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Crescimento e desenvolvimento econômico são termos bem comuns quando o assunto é

economia. No entanto, é importante ressaltar que crescimento é diferente de


desenvolvimento.
Enquanto o crescimento econômico significa que durante um ou vários períodos,
ocorreu um aumento sustentado de uma unidade econômica, o desenvolvimento
econômico vai além, impactando directamente a qualidade de vida das pessoas e a
sociedade em geral.

Crescimento Econômico
O crescimento econômico acontece quando ocorre um aumento da produção e consumo
de bens e serviços. Esse aumento pode ser medido através de índices como o Produto
Interno Bruto (PIB) ou Produto Nacional Bruto (PNB).
Para que seja possível alcançar o crescimento econômico, a economia deve apresentar
um resultado integrado, consistindo em um aumento desde os sectores primários,
passando pelos secundários até os terciários.

Desenvolvimento econômico

Esse desenvolvimento afecta a qualidade de vida da sociedade e é possível medir por


meio de indicadores como a educação, saúde, renda, pobreza, entre outros. Atualmente
o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é o índice mais explorado para realizar
comparações de desenvolvimento de diferentes economias e períodos.
Os economistas de orientação crítica, ou estruturalista (Prebisch, 1949; Furtado, 1961;
Singer, 1977), para além dos benefícios obtidos pelos proprietários dos factores em
decorrência do crescimento econômico, consideram o desenvolvimento como expressão
de mudanças estruturais econômicas, sociais, políticas, institucionais, dos níveis de
produtividade e da renda média da população como um todo.

Para Souza (2007), o desenvolvimento conjuga a:


 Existência de crescimento econômico contínuo;
 Ritmo superior ao crescimento demográfico;
 Envolvendo mudanças de estruturas; e
 Melhoria de indicadores econômicos, sociais e ambientais.
Ele compreende um fenômeno de longo prazo, implicando o fortalecimento da
economia nacional, a ampliação da economia de mercado, a elevação geral da
produtividade e do nível de bem-estar do conjunto da população, com a preservação do
meio ambiente.
O crescimento econômico é possível ser calculado por meio do PIB, que é a soma de
todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período. É importante
ressaltar que entra na conta do PIB os bens e serviços finais, desta forma, a matéria-
prima utilizada na fabricação não entra no cálculo.

PIB = C+I+G+X-M

Sendo que:

C - consumo privado

I - total de de investimentos realizados no período

G - gastos do governo

X - volume de exportações

M - volume de importações

Planificação
Giugni (1986, p.167) considera que, “a organização racional de uma actividade
educativa, como do resto de qualquer actividade, requer necessariamente uma
planificação”.
Bento (2003) defende que, na planificação, são determinados e concretizados os
objectivos mais importantes da formação e educação da personalidade, são apresentadas
as estruturas coordenadoras de objectivos e matéria, são prescritas as linhas estratégicas
para a organização do processo pedagógico.

Ainda segundo Bento (2003, pp.15-16) “a planificação é o elo entre as pretensões,


imanentes ao sistema de ensino e aos programas das respectivas disciplinas, e a sua
realização pratica. È uma actividade directamente situada e empenhada na realização do
ensino que se consuma na sequência: Elaboração do plano, realização do plano, controlo
do plano e Confirmação ou alteração do plano, etc. ”.

De acordo com o pensamento destes autores podemos afirmar que a planificação é um


procedimento importante, e necessário, do trabalho pré-interactivo dos professores, para
que o complexo processo de ensino-aprendizagem se desenvolva com qualidade,
harmonia, eficácia e consiga os resultados desejados.

Para melhor entendermos como e quando acontece a planificação, temos que situar de
acordo com Damião, M. (1996) as decisões do professor no processo de ensino
aprendizagem:

 Decisões pré-interactivas, referentes a planificação e realização do plano de aula;


 Decisões interactivas, que são tomadas no momento da aula interagindo com os
intervenientes, turma ou aluno; e
 Decisões pós-interactivas, referentes ao processo de avaliação e reorganização do
processo de ensino.

