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Introdução

O presente projecto tem como título Gravidez na adolescência: um estudo baseado na


vida quotidiana das adolescentes na Machava-Sede. Esta pesquisa nasce no contexto em que
se percebe uma onda de gravidezes precoces no Mundo e no País.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) a adolescência se constitui um processo


biológico onde se acelera o desenvolvimento cognitivo e a estruturação da personalidade,
sendo considerada pré-adolescência, entre 10 a 14 anos de idade e a adolescência dos 15 aos
19 anos. A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a vida adulta, um momento
em que acontecem muitas transformações, biológicas, sociais e psicológicas, na qual essas
transformações levam a adolescência a ser uma fase crítica da vida e que geram vários
conflitos (Araújo et al., 2016, p. 2).

A situação das adolescentes na escola, na família, com o parceiro e no grupo de


amigos constitui um processo que envolve múltiplos domínios dentre os quais as questões
ligadas a sexualidade como a gravidez precoce (Matsinhe, 2012, p. 12). Sendo assim,
sustentam Costa e Heilborn (2006), falando dos riscos da gravidez na adolescência:

Adolescentes têm uma probabilidade muito maior de anemia na gravidez, partos prematuros,
bebés de baixo peso, por desenvolvimento fetal insuficiente e desenvolvimento de doença
hipertensiva específica da gravidez (DHEG). Tal agravo, se não tratado adequadamente, pode
conduzir à morte, sendo o risco mais elevado de morte materna entre as jovens menores de 20
anos. Entre as meninas de 10 a 14 anos, o risco de morte materna é cinco vezes maior, quando
comparado com o das jovens de 15 a 19 anos (p. 6).

Problematização

Na época do Brasil colonial, era comum o casamento de uma menina de doze anos
com um homem de sessenta anos. Tais uniões visavam tão somente critérios económicos e
sociais. Os médicos higienistas passaram a condenar tais práticas alegando que as uniões
conjugais deveriam basear-se em critérios biológicos e afectivos. Nesta época, o intervalo
entre 18 e 20 anos era considerado como o período mais higiénico para a gestação (Silva,
2020, p. 13). No mundo actual e em particular em Machava (Moçambique), os critérios
biológicos e afectivos constituem a base a celebração de uniões. Neste contexto, embora
legalmente se considere em Moçambique maior de idade pessoa com 18 anos, não existe
idade mínima para namorar e iniciar a actividade sexual.
Na América Latina e no Caribe a taxa de natalidade entre as adolescentes vem
diminuindo mais lentamente se comparadas com Estados Unidos e Canadá. Entre os países da
América do Sul, o Brasil é o quarto país com maior número de adolescentes grávidas, ou seja,
em cada grupo de mil meninas com idade entre 15 e 19 anos, 68,4% engravidam (Silva, 2020,
p. 13). Contemporaneamente, a gravidez na adolescência é considerada como um problema
de saúde pública e motivo de preocupação tanto pela possibilidade de ocorrência de
gravidezes indesejadas, como também pela propagação de DSTs e AIDS.

A gravidez na adolescência é um problema em África e, particularmente em


Moçambique, devido a prevalência de altas taxas da sua incidência. Como mostram os dados
do Inquérito Demográfico da Saúde (IDS) de 2003, Moçambique encontra-se em segundo
lugar dos países da África Austral, em termos da ocorrência de gravidez precoce, com 7% de
adolescentes grávidas na faixa etária dos 15 a 19 anos seguindo o Malawi quase em primeiro
lugar com 9.6% de adolescentes grávidas. Moçambique situa-se em 124 partos por 1000
mulheres que possuem 15 a 19 anos. Os dados deste IDS mostram ainda que existem vários
factores que levam a incidência da gravidez precoce nos países da África Austral, tais como
privações, o silêncio e a violência sexual contra menores nas comunidades (UNICEF, 2006
apud Matsinhe, 2012, p. 12).

Arthur e Cabral (2007) apud Matsinhe (2012, p. 12), defendem que a gravidez na
adolescência em Moçambique representa antes de tudo uma questão de saúde pública, devido
aos problemas que esta levanta como por exemplo, o abandono escolar e os riscos para a
saúde da adolescente. Estes autores defendem ainda que a gravidez na adolescência é um
problema que inicia na “instituição família” visto que, neste lugar ainda prevalecem
restrições e proibições na abordagem sobre a sexualidade feminina e as transformações
anatómicas da rapariga.

