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AS PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS

DA ENFERMAGEM FRENTE A GESTAÇÃO,


PARTO E NASCIMENTO
MARCOS EVOLUTIVOS DA POLÍTICA DE SAÚDE DA
MULHER: 1974 À 2004
1974/1978 1984 2004
Programa Nacional de Saúde Programa de Atenção Política Nacional de
Materno-Infantil (PNSMI) Integral à Saúde da Atenção Integral à Saúde
Mulher(PAISM): diretrizes da Mulher: princípios e
e ações programáticas diretrizes

Compromisso: com as Com as ações educativas, Com a implantação de


demandas relativas à gravidez preventivas, de ações de saúde que
e ao parto diagnóstico e tratamento contribuam para a
garantia dos direitos
humanos das mulheres e,
reduzam a morbi-
mortalidade
Estabelece parcerias com
movimento de mulheres, de
população materno-infantil que A mulher nas diversas
negros, sociedades
representava 74,8 % da etapas do ciclo de vida científicas, pesquisadores,
população brasileira gestores de saúde, ONGs e
agencias de cooperação
internacional
MARCOS EVOLUTIVOS DA POLÍTICA DE SAÚDE DA
MULHER: 1974 À 2004
1974/78 –PNSMI 1984 - PAISM 2004 – PN/AISM
A mulher é considerada O PAISM considera a Reforça a visão de
apenas biológica. O população feminina com um integralidade da
papel social é de mãe novo perfil epidemiológico. assistência prestada
e dona do lar. as mulheres.

Falta de integração Incorpora princípios e Incorpora o enfoque


com os outros diretrizes: descentralização, de gênero, direitos
programas e ações hierarquização e sexuais e
regionalização dos serviços.
propostas pelo reprodutivos, e
Destaca-se também o
Governo Federal conceito de equidade e violência doméstica e
integralidade do SUS. sexual.

Acompanha o processo de Cumpre seu papel de


reorganização da gestor Federal ao
Cumpre papel
assistência, com o formular a política que
normativo-prescritivo deve nortear as ações
processo de
de atenção à saúde da
municipalização e mulher para o período
fortalecimento da Atenção de 2004 – 2007.
Básica
CONTEXTUALIZAÇÃO DE SAÚDE DA MULHER NAS
POLÍTICAS DE SAÚDE BRASIL: 1974 À 2004
1974 1984 2004
“ A mulher objeto da “ A mulher sujeito da “ A mulher sujeito da
reprodução” reprodução” cidadania”
Política governamental Política que toma como
Sistema Capitalista de privativista e concentradora. pressuposto: mulheres
prática com reforço nas Substitui a voz da população e homens em função da
especialidades médicas. pela pressão de diversos organização social das
setores. relações de gênero.
Fortalece a situação de Amplia a cobertura de atenção Incorpora e prioriza a
assistência hospitalar e à saúde da população saúde reprodutiva e, em
ambulatórios de conforme compromissos particular as ações de
especialidades. políticos internacionais. redução da mortalidade
materna.
Ideologia do programa de Ênfase em atividades-chaves Enfoque na
integração social ou pela identificadas mediante transversalidade dos
intensificação de convênios critérios epidemiológicos. Programas de Saúde.
com os sindicatos com o O processo de construção do Ênfase na política de
propósito de transformá-los SUS têm grande influência Atenção Básica de
em órgãos assistenciais. sobre a implantação do PAISM. Saúde.
OBJETIVOS DAS POLÍTICAS DE SAÚDE DA MULHER
BRASIL: 1974 À 2004
1974
• Reduzir os altos índices de morbi-mortalidade materno-
infantil;
• Incluir as seguintes atividades:

 Assistência materna (gestação, parto, puerpério);


 Assistência à criança e adolescente;
 Expansão da assistência materno-infantil;
 Capacitação de recursos humanos;
 Assistência no pré-concepcional e pré-nupcial.
OBJETIVOS DAS POLÍTICAS DE SAÚDE DA MULHER
BRASIL: 1974 À 2004

1984
• Ampliar a rede de serviços face a necessidade de
extensão do atendimento;
• O modelo inclui as seguintes atividades:

 Assistência clínico-ginecológica;
 Assistência pré-natal;
 Assistência ao parto e puerpério imediato.
OBJETIVOS DAS POLÍTICAS DE SAÚDE DA MULHER
BRASIL: 1974 À 2004
2004 – 2007
• Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica;
• Estimular a implantação e implementação do Planejamento
Familiar;
• Promover a atenção obstétrica e neonatal qualificada e
humanizada;
• Promover a atenção as mulheres vítimas de violência;
• Reduzir a morbi-mortalidade por câncer na população
feminina;
• Implantar um modelo de saúde mental das mulheres sob o
enfoque de gênero;
• Implantar e implementar a atenção à mulher no climatério;
• Promover conjuntamente com o PN DST/AIDS a prevenção e
controle das DST/HIV/AIDS na população feminina;
• Fortalecer a participação e o controle social na definição e
implementação das políticas de Atenção Integral à Saúde das
Mulheres.
Saúde da Mulher: a transversalidade com outras
Políticas de Saúde

Infecção por DST/HIV/AIDS

Doenças Crônico
Degenerativas,
Cardiovasculares e Câncer cérvico-
Diabetes Mellitus uterino e mamário

