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A saúde da mulher
O gênero, como elemento constitutivo das relações sociais entre homens e mulheres,
é uma construção social e histórica. É construído e alimentado com base em símbolos, normas
e instituições que definem modelos de masculinidade e feminilidade e padrões de
comportamento aceitáveis ou não para homens e mulheres. O gênero delimita campos de
atuação para cada sexo, dá suporte à elaboração de leis e suas formas de aplicação. Também
está incluída no gênero a subjetividade de cada sujeito, sendo única sua forma de reagir ao
que lhe é oferecido em sociedade. O gênero é uma construção social sobreposta a um corpo
sexuado. É uma forma primeira de significação de poder (SCOTT, 1989).
A saúde da mulher, no que tange a história das políticas brasileiras, ‘sempre foi’
negligenciada. Durante séculos, a abordagem acerca desse assunto, foi considerada
irrelevante, sendo trabalhada apenas de forma superficial, após o século XX, dentro dos
parâmetros que se referem aos cuidados materno-infantil, haja vista que todas as políticas
públicas direcionadas ao sexo feminino eram apenas de dimensão procriativa, corroborando,
dessa forma, com a associação única da mulher como mãe.
A violência obstétrica
Como exemplo, ‘foi’ o artigo intitulado de “Crueldade nas Maternidades”, publicado pelo
Ladies Home Journal, no final da década de 1950. Esse, por sua vez, denunciou a tortura e
violência sofridas pelas gestantes. Explicitou o uso do sono crepuscular a qual elas eram
submetidas: tratava-se de uma combinação de morfina e escopolamina, que produzia sedação
profunda, frequentemente acompanhada de inquietação e alucinações. As mulheres
costumavam a serem algemadas pelos pés e pelas mãos pelos próprios profissionais da saúde,
para que essas não saíssem da cama. Por vezes, diversos hematomas eram encontrados nos
corpos das pacientes, vítimas de lesões durante o ‘período de paciente”. O artigo relata
também o constante número de partos com fórceps em mulheres inconscientes.
Dessa maneira, nos anos de 1990 a 2000, houve um chamado campo de investigação no qual
intensificaram a procura sobre o tema, tomando uma proporção investigativa no país.
Referências
http://mulheres.org.br/historia-do-feminismo-no-movimento-pela-saude/
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf