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GEOGRAFIA DO BRASIL 1

INDÚSTRIA – parte 2

uma importante indústria metalúrgica, base do


desenvolvimento industrial da região.
INDÚSTRIA
O Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais tem cerca de
(parte 2) 100 km de lado e se localiza a sul e a leste de Belo
Horizonte.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA ATIVIDADE


INDUSTRIAL Rio de Janeiro ‐ A maior concentração industrial
coincide com o Grande Rio conformando uma região
A grande região industrial do país é a região Sudeste,
polindustrial.
onde se destacam São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais. O centro econômico do Brasil, bastante O crescimento da indústria fluminense é mais
urbanizado e industrializado, é constituído, dinâmico do Vale do Paraíba que se expande em
principalmente, por São Paulo e Rio de Janeiro. função da influência ampliada exercida pelo RJ e SP.
O parque industrial do Rio de Janeiro está
intimamente ligado ao porto, tendo, por isso,
Região Sudeste
indústrias de base naval como os estaleiros da
É a responsável por mais da metade de toda a Ishikawajima e Verolme, e a refinaria de petróleo
atividade industrial e, sozinha, consegue cerca de 3/4 Duque de Caxias, que é o conjunto petroquímico
do valor da produção industrial. formado pela refinaria e fábrica de borracha sintética.
Essa concentração no SE é devida a vários fatores, As atividades industriais crescem em direção a São
como: Paulo, através do Vale do Paraíba.
a) sistemas de transporte e comunicação mais Merece destaque o conjunto industrial de Volta
desenvolvidos; Redonda. Instalou‐se aí a Companhia Siderúrgica
Nacional, hoje o maior centro de indústria pesada do
b) maior produção energética;
vale do Paraíba. É a maior produtora de aço do país e
c) maior e mais diversificado mercado consumidor; contribuiu para desenvolver diversas cidades situadas
nas suas proximidades
d) maior concentração de capitais;
e) maior concentração de mão‐de‐obra;
Região Sul
f) melhor nível de vida e poder aquisitivo.
Apesar da antiguidade da ocupação industrial (o início
está ligado à colonização europeia), a Região Sul tem
O Estado de São Paulo é o maior destaque da região apenas 20% de participação no processo industrial. É a
Sudeste. Concentra cerca de 40% dos segunda região mais industrializada.
estabelecimentos industriais do país; 48% do pessoal
As indústrias mais importantes são as de bens de
ocupado em indústrias; 53% do valor da produção
consumo: as alimentícias destacam‐se no RS, como
industrial.
frigoríficos, couros, vinícola, as têxteis em SC e
A grande São Paulo, sobretudo os municípios do ABC, madeira no PR.
Diadema, Osasco, Guarulhos e outros, possui a maior
No RS, os centros mais industrializados são: Grande
concentração industrial do país e da América Latina.
Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, etc.
O Estado de Minas Gerais vem aumentando a cada Em SC, por sua vez, destacam‐se: Joinville, Blumenau
ano o valor da produção industrial e a área de (têxtil); Criciúma e Tubarão (carvão). Já no PR tem‐se
influência industrial da Grande Belo Horizonte. O Curitiba, polo industrial, além de centros no norte do
Centro Industrial de Contagem, próximo a Belo Estado.
Horizonte, é diversificado e foi criado em 1970, em
Foi amplamente beneficiada com a desconcentração
Betim uma nova área de produção de carros. Sua
industrial devido apresentar as melhores vantagens
posição é apoiada na abundância de recursos
locacionais. Com o Mercosul a região recebeu novos
minerais, sobretudo no minério de ferro, justificando o
investimentos devido apresentar melhor localização
primeiro lugar na produção de aço do país.
geográfica em relação ao bloco e por ter melhor
As jazidas mais importantes da região Sudeste estão infraestrutura energética, de estradas, portos e mão
concentradas nos terrenos antigos do Quadrilátero de obra qualificada.
Ferrífero. Aí são abundantes o ferro, o manganês e
outros minerais, cuja extração permitiu que se criasse

