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Tema do Trabalho:
Código: 708211476
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Índice
Introdução.............................................................................................................................. 3
Conclusão ............................................................................................................................ 18
Bibliografias ........................................................................................................................ 19
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Introdução
O presente trabalho é de carácter avaliativo, com objectivo de descrever acerca da Saúde
Sexual e Reprodutiva & O HIV-SIDA.
A OMS descreve saúde sexual como a ausência de doenças, especialmente as doenças
sexualmente transmissíveis; a ausência de coacção sexual, tais como a violência, tal como a
violação sexual e as demais formas de coerção sexual. Presentes no sexo comercial, ou
instituídas pela relação de poder entre homens e mulheres e pela estigmatização, por exemplo
de homossexuais e lésbicas, e pela presença de satisfação no acto.
E, o SIDA é o último estádio de uma doença séria causada por infecção pelo vírus de
imunodeficiência humano (HIV), que ataca o sistema imunitário do sujeito, fazendo diminuir
o número de células responsáveis pelo sistema imunitário do organismo. A não transmissão
da AIDS, recomenda-se o uso de preservativo durante as relações sexuais, a utilização de
seringas e agulhas descartáveis e o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais,
bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão. Além disso, as mães
infectadas pelo vírus (HIV-positivas) devem usar antirretrovirais durante a gestação para
prevenir a transmissão vertical e evitar amamentar seus filhos.
As mulheres utilizam o preservativo nas relações sexuais principalmente por iniciativa própria
e iniciativa do parceiro. Poucas referem fazê-lo por indicação de profissionais de saúde o que
revela alguma incongruência com o facto de metade das mulheres afirmar que frequenta uma
consulta de planeamento familiar. Noutros estudos a taxa de não frequência a consultas de
planeamento familiar é mais elevada, como no estudo de Bóia (2008), em que 60% da sua
amostra não frequentava consultas de planeamento familiar. Nesse estudo o uso de
preservativo era resultado, maioritariamente, de iniciativa própria ou por conselho de um
familiar.
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1. Planeamento Familiar
1.1.1. Vantagens
Ajudando a prevenir o HIV/SIDA
O planeamento familiar reduz o risco de gravidezes não desejadas entre as mulheres que
vivem com o HIV, resultando em menos bebés infectados e órfãos. Além disso, preservativos
masculinos e femininos fornecem dupla protecção contra a gravidez indesejada e contra as
DSTs, incluindo o HIV.
O planeamento familiar permite que as pessoas façam escolhas informadas sobre a sua saúde
sexual e reprodutiva. O planeamento familiar representa uma oportunidade para as mulheres
de prosseguir seus estudos adicionais e participar na vida pública, incluindo trabalho
remunerado em organizações não-familiares. Além disso, ter famílias menores permite que os
pais invistam mais em cada criança. Crianças com menos irmãos tendem a permanecer mais
tempo na escola do que aqueles com muitos irmãos.
1.1.2. Desvantagem
Reduzir a gravidez na adolescência
Adolescentes grávidas são mais propensas a ter bebés prematuros ou de baixo peso ao nascer.
Os recém-nascidos de adolescentes têm maiores taxas de mortalidade neonatal. Muitas
meninas que engravidam têm de deixar a escola e isto tem implicações de longo prazo para
elas como indivíduos, para suas famílias e suas comunidades.
O planeamento familiar pode impedir gravidezes inoportunas e partos com um curto período
de tempo entre eles, que contribuem para algumas das mais altas taxas de mortalidade infantil
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do mundo. Filhos de mães que morrem ao dar à luz também têm um maior risco de morte e
problemas de saúde.
Importante destacar que a problemática da gravidez não planejada, atinge as diversas classes
socioeconómicas e faixas etárias em idade fértil (10 à 49 anos), desde mulheres muito jovens
até as mais maduras, que por uma série de circunstâncias não estão preparadas para tal.
