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POLÍTICAS DE SAÚDE DA MULHER

Crédito: mulheres como elas são - http://www.newsderv.com.br/pg.php?id=884&titpg=mulheres-como-elas-sao#prettyPhoto

Profa. Tatiane Regina de Sousa


PERGUNTAS NORTEADORAS

Quais as principais necessidades de saúde das mulheres em idade


reprodutiva?

O que são “saúde sexual” e “saúde reprodutiva”?

O que “saúde integral da mulher” e o que são o PAISM e o


PNAISM?

Quais os principais programas de saúde da mulher no SUS?


Programa Materno Infantil (déc. 30, 50 e 70)

• Proteção ao grupo de risco e de maior vulnerabilidade (crianças


e gestates);
• Traduzia uma versão restrita sobre a mulher;
• Mulher sinônimo de:
- Mãe,
- Doméstica,
- Educadora,
- Cuidadora,
- Responsável pela saúde dos filhos, marido e de outros familiares.
Programa Materno Infantil

• Criado em 1975;

• Busca englobar cuidados no período pré concepcional, pré


natal, parto e puerpério;

• Considerava-se que a mulher era a principal responsável


pelo tamanho da família;

• O programa assume que a pobreza poderia ser reduzida


mediante a limitação da fecundidade.
1980s: pre-Cairo, pre-Beijing,
Pre direitos sexuais ou reprodutivos

Agenda muito ampla (sexualidade,


diversidade sexual, raça, violência, a
crítica à medicalização, auto-ajuda,
saúde mental, envelhecimento)

Desigualdade social,
sobrecarga de trabalho
O movimento de mulheres e a criação do PAISM
Programa de Atenção Integral à Saúde das Mulheres

Criado em 1984:
descentralização,
hierarquização e regionalização
dos serviços.

Ações que extrapolassem o ciclo


gravídico puerperal
Saúde da mulher, saúde integral
da mulher – o PAISM

A idéia de programação em saúde, ação programática (saúde


pública, saúde coletiva)

O feminismo dos anos 60/70: o corpo como prioridade, nosso


corpo nos pertence

O movimento de saúde da mulher no Brasil. Saúde e


sexualidade. Saúde e política. Gênero.

O PAISM proposto em 1983: a noção de programa

A Carta de Itapecerica de 1984: saúde e política


Saúde da mulher, saúde integral
da mulher – o PAISM

A saúde além do biológico: o psicológico e o social. Crítica à


medicalização.

A saúde além da idade reprodutiva: juventude, idade madura

A diversidade entre as mulheres: classe social; raça/etnia; opção


sexual

A maternidade voluntária como direito: contracepção e aborto

Saúde mental, saúde ocupacional.


O PAISM antecipa a inflexão conceitual da saúde reprodutiva

Ações prioritariamente destinadas à saúde da mulher, e não


apenas aos seus filhos, ou tendo as mulheres como meio;

Incorpora o direito à regulação da fertilidade como um direito


social, recusando a ação do estado por meio de políticas de
controle demográfico;

Enfatiza a dimensão educativa, buscando alterar valores e


práticas de caráter sexista.

Aquino, E M L. e cols, 2002.


Saúde integral da mulher (e do homem?)

Saúde da mulher

Saúde Sexual

Saúde reprodutiva

Saúde materna
Saúde Materna
Material do Ministério da Saúde na década de 80 (papel do movimento
feminista)

Direcionado para os grupos de concientização


Com base no grupo de aprendizagem, a pedagogia feminista,
perspectiva freiriana
Crítica à medicalização
Auto-ajuda, o auto-conhecimento
Sexualidade e Política, Sexualidade e Saúde (mais aceitável, para
a “infiltração feminista”)
Material do Ministério da Saúde na década de 80 (papel do
movimento feminista)

Direcionado para
os grupos de
concientização

Abordagem
feminista

Auto-exame
Uma forte crítica de
medicalização da
o corpo da mulher e
da vida,
e da falta de médico
a atenção para
escolhas informadas
Os conceitos e as conferências da ONU
década de 90 (Rio, Viena, Cairo e Pequim)

O deslocamento da questão do planejamento familiar para além do


problema da suposta explosão demográfica (Rio, 1992)

O marco dos Direitos Humanos das Mulheres: direitos reprodutivos e


direitos sexuais. Violência de gênero e direitos humanos e questão de saúde
(Viena, 1993)

Institucionalização dos direitos reprodutivos: saúde reprodutiva no marcos


desses direitos. (Cairo, 1994)

O advento dos direitos sexuais, legitimados na Conferência de Pequim.