Segundo UNFPA (2013, p. 6), em Moçambique, estima-se que 40% das jovens de 20-
24 anos tiveram filhos antes dos 18 anos. Neste sentido, a frequência da gravidez na
adolescência está directamente ligada ao casamento prematuro, uma vez que 18% das jovens
deste grupo etário estão casadas antes protecção da saúde dos adolescentes e jovens de 15
anos de idade, e 52% casaram antes de completar 18 anos. Este cenário coloca Moçambique
como um dos sete países maior número de casos de casamentos prematuros.

Em 2018, no Norte do país, em particular na província de Nampula, as taxas mais


elevadas de morte materna das adolescentes ocorridas em instalações hospitalares estimam 50
mortes das 182 mortes maternas de adolescentes em todo o país. Actualmente, Moçambique
está a caminhar para cumprir a sua meta nacional de 250 mortes por 100.000 nados vivos até
2030 (UNICEF, 2021, p. 9). É neste contexto de consequências das gravidezes na
adolescência que nasce a seguinte pergunta de partida:

Que mecanismos ou políticas podem ser implementadas para a redução das


gravidezes na adolescência?

Hipótese

 Sendo que é impossível controlar ou proibir as práticas sexuais, o planeamento


familiar – contraceptivos, constitui uma estratégia viável para desacelerar e
desencorajar as gravidezes na adolescência, embora essa estratégia pode ser mal
interpretada e constituir um risco na propagação de doenças infeccionais através das
relações sexuais desprotegidas. Ademais, apoiar a mulher, quebrando o ciclo vicioso
da pobreza, diminuindo o abandono escolar e aumentar as oportunidades
educacionais, pode constituir um alicerce para desencorajar as gravidezes precoces.

Objectivos

Objectivo Geral

 Analisar as estratégias/políticas/mecanismos implementadas no distrito da Machava


no combate às gravidezes na adolescência.

Objectivos específicos

 Contextualizar a gravidez na adolescência;


 Descrever as causas e as consequências das gravidezes na adolescência;
 Explicar a importância do planeamento familiar - contraceptivos, o paio à mulher, a
promoção da equidade de género e o empoderamento económico às mulheres no
combate às gravidezes na adolescência.

Justificativa

Justificativa subjectiva

O estudo deste tema é de carácter pessoal. Parte de uma experiência de vida


quotidiana na Machava, em que adolescentes perdem oportunidades devido a ocorrência de
gravidez precoce. No distrito de Machava, o índice de gravidez na adolescência é elevado.
Considerando a adolescência uma fase de transição, de auto-descobrimento, de
experimentação sexual, é difícil lidar com as tentações espontâneas. E neste contexto, que as
adolescentes caiem na vida sexual com ou sem instrução, e como resultado engravidam.
Como resultado disso, algumas têm complicações e morrem no parto, outras abandonam a
escola, outras fogem das suas casas e vão ao lar, outras ficam em casa e aumentam o
agregado familiar. Contudo, assistir o declínio dum futuro promissor por parte de algumas
raparigas ao abandonar a escola, lhe prepararia para o amanhã, é doloso.

Justificativa Objectiva

Globalmente, há evidências de que os casamentos prematuros estão relacionados com


a gravidez precoce e alta fecundidade. Em Moçambique, 35% das raparigas de 15-19 anos de
idade estão casadas ou vivem maritalmente. As províncias do norte há evidências de que
mostram maior proporção de raparigas casamentos prematuros estão relacionados casadas do
que as do sul (UNFPA, 2013).

Ademais, em 2010, a população de adolescentes em Moçambique era de 5.2 milhões;


em 2013, subiu para 5.7 milhões de adolescentes, correspondente a 24% da população total.
As projecções indicam que, em 2030, este grupo populacional atingirá 8.8 milhões, sendo 4.4
milhões do sexo feminino. Mantendose a actual prevalência de gravidezes prematuras, o país
terá cerca de 730,000 raparigas mães menores de 18 anos, em 2030 (UNFPA, 2013, p.8).
Com esses dados, percebe-se que o estudo de politicas para o controlo de gravidezes na
adolescência em uma necessidade imediata.

Relevância

A gravidez a adolescência é considerada um problema de saúde pública, contudo,


espera-se que este trabalho sirva de referência académica, na discussão de temas relacionados
à gravidezes na adolescência e possíveis politicas da gravidez nessa fase.

