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ABSTRACT AX
Pergunte a Alair Martins, fundador do Grupo Martins, a potência ata-
cadista, o que ele mais gosta de fazer. “Negociar”, ele responde, com
o sorrisão aberto, do alto de seus mais de 80 anos de idade1.
A habilidade para negociar com a indústria foi o que levou o pequeno comércio fundado por
Martins em Uberlândia, há mais de 60 anos, a se transformar no maior atacadista distribui-
dor do país. Até chegar lá, porém, Martins capinou, literalmente, muita roça.
Nascido em um distrito longe da cidade, aos 5 anos de idade foi “jogado no mundo do traba-
lho”, como diz. Fazia serviços domésticos e ia para a lavoura assim que o sol nascia, já que
sua família, muito simples, nem relógio tinha em casa. Desde os 7 anos de idade, Martins
tentava convencer o pai a deixá-lo ir para Uberlândia (MG), onde os tios tinham uma mer-
cearia. Só uma década depois conseguiu a autorização. Martins gosta de dizer que, dessa
época, vieram as noções que norteariam sua vida. Aos 15 anos, por exemplo, ele queria muito
uma bicicleta. O pai concordou, mas impôs condições: Martins teria de conseguir o dinheiro
plantando sua própria lavoura de feijão. Só poderia cuidar dela aos domingos, já que traba-
lhava para o pai nos outros dias da semana. Mas foi lá e fez.
Um ano e meio depois de chegar a Uberlândia, quando mostrou que tinha jeito para o comér-
cio, seu pai resolveu vender o sítio da família e construir um pequeno armazém de secos e
molhados. Meio na intuição, Martins começou a crescer: convenceu o motorista da jardineira a
parar na porta de sua loja, para deixar a clientela mais perto e permitir que ele atendesse as lis-
tas de entrega que vinham dos sítios nos arredores. Também vendia cereais a preço de custo
e anunciava os produtos em alto-falantes, como faz hoje o grande varejo. E, o mais importante,
passou a negociar direto com a indústria. Comprava muito mais do que conseguia vender, mas
começou a dar os primeiros passos no atacado, dividindo os pedidos com os concorrentes.
Martins diz, por exemplo, que houve uma época em que quis entrar em diversas áreas e aca-
bou perdendo o prumo. “Tivemos de nos desfazer de algumas companhias para retomar o
foco em nosso negócio principal.” A empresa também ficou presa à estrutura centralizada
em Uberlândia (MG) por mais tempo do que deveria. Até o ano de 2009, todos os produtos
distribuídos pelo Martins eram transportados para a cidade. Um sabonete fabricado em São
Paulo viajava até Uberlândia antes de chegar até um pequeno varejista paulista – ou de
qualquer outra parte do país.
Além do custo, o procedimento muitas vezes gerava créditos tributários praticamente eter-
nos e falta de competitividade, já que concorrentes regionais começaram a oferecer servi-
ços em menos tempo e mais baratos.
Desta forma, se em dezembro de 2009, 90% dos produtos que a empresa vendia saíam de
Uberlândia, hoje o percentual é de 57% – com tendência de queda, depois da inauguração de
depósitos nos municípios de Jundiaí (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Bom para os outros estados e também para os clientes mineiros, já que a estrutura em Uber-
lândia se voltou para o varejo local. “Uberlândia cresceu 40% em termos de faturamento e
hoje temos o mesmo número de pessoas de 2009”, diz Faria, que começou a carreira como
estoquista nas Lojas Glória, em São Paulo, e foi diretor de marketing e vendas da Colgate,
antes de ir para o Martins.
6
Hoje, o sistema liga para o atendente na época em que o cliente costuma comprar e, por
meio de regressões estatísticas das últimas 12 semanas de compras, apresenta na tela o
pedido praticamente pronto. “O índice de eficiência da equipe aumentou em 70%”, diz Faria.
“Estamos dando agora mais um passo, especializando os times de vendas de acordo com os
diferentes mercados e direcionando mais funcionários para as áreas com demanda maior”.
Fornecer para o Martins ou ser seu cliente pode ser o aval para uma empresa chegar ao sucesso,
como mostrou o depoimento do agora empresário Nelson Piquet, em reportagem na revista Ne-
gócios: o ex-piloto deu um cheque em branco para Martins e disse que poderia descontá-lo em
um ano, caso não ficasse satisfeito com seus rastreadores. Isso porque ser um fornecedor ou ser
distribuído pelo Martins pode fazer um produto acontecer ou não em todo o país, sobretudo no co-
mércio mais popular. Martins sabe muito bem disso e usa o poder que possui para negociar, claro.
Uma estratégia tão bem amarrada que a agência Fitch Ratings deu duplo upgrade à empre-
sa, classificando-a como A, graças a seu modelo de negócio, “com forte posição de mer-
cado, presença nacional, carteira de clientes pulverizada, baixo risco de crédito, logística
eficiente e sólido relacionamento com a indústria”.
O Martins também tem o aval da IFC, o braço financeiro do Banco Mundial, dona de 11% do capital
do Tribanco, também pertencente ao grupo. Voltada para fomentar iniciativas que estimulem a
melhoria econômica de países em desenvolvimento, a IFC entrou no negócio com o intuito de am-
pliar o acesso ao microcrédito “em setores pouco privilegiados e remotos da economia”, segundo
sua análise sobre o Tribanco, que lida direto com o pequeno empreendedor, a base da pirâmide.
Desta forma, na UMV o pequeno comerciante faz cursos básicos de gestão e recebe projetos
como o layout ou a iluminação de sua loja, em troca, claro, de fidelização: o varejista tem de
comprar 10% do seu mix de produtos no Martins. Caso queira, o comerciante também pode
se associar à rede Smart, hoje com 950 afiliados. Neste caso, ele entra em um modelo mais
padronizado: investe mais e tem o respaldo do Martins para todas as frentes do negócio.
E as grandes redes, implementando planos de migrar para as lojas de bairro, não o preocu-
pam? “No longo prazo, isso preocupa”, diz Faria. “No curto, não: temos 70 mil clientes que
conhecem sua freguesia e têm muito para crescer.”
Alair Martins vai à sede da empresa todos os dias, participa de convenções pelo país afora
e continua tendo presença marcante na organização. “Os fornecedores se ouriçam quando
ele chega”, diz Evaldo Couto, gerente de relacionamento com fornecedores do Grupo. Para
Martins, é a maneira de continuar a fazer o que gosta. “Dou expediente, mas arrumei um jeito
de chegar mais tarde: faço duas horas de academia todo dia.” Para aproveitar o tempo, pede
ao personal trainer para ler enquanto faz esteira.
