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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO - GWAZA

MUTHINI

Licenciatura em Administração Pública

Desenvolvimento económico

Estudantes:
Ana Alberto Daniel
Crimildo Júnior
Crizalda Albino
Tomás Mabjaia

Maputo, Março, 2023


Ana Alberto Daniel
Crimildo Júnior
Crizalda Albino
Tomás Mabjaia

Desenvolvimento económico

Maputo, Março, 2023

Índice

0 INTRODUÇÃO............................................................................................................4
0.1 Objectivos.............................................................................................................4
0.1.1 Objectivo geral...............................................................................................4
0.1.2 Objectivos específicos...................................................................................4
0.2 Metodologia..........................................................................................................5
1 DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO.....................................................................6
1.1 Perspectivas de desenvolvimento económico.......................................................6
1.2 Etapas de desenvolvimento económico................................................................7
1.3 Financiamento do desenvolvimento económico...................................................9
1.4 Medidas de desenvolvimento económico...........................................................10
CONCLUSÃO...................................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................13
0 INTRODUÇÃO

O presente trabalho é realizado em prol das diversas actividades desenvolvidas na


cadeira de macroeconomia e é intitulado “desenvolvimento económico”. Para tanto,
discute primeiro as perspectivas teóricas sobre o desenvolvimento económico, sob
orientação neoclássica (olha o desenvolvimento económico como sinónimo de
crescimento económico) vs orientação crítica ou estruturalista (olha o desenvolvimento
económico além da renda per capita, mas como um bem-estar). Em segunda instância,
analisa, as etapas, seguidas pelo financiamento e medidas de desenvolvimento
económico.

Importa salientar que as teorias do desenvolvimento ganharam grande importância


política e social após a Segunda Guerra Mundial. As negociações que objectivavam o
estabelecimento de organismos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas
(ONU), visando a consolidação de uma governança global para o novo contexto
geopolítico do pós-guerra, a formulação de acordos internacionais para o crescimento do
comércio internacional, sobretudo no âmbito da Organização Mundial do Comércio
(OMC), e a fundação do Banco Mundial com vistas à reconstrução dos países devastados
pelo conflito revelam que o cenário se havia tornado propício a uma espécie de
compromisso global em nome da estabilidade económica pró-crescimento.

0.1 Objectivos

0.1.1 Objectivo geral


 Compreender o conceito “desenvolvimento económico”

0.1.2 Objectivos específicos


 Analisar o desenvolvimento económico na perspectiva dos neoclássicos e na
perspectiva crítica ou estruturalista;
 Descrever as etapas do desenvolvimento económico;
 Explicar as medidas de desenvolvimento económico, tendo em conta os índices de
Gini e de desenvolvimento humano

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0.2 Metodologia

Segundo Gerhardt e Silveira (2009), metodologia é o estudo da organização, dos


caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se
fazer ciência (p.12). Desta forma, para a concretização desta pesquisa, recorreu-se ao
método de pesquisa bibliográfico, que consistiu na consulta de diversos artigos científicos
relacionados com o tema em estudo “ desenvolvimento económico”.

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1 DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

1.1 Perspectivas de desenvolvimento económico

O termo desenvolvimento económico vem sido olhado de formas diversas, como


explica Medeiros Júnior (2013). Segundo esse autor, por ser controverso e, portanto, de
difícil aproximação ao consenso, o desenvolvimento económico tem sido tratado em
termos conceituais e de forma bastante simplificada, tendo em conta dois olhares: o dos
de economistas de orientação neoclássica e os de orientação crítica (p. 272).

Os primeiros (economistas de orientação neoclássica) costumam considerar


crescimento económico como sinónimo de desenvolvimento económico, e vêem a
distribuição da renda obtida entre os proprietários dos factores de produção como
melhoria dos padrões de vida, mas as evidências mostram que os frutos da expansão não
beneficiam necessariamente toda a população (Lewis, 1969; Solow, 1956 apud Medeiros,
2013, p.273). No sistema capitalista vigorante na maioria dos países, e em particular
Moçambique, os detentores do capital buscam sua acumulação e não têm em perspectiva
distribuir o que obtém, motivo porque as desigualdades (renda pessoal e regional, por
exemplo) são crescentemente produzidas no seio do próprio sistema capitalista.