A nível social com a implementação das políticas de combate a gravidez na


adolescência, espera-se reduzir o número de adolescentes grávidas a cada km2, e aumentar a
sua participação no desenvolvimento da sua estrutura familiar.
Referencial teórico

Araujo et al., (2016), no seu artigo com o título Gravidez na adolescência:


consequências centralizadas para a mulher abordam sobre métodos ou estratégias para a
promoção do comportamento sexual seguro nas adolescentes.

Embora existam trabalhos científicos que desenvolvam temas sobre gravidezes na


adolescência, este trabalho único

Enquadramento teórico

Enquadramento conceptual

Adolescência é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o período


da vida que vai precisamente dos 10 até os 19 anos, 11 meses e 29 dias. Tem início como
ponto de referência à menarca nas meninas e a primeira ejaculação nos meninos. Caracteriza-
se por mudanças físicas aceleradas e características da fase da puberdade, diferentes do
crescimento e desenvolvimento que ocorrem em ritmo constante na infância. Essas alterações
são influenciadas por factores hereditários, ambientais, nutricionais e psicológicos (OMS,
1994 apud Matsihe, 2012, p. 22). A adolescência neste contexto, constitui uma fase de
transformações físicas e psíquicas.

Santos e Carvalho (2006) apud Rocha (2014) afirmam que a adolescência é uma fase
de desorganização psíquica. O adolescente não possui ainda a capacidade de organizar os
conflitos e aspectos primitivos que vêm à tona e, ao lidar com seus impulsos agressivos e
sexuais, ao invés de elaborá-los internamente, ele, muitas vezes os descarrega em uma acção
para satisfazer os desejos imediatos (p. 14).

Esse facto é reformulado por Muhlbauer e Fukui (2007) apud Rocha (2014), ao
definir adolescência como uma fase do desenvolvimento que marca a passagem da infância
à vida adulta, caracterizada por transformações biopsicossociais, determinadas por factores
genéticos e ambientais (p. 14). Percebe-se que sobre o desenvolvimento psicossocial, na
medida em que a idade adulta se aproxima, o adolescente deve estabelecer relacionamentos
íntimos ou permanecer socialmente isolado. Esta fase, constrói-se a identidade sexual. Desta
forma, Rocha (2014), explica que:
A obtenção da identidade sexual é intensificada pelas alterações físicas da puberdade.
Também é influenciada por atitudes culturais, expectativas do comportamento sexual e
modelos de papéis válidos. Os adolescentes procuram uma identidade de grupo porque
necessitam de estima e aceitação. É comum, em grupos, uma semelhança no modo de vestir e
falar. A popularidade com o sexo oposto, assim como os do mesmo sexo, torna-se importante
durante a adolescência. A necessidade de identidade de grupo entra em conflito com a
necessidade de uma identidade pessoal (p. 14).

Gravidez na adolescência é, segundo Organização Mundial da Saúde (OMS, 1994),


aquela que ocorre dos 10 até os 19. O discurso médico caracteriza a gravidez na adolescência
como sendo quadro de gravidade e risco (Matsinhe, 2012, p. 24). Sustenta Matsinhe (2012):

A gravidez na adolescência é um fenómeno de risco psicossocial que pode ser reconhecida


como um problema para os jovens que tem uma família não intencionada, isto é, uma família
que não apoia o jovem adolescente a ultrapassar o problema da gravidez precoce. É também
uma questão social que pode revelar no seu meio, conflitos inerentes à socialização da
adolescente (p. 24).

Entende-se que a gravidez na adolescência é um problema de saúde pública, no


mundo e em particular no distrito de Machava (Moçabique). Nesta fase, a actividade sexual é
inicial. Segundo Aguiar (1994) apud Rocha (2014, p. 15), a actividade sexual na adolescência
pode cumprir papéis diversos como: aliviar angústia, meio de obter uma aceitação perante o/a
parceiro/a, como forma de suprir carências de afecto, instrumento para conseguir
autoafirmação, maneira de manifestar inconformismo e rebeldia e tentativa de alcançar um
maior grau de independência. Entende-se que:

O exercício da sexualidade, a gravidez na adolescência, planejada ou não, torna-se importante


e tem merecido atenção por parte da comunidade científica, por ameaçar o bem-estar e o
futuro dos adolescentes devido aos riscos físicos, emocionais e sociais que acarreta,
estimulando pesquisas que possam colaborar para a melhor assistência aos jovens (Rocha,
2014, p. 15).