1 PRIMEIRO EPISÓDIO
DA BICICLETA
AOS CAMINHÕES -
2 SEGUNDO EPISÓDIO
RESILIÊNCIA,
DETERMINAÇÃO,
3 TERCEIRO EPISÓDIO
O GRUPO MARTINS
CRESCEU NO
A HISTÓRIA DE FOCO E MUITA ATACADO AO
ALAIR MARTINS. VONTADE DE ENTENDER AS
VENCER: TENDÊNCIAS DO
Toda empresa possui uma AS FORTALEZAS VAREJO.
história por trás de sua DE ALAIR MARTINS.
criação, de seus números, Quando observamos um
e que muitas vezes define Quando a negociação está negócio devemos olhar com
a missão, os valores e a vi- baseada numa relação de atenção quais são os clien-
são de uma organização. confiança é muito mais fá- tes e como funciona a re-
cil chegar a um acordo. lação e o ecossistema, que
Um negócio traz em sua envolve toda a empresa.
origem muitos fatores que A história do Grupo Mar-
definem a sua essência, tins nos ensina a criar rela- Este case de Alair Martins
que vão desde o contexto ções sólidas e duradouras traz uma análise profunda
em que tudo começou até a partir da ética e do com- sobre como funciona uma
os caminhos e decisões promisso com clientes, organização focada no Bu-
que precisaram ser toma- funcionários fornecedores siness to Business (B2B),
das para que a empresa e todos os stakeholders. em que o cliente, no caso, é
prosperasse. uma empresa que consome
um serviço: o da entrega de
Neste episódio, conhece- produtos em larga escala.
remos a fundo a trajetória
de um dos maiores em- Neste capítulo, aprende-
preendedores brasileiros, -se como funciona o Sis-
e veremos como foi a sua tema Integrado Martins
mudança desde a infân- (SIM), que tem o objetivo
cia até o momento que ele de ser a solução entre a
começou a empreender e indústria e o varejo.
prosperar com o negócio.
Martins, uma das maiores
Insights e muito empresas do Brasil e o
conhecimento! maior atacadista.
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4 QUARTO EPISÓDIO
ENTENDENDO
OS PROCESSOS
5 QUINTO EPISÓDIO
COMO O GRUPO
MARTINS
6 SEXTO EPISÓDIO
APRENDENDO A
OLHAR PARA OS
DE TRABALHO CONSEGUIU COLABORADORES
DO GRUPO ESTABILIDADE E A TORNÁ-LOS
MARTINS: COMO PARA O NEGÓCIO: INTRAEMPREENDE-
FUNCIONAM, DESDE APRENDENDO COM DORES.
O EMPACOTAMENTO AS DIFICULDADES
DO PRODUTO ATÉ A QUE ELES TIVERAM Neste episódio, Alair fala
SUA CHEGADA NAS QUE ENFRENTAR. sobre o Instituto Alair Mar-
MÃOS DO CLIENTE. tins (Iamar) e os projetos
Neste episódio, aprende- sociais do grupo, além da
Aprenderemos de acordo mos como é importante parceria com o Instituo
com a trajetória do Grupo pensar na essência do ne- Ayrton Senna.
Martins: uma exaustiva gócio e planejar maneiras
lição de logística, espe- de diversificação da sua Um ponto importante é
cialmente elaborada pela atuação, sem comprome- perceber o legado gerado
meuSucesso.com. ter o que já foi conquista- e o reconhecimento da
do e complementando as figura do empreendedor
atividades exercidas. diante de seus colabora-
dores e clientes. Neste ca-
Além disso, Alair comenta pítulo, aprende-se sobre
sobre uma de suas deci- como funciona a visão de
sões equivocadas ao in- futuro de Alair e o quanto
vestir em algumas terras, ela é importante para a
indo para um negócio que sustentabilidade e con-
não dominava, o que oca- tinuidade do negócio na
sionou grande perda do sua atuação em frentes
dinheiro investido. sociais.
Preciosos insights
de Alair Martins!
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A Academic eXperience (AX), prático-acadêmico deste case study, foi conduzida pelos exe-
cutivos e professores Fabio Milnitzky2, Gilberto Sarfati3, Adir Ribeiro4, Luiz de Oliveira5, Luiz
Roberto Carnier6 e Thiago de Carvalho7, nas seguintes aulas:
1
AULA 1
Qual é a importância do storyteling para um negócio?
AULA 23
Um dos maiores especialistas do Brasil em negociação ensina qual é
a melhor forma de negociar: você aprende os fundamentos básicos
2
que um bom negociador precisa ter na hora de fechar negócios pro-
fissionalmente.
AULA 34
Comportamento do consumidor, parcerias e experiência do cliente:
veja as tendências de mercado.
3
O especialista Adir Ribeiro dá dicas e insights do que se espera em
termos de novidades e tendências para o mercado varejista.
AULA 45
4
Aprendendo a gerenciar e fazer a gestão dos processos da sua empresa!
AULA 56
5
O que é preciso para um negócio ser escalável?
AULA 67
6
Como o espírito empreendedor pode ser vital para os seus colabora-
dores e, consequentemente, para o seu negócio?
No ano de 1960 ele já contava com uma pequena frota de caminhonetes para esse fim e, a
partir deste ponto, que começou a história do Martins, o maior atacadista-distribuidor da
América Latina!
A ideia de comercializar os excedentes deu tão certo que, em 1973, pivotou e passou a ser a pri-
meira opção. A área de armazenagem foi ampliada para 3.000 m², quando finalmente foi inaugu-
rado o Armazém Martins, uma empresa com 180 funcionários e 45 caminhões, e que continuou
crescendo, sempre com novidades para atender o varejista em todas as suas necessidades.
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Ligada nas tendências do mercado, a UMV oferece o que há de mais inovador em técnicas e
tecnologias, impulsionando o pequeno e médio comerciante a crescer sempre!
A história do Martins sempre foi pautada no empoderamento dos nossos amigos varejistas,
e é esse o propósito ao qual a UMV serve. No entanto, a Universidade não foi a única iniciativa
para ajudar os lojistas nos seus caminhos, sabia?
15
As novidades não pararam por aí: em 2005 foi fundado o Instituto Alair Martins (Iamar), com
o intuito de incentivar o empreendedorismo nos jovens, através de iniciativas culturais e so-
cioambientais. Desde então, nossa extensa frota própria – construída ao longo de mais de
6 décadas de história do Martins Atacadista – viaja milhões de quilômetros por ano para
entregar os melhores produtos, distribuídos entre os cerca de 2,3 milhões de pedidos.
