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Ministério da Educação

Instituto Técnico Privado Naweji

Trabalho de F A I

A gravidez precoce e o aborto

Grupo: 05

Sala: 07
Classe: 10

Curso: Informática de gestão

Turma: Única

Turno: manhã

Docente
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Luanda aos 15 de Janeiro de 2024


Integrantes
Nome Classificação
Margareth Kapacata
Marcia José
Manuel Castelo Livongue

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ÍNDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................................4

1 A gravidez precoce ....................................................................................................5


I. Principais causa............................................................................................6
II. –Principais consequências..................................................................6
III. –Métodos contraceptivos.....................................................................7

2 Aborto...............................................................................................................7

I. Modelos de aborto.................................................................................................7
II. Tipos de aborto......................................................................................................8
III. Causas de aborto....................................................................................................8
IV. Consequências do aborto.......................................................................................9

CONCLUSÃO.....................................................................................................................11

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................12.

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INTRODUÇÃO

No presente trabalho abordaremos acerca da gravidez precoce e o aborto suas


causas , tipos consequências seus impacto do ponto de vista social.
Hoje em dia, a perspectiva é de certa forma diferente, pois é vista como uma
expressão da questão social que merece atenção devido aos vários fatores sociais,
económicos, psicológicos e educacionais que a envolvem os países em
desenvolvimento, a gravidez precoce é vista como sendo um risco social e um grave
problema de saúde pública em função da sua magnitude e amplitude, assim como dos
problemas que dela derivam.

O aborto é legal em Angola, porém tem vindo a ser um fator de preocupação por
existirem pessoas que praticam o aborto ilegalmente. A taxa de mulheres que tiveram
abortos em Angola é do total de 246.235 abortos, 169.902 foram abortos inseguros
(68,9%). .

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A gravidez precoce
Segundo especialistas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera
gravidez na adolescência a gestação que ocorre entre 10 e 20 anos de idade. A faixa
etária dos 10 aos 15 anos é a que apresenta maior risco.

Como tal, para alguns autores a gravidez em adolescentes passa a ser vista como um
problema social negativo, devendo, como tal, ser erradicada (Rene Pontes & Eisenstein,
2005). Não obstante esta realidade é considerada epidemia da maternidade na
adolescência só foi reconhecida por volta de 1970, quando as taxas de fecundidade nesta
faixa etária começaram a subir nos Estados Unidos da América (EUA) e noutros países
do primeiro mundo (Chalen, Mitsuhhiro, Barros, Guinsburg, & Laranjeira, 2007).

Nos últimos anos, a incidência da gravidez precoce vem aumentando


significativamente em todo mundo. De acordo com Santos e Silva (2000), as estatísticas
comprovam que, a cada década, cresce o número de partos de meninas cada vez mais
jovens em todo mundo. Nos EUA, entre 1975 a 1989 a percentagem de nascimentos de
adolescentes grávidas e solteiras aumentou em 74,4% . Na América latina, este número
passou de 71 milhões em 1980 para 86 milhões em 1990 e estaria em torno de 100
milhões no ano de 2000, segundo os dados da organização Pan – Americana da Saúde
(1992). No Brasil, segundo dados do Ministério de Saúde (2006), em 1994, 508.344
adolescentes engravidaram, número este que aumentou consideravelmente para 673.045
em 2003. A nível mundial estima-se que em cada 100 adolescentes entre os 15 e os 19
anos, cinco se tornam mães anualmente. Em África e, mais especificamente em Angola,
as estatísticas são, ou duvidosas ou inexistentes, tendo em conta que os sistemas de
saúde são imperfeitos com poucos recursos; fazendo com que uma maioria da
população escape às estatísticas oficiais devido à falta de ingressos por parte desta na
assistência aos centros de saúde.

No entanto, o aumento na frequência de ocorrência e os possíveis problemas a ela


associados justificam a preocupação com a gravidez precoce (Oliveira, 1998). Porém, a
preocupação social está mais na gravidez que não ocorre dentro dos relacionamentos
conhecidos e aceites pelos adultos, que tem sido o mais frequente entre adolescentes,
fazendo com que os adolescentes usem a sexualidade sem a permissão do mundo adulto
(Rene Pontes & Eisenstein, 2005). Segundo Hanshow (1997, citado por Chalen et al.,
2007), os maiores índices de gestação na adolescência afetam de preferência pessoas de
raça negra, na qual é comum um nível socioeconômico desfavorável. Bennett e
colaboradores (1997, citados por Chalen et al., 2007) verificaram que a gravidez nas
adolescentes dos 15 aos 19 anos de idade ocorre mais em zonas rurais do que nas áreas
urbanas, onde há mais disponibilidade de informação e educação. Referem-se que
muitas adolescentes engravidam antes dos 15 anos, como resposta a uma dependência
da mãe, levando a adolescente a encontrar carinho em terceiros onde, tendo em conta a
vulnerabilidade e o desconhecimento sobre os métodos contraceptivos, acabam
facilmente por engravidar.

