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ASPECTOS LEGAIS

VOLTADOS PARA
SAÚDE DA MULHER
ENF. ESP. LUANY AZEVEDO
PANORAMA DA SAÚDE
DA MULHER NO
BRASIL
• Representa 51,1% da população BRASIL
(108,7 milhões);

• Principais usuárias do SUS;

• Frequentam mais o sistema de


saúde.
QUEM É ESSA MULHER?
• 30% trabalham e tem > 11 anos de escolaridade;
• 60% são alunas de segundo grau;
• 56% das alunas das universidades;
• 48% trabalham fora de casa;
• 80% das mulheres com nível universitário trabalham fora
de casa;
• Dupla jornada de trabalho;
• Vida familiar x Trabalho - Conflito
QUEM É ESSA MULHER?
• 3,5% dos óbitos na fase reprodutiva da mulher
corresponde a causas maternas;

• HIV: 2,1 homens para cada mulher ( maioria hetero, com


parceiro fixo, “único parceiro“).
MORTALIDADE NA MULHER
• Segundo Laurenti (2002), em pesquisa realizada nas
capitais brasileiras e no Distrito Federal, analisando óbitos
em mulheres de 10 a 49 anos (mulheres em idade fértil), as
dez primeiras causas de morte encontradas foram as
seguintes, em ordem decrescente:
1. Acidente vascular cerebral,
2. Aids,
3. Homicídios,
4. Câncer de mama,
5. Acidente de transporte,
6. Neop
7. lasia de órgãos digestivos,
8. Doença hipertensiva,
9. Doença isquêmica do coração,
10.Diabetes e
11.Câncer de colo do útero.
MMORTALIDADE MATERNA
Política
Nacional de
Atenção
Integral à
Saúde da
Mulher
Enf. Esp.: Luany Azevedo
Evolução das Políticas de
Atenção à Saúde da Mulher

2006 Pacto pela


Saúde
2004 PNAISM
1984 PAISM

Décadas de 30; 50;60 e 70


Programas materno-infantis
Primeiras décadas do
séc. XX: Gravidez e
Parto
Outros marcos históricos
importantes...
• CAIRO – 1994 Conferência Internacional sobre População
e Desenvolvimento;

Consagração dos direitos


sexuais e reprodutivos
Outros marcos históricos
importantes...
• 1995 - IV Conferência
Internacional da Mulher – 1. Mulheres e pobreza;
Beijing China 2. Educação e Capacitação de Mulheres;
3. Mulheres e Saúde;
4. Violência contra a Mulher;
5. Mulheres e Conflitos Armados;
6. Mulheres e Economia;
7. Mulheres no Poder e na liderança;
8. Mecanismos institucionais para o
Avanço das Mulheres;
9. Direitos Humanos das Mulheres;
10. Mulheres e a mídia;
11. Mulheres e Meio Ambiente;
12. Direitos das Meninas.
PAISM X PNAISM
• PAISM: • PNAISM:
• Criado em 1984 • Criada em 2004
• Princípios norteadores: • Princípios norteadores:

• Critérios para eleição de • Enfoque de gênero


prioridades a partir do perfil • Integralidade
populacional • Promoção da saúde
• Integralidade e equidade da
atenção
• Inclusão de ações
educativas e preventivas á
assistência.
PAISM
PAISM
PAISM - CRÍTICAS
Política Nacional de Atenção à
Saúde da Mulher (2004)