É O AMOR
PELO TRABALHO,
VISANDO SERVIR
O VAREJISTA.
Foi desta forma que o grupo Martins se tornou o maior
atacadista do país. E também graças à confiança
dos clientes, e ao carinho e dedicação que colocam
no trabalho.
Talk show com Sandro Magaldi8: Em 1972: PLR, Martins e Jorge Paulo
72 Lemann. Em 1975: o 1º computador do comércio
88 Plan
88 Do
88 Check
88 Act
124 “A crise foi melhor para nós”, diz CEO do grupo Martins
132 Referências
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DA ROÇA AO
ARMAZÉM EM
UBERLÂNDIA,
VIA ARMAZÉM
DOS TIOS...
DE BICICLETA
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Toda empresa possui uma história por trás de sua criação, de seus
números, e que muitas vezes define a missão, os valores e a visão
da empresa.
Alair é o filho mais velho de sete irmãos. Desde cedo trabalhou na roça com o pai, no entanto
percebeu que o seu crescimento pessoal não aconteceria no campo. Decidido a ir à cidade,
tinha como referência seus tios, que possuíam um pequeno comércio em Uberlândia (MG).
Alair mostrou toda a sua determinação quando adquiriu a primeira bicicleta. Ele tinha 15
anos de idade, em 1949, quando pediu o veículo de presente ao pai. Embora trabalhasse no
sítio da família, não recebia nenhuma remuneração pelo trabalho. O pai concordou com a
ideia de lhe dar a bicicleta, mas impôs algumas condições: Alair deveria preparar uma la-
voura própria, plantar feijão e se dedicar a esta tarefa unicamente aos domingos, visto que
já trabalhava para o pai nos demais dias da semana; Com o fruto desse empreendimento,
poderia comprar a bicicleta que tanto desejava.
Foi com esta determinação e persistência que conseguiu o aval para se mudar para a cidade
de Uberlândia, a fim de trabalhar no comércio dos tios Ondina e Geraldo. Alair tentou por anos
a fio convencer os pais a deixá-lo partir para Uberlândia. Ao chegar na cidade, morou na casa
dos tios e trabalhou pelo período de um ano e meio no negócio da família, o Armazém Ribeiro.
Embora existissem pessoas com mais experiência no quadro de funcionários, e mesmo ou-
tros parentes aptos para a tarefa, os tios decidiram delegar a Alair a responsabilidade de
liderar quatro empregados e gerir comercial e financeiramente o armazém.
Para a alegria dos tios, na volta à Uberlândia, tudo se encontrava na mais perfeita ordem.
Cabia a ele, a partir de então, comprovar a seu pai que este tinha tomado a decisão correta
ao investir no seu projeto. Todas as suas economias foram investidas na iniciativa.
Alair sabia que muitas pessoas faziam suas compras antes de irem trabalhar e, com uma
capacidade aguçada de observação, percebeu um fato bastante comum à época: as pesso-
as saíam cedo de casa, horário em que a maioria das lojas ainda estava fechada.
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A exceção eram os armazéns que já estavam abertos, haja vista que nestes estabelecimen-
tos era comum a venda de café e pão. Alair se antecipava até aos concorrentes, na expecta-
tiva de aumentar as suas vendas e o faturamento.
Um ano após a abertura das portas, em dezembro de 1954, Alair Martins finalizou o balanço
dos primeiros 12 meses de funcionamento do negócio e descobriu que conseguiu obter um
lucro equivalente ao valor do capital imobilizado pelo pai no início do negócio. Fez o balanço
manualmente, em folhas de papel-almaço e depois pediu uma máquina de calcular empres-
tada – ainda não possuía o aparelho - para conferir o montante apurado.
Seu entusiasmo foi tão grande que ele pegou as folhas e, com elas debaixo do braço, foi de
bicicleta mostrar a seu pai. Estava comprovado o valor daquele jovem empreendedor, que
ganhou confiança para avançar ainda mais em seu negócio.
Alair comenta que durante 10 anos de sua vida trabalhou mais de 16 horas por dia sem direito
a fins de semana, feriados ou férias.
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O RESULTADO
É QUE O NEGÓCIO
NÃO PARAVA
DE CRESCER.
Com a evolução do negócio, Alair viu a oportunidade de lucrar vendendo mercadorias aos
seus concorrentes. Ele comprava os produtos demandados por outros comerciantes da re-
gião em quantidades maiores e os vendia a preços menores que os dos concorrentes, para
ser competitivo. Seu objetivo era ganhar na escala e, para atender satisfatoriamente os
seus clientes, desenvolveu a competência de comprar bem de seus fornecedores. Sempre
que possível, comprava diretamente, de forma pioneira, nos armazéns da região e de indús-
trias paulistas.
Como muitas exigiam um pedido mínimo bem superior à capacidade de venda de um va-
rejista, ele acabou iniciando informalmente um pequeno atacado, para dividir o pedido com
colegas a preços compensadores. Este foi o embrião do negócio de atacado.
Durante algum tempo, a empresa atuava no varejo e atacado. Em 1964, no entanto, Alair
concluiu que seria mais adequado e produtivo focar seu negócio no segundo segmento. Foi
quando surgiu a vocação definitiva do Grupo Martins.
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SABER NEGOCIAR
COM CONFIANÇA
E TER VISÃO
DO NEGÓCIO
E NO CLIENTE
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BUSCAR INFORMAÇÕES,
ELABORAR ARGUMENTOS,
CONTROLAR AS EMOÇÕES
E A ANSIEDADE,
BEM COMO SABER LIDAR COM A REJEIÇÃO
SÃO COMPORTAMENTOS ESSENCIAIS PARA
QUEM DESEJA SER BEM-SUCEDIDO NA ARTE
DA NEGOCIAÇÃO.
Alair comenta que cobrava o menor valor possível para ter lucro, pois
tinha medo de perder seus clientes para a concorrência.
ESSA HABILIDADE
LEVOU O PEQUENO COMÉRCIO
FUNDADO POR ELE A SE
TRANSFORMAR NO
MAIOR ATACADISTA
DISTRIBUIDOR DO PAÍS.
28
Pergunte a Alair Martins, fundador do Grupo Martins, o que ele mais gosta de fazer. A reposta
é taxativa: “negociar”. A visão de negociação exercitada por Martins, no entanto, difere da
interpretação convencional que encara a habilidade de negociação como uma forma de se
dar bem no relacionamento comercial, levando vantagem sobre seu oponente.
Alair comenta que a base da negociação está calcada na humildade de ouvir e apren-
der em cada relacionamento. Como resultado desta postura, temos a valorização de seus
maiores patrimônios: a reputação e a imagem. Para ele, o ato de negociar tem relação
estreita com o conceito de uma pessoa.