Para os economistas de orientação crítica ou estruturalista (Prebisch, 1949;


Furtado, 1961; Singer, 1977b apud Medeiros, 2013, 273), para além dos benefícios
obtidos pelos proprietários dos factores em decorrência do crescimento económico,
consideram o desenvolvimento como expressão de mudanças estruturais económicas,
sociais, políticas, institucionais, dos níveis de produtividade e da renda média da
população como um todo.

Para sustentar a posição dos economistas de orientação critica ou estruturalista,


Souza (2007 apud Medeiros, 2013), explica que, o desenvolvimento económico conjuga
a

existência de crescimento económico contínuo, em ritmo superior ao


crescimento demográfico, envolvendo mudanças de estruturas e melhoria
de indicadores económicos, sociais e ambientais. Ele compreende um
fenómeno de longo prazo, implicando o fortalecimento da economia
nacional, a ampliação da economia de mercado, a elevação geral da
produtividade e do nível de bem-estar do conjunto da população, com a
preservação do meio ambiente (Medeiros, 2013, p. 273).

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Para além de Souza, a visão crítica ou estruturalista é consubstanciada pelo
Dallabrida (2010). Esses autores consideram que o desenvolvimento económico consiste
na melhoria das condições económicas e sociais. Mencionam a necessidade da
organização social espacialmente localizada para sustentar os benefícios por ela obtidos.
Para tal, Dallabrida (2010 apud Medeiros, 2013), define desenvolvimento como:

um processo de mudança estrutural empreendido por uma sociedade


organizada territorialmente, sustentado na potencialização dos capitais e
recursos (materiais e imateriais) existentes no local, com vistas à
dinamização económica e à melhoria da qualidade de vida de sua
população (p. 274).

1.2 Etapas de desenvolvimento económico

Segundo Niedesle e Radomsky (2016, p.13), a teoria de Rostow (1960),


estabelece a possibilidade de desenvolvimento. Trata-se de fases que um país deveria
atravessar para atingir o desenvolvimento, o que permitiria classificar as sociedades de
acordo com seus estágios económicos específicos. A passagem de um estágio para outro
envolveria alterações nos padrões de produção, a partir do manejo de três factores
principais: poupança, investimento e consumo (demanda).

Rostow parte do pressuposto de que, para se obter uma nova ordem capitalista em
nível internacional, o desenvolvimento deve ser visto ideologicamente, de forma que os
países considerados desenvolvidos tivessem nele seu principal foco. Assim, a teoria
rostowiana aponta que, ao se impulsionar o desenvolvimento para os demais países, as
economias consideradas desenvolvidas, além de expandir ideais capitalistas, poderiam
auxiliar as demais com empréstimos e auxílio técnico (Niedesle e Radomsky, 2016,
p.13). Neste contexto, analisa o desenvolvimento em cinco etapas:

 Primeira etapa- Sociedade tradicional: esta se refere à sociedade tradicional, a


qual é definida em relação à sociedade moderna e se identifica liminarmente pela
insuficiência de recursos. Nesse sentido, Rostow entende tratar-se de uma
economia baseada na produção rudimentar e tradicional, que busca a subsistência
e prioriza o trabalho, cujos principais recursos provêm da agricultura e que não
obtém senão limitada quantidade de capital. De acordo com esta visão
economicista, a sociedade tradicional traduz-se em incapacidade de produção de
excedentes e, consequentemente, de acumulação, sendo fadada a viver com

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limites bem precisos, sem perspectivas de ascensão ao crescimento económico.
Contudo, acreditava Rostow que as mudanças sociais, na sociedade tradicional,
estariam condicionadas a factores internos, ao passo que as sociedades que não
sofressem tais evoluções e mudanças sociais as experimentariam graças à
interferência de factores externos, como efeito dos processos de colonização, por
exemplo (Niedesle e Radomsky, 2016, p.13).