Ressalta-se o impacto dessa condição no momento da adolescência.
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populacionais, que nunca antes foi al e social, assim como, uma vida sexual satisfatória e
segura. Implica a capacidade de se reproduzir e decidir, quando e com que frequências o
fazem (Cairo, 1994).
A OMS descreve saúde sexual como a ausência de doenças, especialmente as doenças
sexualmente transmissíveis; a ausência de coacção sexual, tais como a violência, tal como a
violação sexual e as demais formas de coerção sexual. Presentes no sexo comercial, ou
instituídas pela relação de poder entre homens e mulheres e pela estigmatização, por exemplo
de homossexuais e lésbicas, e pela presença de satisfação no acto. Este conceito no seu
carácter instrumental, tem possibilitado várias intervenções de carácter médico e social, assim
como político e ético (Villela, 2006).
A importância atribuída à saúde sexual e reprodutiva é relativamente recente (Nodin, 2001;
Ogdnen, 2004).
Estes problemas, com causas multivariadas, são em grande parte determinados pelos
comportamentos e estilos de vida. Na adolescência estes problemas de saúde tendem a
aumentar, os autores destacam que é possível prevenir muitos desses problemas, através da
prevenção, devido à grande plasticidade comportamental que caracteriza a adolescência (Dias,
2009; Simões, 2007). A legislação Portuguesa, reconhece alguns direitos da saúde sexual e
reprodutiva do adolescente: garante o acesso a consultas de planeamento familiar a todos os
que a procurem (Art.º 67/2 da Constituição da República Portuguesa), bem como a
disponibilização dos 14 Tese de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde sexual e
reprodutiva: conhecimentos e comportamentos dos adolescentes Ribeiro, A. M. (2011)
métodos contraceptivos (Decreto-Lei 259/2000 de 17 de Outubro), o acesso a consultas fora
de área em qualquer serviço a qualquer jovem (Decreto-Lei 120/99 de 11 de Agosto); assim
como a prevenção e direito a educação sexual (Lei 3/84, de 24 de Março); e ainda o acesso
livre à contracepção de emergência (Decreto-Lei 12/2001 de 29 de Maio).
1.5.1. Tipos
Segundo Pereira, Morais & Matos, 2008 foram já identificadas mais de 30 doenças
sexualmente transmissíveis, como mencionam Westheimer & Lopater (2004), sendo as mais
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comuns e por conseguinte aquelas a que estamos mais expostos, a SIDA, o herpes genital, o
vírus do papiloma humano (HPV), hepatites, gonorreia, sífilis, entre outras.
1.5.1.1.SIDA
SIDA é o último estádio de uma doença séria causada por infecção pelo vírus de
imunodeficiência humano (HIV), que ataca o sistema imunitário do sujeito, fazendo diminuir
o número de células responsáveis pelo sistema imunitário do organismo.
1.5.1.1.1. Sintomas
Febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do fígado, alterações eléctricas do
coração e/ou inflamação das meninges nos casos graves. Na fase aguda, os sintomas duram de
três a oito semanas. Na crónica, os sintomas estão relacionados a distúrbios no coração e/ou
no esófago e no intestino. Cerca de 70% dos portadores permanece de duas a três décadas na
chamada forma assintomática ou indeterminada da doença.
1.5.1.1.2. Prevenção
Para evitar a transmissão da AIDS, recomenda-se o uso de preservativo durante as relações
sexuais, a utilização de seringas e agulhas descartáveis e o uso de luvas para manipular feridas
e líquidos corporais, bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão.
Além disso, as mães infectadas pelo vírus (HIV-positivas) devem usar antirretrovirais durante
a gestação para prevenir a transmissão vertical e evitar amamentar seus filhos.
