X=inorgânica
(quimiolitotrófico)
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CATABOLISMO DE CARBOIDRATOS

OCORRE PARA A MAIORIA DOS MICRO-ORGANISMOS

Glicose > mais comumente utilizada

2 processos gerais:

Respiração celular
Fermentação
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RESPIRAÇÃO AERÓBIA
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RESPIRAÇÃO AERÓBIA
1ª Etapa: Oxidação do substrato químico orgânico a CO2
pelas vias metabólicas centrais:
- Glicólise (Embdem-Meyehoff-Parnas)
- Entner Doudoroff
- Pentose fosfato
- Ciclo do ácido cítrico (TCA)

2ª Etapa: Elétrons provenientes da oxidação passam por

uma cadeia de transporte de elétrons (CTE) constituídas de
proteínas ordenadas pelo potencial de redução crescente.

Importante! O O2 é o aceptor terminal de elétrons

VIAS METABÓLICAS
CENTRAIS

Bactérias aeróbias que

utilizam ácido graxo e
acetato como fonte de
carbono e energia
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Via Embden-Meyerhof-
Parnas (Glicólise)

(continua...)
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
Via Embden-Meyerhof-
Parnas (Glicólise)
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Via Embden-Meyerhof-Parnas (Glicólise)

Comum em bactérias gram negativas aeróbias

Exemplos: espécies de Pseudomonas,

Rhizobium, Thiobacillus, Xanthomonas

1 glicose + 2 ATP + 2 NAD+ 2 ácido pirúvico + 4 ATP + 2 NADH + H+

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obtenção de energia

ALTERNATIVAS À GLICÓLISE

VIA DE ENTNER-DOUDOROFF
1 glicose  1 ATP
Rhizobium, Pseudomonas e Agrobacterium

VIA DA PENTOSE-FOSFATO
1 glicose  1 ATP
Bacillus subtilis, E. coli
Leuconostoc mesenteroides e Enterococcus faecalis
DESTINO DO Aula 03: Metabolismo Microbiano I: obtenção de
PIRUVATO energia

Fosforilação em
nível de substrato

Fosforilação em
nível de substrato

Fosforilação oxidativa
CICLO DE KREBS

= CICLO DO
ÁCIDO CÍTRICO

(RESPIRAÇÃO
AERÓBIA)
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CADEIA TRANSPORTADORA DE e-
GERAÇÃO QUIMIOSTÁTICA DE ATP
 RENDIMENTO
ENERGÉTICO

(RESPIRAÇÃO AERÓBIA)
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obtenção de energia
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RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA
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obtenção de energia

RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA
1ª Etapa: Oxidação do substrato químico orgânico a CO2
pelas vias metabólicas centrais:

- Glicólise (Embdem-Meyehoff)
- Pentose fosfato
- Ciclo do ácido cítrico (TCA) – ou TCA redutivo (Anaeróbias
facultativas)
2ª Etapa: Elétrons provenientes da oxidação passam por uma
cadeia de transporte de elétrons (CTE) constituídas de proteínas
ordenadas pelo potencial de redução crescente.

Importante! O O2 não é o aceptor final de elétrons

Em geral os aceptores incluem NO3-, SO42-, Fe3+ etc.
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RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA

Respiração anaeróbia em micro-organismos

NO3- reduzido a NO2- ( E. coli ) ou a N2 ( Pseudomonas )

Fe3+ reduzido a Fe2+ ( Geobacter )

SO42- reduzido a H2S ( Desulfovibrio )

CO32- reduzido a CH4 ( metanógenos ) ou a acetato ( acetógenos )

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obtenção de energia

RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA: CADEIA TRANSPORTADORA DE e-

NO3-
* Translocação de próntos Nitrato redutase

NO2-
Desidrogenase UQ bc1* c Nitrito redutase

NO
Desnitrificação Óxido nítrico redutase

1/2N2O
Modelo:
Paracocus denitrificans Óxido nitroso redutase

1/2N2
- Os gases formados são facilmente liberados no ambiente
- Principal via de formação de N2
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FERMENTAÇÃO
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FERMENTAÇÃO
PROCESSO QUE:

1. Libera energia a partir de açúcares ou outras moléculas orgânicas,

como aminoácidos, ácidos orgânicos...

