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GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

A gravidez na adolescência está associada a diversos fatores psicológicos e biológicos, como o nível
social, a relação familiar e o meio social em que a mesma está inserida. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) relatou que, a cada mil adolescentes entre 15 e 19 anos 68,4 engravidaram entre 2010 e 2015 no
Brasil, estima-se que 20% a 25% do total de mulheres gestantes atualmente sejam adolescentes. As
mesmas não estão aptas a assumirem a maternidade tanto fisicamente como mentalmente. Na maioria dos
casos, seus parceiros também não estão preparados para a paternidade. Podemos então apontar como as
principais consequências da gravidez na adolescência: problemas fisiológicos e emocionais; evasão escolar
e redução nas perspectivas de futuro.
A falta de diálogo dos pais com os filhos sobre sexo tornou-se um enorme paradigma. A desinformação
sobre este assunto gera descuidos por parte desses adolescentes, ocasionando muitas vezes a gravidez
precoce, já que os mesmos irão buscar outras fontes para se informar (fontes que na maioria das vezes não
são confiáveis). A psicóloga e terapeuta sexual Kislley Sá Urtiga fala que: “Medo de falar sobre sexo é
inaceitável, porque nós precisamos educar os nossos filhos para a vida, incluindo a área da sexualidade. Se
essa educação não vem de casa eles irão procurar em Internet e na experiência dos amigos da mesma idade,
que podem não ser os mais seguros e adequados”. O diálogo com alguém da família é importante, pois é
um dos meios mais confiáveis de se adquirir as informações e orientação necessárias sobre cuidados que
devem ter em relação ao sexo.
Gravidez na adolescência é considerado um risco a saúde, tanto para a gestante, como para a criança que
será gerada. A médica obstetra e coordenadora da Maternidade de Alto Risco do Hospital Estadual Dr.
Jayme dos Santos Neves, Rosangela Maldonado, explica que uma adolescente está mais propensa aos
riscos da gestação, já que o corpo de uma menina na faixa etária de 11 a 15 anos na maior parte das vezes
não está totalmente desenvolvido. Gerando assim complicações em toda gestação, dificultando
principalmente o parto, por se tratar de um corpo biologicamente imaturo. Rosangela Maldonado explica
ainda que esses problemas podem ocasionar morte fetal, prematuridade ou até mesmo aborto espontâneo.
Tem-se ainda, a parte emocional da adolescente, uma vez que a gravidez traz grande impactos
psicológicos. É uma mudança radical na vida da menina, a mesma tem que lidar com a perda do seu corpo
infantil/adolescente, que será modificado drasticamente pela gravidez. Torna-se algo espantoso e difícil de
se lidar, principalmente por conta do medo da reação dos pais, medo da solidão e da rejeição. Nesse
momento o apoio da família e a total assistência por parte dos órgãos de saúde são essenciais.
Muitas vezes essas jovens são estudantes e acabam abandonando os estudos por conta da gravidez e
infelizmente acabam não retornando à escola. Pesquisas apontam então a gravidez como uma das
principais causas da evasão escolar. Segundo levantamento do Movimento Todos pela Educação, com base
na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013 no Brasil, 75% das adolescentes que têm
filhos estão fora da escola.
Com isso, as perspectivas de futuro da adolescente e da criança diminuem drasticamente, já que sem um
grau de escolaridade adequado dificilmente conseguirão um bom emprego. De acordo com uma pesquisa
feita pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, 36,7% das mães não trabalham
para cuidar dos filhos, e 67,5% destas têm renda familiar inferior a três e meio salários mínimos. Ver-se então a
gravidez na adolescência como um fator que diminui as possibilidades de ascensão social e econômica.
Portanto, os pais devem ter mais dialogo em relação ao sexo com seus filhos e orienta-los. O ministério
da saúde por sua vez deve acompanhar de perto esse tipo de gravidez, dando toda a assistências necessária
para que os riscos sejam diminuídos ao máximo e realizar campanhas de conscientização nas escolas e nas
mídias digitais. Além disso o ministério da educação deve criar programas específicos que incentivem
adolescentes gravidas a continuarem a estudar, afim de reduzir assim a evasão escolar.
Referências:
G1 GLOBO. Brasil tem gravidez na adolescência acima da média latino-americana, diz OMS.
Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/noticia/brasil-tem-gravidez-na-adolescencia-acima-da-
media-latino-americana-diz-oms.ghtml/> Acesso em: 05 de dez. 2018

LEMOS, Adriana. Falta de diálogo ainda é realidade na educação sexual dos filhos . Disponível
em: <https://clinicacuidarte.com.br/falta-de-dialogo-ainda-e-realidade-na-educacao-sexual-dos-
filhos/> Acesso em: 05 de dez. 2018

FOLHA VITORIA. Saiba quais são os riscos da gravidez na adolescência. Disponível em:
<https://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/05/2015/conheca-alguns-riscos-da-gravidez-na-
adolescencia/> Acesso em: 05 de dez. 2018

CAROLINE, Ana M. & GONÇALVEZ, Gabriela. No Brasil, 75% das adolescentes que têm filhos
estão fora da escola. Disponível em: <http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/03/no-brasil-75-das-
adolescentes-que-tem-filhos-estao-fora-da-escola.html/> Acesso em: 05 de dez. 2018

GAUCHAZH. Gravidez na adolescência pode reduzir perspectivas de futuro da mãe. Disponível


em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2010/09/gravidez-na-adolescencia-pode-
reduzir-perspectivas-de-futuro-da-mae-3051591.html/> Acesso em: 05 de dez. 2018
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO PIAUÍ - IFPI
LICENCIATURA EM MATEMÁTICA - CAMPUS CAMPO MAIOR
ALUNO: ANTÔNIO DE PÁDUA CUNHA SILVA
PROFESSORA: CLÊUMA
DISCIPLINA: LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

ARTIGO DE OPINIÃO: GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

CAMPO MAIOR – PI, DEZEMBRO/2018

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