1.5.1.1.3. Tratamento
O tratamento consiste na toma de medicamentos antirretrovirais com o objetivo de travar a
replicação do vírus e recuperar de forma significativa o sistema imunitário das pessoas
infetadas, permitindo que vivam durante mais anos e com qualidade. O tratamento não pode
curar, mas ajuda as pessoas com VIH a viver mais e com mais saúde, reduzindo também o
risco de transmissão a outras pessoas. Em Portugal é gratuito e está disponível através das
consultas de especialidade.
1.5.1.2. Hepatite
É contraída nas relações sexuais, especialmente anais. É transmitida por toxicodependentes na
troca de agulhas, de forma hereditária (mãe-filho), e em ambientes de cuidados de saúde. Não
é de propagação fácil e não é contraído na partilha de casas de banho ou por contacto casual.
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1.5.1.2.1. Sintomas
Os sintomas da hepatite podem variar conforme o tipo de vírus envolvido, mas geralmente se
manifestam na fase aguda da hepatite, sendo os principais:
A hepatite B normalmente não apresenta sintomas e evolui lentamente. Nos poucos casos que
apresentam sintomas, estes podem ser febre, cor amarelada na pele e nos olhos e mal-estar, e
em 95% das vezes a cura da hepatite B pode ser alcançada, embora haja casos de hepatite B
crónica. O diagnóstico pode ser feito através da observação do paciente e pela confirmação
diagnóstica por meio de exames serológicos de sangue.
1.5.1.2.2. Prevenção
Em relação à prevenção da hepatite é recomendada a vacinação contra hepatite A e hepatite
B, usar camisinha em todas as relações sexuais, não partilhar seringas e adoptar medidas de
higiene como sempre lavar as mãos antes e depois de ir ao banheiro e antes de se alimentar.
Além disso é importante ser cauteloso ao realizar piercings ou tatuagens devendo ser
exigido materiais novos ou devidamente esterilizados.
1.5.1.2.3. Tratamento
O tratamento para hepatite pode ser feito apenas com repouso, boa alimentação e hidratação.
No entanto, em alguns casos poderá ser prescrito o uso de medicamentos como interferon,
lamivudina, adefovir, dipivoxila e entecavir.
Os medicamentos contra hepatite podem provocar efeitos colaterais como irritabilidade, dor
de cabeça, insónia e febre e, por isso, muitos pacientes abandonam o tratamento, sem o
conhecimento do médico, comprometendo o tratamento da hepatite. Apesar destes serem
sintomas desagradáveis são mais frequentes no início do tratamento e tendem a diminuir com
o uso de analgésicos, antidepressivos ou anti-inflamatórios.
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1.5.1.3. Herpes Genital
Herpes Genital: causado pelo vírus herpes simples que afecta primeiro a zona genital. Este
vírus nunca é completamente eliminado pelo sistema imunitário.
1.5.1.3.1. Sintoma
Inicialmente, o herpes genital não causa sintomas visíveis e, por isso, as pessoas não sabem
que foram infectadas. Porém, em alguns casos, o paciente pode apresentar alguns sinais
típicos da infecção após quatro a sete dias do contacto com o vírus. Entre os
principais sintomas de herpes genital estão:
Dores e irritação no local infectado;
Manchas vermelhas e pequenas bolhas esbranquiçadas;
Úlcera na região dos genitais, que podem até mesmo sangrar e causar dor ao urinar;
Cascas que se formam quando as úlceras cicatrizam
1.5.1.4. Gonorreia
É uma doença causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que cresce e se multiplica em
áreas húmidas e quentes do corpo, incluindo os órgãos reprodutivos, cavidade oral e recto.
Pode-se espalhar a outras partes do corpo e ser transmitida pela mulher ao recém-nascido
durante o parto, causando infecção ocular, e se detectada em crianças, nos órgãos genitais,
boca ou recto, pode ser um sinal de abuso sexual.