Atingir as mulheres em
todos os ciclos de vida,
em diferentes faixas
etárias e dos distintos
grupos populacionais:
PNAISM
• 1ª Política com abordagens amplas;
• Transversal a outras ações de saúde;
• Princípios do SUS;
• Autonomia e protagonismo das mulheres;
• Avanços nos direitos da “Saúde sexual e reprodutiva”
• Redução da mortalidade materna;
• Violência domestica e sexual;
• Abordagem ao aborto;
• Abordagem do climatério;
• Câncer de mama e colo;
• Relações de gênero – adoecimento e sobrecarga das mulheres,
dupla carga de trabalho e adoecem mais e carga maior de doenças.
• Atendimento qualificado e humanizado.
EIXOS DA PNAISM
Elementos para humanizar e qualificar
a assistência à saúde das mulheres
• Acesso nos três níveis de assistência;
• Organização da rede assistencial (referência e contra
referência);
• Captação precoce e busca ativa das usuárias;
• Disponibilidade de recursos tecnológicos;
• Capacitação dos profissionais: uso da tecnologia
adequada, acolhimento humanizado e práticas educativas
voltadas à usuária e à comunidade;
• Disponibilidade de insumos, equipamentos e materiais
educativos;
Elementos para humanizar e qualificar
a assistência à saúde das mulheres
• Acolhimento amigável em todos os níveis da assistência
• Disponibilidade de informações e orientação da clientela,
familiares e da comunidade sobre a promoção da saúde, assim
como os meios de prevenção e tratamento dos agravos a ela
associados;
• Estabelecimento de mecanismos de acompanhamento,
controle e avaliação continuada das ações e serviços de
saúde, com participação da usuária;
• Análise de indicadores que permitam aos gestores monitorar o
andamento das ações, o impacto sobre os problemas tratados
e a redefinição de estratégias ou ações que se fizerem
necessárias.
DIRETRIZES DA PNAISM
• O Sistema Único de Saúde deve estar orientado e
capacitado para a atenção integral à saúde da mulher;

• A Política de Atenção à Saúde da Mulher deverá atingir as


mulheres em todos os ciclos de vida;

• A elaboração, a execução e a avaliação das políticas de


saúde da mulher deverão nortear-se pela perspectiva de
gênero, de raça e de etnia;
DIRETRIZES DA PNAISM
• A gestão da Política de Atenção à Saúde deverá
estabelecer uma dinâmica inclusiva, para atender às
demandas emergentes ou demandas antigas, em todos os
níveis assistenciais;

• As políticas de saúde da mulher deverão ser


compreendidas em sua dimensão mais ampla;

• A atenção integral à saúde da mulher refere-se ao


conjunto de ações de promoção, proteção, assistência e
recuperação da saúde, executadas nos diferentes níveis
de atenção à saúde.
DIRETRIZES DA PNAISM
• O SUS deverá garantir o acesso das mulheres a todos os
níveis de atenção à saúde, no contexto da
descentralização, hierarquização e integração das ações
e serviços;

• A atenção integral à saúde da mulher compreende o


atendimento à mulher a partir de uma percepção ampliada
de seu contexto de vida;

• A atenção integral à saúde da mulher implica, para os


prestadores de serviço, no estabelecimento de relações
com pessoas singulares
DIRETRIZES DA PNAISM
• As práticas em saúde deverão nortear-se pelo princípio da
humanização;

• No processo de elaboração, execução e avaliação das


Política de Atenção à Saúde da Mulher deverá ser
estimulada e apoiada a participação popular;

• No âmbito do setor Saúde, a execução de ações será


pactuada entre todos os níveis hierárquicos;
DIRETRIZES DA PNAISM
• As ações voltadas à melhoria das condições de vida e
saúde das mulheres deverão ser executadas de forma
articulada para a configuração de redes integradas.
OBJETIVOS GERAIS DA PNAISM
• Promover a melhoria das condições de vida e saúde das
mulheres brasileiras;
• Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade
feminina no Brasil;
• Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde
da mulher no Sistema Único de Saúde.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica,
inclusive para as portadoras da infecção pelo HIV e outras
DST;

• Estimular a implantação e implementação da assistência


em planejamento familiar, para homens e mulheres,
adultos e adolescentes, no âmbito da atenção integral à
saúde;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e
humanizada, incluindo a assistência ao abortamento em
condições inseguras, para mulheres e adolescentes;

• Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação


de violência doméstica e sexual;

• Promover, conjuntamente com o PN-DST/AIDS, a prevenção e


o controle das doenças sexualmente transmissíveis e da
infecção pelo HIV/aids na população feminina
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Reduzir a morbimortalidade por câncer na população
feminina;

• Implantar um modelo de atenção à saúde mental das


mulheres sob o enfoque de gênero;

• Implantar e implementar a atenção à saúde da mulher no


climatério.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Promover atenção à saúde da mulher negra, indígena,
trabalhadoras do campo e da cidade e às mulheres em
situação de prisão.

• Fortalecer a participação e o controle social.