Desde que iniciou sua trajetória como empreendedor, Alair acreditou em um modelo de re-
lacionamentos baseados na confiança. Em meados de 1950, o Martins vendia suas merca-
dorias para caminhoneiros que revendiam em outras localidades. Tudo era feito na base da
confiança, pois estes profissionais saiam para o interior do Brasil e só retornavam depois de
15 ou 20 dias. Somente quando retornavam é que as contas eram acertadas, pois o crédito
era concedido na base da palavra.
Quando iniciou sua operação no atacado, muitas vezes só dispunha, em estoque, de 10% a
20% das necessidades de seus clientes. Isso não o desencorajava e, para fidelizá-lo, busca-
va os produtos em outros canais, vendendo-os posteriormente por um valor muito próximo
ao preço de custo da mercadoria. Desta forma, conquistou uma carteira de clientes fiel que
foi fundamental quando decidiu se concentrar especificamente no atacado.
Um bom exemplo de como Alair impulsionou seu negócio é o das compras de creme dental
Kolynos diretamente da fábrica. O Laboratório Anakol só atendia um pedido mínimo de 11
caixas, o Martins precisava de apenas uma. No entanto, fechava o negócio:
NEGOCIAR COM
O FORNECEDOR
COMO SE FOSSE
O CLIENTE
31
ALAIR: Sempre deu certo. Tive poucos prejuízos. Era por consigna-
ção, eles pagavam na volta.
ALAIR: Naquela época, Uberlândia era bem localizada, mas o desejo de fazer algo bem feito
era maior, os clientes sabiam que haviam poucos atacados lá.
SANDRO: Na leitura do crescimento, quando o senhor percebeu que isso poderia se tornar
muito grande?
ALAIR: Agilidade e seriedade no trato. Na época da inflação alta foi muito difícil, mas as
indústrias bancavam o preço do pedido conosco e nós bancávamos o preço do cliente. Isso
nos deu uma força muito grande. Nosso maior patrimônio é a confiança, a gratidão dos
clientes, maior variedade de produto, financiá-los...
SANDRO: No começo, o senhor atuava muito como um intermediário, no final do dia. Mas
quando diz que o principal objetivo da Martins é ser a melhor solução entre o varejo e a indús-
tria, muda um pouco essa visão, focando em entregar uma solução completa...
ALAIR: Nosso serviço é completo, feito com a missão de construir algo de valor, profissio-
nalizando a gestão e a logística. Todo começo é difícil, nada é fácil: é nessa hora que entra a
vontade de ser perseverante e de fazer o trabalho com dedicação. Naquele momento, traba-
lhar 16 horas por dia, de segunda a segunda, foi necessário e essencial.
SANDRO: Como o senhor consolidou essa visão por toda a organização, a cultura de ser a
melhor solução do cliente?
ALAIR: Você tem que estar na frente da concorrência, estimulando a fazer melhor. No Brasil,
nós fomos os pioneiros no sistema de roteirização de trucks, ninguém fazia isso, ir pela rota
mais econômica. Meu filho Juscelino viajava muito para os EUA e trouxe isso para o Grupo
Martins. Ter humildade para aceitar ajuda, ideias...
33
A CRIAÇÃO DO
STORYTELLING...
ONCE UPON
A TIME...
2
34
Quais foram os passos dados para a criação da identidade de uma empresa, sua narrativa,
sua história que completou mais de 60 anos e que almeja alcançar o seu centenário servin-
do varejistas de todo o país?
O QUE É PROPÓSITO?
Propósito é o encontro dos seus talentos com as necessidades do mundo. É também conhe-
cido como “DNA ou alma da organização”.
É ÚNICO, PRÓPRIO
E VERDADEIRO E,
PORTANTO,
DIFÍCIL DE COPIAR.
É transmitido através de um significado-comum para os públicos de interesse da marca.
PROPÓSITO:
“QUEM SOU”;
O QUE É ÚNICO:
A ESSÊNCIA, O DNA;
VISÃO:
A MANEIRA QUE ENCARAMOS O MUNDO,
O QUE NOS INSPIRA E AQUELES COM QUEM
NOS RELACIONAMOS;
MISSÃO:
COMO VAMOS FAZER E A FORMA QUE
CUMPRIMOS A NOSSA PROMESSA;
VALORES:
O QUE REGE A MINHA PERSONALIDADE E OS
CRITÉRIOS DE DECISÃO, QUE DIRECIONAM O
COMPORTAMENTO E A CULTURA ORGANIZACIONAL;
ATRIBUTOS:
CARACTERÍSTICAS PELAS QUAIS QUERO
SER RECONHECIDO;
POSICIONAMENTO:
É O QUE ME DIFERENCIA DOS OUTROS
E A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL CRIADA
À LUZ DO PROPÓSITO.
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O QUE É STORYTELLING?
É a prática de se contar uma boa história. E este “boa”, na imensa maioria das vezes, quer
dizer “relevante”, ou seja, uma narrativa que consiga reter a atenção do interlocutor – onde
quer que ele esteja – e que, de preferência, marque, fique na sua memória.
A criação do storytelling e o propósito da organização é uma oportunidade para que ela co-
mece a contar a sua história.
A ÚNICA;
A ORIGINAL;
A VERDADEIRA;
A RELEVANTE.
Para se tornar significativa, a sua marca precisa ampliar a presença na memória do con-
sumidor, porque as pessoas se envolvem com nossas histórias e se conectam com elas. E,
quando empreendemos, o nosso negócio é a nossa história.
“Se a minha audiência precisasse se lembrar de uma única coisa, o que seria?”
Você encontrará a resposta ao refletir profundamente sobre seus objetivos e, claro, sobre o
interesse do público nele.
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ENCONTROU A MENSAGEM?
Transforme-a em slogan: uma frase concisa, forte e agressiva, que resuma todo o teor da
mensagem a ser passada.
Abuse da criatividade e, caso este não seja seu forte, peça ajuda para aquele amigo que co-
nhece do assunto. Abaixo, um guia que ajudará na construção de um bom slogan:
A IDENTIFICAR A MARCA;
A SER MEMORÁVEL;
A ENTREGAR BENEFÍCIOS;
A DIFERENCIAR;
A SER SIMPLES.
38
STORYTELLING:
O QUE É
IMPORTÂNCIA E
COMO APLICAR
9
39
Storytelling: o que é? O storytelling é tão antigo quanto o homem e saber como contar uma
história é uma grande ferramenta
O QUE É STORYTELLING?