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1.5.1.4.1. Sintomas
A principal manifestação clínica da gonorreia é a uretrite (inflamação da uretra). Sendo assim,
os sintomas de uretrite acabam sendo os principais sintomas da infecção pelo gonococo. São
eles:
1.5.1.4.2. Prevenção
A principal recomendação para se prevenir dos riscos de infecção é usar camisinha masculina
ou feminina nas relações sexuais vaginais e orais. Além da camisinha masculina ou feminina,
usar lubrificantes à base de água nas relações sexuais anais. É recomendado realizar sempre o
auto-exame, observando os próprios órgãos genitais e vendo se a cor, aparência, cheiro e a
pele estão saudáveis.
1.5.1.4.3. Tratamento
O tratamento da gonorreia é simples, feito da mesma maneira para homens e mulheres.
Actualmente indica-se o tratamento com dose única de antibiótico. O tratamento para as
formas não complicadas é habitualmente feito com Ceftriaxona intramuscular na dose de 250
mg. Esse esquema tem taxa de cura de 99%. Azitromicina 1 grama também em dose única
pode ser uma opção, mas taxa de sucesso é mais baixa e os efeitos colaterais são mais
comuns. O parceiro deve ser sempre investigado e tratado. Indica-se abstinência sexual até
que todos os sintomas desapareçam. Nos casos assintomáticos, deve-se evitar relações por
pelo menos uma semana após o tratamento. É possível contrair gonorreia mais de uma vez na
vida.
1.5.1.5. Sífilis
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano,
causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e
diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).
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1.5.1.5.1. Sintomas
Vermelhidão da pele (exantema), que pode se estender até para as mãos,
Dores musculares;
Febre;
Dor de garganta;
1.5.1.5.2. Prevenção
O uso correto e regular da camisinha feminina e/ou masculina é a medida mais importante de
prevenção da sífilis, por se tratar de uma Infecção Sexualmente Transmissível.
1.5.1.5.3. Tratamento
O tratamento para sífilis geralmente é feito com injecções de Penicilina benzatina, também
conhecida como Benzetacil, que devem ser indicadas pelo clínico geral, infectologista ou
ginecologista-obstetra, no caso das gestantes diagnosticadas com sífilis. O tempo de
tratamento, assim como o número de injecções podem variar de acordo com a fase de
evolução da doença e sintomas apresentados.
Quando a ferida que não sangra e não dói ainda se encontra presente, basta tomar 1 dose de
penicilina para curar a sífilis, mas quando se trata de sífilis secundária ou terciária podem ser
necessárias até 3 doses.
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As injecções são aplicadas na região do glúteo 1 vez por semana, conforme a orientação
médica, no entanto quando se trata de sífilis terciária ou neurossífilis é necessário o
internamento hospitalar, porque é uma doença mais avançada e que tem outras complicações
envolvidas.
1.7.1.Comunicação
A comunicação é um dos elementos mais importantes dos relacionamentos conjugais. É
através do diálogo claro e conciso que os parceiros expressam seus sentimentos, intenções,
desejos e planos. Casais que conversam um com o outro com educação, clareza e sinceridade
são mais felizes.
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O seu parceiro ou parceira, ainda, concede abertura para você falar sobre o que quiser e não
fica emburrado quando ouve algo indesejado.
Além disso, vocês são adeptos de uma das regras de ouro dos relacionamentos: “não durma
com raiva”. Quaisquer mal-entendidos são resolvidos prontamente.
Quando você se comunica bem com o seu parceiro, não tem receio de tocar em determinados
assuntos ou sente a necessidade de omitir informações. Logo, está em um relacionamento
saudável.
1.7.2. Relacionamento
Se o relacionamento é saudável quando você sente emoções positivas enquanto está com a
pessoa amada. O dia-a-dia com ela é agradável e livre de estrese, proporcionando a criação de
memórias gostosas de serem lembradas.
É normal acontecerem brigas ocasionalmente. Tanto você quanto o seu cônjuge pode ter
acordado com o pé esquerdo ou passado por uma situação que afectou o humor. No entanto, o
clima ruim logo se dissipa.