DIFERENÇA ENTRE GÊNERO E
SEXO
PROGRAMAS DO SUS VOLTADOS
PARA SAÚDE DA MULHER
RESUMO PNAISM
REDE CEGONHA
• Sistema de Redes – Portaria 4.279/2010
• Portaria GM/MS 1.459/2011
• Portaria GM/MS 650/2011
Portaria 1.459/2011
CONCEITO
• Art. 1° A Rede Cegonha, instituída no âmbito do Sistema
Único de Saúde, consiste numa rede de cuidados que visa
assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo
e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao
puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento
seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis,
denominada Rede Cegonha.
PRINCÍPIOS
PRINCÍPIOS
OBJETIVOS
DIRETRIZES
OPERACIONALIZAÇÃO
MATRIZ DIAGNÓSTICA – 4
GRUPOS DE INDICADORES
REDE DE ATENÇÃO
MATERNA E INFANTIL
(RAMI)
Portaria nº 715 de 2022
• Art. 1º ...consiste em assegurar:

I - à MULHER o direito ao planejamento


familiar, ao acolhimento e ao acesso ao
cuidado seguro, de qualidade e
humanizado, no pré-natal, na gravidez, na
perda gestacional, no parto e no
puerpério;

II - ao RN e à CRIANÇA o direito ao
nascimento seguro, ao crescimento e ao
desenvolvimento saudável.
OBJETIVOS DA RAMI
COMPONENTES DA RAMI
COMPONENTE I APS
AÇÕES ESTRATÉGICAS
COMPONENTE I 15 a 49 anos
(OMS)
10 a 49 anos
I - na atenção ao planejamento familiar: (BR)

a) mapeamento das mulheres em idade fértil e sua


vinculação às equipes de saúde nos territórios;
b) acesso oportuno à oferta de métodos contraceptivos;
c) identificação e oferta dos serviços e controle dos
insumos.
d) rastreamento, diagnóstico, tratamento e
acompanhamento das IST/HIV/AIDS,HTL-V, hepatites e
toxoplasmose;
AÇÕES ESTRATÉGICAS
COMPONENTE I
II - na atenção ao pré-natal e ao puerpério:
a) acesso e vinculação de todas as gestantes e puérperas na
APS;
b) qualificação permanente dos profissionais das equipes da
APS;
c) disponibilização de teste rápido de gravidez ;
d) acompanhamento das gestantes da população adscrita;
e) acompanhamento multiprofissional, garantindo o mínimo de
6 consultas de pré-natal;
AÇÕES ESTRATÉGICAS
COMPONENTE I
II - na atenção ao pré-natal e ao puerpério:

f) acompanhamento multiprofissional, garantindo consulta puerperal


até o 7º dia pós-parto,
g) estratificação de risco gestacional;
h) acesso a exames laboratoriais, gráficos e de imagem, durante o
pré-natal, com resultado oportuno;
i) disponibilização de medicamentos profiláticos e de tratamento de
morbidades relacionadas à gestação;
j) estabelecimento de estratégias de articulação e de comunicação
efetivas entre os pontos de atenção responsáveis pelo pré-natal,
parto, puerpério e nascimento.
AÇÕES ESTRATÉGICAS
COMPONENTE I
II - na atenção ao pré-natal e ao puerpério:

k) articulação do gestor municipal, distrital, estadual e federal, com


os pontos de atenção, para que a 1ª consulta em serviço
especializado, com médico obstetra (PN de alto risco), ocorra, no
máximo, em 2 semanas após a detecção do risco no PN na APS;
l) garantia da continuidade do cuidado compartilhado até o fim da
gestação;
m) utilização da caderneta da gestante e da ficha perinatal como
instrumentos para o registro adequado das informações;
n) atualização do calendário vacinal;
o) realização de consulta odontológica, prioritariamente, no 1°
trimestre da gestação, em todos os níveis de atenção;
AÇÕES ESTRATÉGICAS
COMPONENTE I
II - na atenção ao pré-natal e ao puerpério:
p) suporte às gestantes e às puérperas em situações de
vulnerabilidade clínica ou social;
q) organização do fluxo de informações entre APS, AAE e AH;
r) disponibilização de insumos para ações de rastreamento,
diagnóstico, tratamento e acompanhamento das IST/HIV/AIDS, HTL-
V, hepatites e toxoplasmose;
s) realização de ações de promoção e de proteção do aleitamento
materno e o aconselhamento em alimentação complementar
saudável;
t) registro clínico das gestantes e da produção dos procedimentos
realizados no SISAB
NÚMEROS COMPONENTE 1
Primeira consulta em
serviço especializado,
com médico obstetra
Mínimo de consultas de • Acesso precoce ao PN: (pré-natal de alto risco):
pré-natal: 6 12 semanas no máximo, em 2
semanas após a
detecção do risco no
pré-natal na APS