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INDÚSTRIA – parte 2

No Centro‐Oeste, a partir da década de 90, observa‐se


a ação dos governos estaduais em atrair investimentos
Região Nordeste
industriais. As vantagens fiscais oferecidas permitiram
É a terceira mais industrializada; as maiores a instalação de indústrias de beneficiamento, para
aglomerações industriais se concentram no Recife e estarem próximas às fontes de matéria prima ou ainda
Salvador. A industrialização do NE está ligada à novas plantas industriais como é o caso da indústria
construção da usina hidrelétrica de Paulo Afonso, à farmacêutica em Anápolis e a automobilística em
criação dos distritos industriais, como Cabo, Paulista, Catalão, ambas em GO.
Jaboatão, etc., em PE, e Centro Industrial de Aratu e
O governo criou as condições de infraestrutura
do Polo Petroquímico de Camaçari na Bahia. Destaca‐
necessárias ao processo de instalação industrial
se, também, a concentração industrial em Fortaleza.
através da aquisição de empréstimos internacionais
Nos anos 90 a região passou a ser alvo de novos para a construção de obras de engenharia para
investimentos já em uma nova fase de integração. Até garantir a realização dos investimentos.
os anos 80 a industrialização estava subordinada a
Só alguns exemplos: Itaipu, Balbina, Tucuruí,
região SE, nos anos 90 a indústria que se instala no NE
transamazônica, estrada de ferro Carajás, BR 364.
está subordinada à lógica internacional, à globalização.
A desconcentração industrial entre as regiões
vem determinando o crescimento de cidades‐médias
DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL dotadas de boa infraestrutura e com centros
formadores de mão‐de‐obra qualificada, geralmente
A desconcentração industrial no estado de São Paulo é
universidades. Além disso, percebe‐se um movimento
bastante nítida. Ela se processou (e se processa),
de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão‐de‐
principalmente, ao longo dos quatro principais eixos
obra, como a de calçados e vestuários para o
rodoviários, que de certa forma acompanharam os
Nordeste, atraídas, sobretudo, pela mão‐de‐obra
eixos ferroviários construídos na época da expansão
extremamente barata.
da cafeicultura: a Via Presidente Dutra (a Rio — São
Paulo) atravessando o histórico Vale do Paraíba; o Além da desconcentração intra‐regional, em que as
sistema Anchieta — Imigrantes (São Paulo — Baixada indústrias passaram a se instalar fora da região
Santista); o sistema Bandeirantes—Anhanguera— metropolitana de São Paulo, em cidades do interior ou
Washington Luís (ligando a cidade de São Paulo ao em outros estados da região Sudeste, ocorreu uma
norte e noroeste do estado); e a Via Presidente desconcentração no âmbito nacional. Mas esse
Castelo Branco, ligando a cidade de São Paulo a várias processo não eliminou as grandes desigualdades da
cidades do sudoeste do estado até Presidente distribuição da produção industrial no país.
Epitácio, no Vale do Rio Paraná, divisa com o Mato
A região Sul se beneficiou com o processo de
Grosso do Sul.
desconcentração econômica do Sudeste, por causa da
Esse processo de desconcentração acontece em todo sua proximidade geográfica e à densa rede de
território nacional e foi fomentado pelo governo transportes e comunicações. Mais recentemente, com
federal pelo incentivo fiscal desenvolvido pelas a criação do Mercosul, várias empresas nacionais e
superintendências de desenvolvimento – SUDENDE, estrangeiras têm sido atraídas para a região.
SUDECO, SUDESUL e SUDAM.
A desconcentração visava aproveitar as VANTAGENS
COMPARATIVAS para produção industrial.
A industrialização do Brasil ocorreu em três fases até
No Sul – infraestrutura e mercado consumidor, mão‐
efetivar‐se nos dias atuais. Vejamos então as três
de‐obra qualificada, proximidade de mercado
fases:
consumidor – Argentina e Sudeste do país. A região
mais beneficiada com a desconcentração foi a região
Sul.
1ª Fase  1850 a 1930
No Norte – incentivos fiscais que facilitavam o acesso