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Principais causas
Segundo o Protocolo de Atenção à Saúde do Adolescente, a gestação precoce
possui múltiplas causas: iniciação sexual cada vez mais precoce; falta ou inadequação
das informações quanto à sexualidade e aos métodos contraceptivos; baixo acesso aos
serviços de saúde; não utilização de métodos por receio que seus pais descubram que
está tendo relações sexuais; busca de confirmação da fertilidade; pensamento mágico
(isto nunca vai acontecer comigo); presença de um desejo, consciente ou inconsciente,
de engravidar; ocorrência de gestação precoce em familiares e pessoas próximas como
modelos sociais; história e presença de conflitos familiares; abuso de drogas; falta de
uma comunicação aberta entre pais e filhos.

Em Angola 37% das raparigas entre os 15 e os 19 anos já tiveram a sua primeira


gravidez, isto está relacionado com o abandono escolar. A gravidez na adolescência
ocorre com maior frequência em pessoas com baixa escolaridade e está relacionada,
muitas vezes, com o mau uso dos métodos contraceptivos.
Principais consequências
As principais consequências da gravidez precoce são:

 Consequências biológicas: como consequências biológicas relacionadas à


gravidez precoce, a mãe poderá apresentar anemia, principalmente se possuir
baixa renda, fato ligado diretamente à má alimentação e maior incidência de
verminoses, menor ganho de peso, hipertensão arterial, doenças sexualmente
transmissíveis, maior risco de desenvolver doenças e morte durante o parto e
puerpério, abortos e partos prematuros.
 Consequências sociais e psicológicas: limitação de oportunidades vocacionais,
estudo interrompido, a baixa autoestima, persistência na pobreza, alto nível de
estresse, sintomas depressivos nos casos em que a gravidez foi indesejada
separação dos pais do bebê e repetição da gravidez”.

METODOS CONTRACEPTIVOS

Métodos contraceptivos são métodos que ajudam a evitar uma gravidez, sendo,
portanto, fundamentais no planejamento familiar. Cada método apresenta um
mecanismo de ação e diferentes níveis de eficácia.
O melhor método, no entanto, nem sempre é o com maior eficiência comprovada e sim
aquele que está melhor adequado à realidade da pessoa. Os métodos contraceptivos
podem ser classificados em naturais ou comportamentais, de barreira, hormonais,
intrauterinos e definitivos.
 Métodos de barreira: preservativo masculino e feminino, e diafragma.
 Métodos hormonais: pílulas anticoncepcionais, anticoncepcionais
injetáveis,implantes e pílula do dia seguinte.
 Método intrauterino: O dispositivo intrauterino (DIU) é um método em que
um dispositivo é inserido dentro do útero pela vagina.

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 Métodos definitivos: laqueadura e vasectomia.

No momento, existem apenas dois tipos de anticoncepcional masculino no mercado: o


preservativo e a vasectomia. Alguns estudos revelam que a pouca disponibilidade deste
produto no mercado é consequência da misoginia estrutural, que, historicamente,
promove a responsabilização exclusivamente da mulher sobre a gestação.

O conhecimento sobre os métodos contraceptivos e os riscos provenientes de relações


sexuais desprotegidas é importante para que os adolescentes possam vivenciar sua
atividade sexual de uma forma adequada e saudável, assegurando a prevenção de uma
gravidez indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis/DST.

Aborto
 Modelo causal ou de permissões

O sistema de indicações ou permissões (ou causal) é aquele em que a legislação


não permite o aborto, mas, excepcionalmente, traz algumas disposições legais
(causas) em que esse aborto é permitido. Os países que adotam esse modelo vão
sancionara conduta do aborto que não esteja amparada por algumas das causas
ou permissões legais. Gabriel Adriasola que as causas ou permissões legais para
o aborto neste sistema são: perigo a saúde da mãe; a gravidez resultar de
violência; má- formação ou doença pré-existente; critério etário; e, justificativa
socioeconômica. Ou seja, este modelo se fundamenta na defesa do direito
fundamental a vida, mas, permite o aborto em alguns casos. Importante que
cabe somente ao Estado e não a grávida decidir quando o aborto será possível.

