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Introdução

Falar sobre ‘participação da mulher na saúde” e situações. (dados)

A saúde da mulher

O gênero, como elemento constitutivo das relações sociais entre homens e mulheres,
é uma construção social e histórica. É construído e alimentado com base em símbolos, normas
e instituições que definem modelos de masculinidade e feminilidade e padrões de
comportamento aceitáveis ou não para homens e mulheres. O gênero delimita campos de
atuação para cada sexo, dá suporte à elaboração de leis e suas formas de aplicação. Também
está incluída no gênero a subjetividade de cada sujeito, sendo única sua forma de reagir ao
que lhe é oferecido em sociedade. O gênero é uma construção social sobreposta a um corpo
sexuado. É uma forma primeira de significação de poder (SCOTT, 1989).

A saúde da mulher, no que tange a história das políticas brasileiras, ‘sempre foi’
negligenciada. Durante séculos, a abordagem acerca desse assunto, foi considerada
irrelevante, sendo trabalhada apenas de forma superficial, após o século XX, dentro dos
parâmetros que se referem aos cuidados materno-infantil, haja vista que todas as políticas
públicas direcionadas ao sexo feminino eram apenas de dimensão procriativa, corroborando,
dessa forma, com a associação única da mulher como mãe.

As mudanças ‘sofridas’ nesse âmbito, ocorreram somente após a década de 1970,


estimuladas pelo movimento feminista. A comunidade agiu sobre os paradigmas relacionados
à saúde da mulher “da época”, desmitificando o conceito que define a saúde como apenas
cura da enfermidade ou ausência dela no processo de reprodução biológica, ampliando esse
direito ao incluir outras esferas como o bem-estar físico, emocional e mental. (ficou sem
sentido?)

A conscientização e o empoderamento feminino permitiram que a mulher, ao analisar


sua própria vida, se inteirasse sobre as opressões sofridas dentro do corpo social. Nesse
contexto, a atuação inicial do movimento foi a mobilização social quanto a perspectiva
reducionista com que tratavam a mulher e os abusos cometidos contra o gênero dentro do
campo da saúde. Inúmeras denúncias foram efetuadas e questões enraizadas as quais
privavam a liberdade sexual feminina foram desmascaradas, como o direito ao acesso à pílula
anticoncepcional e ‘seus componentes’. ‘Não obstante’, problemáticas que agrediam a
integridade física feminina como o controle forçado de natalidade por meio da esterilização
inconsciente de mulheres, tornaram-se públicas. 11-25 → 15, 21, 25

Sendo assim, a reivindicação feminina se concentrou em revogar políticas que


priorizavam o sexo masculino, em detrimento das mulheres. A organização buscou, desse
modo, ações que as garantiam como cidadãs as quais detêm o direito de igualdade perante a
Lei, incluindo ‘políticas’ de saúde que as atendam inteiramente, respeitando seus direitos de
integridade em todos os ciclos da vida, além de levar em conta as individualidades sociais,
culturais e econômicas em que estão inseridas.

Dessa maneira, no ano de 1984, dentro de um contexto de democratização do saber


médico e reformulação das diretrizes da saúde feminina, mulheres de todos os países se
reuniram para realizar o 1º Encontro Nacional de Saúde da Mulher, no qual teve como
documento final a Carta de Itapecirica que, por sua vez, abordou a necessidade de estender
essa demanda de assistência, reafirmando o direito de esclarecimento sobre riscos e
vantagens dos procedimentos que eram submetidas. (ficou sem sentido?) O escrito, portanto,
foi um marco ma história luta feminina que, por meio da sintetização de reivindicações,
colaborou para formulação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM).

O novo programa para a saúde da mulher incluía ações educativas, preventivas, de


diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a assistência à mulher em clínica
ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, no climatério, em planejamento familiar, DST,
câncer de colo de útero e de mama, além de outras necessidades identificadas a partir do
perfil populacional das mulheres (BRASIL, 1984).

O PAISM caracterizou-se como símbolo da evolução dos direitos femininos,


impulsionando a instituição ‘de mais’ projetos e programas que abordam a saúde da mulher
como prioridade, atendendo-a de maneira íntegra. Com a sua implantação, houve um
incentivo e encorajamento da mulher para que denunciasse os problemas ainda
negligenciados pela sociedade, como, por exemplo, o descaso e a violência sofrida dentro das
próprias casas de saúde. Nesse sentido, é evidente a fragilidade que ainda ronda as políticas
direcionadas, mostrando-se fundamental prosseguir com a problematização das leis que dão
suporte à mulher e sua integralidade.

1º Encontro Nacional de Saúde da Mulher, em 1984 → mulheres de todos países → Carta de


Itapecerica → Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM)

A criação, em 1991, da Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos

IV Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (1994, no Cairo) e a IV


Conferência Mundial sobre a Mulher (1995, em Pequim). Lembrando que ambas as
conferências foram pautadas por reivindicações fundamentais dos movimentos de mulheres

A violência obstétrica

A violência obstétrica, de acordo com ... , caracteriza-se por


É sabido que a violência obstétrica é recorrente, no entanto, as discussões acerca dessa
problemática se ‘propagaram’ ‘no mundo’ somente após a década de 80, ‘graças’ ao
movimento feminista que, por sua vez, queria dar voz às mulheres vítimas de maus-tratos na
maternidade.

Como exemplo, ‘foi’ o artigo intitulado de “Crueldade nas Maternidades”, publicado pelo
Ladies Home Journal, no final da década de 1950. Esse, por sua vez, denunciou a tortura e
violência sofridas pelas gestantes. Explicitou o uso do sono crepuscular a qual elas eram
submetidas: tratava-se de uma combinação de morfina e escopolamina, que produzia sedação
profunda, frequentemente acompanhada de inquietação e alucinações. As mulheres
costumavam a serem algemadas pelos pés e pelas mãos pelos próprios profissionais da saúde,
para que essas não saíssem da cama. Por vezes, diversos hematomas eram encontrados nos
corpos das pacientes, vítimas de lesões durante o ‘período de paciente”. O artigo relata
também o constante número de partos com fórceps em mulheres inconscientes.

Dessa maneira, nos anos de 1990 a 2000, houve um chamado campo de investigação no qual
intensificaram a procura sobre o tema, tomando uma proporção investigativa no país.

Referências

http://mulheres.org.br/historia-do-feminismo-no-movimento-pela-saude/

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf

Mulher negra/pobre (2 paragrafos → bvsms,

A saúde e a doença estão intimamente relacionadas e constituem um processo cuja


resultante está determinada pela atuação de fatores 12 sociais, econômicos, culturais e
históricos. Isso implica em afirmar que o perfil de saúde e doença varia no tempo e no espaço,
de acordo com o grau de desenvolvimento econômico, social e humano de cada região
(LAURELL, 1982).
As desigualdades sociais, econômicas e culturais se revelam no processo de adoecer e
morrer das populações e de cada pessoa em particular, de maneira diferenciada. De acordo
com os indicadores de saúde, as populações expostas a precárias condições de vida estão mais
vulneráveis e vivem menos. O relatório sobre a situação da População Mundial (2002)
demonstra que o número de mulheres que vivem em situação de pobreza é superior ao de
homens, que as mulheres trabalham durante mais horas do que os homens e que, pelo menos,
metade do seu tempo é gasto em atividades não remuneradas, o que diminui o seu acesso aos
bens sociais, inclusive aos serviços de saúde.

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