 Barão de Mauá: foi o primeiro grande
e concorrência no mercado nacional e internacional.
incentivador da industrialização do Brasil,
No Nordeste – incentivos fiscais e mão‐de‐obra farta e incentivando a imigração de povos europeus que
barata. A produção estava voltada para o mercado do traziam seus conhecimentos de manufaturas e
SE e, ultimamente, com os investimentos externos tecnologia industrial para o Brasil.
também se integra na produção para o mercado
globalizado.  Política do “Café‐com‐Leite”: dificultava a
industrialização do Brasil, pois os “Barões do
Café”, que dominaram a política e economia do
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país, não tinham interesse em formar uma industrialização do país com forte estatização da
burguesia urbana para concorrer com suas economia, encontra‐se falido.
oligarquias rurais, além disso o governo comprava
A crise da década de 1980 foi responsável pelo
toda produção de café, consequentemente, não
estrangulamento da capacidade de investimento do
tinham prejuízo.
Estado. A falta de recursos refletiu‐se no
 Crack da Bolsa de Nova Iorque (1929): neste sucateamento de setores importantes da
período, o principal comprador de café do Brasil infraestrutura produtiva (energia, transporte e
eram os EUA. Com a crise econômica passaram a comunicações). A desregulamentação da economia e
comprar menos 5% de nossa produção cafeeira, o Programa Nacional de Privatizações nasceram nesse
gerando uma baixa na renda nacional, pois não contexto de crise.
tinha como abastecer o mercado com produtos
 Com o governo de Collor, ocorre no Brasil a
manufaturados porque o Brasil não produzia.
implantação da economia de mercado e do
neoliberalismo, com a abertura do mercado
nacional para produtos importados, fato que não
2ª Fase  1930 a 1955
ocorria anteriormente.
 Com a revolução de 30, ocorre uma ligeira Neoliberalismo: teoria política na qual o estado deve isentar‐se de
mudança no eixo econômico brasileiro, pois ter empresas (privatização), ficando encarregado do bem‐estar
Getúlio Vargas vai combater a hegemonia das social e da segurança nacional.
oligarquias cafeeiras e implementar uma política A industrialização brasileira em um primeiro momento
desenvolvimentista urbano‐social, fundando as é centralizadora, estando concentrada nas regiões
primeiras grandes indústrias do Brasil: a C.S.N. Sudeste e Sul do país, aonde chegaram os primeiros
(Cia Siderúrgica Nacional), CNM (Cia Nacional de grupos de imigrantes no país, trazendo seus
Motores), sediadas no Rio de Janeiro. No conhecimentos de manufaturas e as tecnologias
mandato eletivo, Vargas funda a Petrobrás, adotadas na Europa.
também sediada no Rio de Janeiro;
*** Hoje o Brasil segue a tendência mundial da
Getúlio Vargas: o primeiro a combater as oligarquias atividade industrial desconcentrada.
cafeeiras e a implementar uma política de
desempenho urbano social.
 Segunda Guerra Mundial (1939/45): durante este
conflito, o Brasil não estava plenamente
industrializado, ou seja, tinha grande dependência
dos países industrializados, mas estes estavam
envolvidos no conflito e sua produção industrial
voltada para a guerra, então o Brasil estava
desabastecido.
´
3ª Fase  1955 até os dias atuais
 Durante o governo de J.K., ocorrem incentivos
fiscais e financeiros para que as transnacionais
venham a instalar‐se no Brasil, principalmente as
automobilísticas.
 Durante a Ditadura Militar, cresce a estabilização
principalmente das indústrias de base (siderúrgica
química e petroquímica), pois este setor da
indústria requer grandes investimentos e retorno
em longo prazo.
 Na década de 1980 (década perdida), tornou‐se
cada vez mais evidente o esgotamento de um
padrão de desenvolvimento baseado na grande
presença do Estado, não só como regulador e
provedor, mas sobretudo como empresário‐
produtor. O chamado modelo do Estado nacional
desenvolvimentista, que lançou as bases da

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