Sendo assim, pode-se afirmar que este modelo admite a relatividade do direito à
vida, mas entende que a colisão entre esse direito e outros direitos (mesmo que
menos valiosos) deve ser solucionada por toda a coletividade, ou seja, pela
criação de permissivos legais em determinadas hipóteses a realização do aborto
em detrimento da escolha autônoma da genitora.

 Modelo por solução de prazos

O modelo por solução de prazo é aquele em que a legislação estabelece um


período de tempo em que vigora a autonomia incondicionada da mãe pelo aborto
e, após esse período, prevalece o impedimento de abortar. Este sistema tenta
conciliar o direito à vida e o direito à liberdade de escolha da mulher, já que
possibilita que em um determinado prazo a mulher possa livremente optar pelo
aborto, mas, após esse período o impede. Contudo, é necessário ressaltar que em
alguns países há uma variação desse sistema.
 Modelo de assessoramento
O sistema de assessoramento é um sistema intermediário entre o sistema causal
e o sistema por prazos com o acréscimo do assessoramento. Este modelo tem um

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prazo em que o aborto é permitido sem qualquer tipo de motivação e após esse
prazo só será possível a interrupção quando houver alguma permissão legal,
permanecendo assim a ilegalidade da prática abortiva.

Tipos de aborto
Os diferentes tipos de procedimentos de aborto em Angola estão disponíveis em
hospitais. O aborto por aspiração manual a vácuo e o aborto com pílulas de Misoprostol
estão ambos disponíveis como procedimentos de aborto no hospital, mas apenas para o
tratamento de abortos incompletos e abortos espontâneos.

 A aspiração Manual Intrauterina (AMIU)


A AMIU é um método muito seguro de aborto para gravidezes no primeiro
trimestre, e/ou no início do segundo trimestre até 14 semanas de gestação. A
AMIU é 99% eficaz.
 Aborto por Aspiração Manual de Vácuo (AMIU)
O AMIU está disponível como um procedimento hospitalar e em hospitais e
centros de saúde. Médicos, enfermeiros e parteiras treinadas podem todos
realizar o procedimento. O efeito colateral mais comum é a cólica durante o
procedimento. Muitas vezes esta cólica irá melhorar rapidamente depois, mas
algumas mulheres podem sentir cólicas durante alguns dias ou semanas. A
maioria das mulheres sentirá sangramento e cólicas durante e após a AMIU,
estes sintomas irão gradualmente melhorar nos dias seguintes após o
procedimento.
 Aborto com Pílulas (Aborto Farmacológico)
O aborto com pílulas é um método muito simples de aborto usando dois tipos de
pílulas (Mifepristona e Misoprostol) ou apenas um tipo de pílula (Misoprostol).
Os medicamentos forçam o colo uterino a contrair e expelir a gravidez,
replicando o processo menstrual. Pode durar de alguns dias a algumas semanas e
pode ser feito em casa. Na safe2choose, apoiamos as mulheres que desejam um
aborto autogerido com pílulas em casa com informações precisas e recursos
sobre o processo. Para este método, apoiamos mulheres grávidas de até 13
semanas, e encaminhamos as mulheres grávidas de mais de 13 semanas a
organizações locais para cuidados adicionais de aborto seguro.

Dado que o Misoprostol é usado apenas para o tratamento de abortos e abortos


incompletos, será necessária uma prescrição para obtê-lo em Angola. Somente
Misoprostol está disponível em Angola, e as marcas aprovadas pela OMS são chamadas
Avertiso da Acme Generics LLP. Ele vem em uma embalagem de 4 comprimidos de
200mcg.