A Humanidade é movida por histórias e isso não é novidade desde os primeiros desenhos
nas cavernas, na Pré-História. A sobrevivência da espécie humana depende da sua capaci-
dade em organizar as experiências, atribuindo significados àquilo que passou e fazendo o
registro do seu ponto de vista.
Neste sentido, o storytelling surge como a prática ou a técnica que nos permite contar uma
boa história, de maneira que tenha começo, meio e fim. A narrativa proposta deve ser capaz
de cativar o ouvinte, prendendo sua atenção até o final.
Além disso, precisa ser memorável, permanecendo na memória por muito tempo e de ma-
neira significativa. Por tudo isso, storytelling é uma estratégia muito comum em campanhas
de marketing e publicidade, embora não se limite a esse campo.
Em primeiro lugar, precisamos ter em mente quem é o público que buscamos atingir para,
a partir disso, selecionar a mensagem que se deseja comunicar e a linguagem que deve ser
usada. Então, podemos dividir o conceito entre a “story” – a mensagem em si – e o “telling”
– que diz respeito à estrutura da narrativa.
É ineficaz ter uma história poderosa para contar se você não é capaz de organizar uma nar-
rativa impactante e que seja capaz de mobilizar quem a escuta. Dentro da estrutura da his-
tória, é preciso ainda se atentar aos princípios básicos, que são: a mensagem, o ambiente,
os personagens e o conflito.
Por mais que existam técnicas que ajudam a estruturar uma narrativa de maneira envolvente,
os elementos do storytelling devem refletir seu público a fim de criar uma comunicação cati-
vante e assertiva. Mais à frente, vamos trazer dicas práticas para você se valer da estratégia.
41
Acontece que, com a popularização dos meios de comunicação em massa, fica cada vez
mais difícil conquistar a atenção do espectador. A dispersão é causada por este gigante
fluxo de informações e que dificulta a tarefa de quem deseja passar seu argumento, divulgar
um produto ou serviço e até mesmo contar a sua própria história.
A solução para este “congestionamento” de informações tem sua origem na prosa e nos dá
pistas sobre como a Humanidade vem contando sua história pelos séculos.
AS HISTÓRIAS
PRECISAM
SER CONTADAS.
Esta forma de organizar narrativas de forma envolvente, a qual atribuímos o nome de story-
telling, tem uma utilidade gigantesca dentro do marketing.
Uma marca que é capaz de associar seu produto ou serviço à uma história cativante tem
muito mais chances de sobressair no amontoado de publicidade ao qual somos expostos
o tempo todo. Além de possuir maiores chances de chamar atenção, uma campanha de
marketing com um bom storytelling produz memórias capazes de aproximar a marca de seu
potencial consumidor, iniciando um relacionamento que transpassa uma simples operação
de compra e venda.
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Neste cenário, vai se destacar a marca que for capaz de apresentar seu produto junto a
uma narrativa coerente, que chame atenção do consumidor e o transporte para “o interior
da experiência” que aquele produto proporciona. É importante destacar que isso vale para
qualquer que seja o segmento de atuação.
E o storytelling pode ser aplicado no marketing nos mais variados formatos, que incluem:
A ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS;
A HISTÓRIAS EM VÍDEO;
A PUBLICAÇÕES EM REDES SOCIAIS;
A TEXTOS DE BLOG.
Dessas três situações, a primeira é a única que se trata de uma narrativa em si, ou seja, na
transmissão de uma mensagem, ela é parte de uma história que possui começo, meio e fim.
Por fim, é possível utilizar as ferramentas do storytelling dentro de um texto que não é uma
narrativa, mas que possua os elementos básicos que garantem uma estrutura capaz de
prender a atenção de quem consome.
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13 DICAS DE
COMO APLICAR O
STORYTELLING EM
APRESENTAÇÕES
9
Confira as dicas abaixo e aprenda a aplicar o storytelling com sucesso em suas apresentações:
Para fugir desta cilada, é preciso estudar bem o tema que será abor-
dado, não só para a apresentação inicial, como também para res-
ponder eventuais perguntas que possam surgir.
A MUNDO REAL:
O INÍCIO OU APRESENTAÇÃO DOS
PERSONAGENS E SITUAÇÕES;
A AVENTURA:
O DESENVOLVIMENTO QUE CULMINA
NO CONFLITO;
A RESOLUÇÃO:
O FIM, QUE VAI APRESENTAR UM DESFECHO
PARA OS PERSONAGENS.
49
Criada por psicólogos no início da década de 1970, a técnica de PNL usa a comunicação cor-
poral e verbal como instrumento para fixar informações e incentivar comportamentos. Ela
funciona como recados enviados ao cérebro para garantir a execução de uma determinada
ação desejada.
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EXEMPLOS DE STORYTELLINGS
Confira agora dois exemplos de storytelling que podem servir de inspiração para a sua narrativa:
A PIXAR:
Outro modelo consolidado de storytelling, a “Jornada do Herói” foi descrita pela primeira vez
pelo antropólogo Joseph Campbell em seu livro O Herói de Mil Faces (1949).
Na obra, o autor identifica um padrão que aparece em diversas narrativas famosas da his-
tória da humanidade. Dividida em três atos e doze fases, a “Jornada do Herói” também é
conhecida como monomito.
Por mais que exista certa liberdade para o uso de alguns floreios, é importante conservar a
honestidade na narrativa, sem inventar situações para forçar determinada emoção. O foco
deve ser, sim, atribuir significados à história existente.
Este é um passo importante para as empresas que não querem virar alvo de especulações,
como visto em alguns casos recentes.
CONCLUSÃO
Presente em infinitas obras da história da Humanidade, storytelling é um nome novo para
um conceito bastante antigo, haja vista que registrar histórias e atribuir significados a elas é
um conceito tão velho quanto os seres humanos.
No entanto, a única diferença existente nos dias atuais é a aplicação de técnicas usadas na
narrativa ficcional em outras situações, seja no plano pessoal ou profissional. Enfim, o story-
telling permite o uso de uma comunicação assertiva, que fará o interlocutor prestar atenção
até o fim e pensar na mensagem transmitida por muito mais tempo.
Agora que você domina o conceito e as principais formas de colocar a estratégia em prática,
é hora de aplicar o storytelling na sua realidade.
53
O MELHOR
NEGOCIADOR
É AQUELE QUE
NUNCA LUTA
BY SUN–TZU
3
54
Toda a vida de Alair Martins foi pautada na construção de relações baseadas em confiança.
Tal comportamento foi essencial para a construção da sólida reputação do empreendedor.
Esta visão Martins leva a todas as dimensões de sua vida, inclusive para uma de suas princi-
pais fortalezas: sua habilidade de articulação.
VALOR + CONFIANÇA
= RELACIONAMENTO X BARGANHA
Primeiro passo: NÃO REAJA! Esse é seu primeiro instinto quando alguém diz algo do qual
você não gosta. Se você reagir irá estimular um revide e iniciar uma espiral negativa que
pode levar:
A A LUGAR NENHUM;
A O OUTRO LADO CEDE: SENTIMENTOS;
A ROMPIMENTO.
Agora que você já “esfriou” e reconheceu que precisa tratar o problema, ajude o outro lado a
esfriar também. Faça o oposto do que o seu suposto oponente espera.
55
OPÇÕES X ALTERNATIVA
OPÇÕES:
O QUE VOCÊ PROPÕE NA MESA DE NEGOCIAÇÃO.
ALTERNATIVA:
E SE VOCÊ NÃO FECHAR UM ACORDO?
MAPAN:
MELHOR ALTERNATIVA PARA ACORDO NEGOCIADO.
Os dois lados possuem alternativas. Alternativas ajudam a dar confiança na negociação das
opções. O espírito do segredo: mesmo que você possa ganhar, não ganhe!
“O MELHOR
GENERAL É
AQUELE QUE
NUNCA LUTA”
Sun-Tzu.
56
3 TÉCNICAS
DE NEGOCIAÇÃO
QUE REALMENTE
FUNCIONAM,
SEGUNDO
PROFESSOR DE
HARVARD
10
57
“A negociação é essencialmente
caótica. Você não sabe o resultado
que o espera sentado do outro lado
da mesa”,
1. REAÇÃO RÁPIDA:
Negociação é um processo exploratório. Como você desconhece
quais são as prioridades da outra pessoa, deve estar alerta para rea-
gir à medida que as circunstâncias mudam.
A CHAVE É ESTAR
PRONTO PARA REAGIR
ÀS CIRCUNSTÂNCIAS.
Se quisermos fazer uma metáfora, é como se fosse uma dança. Em
todos esses anos de experiência, percebi que a agilidade estratégica
e a capacidade de reação imediata são fundamentais.
Como os músicos de jazz fazem. Você tem que ouvir com atenção e
não estar pensando o tempo todo no próximo passo.
CRIANDO
EMPRESAS
PARA ATENDER
O CLIENTE
E FAZER O
VAREJO CRESCER
61
ALAIR MARTINS:
O Smart é uma grande oportunidade, porque é a seleção dos principais clientes (supermerca-
dos escolhidos a dedo); Não há limite para o crescimento, o Brasil é muito grande; É um mode-
lo de franquia no qual o varejista pode se integrar a uma rede e obter os benefícios de perten-
cer a uma cadeia de lojas; Este pertencimento dota-o de poder de compra em maior escala,
conhecimento sobre o negócio, etc; Cerca de 1.000 varejistas fazem parte da Rede Smart.
63
Há 25 anos foi desenvolvida a ideia de criar uma Universidade; Alair sempre se preocupou
com o desenvolvimento dos seus clientes, capacitá-los a competirem quase de igual para
igual com as grandes redes e expandirem-se; A empresa é comercial, mas há um trabalho
social de altíssimo nível; Dessa forma, o Martins alia sua estratégia mercadológica a um
posicionamento social, desenvolvendo um mercado de empreendedores essenciais para o
desenvolvimento de suas regiões e do país; Perspectiva de geração de negócios e aliando
estratégia mercadológica a um posicionamento social;
DE SOLUÇÃO EM
SOLUÇÃO, O FOCO
“NO CLIENTE” E
“DO CLIENTE”
65
ALAIR: Foi algo que fez parte do atacado. Em 1988, nós fizemos um
planejamento estratégico no Rio de Janeiro, ministrado pela IBM.
Após este evento com os lideres do Martins, surgiu a ideia do ban-
co. A criação do banco aumentou apenas a nossa carteira para fi-
nanciamento, mas contribuiu decisivamente para o crescimento do
grupo rumo a um sistema integrado. O nosso banco voltado para o
atacado atende apenas pessoas jurídicas. Nós financiamos o clien-
te, temos cartão de crédito e trabalhamos com toda a modalidade
de pagamento. Nós oferecemos ao fornecedor todas as facilidades
para que os pagamentos sejam realizados, o que tem ajudado bas-
tante a desenvolver os negócios. Nós somos o único grupo do Brasil
que possui este sistema integrado.
PROFISSIONALIZA-
ÇÃO, LOGÍSTICA,
PARTICIPAÇÃO NOS
RESULTADOS:
SEMPRE INOVANDO
69
No Brasil da época, estava vigente a Lei de Reserva de Informática, que permitia apenas em
situações extremas a importação de componentes e equipamentos de informática. Este de-
safio não foi obstáculo para Alair Martins, que entendia o valor e importância da tecnologia
para o seu negócio. Ele acessou sua rede de relacionamento para mostrar a necessidade de
importação de equipamentos robustos, só presentes no sistema bancário, que contribuíram
para o fortalecimento de seu sistema logístico e de rastreamento de cargas.
Por conta destas inovações, Alair passou a roteirizar estradas, caminhos e virou uma espécie
de consultor dos postos do Departamento de Estrada e Rodagens (DER) espalhados pelo
Brasil.
Esta estratégia foi fundamental, permitindo que a empresa atenda aos mais de 500.000
pequenos varejistas espalhados em todo território nacional. O sistema logístico Martins en-
volve, inclusive, questões tributárias e regionais: o que vai, para onde e a que preço.
HOJE, O MARTINS É
BENCHMARK DE LOGÍSTICA
PARA EMPRESAS NACIONAIS
E ESTRANGEIRAS.
Outra frente que foi alvo de investimento de Alair Martins no seu processo de profissionali-
zação foi investir em capacitação para seus colaboradores. Ele tem o hábito de comentar
que a empresa é, na realidade, a Universidade Martins, já que todas as suas iniciativas estão
relacionadas à educação e somam-se ao investimento junto aos colaboradores e as ações
que tem como público os clientes como a Universidade do Varejo, por exemplo.
Como resultado dessa estratégia, o Grupo Martins atualmente possui uma estrutura de
gestão 100% profissional, contando com instâncias como o Conselho de Gestão, o Conselho
de Família e a Rede de Mentores, dentre outras iniciativas que visam garantir a perenidade
do negócio.
71
Devem ser lembradas com destaque as mudanças necessárias para a adaptação compe-
titiva, como o aperfeiçoamento dos caminhões e da força de vendas, composta de repre-
sentantes comerciais autônomos, que participam continuamente de cursos, seminários e
ações de desenvolvimento profissional e de aperfeiçoamento. O objetivo é o de estarem em
sintonia para as novas tecnologias e serem capazes de prestar sempre o melhor serviço.
EM 1972: PLR,
MARTINS E JORGE
PAULO LEMANN.
EM 1975: O 1 O
COMPUTADOR
DO COMÉRCIO
73
74
ALAIR: Eu era muito centralizador, porque eu aprendi fazendo e não sabia o quanto era im-
portante delegar. A empresa já estava mais do que médio porte em ordem de grandeza e eu
já tinha 100 caminhões. Mas eu estava muito cansado: ou formava uma equipe, ou a empre-
sa cresceria. Escolhi de 4 a 5 pessoas com quem eu estava sempre em contato;.
O ÚNICO JEITO
DE CRESCER
É JUNTO,
NINGUÉM FAZ
NADA SOZINHO.
Neste momento, eu tive uma ideia pioneira para o Brasil da época, que era dar participação
no resultado. Diante disto, eles trabalhavam como acionistas e isso foi maravilhoso. Em 1972,
na mesma época, o Banco Garantia, do Jorge Paulo Lemann, fez a mesma coisa depois de
nós. Em seguida, a prática passou a ser usual e na década de 1980 se tornou obrigatória.
75
ALAIR: Confiar nas pessoas. Eu só trabalho com quem eu confio, quem vigia as pessoas é a
confiança e o compromisso, eu não vigio ninguém.
ALAIR: Nós fomos pioneiros a ter um computador, naquela época, no setor de comércio.
Sabíamos que, na indústria, já estava aprovado, muitos falaram que não ia dar certo. Mas
eu tinha confiança, isso no ano de 1975. Eu vi que o serviço seria mais preciso e com menor
custo. A parte de tecnologia nunca foi a minha praia, eu gosto de ouvir as pessoas que co-
nhecem. O meu filho Juscelino escolheu Economia para a formação, porque ele queria entrar
na empresa, ajudar nos negócios. Ele começou a trabalhar com Informática, entrou antes na
IBM, que o apoiou e nós o incentivamos a trazer um complexo de sistemas inovadores para
o grupo.
SANDRO: Como o senhor fazia para trazer todos os colaboradores para o seu jogo?
ALAIR: A equipe de Informática que treinou todo mundo, eu já via que isso era o futuro. Era
preciso desenvolver com muito treinamento.
ALAIR: Precisava de autorização do Governo Federal, na época quem autorizou foi o Ulisses
Guimarães.
ALAIR: Não é do meu perfil desistir. As estradas eram ruins e algumas ainda continuam no
mesmo estado, mas conseguimos ir em frente. Nós fizemos um levantamento das estradas
do Brasil, usamos a estrutura de vendas para trazer informações a fim de implantar o siste-
ma de roteirização, um desafio enorme que valeu a pena. Demorou 3 anos, mas depois de
implantado diminuímos o custo da logística em 20%. Até a IBM queria comprar esse progra-
ma, acabou vazando, mas tudo bem.
76
DO FOCO
“NO CLIENTE”
E “DO CLIENTE”
AO CUSTOMER
CENTRICITY
11
77
Com base na experiência de nossos clientes, organizamos cinco fatores relevantes para
conduzir uma estratégia de customer centricity.
Ser efetivo requer eficiência em suas comunicações de saída, um melhor desempenho den-
tro de cada interação individual e a capacidade de dar escala a todos os canais, dispositivos
e meios de comunicação.
Estes conjuntos de dados combinados com os que chegam via informações transacionais
de vendas, CRM e sistemas de comércio eletrônico devem ser unificados, de forma a supor-
tar nossas atividades e oferecer relevância e valor através de cada canal e ponto de contato.
78
Muitos dos sistemas utilizados para recolher todos os seus dados offline e online têm di-
ferentes pontos de integração e diferentes maneiras de inputar os dados ou de obter a s
informações que vêm de fora.
Nosso público sempre deve experimentar transições suaves e receber informações relevan-
tes, independentemente do canal. Isso depende de uma estratégia de marketing orques-
trada, tendo táticas embasadas nas peculiaridades de cada ambiente. Implementada com
sucesso, ela fará com que as pessoas se sintam conectadas à marca em todos os pontos.
79
Brincadeiras à parte, estratégias certas nos lugares certos farão seus dados serem usados
de forma mais inteligente, sem que você tenha que trabalhar a mais por isso.
Mais importante ainda: você poderá refinar melhor suas mensagens e seu conteúdo a fim de
ter interações individualizadas. Isso vai ajudar os seus clientes e potenciais compradores a
se sentirem mais seguros em adquirir seus produtos e serviços, porque as informações que
estão recebendo são valiosas para as suas compras e preferências.
Se for você age desta forma, parabéns! Você está no caminho certo para fazer dos clientes o
centro de sua vida e de suas ações. Se não, talvez esteja na hora de rever os seus conceitos
e realmente trazer o cliente para o foco da sua estratégia.
80
VAREJO,
TENDÊNCIAS
& INSIGHTS
(EM 2016!)
4
INSIGHTS:
A MILLENNIALS;
A PARCERIAS & COLABORAÇÃO;
A NO-FRICTION & EXPERIÊNCIA DE CONSUMO;
A MUNDO DIGITAL;
A PROPÓSITO & ENGAJAMENTO.
Em 2015, a Spar International foi a empresa indicada como Varejista do Ano, pelo Retailer of
the Year Award at the World Retail Congress (WRC).
Propósito:
TENDÊNCIAS
PARA APOSTAR
NO VAREJO
EM 2020
12
No varejo, a crise econômica que atingiu o Brasil nos últimos anos está perdendo a força,
foi o que constatou uma análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços
e Turismo (CNC). Em 2018 e 2019, o setor fechou com crescimento de 2,3% e 4,6%, respec-
tivamente. De vento em popa, as expectativas eram de que os números retornassem, em
fevereiro de 2020, aos valores em que se encontravam antes da crise começar.
Diante deste cenário promissor, para que se atinja o crescimento esperado previsto é im-
portante que o setor esteja atento às inovações da área e se adeque às novas realidades.
De tecnologias inovadoras a experiências nos canais de vendas, confira algumas dicas se-
lecionadas pelo Novarejo e por especialistas com as principais tendências do varejo para
acompanhar em 2020:
Primeiro surgiu a entrega em dois dias, depois no dia seguinte. Mas, na era da instantaneida-
de, os compradores desejam seus pedidos o mais rápido possível, aqui e agora.