Saúde, gênero e sexualidade. (Beijing, 1995)
A Conferência do Cairo: o Capítulo IV

“A saúde reprodutiva é um estado de completo bem-estar físico, mental e


social, e não mera ausência de enfermidade ou doença, em todos os
aspectos relacionados ao sistema reprodutivo e a suas funções e
processos. Conseqüentemente, a saúde reprodutiva implica a
capacidade de desfrutar de uma vida sexual satisfatória (...) Inclui
também a saúde sexual, cujo objetivo é a melhoria da vida e das
relações pessoais, e não somente o aconselhamento e a atenção
referentes à reprodução e às doenças sexualmente transmissíveis”
Políticas Públicas

Em 2003 surge a necessidade de articulação para atenção das mulheres


rurais, com deficiência, negras, indígenas, presidiárias, lésbicas e a
participação nas discussões e atividades sobre saúde da mulher e meio
ambiente.

28 de maio de 2004: Ministério da saúde propõe diretrizes para humanização


e a qualidade do atendimento.

Período de 2004 a 2007: Elaboração dos princípios e diretrizes da POLÍTICA


NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER.
DIRETRIZES DO PNAISM

O SUS deve estar orientado e capacitado para atenção integral a saúde


da mulher.

O programa deve atingir mulheres em todos os ciclos da vida

As práticas de saúde deverão nortear-se pelo princípio da humanização

O PNAISM deverá estabelecer dinâmica inclusiva, possibilitando a criação


e ampliação das condições necessárias ao exercício do direito da mulher.
Na década de 90: uma nova agenda - HIV / AIDS,
violência, saúde sexual e reprodutiva e os direitos

O Brasil possui uma Rede Nacional de ativos sexual e


saúde reprodutiva e os direitos (desde 1991) RedeSaúde

Um contexto diferente, nacional e internacionalmente


Do PAISM ao PNAISM
O PAISM /1983 nasce no contexto da Movimento Sanitário . Formulação do
redemocratização do país/ Conferência SUS.
de Alma-Ata (1978).
O PAISM foi influenciado pelas
A participação dos movimentos sociais e
de mulheres, em especial o movimento características dessa nova política de
feminista, influenciaram a construção do saúde: integralidade e equidade da
Programa atenção

Em 2004 - É elaborada a Política Nacional de Atenção


Integral a Saúde da Mulher.

Objetivos: promover a melhoria das condições de


vida e saúde das mulheres

*garantia de direitos
*ampliação do acesso aos meios e serviços de
Promoção, prevenção, assistência e recuperação da
Fonte: ATSM/DAPES/SAS/MS saúde
Saúde Sexual e Saúde
Reprodutiva, incluindo Atenção Obstétrica
o Planejamento
Reprodutivo
e as DST/HIV/Aids

Atenção à Saúde de
Atenção às Mulheres e
Segmentos Adolescentes em
Específicos da População Situação de Violência
Feminina

Câncer de colo de útero Atenção Clínico


e mama Ginecológica
DESTAQUES

• Marcas de Governo:

 Rede Cegonha
 Rede de Urgência e Emergência
 Rede de Prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer:
fortalecimento do programa nacional de controle do
câncer de colo uterino e mama
 Rede de Atenção psicossocial e combate ao crack
• A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher
(PNDS-2006) traça um perfil da população feminina em idade fértil e das
crianças menores de 5 anos no Brasil.

• Os resultados recentes fornecem subsídios para uma avaliação dos


avanços ocorridos na saúde da mulher e da criança no Brasil.

• Além disso, permitem comparações internacionais e auxiliam na


formulação de políticas e estratégias de ações.
Principais demandas de serviços

• Contracepção
• Pre-natal
• Parto e pós-parto
• Queixas ginecológicas (vaginais, menstruais – “ginecologia banal”)
• Envelhecimento / menopausa
• Prevenção de cânceres de colo e mama
• Procedimentos estéticos / cirurgia cosmética
• Sexualidade
• Doenças comuns aos “humanos em geral”
ANTICONCEPÇÃO

Porcentagem de uso atual de métodos anticoncepcionais. PNDS 1996 e 2006.

Todas as Mulheres Sexualmente ativas*


Uso atual mulheres unidas não unidas

1996 55% 77% 55%

2006 68% 81% 75%

*Nos últimos 12 meses.


Taxas de fecundidade total, segundo características sociodemográficas. PNDS
1996 e 2006.

6
Brasil Residência Anos de estudo
5,0 1996
Taxa de fecundidade total

2006
4,2
4 3,5 3,6
3,0
2,8 2,8
2,5 2,4
2,3
2,0 2,1
2 1,8 1,8 1,7
1,6 1,5
1,0

0
Total urbana rural nenhum 1 a 3 4 5 a 8 9 a 11 12 ou
mais
Porcentagem de nascimentos ocorridos nos 5 anos anteriores à pesquisa,
segundo o planejamento. PNDS 1996 e 2006.

1996 2006
Planejados para
aquele momento
22% 18%
Planejados para
mais tarde
51% 54%

26% 28%
Não desejados
Porcentagem de mulheres atualmente unidas e mulheres sexualmente ativas não unidas usando
algum método, segundo o tipo de método usado. PNDS 1996 e 2006.

100%
Não está usando método
23 19
25 Pílula

46 Esterilização feminina
25 Camisinha masculina
21
30 Injeção contraceptiva
Coito interrompido
50%
22 Tabela/abst./billings
11 29
40 DIU
Métodos vaginais
15
26 12 Esterilização masculina

11 4 4 Outros métodos
4 Implantes
5
0%
1996 2006 1996 2006
Mulheres sexualmente Mulheres unidas
ativas não unidas
Porcentagem de mulheres que atualmente usam métodos modernos, segundo a
mais recente fonte de obtenção, por método específico. PNDS 2006.

100%

25,3
17,9
75% 44,7
10,7 14,2
75,7 74,9 66,0
50%
15,7

63,6 59,4
25%

36,4
21,3 22,6 25,1
0%
Esterilização Esterilização DIU Pílula Injeção Camisinha
feminina masculina contraceptiva masculina
Serviço de saúde ligado a
Serviço de saúde do SUS Outra
convênio/plano de saúde
Não sabe/
Serviço de saúde particular Farmácia
não respondeu
Porcentagem de mulheres esterilizadas segundo o momento da realização da
cirurgia. PNDS 1996 e 2006.

Por ocasião do nascimento 1996 2006


do último filho

No parto cesário
26%
32%
Depois do parto
normal
59% 59%
Em outra ocasião 15%
9%
GRAVIDEZ e PARTO
ASSISTÊNCIA ao PRÉ NATAL
Percentagens de mulheres com assistência ao pré natal, segundo o número de consultas. PNDS 1996 e
2006.
Número de consultas
0 1a3 4a6 7+ não sabe
Brasil

2006 1 4 29 61 5

1996 14 8 28 48 2

2006 1 3 27 65 4
Urbana

1996 9 6 29 54 2

2006 4 8 34 47 7
Rural

1996 32 13 26 27 1

0 25% 50% 75% 100%


ASSISTÊNCIA AO PARTO

Percentual de partos hospitalares e de partos assistidos por médicos ou enfermeiras, nos 5 anos
anteriores à entrevista. Brasil, Rural e Regiões Norte e Nordeste. PNDS 1996 e 2006.

PARTO HOSPITALAR PARTO por MÉDICO ou ENFERMEIRA

100 98 96 98 97 94 94
92 92 93
Percentual (%)

88
82 83
78 76
73 75
50

50
Brasil Rural Norte NE Brasil Rural Norte NE

1996 2006
Porcentagem de partos cesários nos 5 anos anteriores à entrevista, segundo
residência e tipo de serviço de saúde utilizado. PNDS 1996 e 2006.

80 77

60 1996
Percentual (%)

44 46
42 2006
36 35
40
33

20
20

0
Brasil Rural Urbano SUS* Convênio/
privado*

*Dado não disponível em 1996.


AMAMENTAÇÃO Ana Segall-Corrêa
Letícia Marín-León

Percentual de crianças menores de 60 meses alguma vez


amamentadas, segundo residência e região. PNDS 1996 e 2006.
100 Residência Região
98
98
97 97
96 96 96
95
Percentual (%)

95 94
93
93 92 93
92 92 92

90

85
Brasil Urbana Rural N NE SE S CO

1996 2006

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