Às vezes pode demorar alguns dias, mas, nos relacionamentos saudáveis, é uma questão de
tempo para a relação retomar a normalidade. Sentimentos negativos, como raiva e medo, são
sinais de um relacionamento que necessita de cuidado.
1.7.3. Liberdade
Um casal não precisa ficar 24 horas por dia juntos ou postar dezenas de fotos nas redes sociais
para ser feliz. Cada cônjuge deve ter seus próprios interesses e sentir que possui liberdade
para segui-los.
A capacidade de ficar distante do parceiro sem sentir insegurança, seja por um longo ou curto
período, é um indicativo de um relacionamento saudável.
1.7.4. Comportamento
Algumas pessoas iniciam relacionamentos com uma ideia particular sobre o parceiro. À
medida que passam mais tempo juntos e se conhecem, percebem que a sua ideia não
corresponde totalmente à realidade.
Assim, passam a querer modificar o seu comportamento para não terminar o relacionamento.
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Em um relacionamento saudável, os parceiros não sentem vontade de mudar o outro. Em vez
disso, eles incentivam um ao outro a desenvolver qualidades e aptidões visando o seu
crescimento pessoal.
Alguns hábitos que causam conflitos, como desorganização ou falta de atitude, podem receber
críticas constantes. Mas, neste caso, a intenção é melhorar o convívio e estimular o outro a
abandonar costumes ruins.
Se você não sente que precisa mudar quem você é para agradar o seu parceiro, significa que
está em um relacionamento sadio e agradável.
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sociais masculinos e femininos, mas um controle e opressão maior sobre a mulher, seu corpo
e sua sexualidade, onde à mulher coube assumir todas as tarefas vinculadas à reprodução, que
vão além dos eventos biológicos de gestação e amamentação, ou seja, ela teve que assumir os
afazeres da casa e seus correlatos, e o cuidado dos filhos. Essa construção social dos papéis da
mulher e do homem em nossa sociedade acarretou as desigualdades e iniquidades de género, e
toda a sorte de discriminação, significando menos poder e oportunidades para a mulher,
inclusive alijando-a da participação no mundo público. A abordagem biológica e reprodutiva
da sexualidade sustentada por preceitos religiosos também determinou, dentro desse modelo
de controle e opressão, a normalização e regulação dos comportamentos do ser humano nesse
campo, e, portanto determinando padrões de normalidade e consequentemente de
anormalidade. De uma maneira bem simples, fica claro porque todo comportamento e prática
sexual que não seja para reprodução passam a ser considerado anormal, ou até recentemente,
desde um ponto de vista médico, considerado como um desvio, uma patologia, como no caso
de relações sexuais entre pessoas de mesmo sexo, ou até mesmo a masturbação. Para
transformar essa situação de discriminação e opressão, os movimentos de mulheres e também
os movimentos de gays e lésbicas se organizaram e têm lutado muito para mudar essa
sociedade discriminatória e opressora, organizada em relações de poder, cujo um de seus
eixos mais importantes, que atravessa todas as outras relações, é o determinado pela
sexualidade, que traz consigo todas as consequências das relações de género. Essa luta tem
reivindicado não somente equidade de direitos e oportunidades, mas que as questões ligadas à
sexualidade e reprodução sejam tratadas como questões de direito e cidadania, preservando a
autonomia e autodeterminação das mulheres e das pessoas discriminadas sem distinção de
raça, cor ou credo. Na plataforma de Acção que foi adoptada por 189 delegações participantes
da Conferência da Mulher realizada em Beijing reafirmou a definição de saúde reprodutiva e
estabelece no seu parágrafo 96:
“Os Direitos humanos das mulheres incluem seu direito de controle e decisão, de
forma livre e responsável, sobre questões relacionadas a sexualidade, incluindo-se a
saúde sexual e reprodutiva, livre de coerção, discriminação e violência. A igualdade
entre mulheres e homens no que diz respeito à relação sexual e reprodução, incluindo-
se o respeito à integridade, requer respeito mútuo, consentimento e divisão de
responsabilidades pelos comportamentos sexuais e suas consequências.”