SAUDE
DA
Transtornos Violência
MULHER doméstica e
Mentais
SUS sexual

Discriminação Abortamentos em
racial e social condições inseguras
Jornadas e condições de
trabalho
Saúde da Mulher: Metas a ser alcançadas
Incluir a participação de
Representantes do
Movimento de Mulheres na
Câmaras Técnicas e
Comissões da AISM / MS

SAÚDE DA
MULHER:
Participação e Capacitação de
Promoção de
eventos sobre a Controle lideranças do
movimento das
Política de AISM Social mulheres e feministas
pelo Movimento
de Mulheres para a atuação nas
instâncias de controle
Incluir a participação de social.
Representantes do
Movimento de Mulheres
nos Comitês de Morte
materna :estaduais e
municipais
Saúde da Mulher: Dimensão da Assistência à Saúde
da Mulher

Relações sociais e
culturais
Relação com o
Meio Ambiente Lazer

SAÚDE
DA
Renda MULHER Alimentação

Moradia Trabalho

Relação de gênero
Enfermagem Obstétrica no Brasil:
Realidades

• Formação do Enfermeiro na perspectiva de gênero


e da humanização;
• Dificuldades de atuação junto a equipe de saúde e
a própria equipe de Enfermagem;
• Reconhecimento limitado da atuação do
Enfermeiro: pela cliente e demais profissionais da
equipe de saúde na atenção nas casas de parto e
no domicilio;
• Conflitos vivenciados: (Lei 7498/86, portarias do MS 281/98;
163/98; 985/98,569, 570, 571 e 572 e as Assembléias Mundiais e
determinações internacionais (OPAS/OMS) são ignoradas.);
• Ampliação da atuação da Enfermeira Obstetra na
assistência à parturiente: gênero e humanização;
• Práticas não medicalizadas altamente
questionadas; necessidade de evidencias;
• Enfermeiro está inserido nas Políticas Públicas
direcionada para as mulheres: Alianças/Parcerias.
TENDÊNCIAS NA ARTE DE PARTEJAR

1 - A parteria ligada a Obstetrícia

• Modelo ato médico: medicalização e


hospitalização
• Médico/Obstetra
• Apropriou-se da arte de partejar das parteiras

2 - A parteria articulada à Enfermagem Obstétrica

• Modelo de Saúde pública e biomédico


• Enfermeira/Enfermeira Obstetra
• Apropriou-se da arte de partejar dos médicos
e das parteiras

3 – A parteria ligada à Saúde Reprodutiva

• Modelo cidadão
• Necessidades da mulher
• Apropriou-se dos princípios de cidadania e
direitos sexuais e reprodutivos
A PARTERIA ARTICULADA À ENFERMAGEM

PRESSUPOSTO

A inserção da Enfermeira nas linhas de


cuidado do SUS (modelos de atenção);

Caracteriza uma realidade concreta, que


se fundamenta em um movimento
progressivo de consenso da categoria
(no ensino e na pratica ) que focaliza a
Mulher como sujeito – cidadã, social,
ativa e com direitos sobre seu parto e
maternidade.
A PARTERIA ARTICULADA À ENFERMAGEM

BASES CONCEITUAIS

A Enfermagem como Profissão

• Necessidade político – social


• Prática social aplicada
• Prática profissional liberal e autônoma
• Trabalho em equipe interdisciplinar

A Saúde Reprodutiva ( ONU, CNOM, 1995 )

• Estado de bem-estar físico, mental e social


• Conjunto de métodos, técnicas e serviços para a Saúde
• Desenvolvimento de vida e das relações pessoais
• Inclui a Saúde sexual e não somente a reprodução e as DST
• Abrange os direitos reprodutivos e constitucionais
Enfermagem Obstétrica no Brasil:
Perspectivas
• Promoção de Concursos Públicos com
definição de áreas de atuação específica;
• Maior interesse pelos gestores para o
aproveitamento da Enfermeira Obstetra
qualificada na atuação na área de Saúde da
Mulher;
• Enfoque na Atenção Básica (Cobertura de
50% de atendimento no pré-natal);
• Destaque para as Ações Educativas e de
Educação Continuada;
• Articulação com Movimentos Sociais;
• Reivindicar a continuidade de Cursos de
Especialização pelo MS e ampliação de
Casas de Parto (CPN);
• Necessidade de estabelecimento de redes
de informação/comunicação na perspectiva
nacional e internacional.
Enfermagem Obstétrica no Brasil:
Desafios
• Implementar um Projeto Parlamentar que
assegure nossa propria interlocução;
• Ampliar programas de qualificação de toda a
equipe de saúde (urbana e rural)
• Revisão e elaboração de protocolos nas
Unidades de saúde/Maternidades;
• Exigir dos gestores (Política) o aumento do
quantitativo de Enfermeiros Obstetras na
atenção à mulher no hospital, casas de parto
e no domicilio ( Resolução Ministerial);
• Ampliar a fiscalização pelo COFEN/CORENs
visando a garantia do exercício pleno das
competências do Enfermeiro Obstetra,
asseguradas em Lei;
• Estabelecer mecanismos efetivos de
articulação com a ABENFO/Coren’s e esta
com o ICM;
• Definir , por consenço da categoria uma
posição politica e pedagógica (Residencias
Multiprofissionais, exemp.).
Enfermagem Obstétrica:
Atuar respeitando a fisiologia/cidadania com
responsabilidade profissional e social

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