Antecedentes históricos da planificação


As origens da planificação da educação são antigas. Sem recorrer a Platão que, no seu
livro a República, propôs um sistema de educação ligado aos objectivos políticos, pode
se dizer que a preparação anual dos orçamentos representa uma forma rudimentar de
planificação.
A planificação é necessária e não pode ser deixada ao acaso, uma vez que é uma espécie
de fio condutor que vai delineando o caminho a percorrer, em que o professor sabe de
onde parte e para onde vai.
Segundo Guerra (2000, p. 113), Planificação é considerada como o meio fundamental
de combater problemas como a estagnação e o subdesenvolvimento, através da eficácia
com que permite mobilizar, afectar recursos, alterar estruturas e do imperativo de
sistematização de ideias e meios.

A sua eficácia dependerá em larga medida das técnicas utilizadas, que deverão ter como
preocupação principal a definição de opções básicas da política de desenvolvimento e
entendê-las como o primeiro objectivo do diálogo os actores envolvidos no processo.
Neste contexto, os países de economia do mercado, após a 2ª Guerra Mundial,
expandiu-se a ideia de planificação e que passou progressivamente do domínio
económico ao ensino. As necessidades de reconstrução e de modernização, a
preocupação de evitar o retorno das grandes crises, a aplicação das técnicas modernas
que exigem investimentos consideráveis, a competição entre o Este e o Oeste, o
alargamento dos espaços económicos, deram ao Estado uma maior responsabilidade
para o desenvolvimento económico nacional que se traduziu através do estabelecimento
de planos de médio e longo prazo.

A explosão escolar esteve na origem da planificação da educação. Antes da guerra, a


maior parte dos países industrializados conhecia um regime estável devido à factores
sociais, bem como a estagnação ou mesmo a regressão demográfica: a escola primária
seguia o ritmo dos crescimentos, enquanto os ensinos secundários e superiores,
reservados às elites, evoluíam lentamente. Para, além disto, factores que para alargar os
objectivos da planificação da educação e integrá-la na planificação económica.

É nesta técnica de tomada de decisão, que enfatiza a escolha dos objectivos explícitos e
determina os meios mais apropriados para a sua consecução a fim de que as decisões
tomadas possam ser adequadas aos objectivos da população e legitimar os programas
efectivos para a sua realização, (Rattner 1979).

A evolução da Planificação na educação do II Mundo


De acordo com Tanner et.al., (1987), Segundo Mundo é constituído por um grupo de
países ex-socialistas, como a União Soviética, que possuíam economia planificada. Essa
designação não é mais usada actualmente. Muitos cientistas classificam como de
Segundo Mundo os países detentores de economias emergentes, como China, Rússia,
Brasil, Argentina, México e Índia. Esses países são chamados atualmente de “países em
desenvolvimento”.

Boterf (2003), afirma que Planificação é uma “técnica para seleccionar os fins e os
meios em função de uma norma.
Para Perrenoud (2000), a competência é o resultado de um conjunto de recursos
cognitivos, saberes, capacidades ou informações, capazes de solucionar situações com
pertinência de forma eficaz.
Contudo, o autor menciona que, no contexto educativo, esses recursos devem ser
postos em acção em situações práticas. Ainda nesta perspectiva, afirma que a escola não
fomenta de forma adequada essas capacidades e conhecimentos, ou seja, os alunos
acumulam o saber teórico, mas, depois, não o conseguem transpor para situações
práticas.
Esta concepção de planificação parece constituir uma base segura para negociar os
papéis da planificação da educação, na última década, e para discutir suas perspectivas.
Princípios da planificação de Educação

Segundo Huerta, citado por Zabalza (1987), a planificação é considerada um vector


fulcral para um bom desempenho da acção pedagógica dado que contribui para o
docente clarificar os factores que influenciam o processo ensino – aprendizagem,
permitindo-lhe dessa forma, exercer um maior controlo sobre essas variáveis.