 Segunda etapa- As precondições para o arranco ou a decolagem: encontra-se


uma sociedade em processo de transição, na qual surgem os primeiros sintomas
do que o autor considera “o princípio do arranco ou decolagem”. Diferentemente
da primeira fase, onde a produtividade é limitada, nesta etapa busca-se romper
com os factores que determinam rendimentos decrescentes, sobretudo mediante o
aumento da especialização do trabalho e a modernização tecnológica. Ao mesmo
tempo, sugerem-se mudanças relevantes nos itens relativos ao conhecimento, na
política e nos sistemas de valores, os quais alavancariam a produtividade e,
consequentemente, o desenvolvimento económico (Niedesle e Radomsky, 2016,
p.14).

 Terceira etapa- O arranco: o autor chama de “arranco”, o desenvolvimento


sobrepõe-se às resistências e bloqueios que limitavam as mudanças económicas e
sociais já ocorridas na segunda fase. Já não há amarras - tecnológicas, políticas,
institucionais, morais, etc. – que impeçam o desenvolvimento, o qual é definido
como uma revolução industrial. Nesta etapa, fomenta-se a industrialização e
ocorre a migração de mão-de-obra predominantemente rural para o sector
industrial. Constroem-se as bases da “sociedade moderna”, não apenas do ponto
de vista económico, mas também como alavanca para o surgimento de um novo
sistema político, institucional e social (Niedesle e Radomsky, 2016, p.14).

 Quarta etapa- A marcha para a maturidade: agrega o aumento da tecnologia


moderna, o incentivo à produção e a busca pela diversificação de produtos. A
mão-de-obra reduz-se ainda mais no campo, em contraponto ao aumento da mão-
de-obra especializada nos centros urbanos. Assim, graças a vários incentivos,
sobretudo por parte do Estado, alguns bens anteriormente importados passam a
ser produzidos internamente. Consolida-se aqui a ideia de que, por meio da

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inovação técnica, pode-se produzir tudo ou quase tudo; e isso redunda no
afloramento de novas áreas produtivas, bem como na possibilidade de importação
de novos produtos para o mercado (Silva, 2004 apud Niedesle e Radomsky, 2016,
p.14).

 Na quinta e última etapa, compreendida como “era do consumo em massa”,


Rostow completa seu modelo focando o consumo de uma sociedade industrial
massificada, que, a partir do aumento da renda per capita, estimula um sistema
económico centrado no consumo intensivo, tanto de alimentos e vestuário quanto
de bens duráveis. Verifica-se, por consequência, além disso, um aumento na busca
por uma melhor distribuição de renda (Silva, 2004 apud Niedesle e Radomsky,
2016, p.14).

No geral, etapas de Rostow não são separadas por demarcações nítidas no tempo.
As sobreposições são decorrência do modo como se processa a interacção comercial e
tecnológica entre as nações.

Ademais, a teoria rostowiana foi alvo de inúmeras críticas, sobretudo por ter
caracterizado as circunstâncias do processo de modernização da economia dos países hoje
vistos como desenvolvidos, que teriam cumprido essa trajectória no período posterior à
Segunda Guerra Mundial. O problema é que Rostow sugere que os países
subdesenvolvidos chegariam ao desenvolvimento seguindo idêntica trajectória de
modernização, uma vez que o subdesenvolvimento seria apenas uma etapa atrasada do
mesmo processo histórico de crescimento económico e progresso industrial (Niedesle e
Radomsky, 2016, pp.15-16).

1.3 Financiamento do desenvolvimento económico

Segundo Freitas (s/d, p. 5) para investir um país pode usar sua poupança interna
ou ter acesso à poupança estrangeira por meio de empréstimos ou ajuda financeira.
Ademais, quanto às economias de mercado: se o governo colectar mais impostos do que
gasta em bens correntes e serviços, os recursos excedentes poderão ser investidos na
infra-estrutura e canalizados para empresas, via bancos de desenvolvimento ou de
fomento. Quanto aos países em desenvolvimento: podem conseguir uma poupança
estrangeira por meio de investimento directo no país; tomando emprestado nos mercados
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mundiais de capitais ou instituições; ou recebendo ajuda estrangeira de países
industrializados.