• 1ª visita domiciliar e/ou


consulta na APS: no
• Consulta odontológica: máximo, até o fim da 1ª
Consulta puerperal: até
prioritariamente no 1° semana de vida, com
o 7º dia pós-parto
trimestre da gestação foco nas ações do 5º dia
da saúde integral
Componente II – AAE (Art. 8º )
• A assistência especializada deverá dispor de:

I - CAPACIDADE OPERACIONAL, dimensionada a partir da


necessidade de saúde da população materna e infantil,
cadastrada pelas equipes da APS do território adscrito; e

II - ACESSO REGULADO, na modalidade de agendamento


de consultas e exames, de acordo com os critérios
pactuados entre os gestores, observados protocolos
clínicos e de estratificação de risco.
Ações estratégicas do
Componente II – AAE
a) oferta de AAE para acompanhamento de gestantes de
alto risco;

b) acesso regulado da gestante de alto risco a


hospital/maternidade;

c) acompanhamento da gestante por especialistas, com


apoio de equipe multiprofissional, garantindo o mínimo de
12 consultas de pré-natal;
Ações estratégicas do
Componente II – AAE
d) acesso regulado e pactuado com o gestor da APS para
oferta de exames laboratoriais, gráficos, de imagem e
terapêuticos de apoio;

e) estabelecimento de estratégias de articulação e de


comunicação efetivas, entre os pontos de atenção;

f) utilização da caderneta da gestante; e

g) registro clínico da gestante e da produção dos


procedimentos realizados no SISAB
Componente III – AH (Art. 9°)
Componente III – AH (Art. 9°)
• I - A atenção hospitalar à gestação, à perda gestacional, ao parto, ao
nascimento, ao pós-parto e ao RN:

l) assistência segura e a
m) disponibilização de quantitativo dos seguintes leitos:
1. Gestação de Alto Risco (GAR);
2. Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN);
3. Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo);
4. Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa);
5. Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulta;
6. UTI pediátrica; e
7. Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP); dequada no caso de
perda gestacional;
NÚMEROS DO COMPONENTE III

Agendamento da 1ª
consulta em serviço
Mínimo de 12 consultas
especializado: 30 dias
de pré-natal alto risco
após a alta da
maternidade
O Componente IV - Sistemas de
Apoio (Art. 10)
I - sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico para prover exames
laboratoriais, gráficos, de patologia clínica e de imagem, durante
os ciclos gravídico-puerperal, do RN e da criança, com resultados
oportunos;

II - sistemas de assistência farmacêutica;

III - meios para implementação da Estratégia de Saúde Digital; e

IV - meios para integração de dados dos sistemas de informação


em saúde
Componente V - Sistemas
Logísticos (Art. 11)
• O sistema logístico deverá dispor de:
I - sistemas de identificação e de acompanhamento dos
usuários;

II - sistema de centrais de regulação;

III - sistema de registro eletrônico em saúde;

IV - sistema de transporte sanitário e transporte regulado de


urgência;
Componente VI - Sistema de
Governança (Art. 12)

• Constitui a capacidade de intervenção que envolve


diferentes atores, mecanismos e procedimentos para
gestão compartilhada.
A Rami deverá ser implementada, em todo o território
nacional e de forma tripartite, pela União, estados, Distrito
Federal e municípios, respeitados os critérios
epidemiológicos, como taxa de mortalidade materna e
infantil, densidade populacional e a oferta de serviços.
PLANO DE AÇÃO
MACRORREGIONAL
PLANO DE AÇÃO
MACRORREGIONAL
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
OUTRAS LEGISLAÇÕES IMPORTANTES SOBRE
A SAÚDE DA MULHER

• LEI Nº 17.097, DE 17 DE JANEIRO DE 2017 – Violência


Obstétrica

• LEI Nº 14.443, DE 2 DE SETEMBRO DE 2022 – Lei da


laqueadura

• LEI Nº 11.108, DE 7 DE ABRIL DE 2005 – Lei do


Acompanhante
SÓ ISSO MESMO
OBRIGADA!

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