Causas da gravidez na adolescência

Segundo Rocha (2014, p. 15-16), os factores que levam as adolescentes a engravidar é


a falta de auto continência para lidar com suas angústias e impulsos, capacidade que não foi
suficientemente favorecida por suas famílias e pelo meio social em que vivem.

Os factores que influenciam a gravidez na adolescência são internos e externos.


Segundo Rocha (2014, p. 16) citando Correa e Coates (1991), um deles é o tipo de
relacionamento familiar, especialmente entre pais e filhos, que propicia determinados
comportamentos. Algumas pesquisas apontam que a maioria das adolescentes que
engravidam são filhas de mães que também engravidaram durante a adolescência. Para
sustentar esse posicionamento, Matsinhe (2012) citando Vitalle e Amâncio (2004) e Mitano,
(2011), explica que:

Existem vários factores que influenciam para a alta incidência da gravidez entre adolescentes.
Os principais são o início sexual cada vez mais cedo, muitas vezes fruto da empolgação ou do
momento da fase da vida, o qual adolescente vivência dentro e fora da estrutura familiar);
dificuldade de acesso aos meios anticonceptivos; desestruturação familiar; falsas expectativas
e falta de informação sobre os métodos a usarem para prevenirse da gravidez. O contexto
familiar tem relação directa com a época em que se inicia actividade sexual (p. 18).

Assim sendo, adolescentes que iniciam vida sexual precocemente ou engravidam


nesse período, geralmente vêm de famílias cujas mães também iniciaram vida sexual
precocemente ou engravidaram durante a adolescência. Para Becker (1993) citado por
Matsinhe (2012), é comum adolescentes engravidarem devido as suas próprias mães terem
engravidado durante a adolescência ou iniciado precocemente sua vida sexual. As jovens
gestantes repetem padrões de comportamento de suas mães ou de alguma parente muito
próxima (p. 19).

Segundo Rocha (2014, p. 16), mais da metade das adolescentes engravida por outras
causas que não o desejo pela maternidade em si. Engravidar para não perder o namorado,
para sair da casa dos pais e evitar o clima familiar desagradável, para afirmar sua
feminilidade através da fertilidade, para encontrar nos cuidados com o filho um objectivo
para sua vida, para aplacar a solidão na companhia do filho, dentre outros, por uma vida
tortuosa, a tentativa de preencher um vazio interior. Dentre os principais factores pelos quais
as adolescentes engravidam, as variáveis demográficas, falta de acesso a serviços específicos
para atender essa faixa etária.

Para Lores et al (2007), os factores que concorrem para a gravidez na adolescência


são o uso inadequados dos métodos anticonceptivos, para além de outros aspectos tais como:
o medo de que a família descubra o uso de anticonceptivos e a vergonha de se submeter a um
exame ginecológico; a falta de informação sobre seu ciclo reprodutivo; a falta de informação
sobre a prevenção da gravidez; bem como a falta de preparação para a vida sexual ocasional.

gravidez na adolescência ocorre de forma diferenciada entre regiões, entre países,


dentro de um país e mesmo entre idades e grupos económicos. Contudo, o que é comum para
todas as regiões é que as raparigas pobres, rurais, com menos escolaridade têm mais
probabilidade de ficarem grávidas do que as com maior escolaridade, urbanas e elevado nível
económico. As raparigas de minorias étnicas, grupos vulneráveis, com limitadas
oportunidades e escolhas e sem acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo
contraceptivos, têm maior probabilidade de engravidar, iniciando assim um ciclo reprodutivo
que as leva á alta fecundidade. A exclusão social, a pobreza, a privação dos direitos humanos
básicos ou o baixo acesso à educação, serviços de saúde e oportunidades económicas são
elementos que

Perfil/ características das adolescentes grávidas

Sendo uma questão sociocultural, a gravidez na adolescência é enfrentada de


diferentes maneiras nas classes sociais. A adolescente que pertence a uma classe mais
favorecida é protegida, tem o apoio da família, continua seus estudos e não depende dos
serviços públicos de saúde. Já aquelas que pertencem às classes menos favorecidas, onde
precisam lutar pela sua sobrevivência, tem que parar de estudar, possuem mais dificuldades
de conseguir um emprego, e são abandonadas à sua própria sorte (Ferreira, et al., 2004 apud
Rocha, 2014, p. 18).