1.4 Medidas de desenvolvimento económico

De acordo com Freitas (s/d, p. 6), para se analisar o desenvolvimento económico


deve-se ter em conta a magnitude do PIB (ou PNB), que é uma importante medida do
desempenho económico de um país. Contudo, para que ela funcione efectivamente como
indicador do potencial de geração de renda e da produtividade é preciso relativizá-la pelo
tamanho da população do país. Assim, a mais importante variável de desempenho é o
produto per capita e não o valor absoluto do produto agregado.

No entanto, esses indicadores mostram-se insuficientes para uma avaliação acerca


da qualidade de vida. Primeiro, porque o produto per capita, por ser uma média, nada nos
diz acerca da distribuição de renda. Em segundo lugar, porque ele não capta as condições
concretas de vida da população em termos, por exemplo, de longevidade, condições
sanitárias, saúde e nível educacional. Contudo, ao considerar tanto a distribuição da renda
quanto os indicadores sociais enquanto variáveis importantes, estamos indo além do
conceito de crescimento económico. Na verdade, estamos avaliando o desenvolvimento
económico, que mede não apenas o crescimento do produto per capita, mas o perfil
distributivo e os benefícios sociais trazidos por esse crescimento (Freitas, s/d, p. 7).

Algumas medidas de desenvolvimento económico

Segundo Freitas (s/d, p. 8), destacam-se algumas medidas de desenvolvimento


económico:

 O Índice de Gini -A distribuição de renda de um país pode ser avaliada a partir


do índice de Gini (IG), que tem como objectivo avaliar o grau de concentração de
renda, podendo variar entre zero e um. Quanto mais próximo de um for o índice,
mais concentrada é a renda do país; quanto mais próximo de zero, menos
concentrada.
 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – foi concebido pelo Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), para medir o bem-estar das
sociedades e a qualidade de vida das populações. É estimado para mais de 179
países e considera não apenas a renda per capita mas também variáveis ligadas à
saúde (esperança de vida), à educação (índice de analfabetismo e taxas de

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matrícula). De acordo com o valor alcançado por seu IDH, os países são
classificados como de baixo desenvolvimento (IDH menor que 0,5), como
Moçambique, de médio desenvolvimento (IDH entre 0,5 e 0,8) - Brasil e alto
desenvolvimento (IDH maior do que 0,8) – Estados Unidos de América. (Freitas,
S/d, p. 12).

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CONCLUSÃO

Realizado o trabalho, pode-se concluir que o desenvolvimento económico vai


além do conceito do crescimento económico (aumento na força de trabalho; aumento do
estoque de capital; melhoria na qualidade de mão-de-obra; melhoria tecnológica; e
eficiência organizacional), isto é, vai além da renda per capita, olha também, o bem-estar
social, melhorando a esperança de vida, assistência a saúde e educação, baixo índice de
mortalidade infantil, redução do desemprego.

Em suma, a sociedade moçambicana apresenta baixo nível de desenvolvimento


económico, tendo desequilíbrio da distribuição de riqueza, consequentemente, a
esperança de vida, a qualidade, a saúde pública, entre outros serviços, apresentam baixo
qualidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Freitas, Tiarajú A. de. (S/d). Crescimento e Desenvolvimento Econômico. Brasil. FURG


ICEAC UAB.

Gerhardt, T, E & Silveira, D, T. (2009). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da


UFRGS.

Medeiros Junior, Helcio de. (2013). Desenvolvimento económico, social e


vulnerabilidade na região metropolitana do rio de Janeiro. Brasil, Rio de Janeiro.

Niederle, Paulo André & Radomsky Guilherme Francisco Waterloo. (2016). Introdução
às teorias do desenvolvimento. Porto Alegre: Editora da UFRGS, SEAD.

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