O acto de planificar estimula no professor capacidades de estruturação e de descoberta


de diferentes estratégias nos contextos sócio-educativos, proporcionando-lhe
experiências de aprendizagem significativas e integradoras de acordo com os seus
interesses e necessidades, assim como, oferecer continuidade ao processo de ensino –
aprendizagem, obdecendo alguns princípios como:

Optimização
A planificação é um esforço para racionalizar o processo de desenvolvimento da
educação. Apoiando-se em métodos e técnicas apropriadas ela visa determinar a melhor
utilização dos recursos.

Coerência
Neste principio deve-se manifestar tanto, no interior do próprio sistema educativo como
nas relações com os outros sectores da actividade nacional. A admissão em cada nível
depende dos efectivos do nível precedente.

Tipos da Planificação

Existem três tipos de planificação:

 O plano da escola ou anual


 O plano de ensino; e
 O plano de aula ou plano de lição.

O plano anual (longo prazo)


Bento (2003,p.59) define que: ” um plano anual é um plano de perspectiva global
que procura situar e concretizar o programa de ensino no local e nas pessoas
envolvidas. Os objectivos indicados por cada ano, no programa ou normas
programáticas, são objecto de uma formulação avaliável e concreta para professores
e alunos. Constitui, pois, um plano sem pormenores da actuação a longo do ano,
requerendo no entanto, trabalhos preparatórios de análise e de balanço, assim como
reflexões a longo prazo. Os detalhes e demais medidas didáctico-metodologicas são
reservadas para os planos das unidades/ temáticas ou didácticas e para o projecto de
cada aula, numa sequência lógica que aqui tem o seu inicio.
O plano de aula Chegando então a aula, o plano de aula faz parte da planificação a
curto prazo.
Como é que se planeia uma aula, e como se realiza um plano de aula?
Para responder a esta pergunta podemos citar Bento, (2003, p.164) que afirma que
sem se elaborar e ter em atenção o plano anual, a unidade didáctica, sem fazer uma
análise do ensino anterior, não se pode planear e elaborar uma boa aula.
Este plano tem a duração de um ano e participam na sua elaboração o Director da
Escola, o (s) Director (es) Adjunto (s) Pedagógico (s), o Director Adjunto
Administrativo ou Chefe da Secretaria, o Director Adjunto do Internato (se houver
internato na escola), representantes da comunidade, representantes dos alunos e dos
professores, garantindo o equilíbrio de género entre os participantes. O Plano anual da
escola deve incluir actividades para promover a igualdade de género, conforme previsto
na Estratégia de Género do MINEDH. O plano da escola é apresentado anualmente à
Assembleia-Geral.

O plano de ensino (ou plano de unidades)


O plano de ensino é a previsão dos objectivos e tarefas do trabalho do professor para um
ano, um semestre, trimestre ou quinzena. É um documento mais elaborado, dividido em
unidades sequenciais, no qual aparecem os objectivos específicos, os conteúdos e o
desenvolvimento metodológico.
É também denominado por Plano Analítico ou Plano de Unidades Didácticas e contém
seguintes componentes:
 Objectivos de ensino;
 Os conteúdos (com a divisão temática de cada unidade);
 O tempo (ou período/semanas) provável para a leccionação de cada uma das aulas;
 O desenvolvimento metodológico (actividades do professor e dos alunos); etc.

Este plano é elaborado pelo corpo docente (grupo de professores de uma disciplina) ou
de classe no EP1 e, a partir dele, podem ser produzidos outros planos de ensino, tais
como, o plano quinzenal (que é uma parte do plano analítico válido apenas por duas
semanas) e o plano de aulas.
Note-se que, antes do plano analítico, há a considerar outros tipos de planos de ensino,
nomeadamente, o plano temático (programa de ensino) e o plano curricular (currículo).