Culturalmente, verifica-se uma contradição na definição de responsabilidades, onde a


imprudência é entendida como de responsabilidade da adolescente e não pelo seu parceiro, o
que pode ser reflexo da educação tradicional que privilegia atitudes e responsabilidades
diferentes aos dois géneros (Ferreira, et al., 2004 apud Rocha, 2014, p. 18).

As mães adolescentes, normalmente apresentam o mesmo perfil, e a gravidez


geralmente é indesejada e não planeada.

Impacto da gravidez na adolescência

A gravidez na adolescência traz sérias implicações biológicas, familiares, psicológicas


e econômicas além das jurídico-sociais, que atingem o indivíduo adolescente e a sociedade
como um todo, limitando ou adiando as possibilidades de desenvolver o engajamento destas
jovens na sociedade (Júnior, 2004 apud Rocha, 2014, p. 17).

Em estudo realizado pela UNESCO, constatou-se que meninas escolarizadas


acreditam que a gravidez precoce leva a jovem ao abandono escolar e a necessidade de cuidar
do filho, atrapalha o estudo. Os dados revelam que 25% das adolescentes que interromperam
os estudos retornaram após a gravidez e apenas 17,3% pararam de estudar definitivamente.
Importante ressaltar que 79,8% das adolescentes que engravidaram antes dos 20 anos
viveram esta experiência em decorrência de um relacionamento estável, ou seja, estavam ou
sentiam-se casadas (Rocha, 2014, p. 17).

Politicas de combate da gravidez na adolescência

De acordo com Moehlecke (2009) combater a gravidez de adolescentes, constitui


grande desafio das políticas de planeamento familiar, em especial na adolescência, porque
quando não se alcança a inclusão social da adolescente grávida, há maior tendência de
reincidir e, muitas vezes, em pior situação que a primeira. A autora acrescenta que as mães
reincidentes apresentaram 17 vezes mais chance de ter conhecimento mais alto sobre o
método de utilização da pílula do que as que estavam na primeira gestação (Rocha, 2014, p.
23).

A actuação dos profissionais de saúde no campo do planeamento, deve permear uma


assistência embasada no princípio da paternidade responsável e no direito à livre escolha,
tendo como pressuposto a oferta dos métodos anticonceptivos aprovados no país.

Os métodos actualmente disponíveis e autorizados no mundo e em particular em


Moçambique, incluem os comportamentais, hormonais orais e injectáveis, preservativo
masculino e feminino, diafragma, espermicida, DIU, laqueadura e vasectomia. Portanto, uma
adequada política de planeamento familiar envolve a actuação educativa directa do
profissional de saúde, mas também um fornecimento regular dos métodos contraceptivos e o
acesso aos serviços de saúde, garantidos através de uma adequada gestão em saúde (Rocha,
2014, p. 24).
Referencias Bibliograficas

RENATO PEREIRA ROCHA. GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA. FACULDADE DE


EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE. ARIQUEMES – RO 2014

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS


SOCIAIS DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA Almeira Matsinhe Gravidez Precoce na
Cidade de Maputo: Um Estudo de percepções sociais da Gravidez na adolescência no
Hospital Geral de Mavalane Maputo, Outubro de 2012

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E FATORES DE RISCO ENTRE FILHOS DE


MULHERES NAS FAIXAS ETÁRIAS DE 10 A 14 E 15 A 19 ANOS EM JUIZ DE FORA,
MG. Teenage pregnancy and risk factors among children of mothers in the 10 to 14 and 15 to
19 age groups in Juiz de Fora, MG Terezinha de Jesus Nascimento Martins da Costa* Maria
Luiza Heilborn**2006

Gravidez na Adolescência - Desafios e Respostas de Moçambique. : UNFPA - Moçambique


Equipa editorial: Gilberto Norte. 2013

PRISCILA MARCONATO DA SILVA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: perfil das


adolescentes do Ensino Técnico Integrado ao Médio da Escola Técnica Sylvio de Mattos
Carvalho – Matão- SP. ARARAQUARA – S.P.2020

UESCO. A Situação das Crianças em Moçambique 2021 Resumo do Relatório


Araujo et al., Gravidez na adolescência: consequências centralizadas para a mulher. Volume
16, Número 2 ISSN 2447-2131 João Pessoa, 2016

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