2. Não requer oxigênio (mas pode ocorrer na presença dele);

3. Não requer ciclo de Krebs ou uma cadeia de transporte de elétrons;

4. Produz uma pequena quantidade de ATP

(uma ou duas moléculas : cada molécula de matéria inicial)
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FERMENTAÇÃO
FERMENTAÇÃO
LÁTICA

FERMENTAÇÃO
ALCOÓLICA
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COMPARAÇÃO: RESPIRAÇÃO X FERMENTAÇÃO

Processo de
Condições de Aceptor final Tipo de fosforilação ATP
produção de
crescimento de elétrons usada para gerar ATP produzido
energia

Respiração Em nível de substrato

Aeróbica O2  38 ATP
aeróbica e oxidativa

Variável
Respiração NO3-, SO4-, CO32- Em nível de substrato
Anaeróbica (<38 e >2
anaeróbica Fumarato e oxidativa
ATP)

Aeróbica ou
Fermentação - Em nível de substrato 2
anaeróbica
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PARES DE OXIDO-REDUÇÃO (TORRE REDOX)

> E’0 = tendência a receber

elétrons (ser reduzido)

< E’0 = tendência a perder

elétrons (ser oxidado)

Potencial
de redução
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QUIMIOLITOTROFIA
X = orgânica
(quimiorganotrófico)

Quimiotrofia
X = químico
Y=O2  aeróbia

Ex: Thiobacillus, Nitrobacter, Nitrosomonas

X = inorgânica
(quimiolitotrófico) Y sem O2  anaeróbia

Exs: metanogênicas:
Methanobacterium thermoautrophicum

acetogênicas: Acetobacterium woodii

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energia

QUIMIOLITOTRÓFICO

No metabolismo QUIMIOLITOTRÓFICO os micro-organismos obtêm energia de

compostos inorgânicos como por exemplo:

 H2 Hydrogenomonas
 NH3 Nitrosomonas
 CO Pseudomonas carboxydohydrogena
 NO2- Nitrobacter
 S2O32- Sulfobactérias púrpuras
 S0 Thiobacillus thiooxidans
 H2S Beggiatoa
 Fe2+ Thiobacillus ferrooxidans
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energia

QUIMIOLITOTRÓFICO
FLUXO DE ELÉTRONS
DURANTE OXIDAÇÃO DE Fe2+

Acidithiobacillus ferrooxidans
(bactérias que oxidam ferro)
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energia

QUIMIOLITOTRÓFICO
Bactérias que oxidam Ferro - Acidithiobacillus ferrooxidans

(A) Drenado de mina ácida (B) Culturas de A. (C) Produção intensa

de hidróxido férrico
ferrooxidans
insolúvel
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FOTOTROFIA
Oxigênica H2O é usada como
fonte de elétrons
Fototrofia Ex: algas e cianobactérias
X = luz
Anoxigênica H2O não é fonte de
elétrons
Ex: Chromatium, Rhodobacter

Fototróficos

Fotoautotróficos Foto-heterotróficos
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FOTOTROFIA:
FOTOSSÍNTESE
ANOXIGÊNICA-CÍCLICA
Bactérias Púrpuras

Arranjo de complexos proteicos no centro de reação da bactéria púrpura,

levando à geração de força próton-motiva (fotofosforilação) pela ATPase. LH,
complexos de bacterioclorofilas absorvedores de luz; RC, centro de reação, Bph,
bacteriofeofitina; Q, quinona; FeS, proteína de ferro-enxofre; bc1, complexo do
citocromo b1; c2, citocromo c2.
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FOTOTROFIA – FOTOSSÍNTESE OXIGÊNICA ACÍCLICA

Algas e cianobactérias
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PONTOS IMPORTANTES DA AULA

 Obtenção e utilização de energia
 Quimiotrofia
 Fototrofia
 Respiração aeróbia
 Respiração anaeróbia
 Fermentação
 Fosforilação em nível de substrato
 Fosforilação oxidativa
 Fotofosforilação
 Fotossíntese oxigênica
 Fotossíntese anoxigênica