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A etimologia do termo “direitos reprodutivos”, provém dos grupos de mulheres e não de um
marco de referência institucional. O conceito de direitos reprodutivos está vinculado à luta
pelo aborto seguro e legal, e pelo direito de escolha anticoncepcional. O conceito de “direitos
sexuais” é o resultado de mudanças políticas e culturais das sociedades e tem sido formulado
por duas frentes: de um lado, pelas fortes reflexões feministas vinculando sexualidade,
reprodução, desigualdades e iniquidades entre os sexos, principalmente nos movimentos dos
Estados Unidos, Europa e América Latina, que levaram à formulação do conceito de
autodeterminação sexual. O outro surgiu dos movimentos das comunidades gays e lésbicas,
principalmente dos Estados Unidos, que vêm lutando contra a discriminação (Corrêa, a).
Actualmente, o termo direitos sexuais não está sendo usado pelas feministas, mesmo nos
países como o Brasil que apresenta menos restrições a eles. Esse termo está sendo mais usado
pelos movimentos de gays e lésbicas (Comissão Nacional de População e Desenvolvimento,
1999).
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Conclusão
As doenças sexualmente transmissíveis são doenças infecciosas que se transmitem
essencialmente através de relações sexuais não protegidas. Poucas doenças sexualmente
transmissíveis são de declaração obrigatória, sendo apenas, segundo a Direcção Geral de
Saúde, a sífilis, hepatite B e infecção por VIH. Tal facto contribui para que seja difícil apurar
o estado real da situação em Portugal. As autoridades de saúde reconhecem que o tratamento
e prevenção destas doenças é fundamental, já que são uma prioridade de saúde pública,
devido aos efeitos trágicos que têm na saúde feminina e infantil e ao facto de algumas
infecções sexualmente transmissíveis facilitarem a aquisição e transmissão do vírus da SIDA.
O estudo sobre o conhecimento das doenças sexualmente transmissíveis e a sua epidemiologia
são fundamentais para o controlo das DST´s, uma vez que permitem identificar populações e
comportamentos de risco e condições sociais e económicas que poderão estar na base do
aumento da vulnerabilidade de cada indivíduo.
Adler (2004) descreve as doenças sexualmente transmissíveis como sendo infecções cujo
principal meio de transmissão é o contacto sexual. Westheimer & Lopater (2004) especificam
que uma doença sexualmente transmissível é qualquer doença que pode ser transmitida de
uma pessoa para outra através do contacto sexual, como contacto oral-genital, contacto oral-
anal, relações sexuais anais, ou qualquer outro tipo de comportamento sexual.
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Bibliografias
Adler, M. (2004) Why sexually transmitted infections are important. In Adler, M., Cowan F.
BRASIL. Ministério da Saúde (2016). Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres/
Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília.
French, P., Mitchel, H. & Richens, J. (Eds.) ABC of Sexually Transmitted Infections. (5ª Ed.).
London: BMJ.
LODONO E., M.L. (1996). Direitos sexuais e reprodutivos: todos os directos. Talheres
Gráficos de Impressora Feriva S.A. Cali, Colômbia., p. 13-44.
SAFFIOTI, H.I.B., ALMEIDA, S.S (1995). Violência de género: poder e impotência. Rio de
Janeiro: Revinter. p218.
Villela, W. (2006). De saúde bucal, saúde mental, saúde sexual: o reiterado retorno à clínica.
Ciências & Saúde Colectiva, 11 (1), 18-43.
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Site da Organização Mundial de Saúde (OMS): www.who.int (acedido a 03 de Novembro de
2022).
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