Causas de um aborto

Os fatores de risco para aborto espontâneo incluem: Idade materna avançada


(acima de 35 anos); Uso de substâncias (álcool, tabaco e cocaína); Anomalias do útero
(útero septado e incompetência istmocervical);

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As causas mais comuns desse quadro incluem:
 Alterações genéticas do embrião (causa genética)
 Anomalias anatômicas do útero (causa anatômica)
 Desregulações autoimunes na gestante (causa autoimune)

Consequências do aborto

Os efeitos colaterais físicos do aborto podem ser:

 Perfuração do útero, se o aborto for realizado pelo método de sucção;


 Ruptura do colo uterino;
 Histerectomia, que é a remoção do útero devido a complicações severas;

 Hemorragia uterina, também causada por pílulas abortivas;


 Inflamação pélvica;
 Infertilidade;
 Gravidez ectópica, na qual o óvulo é fertilizado fora do útero, como nas tubas
uterinas;
 Parto futuro prematuro;
 Infecção por curetagem mal feita;
 Aborto incompleto, quando os restos da placenta podem não ser completamente
removidos do útero, o que pode levar a infecções graves;
 Comportamento autopunitivo;
 Transtorno alimentar;
 Embolia pulmonar;
 Insuficiência cardíaca.

Segundo os dados disponíveis a nível global, a cada 9 minutos morre uma mulher
em consequência de complicações de um aborto clandestino. A maioria destas mulheres
são de países mais pobres, nomeadamente de países africanos. É por isso que a OMS e
as Nações Unidas consideram que o aborto clandestino e inseguro é um problema de
saúde pública. O que se sabe é até quantas semanas existe risco de perder o bebê, por
mais que a gestante se cuide. Depois da 15ª semana, com o avanço da idade gestacional,
o cenário se torna mais tranquilo. Nessa fase, o risco de passar pelo processo de
abortamento cai para 0,6%. A penalização e criminalização do aborto não impedem nem
faz diminuir o número de abortos, antes promove o aborto clandestino e inseguro,

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aumentando a mortalidade e a morbilidade maternas. Isto aconteceu em Portugal e
acontece em todos os países que restringem o acesso aos cuidados de aborto legal e
seguro. Tal situação é particularmente gravosa nos países em que a pobreza e a
desigualdade social tornam mais difíceis o acesso aos cuidados de saúde e,
especificamente, aos cuidados de saúde sexual e reprodutiva.

A APF (Associação para o Planejamento da Família) considera, por isso, que a


recente aprovação, pela Assembleia Nacional de Angola, da nova Lei do Código Penal,
que penaliza com prisão de quatro a dez anos a prática do aborto no país, constitui um
enorme retrocesso, e considera também que, tendo em conta a situação de enorme crise
social vivida em Angola, esta legislação irá seguramente repercutir-se num aumento de
mortes maternas e outras consequências nefastas para a saúde das mulheres angolanas.
A APF manifesta por isso a sua indignação e, simultaneamente, a sua solidariedade
com os movimentos e organizações angolanas que lutam pela despenalização e
descriminalização do aborto e pela promoção dos direitos e da saúde sexual e
reprodutiva. O aborto em Angola só é legal se salvar a vida da mulher. Aqueles que
realizam abortos sob outras condições que não esta, enfrentam até 2-8 anos de prisão.

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Conclusão

Em suma a gravidez precoce tem sido como uma grande ruptura na nossa sociedade
trazendo inúmeras consequências, sendo assim recomenda-se que ensine sobre a
educação sexual para os adolescentes uma vez que a falta de domínio sobre este assunto
promove a agravação desde problema dentro da sociedade.

Quando realizados com o método certo, no ambiente certo e com o conhecimento


correto, os abortos são muito seguros. Antes de iniciar seu processo de aborto, você
precisará avaliar o número de semanas que você alcançou em sua gravidez para poder
decidir qual método de aborto é o mais adequado para você.

Cada pessoa deve escolher o que melhor se adapta a sua realidade. Podem ser
classificados em métodos naturais ou comportamentais, de barreira, hormonais,
intrauterinos e definitivos. Como o aborto é um procedimento invasivo, ocorre uma
baixa em todo o estado de saúde da mulher, uma vez que o sistema
imunológico também é afetado.

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Bibliografia
https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/detalhes.php?id=389961

https://safe2choose.org/pt/abortion-information/countries/angola

https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/consequencias-do-aborto

https://www.scielo.br/j/cadsc/a/drQRqXtKxwbYyV8gzFTwcQH/

https://drauziovarella.uol.com.br/mulher/gravidez-na-adolescencia-quais-sao-os-impactos/

https://www.google.com/search?q=metodos+contraceptivos&sca_esv=599608387&ei=ysOpZc
OuBufgi-gPr_mxyAE&udm=&ved=0ahUKEwjDu4q-
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https://brasilescola.uol.com.br/biologia/anticoncepcionais.htm#Classifica%C3%A7%C3%A3o+d
os+m%C3%A9todos+contraceptivos

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