O plano de aula ou lição


O plano de lição é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou para
um conjunto de aulas; e tem um carácter bastante específico. Na preparação das aulas, o
professor deve reler os objectivos gerias da matéria e a sequência dos conteúdos de
ensino. Não se pode esquecer que cada tópico novo é continuidade do tópico anterior,
sendo, desta forma, necessário considerar o nível de preparação inicial dos alunos para a
matéria nova.

Deve-se, também, tomar o tópico da unidade a ser desenvolvido e desdobrá-lo


numa sequência lógica na forma de conceitos, problemas, ideias. Trata-se de organizar
um conjunto de noções básicas em torno de uma ideia central, formando um todo
significativo que possibilite ao aluno uma percepção clara e coordenada do assunto em
questão. O responsável pela elaboração do plano de aula é o professor (individualmente)
e os mesmo, podem ser descritivos ou esquemáticos.
Os objectivos deste plano são: conduzir a aula de forma adequada, evitar improvisos,
evitar nervosismo, evitar trabalhos mal feitos, garantir segurança no professor, facilitar a
preparação de aulas.

Vantagens e Limites da Planificação

Vantagens da Planificação

 Organização sobre o conteúdo que deverá ser aplicado


 Maior facilidade de organização de tarefas
 Aumento da produtividade
 Auxilio durante a preparação da aula
 Melhor clareza quanto aos objetivos, tempo e todos os critérios da aula.
 É um modo eficiente de transmitir grande quantidade de informação em pouco
tempo.
 Bom para a fase de aquisição e reestruturação de conhecimentos.
 Serve para qualquer conteúdo.
 Permite o ensino a muita gente.
 Permite redundância e adaptação
 O docente mostra e repete a execução com os alunos, que a reproduzem eles
próprios.
 Transmite conhecimentos práticos.
 Permite e promove o esclarecimento.
 Permite o treino psicomotor
 Desenvolve competências
 Oportunidade de praticar o que é apreendido.
 Os Participantes ganham insight (visão interior) no seu próprio comportamento.

Limites da Planificação.
A planificação não pode resolver todos os problemas tais como a flutuação dos preços
das matérias-primas, a política multinacional das firmas monopolistas, a globalização.
Um outro limite situa-se ao nível das liberdades individuais. O plano é apenas um
instrumento. O homem não é apenas um meio de produção, mas também o fim da
produção. A educação eleva o seu nível cultural e permite-lhe usufruir plenamente dos
prazeres artísticos e espirituais que tanto são necessários para a sua vida.

A liberdade dos indivíduos nunca é total. Ela é condicionada pelo grupo ao qual o
indivíduo pertence e pela sua própria situação material. Uma criança não é livre de
prosseguir os seus estudos, se é obrigada a trabalhar para sobreviver, se não existe uma
escola na zona onde habita, ou quando não está informada sobre as possibilidades de
escolarização.

Um homem não é livre quando o seu país é dominado política, económica e


culturalmente pelo estrangeiro. Também não é livre quando vive na miséria e na
ignorância. É o desenvolvimento económico e progresso social através do plano que se
pode atingir a realização plena do homem.
Conclusões

A planificação determina em grande parte o que é ensinado e de que modo é feito.


Dependendo de cada professor a sua orientação, a principal função da planificação é a
de transformar e modificar o currículo para adequar às características particulares de
cada situação de ensino.

É inquestionável a necessidade de planificar porque é no entanto, esta planificação é


feita de modo diferente em diversas fases de carreira.
A planificação não é um processo rígido deve ser alterada sempre que a situação assim
o exija, esta formação académica em termos de planificação é importante na medida em
que alerta e prepara o professor Contudo nem sempre é aplicada do mesmo modo; com
a experiência muda o modo de planificar. O facto de um professor planificar revela
interesse e preocupação com os alunos Professores que não planificam frequentemente
são desorganizados e desinteressados da sua profissão.
Bibliográfias

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