No rol da IA, também estão os espelhos inteligentes para o varejo de moda, que prometem
ser um diferencial para a experiência personalizada do cliente no ano de 2020.
85
3. OMNICHANNEL:
Não adianta fugir, em 2020 e nos anos seguintes o omnichannel continuará sendo tendên-
cia. A estratégia permite ao varejista técnicas de união entre os seus diversos canais de co-
municação com o cliente, sejam eles físicos ou digitais. Nos dias atuais, ela é essencial para
promover experiências mais próximas e satisfatórias com os consumidores.
4. PERSONALIZAÇÃO DO PRODUTO:
Os produtos únicos são um símbolo clássico do luxo: ter algo que ninguém no mundo possui.
Certamente, você já se deparou com esta frase em algum site com dicas. A afirmação é a
mais pura realidade, ainda mais diante de um contexto onde o mobile first e o mobile only
têm sido cada vez mais exaltados pelo comércio e utilizados pelo consumidor.
Há quem chame isso de visual commerce: ela inclui vídeos em 360o, configurações 2D e 3D
e pesquisa visual na web (a busca a partir de uma imagem, que substitui uma palavra).
86
Quase dois terços dos brasileiros compram produtos online pelo menos uma vez por mês.
6. AUTOMATIZAÇÃO DE PROCESSOS:
Para tornar cada vez mais completa a experiência do shopper, uma forte tendência entre os
grandes varejistas no ano de 2020 é investir na automatização de processos.
“Com tecnologias assim é possível economizar recursos, pois uma inteligência artificial ou
algum tipo de robô poderá operar as atividades”, explica Guilherme Verdasca, CEO da Trans-
feera, start up open banking.
A empresa, que atende clientes como Unilever, Rappi e iFood, possui dois produtos: um de
validação bancária, que checa automaticamente se a conta pertence a uma pessoa real e
pode evitar fraudes; e o serviço de automatização de pagamentos, que permite que uma
marca ou varejista realize transações financeiras para diversos fornecedores.
“Com o blockchain, é possível rastrear uma operação e identificar problemas, caso ocorram,
de forma muito segura”, explica o fundador da BRy Tecnologia, Carlos Roberto De Rolt, em-
presa que atua na aplicação de protocolos criptográficos que tornam operações e negocia-
ções digitais mais seguras.
Com a previsão da LGPD entrar em vigor ainda em 2020, é importante que as empresas se
atentem às estratégias de proteção de dados.
87
COMO OTIMIZAR
PROCESSOS
5
Alair foi um dos pioneiros: apostou na nova tecnologia e fez dela sua parceira, informatizando
áreas estratégicas, racionalizando a administração, ganhando rapidez no atendimento aos
clientes e agilizando as tomadas de decisão.
Observação importante a ser ressaltada: num setor com margens tão pequenas é preciso
ter alto nível de otimização para reduzir custos. Para tanto, é preciso entender “como otimi-
zar processos”.
PROCESSO:
“É uma sequência de modificações de composição, forma ou posição que sofre o produto.”
SISTEMA DE GESTÃO:
ESTRATÉGICO A DIREÇÃO DE DECISÕES;
TÁTICO A PLANOS;
OPERACIONAL A EXECUÇÕES.
DO:
5. EXECUÇÃO DOS PLANOS.
CHECK:
6. VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS E ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES.
ACT:
7. ANÁLISE DOS DESVIOS E IMPLANTAÇÃO DE AÇÕES CORRETIVAS;
8. PADRONIZAÇÃO DAS MELHORES PRÁTICAS.
89
A PADRONIZAÇÃO;
A TREINAMENTO DO PESSOAL;
Simplifique seus processos e foque no que realmente importa. Torne seu negócio mais com-
petitivo, mais leve e enxuto através da otimização de processos.
90
COMO ESCALAR
O SEU NEGÓCIO
6
DESCENTRALIZAÇÃO:
A LOGÍSTICA PARA O CRESCIMENTO.
A descentralização do grupo Martins, apesar de difícil, foi fundamental: um sabonete fabri-
cado em São Paulo viajava até Uberlândia (MG) antes de chegar ao pequeno varejista paulis-
ta – ou em qualquer outra parte do país.
Além do custo, isso muitas vezes gerava créditos tributários praticamente eternos e falta de
competitividade, já que concorrentes regionais começaram a oferecer serviços em menos
tempo e mais baratos.
91
ESCALABILIDADE
Grau de crescimento do faturamento do negócio, sem a contra partida de elevação de cus-
tos, para a geração deste crescimento.
A COMPLICADO:
relações de causa e se repetem, nem sempre previsíveis; conhecível; domínio do
provável; especialistas; boas práticas.
A COMPLEXO:
relações de causa e efeito não previsíveis; padrões emergentes; domínio das mui-
tas possibilidades; Práticas emergentes/adaptativas
A CAÓTICO:
relações de causa e efeito não percebidas; padrões não percebidos; domínio do
inconcebível; práticas inovadoras.
ESCALABILIDADE,
DIVERSIFICAÇÃO
E GESTÃO
Uma das grandes dificuldades de todo empreendedor é conseguir tornar um negócio esca-
lável e que atinja o maior número de pessoas.
1. DIVERSIFICANDO O NEGÓCIO:
O crescimento do negócio, aliado às motivações do empreendedor, fizeram com que no final
da década de 1970, Alair diversificasse seu ramo de atuação através de iniciativas que não
estavam relacionadas diretamente a essência do grupo.
PARA
DIVERSIFICAR
É PRECISO
TER FOCO.
Atualmente, o Sistema Integrado Martins (SIM) é composto por empresas de diversos seg-
mentos de atuação, além do atacado, educação, financeiro, seguros dentre outras.
A solução que Alair Martins encontrou para superar esta dificuldade foi desenvolver um sis-
tema de gestão excelente, baseado em eficiência e produtividade. Esta estratégia foi essen-
cial para a escalabilidade e para o plano de crescimento da companhia da forma como tem
ocorrido ao longo dos anos.
Uma decisão estratégica adotada pelo grupo foi descentralizar o processo de distribuição,
visando diminuir o tempo e distância de locomoção de sua frota na distribuição dos produ-
tos adquiridos por seus clientes. A construção de um sistema de gestão apto a lidar com
todas essas peculiaridades foi uma dificuldade importante, já que se trata de um processo
de alta complexidade.
Para lidar com tal entrave, Alair cercou-se de consultores, especializou seu pessoal, imple-
mentou novas tecnologias e traçou planejamentos estratégicos visando a modernização to-
tal do grupo, movimento que teve início de maneira decisiva na década de 1990 e ainda faz
parte da cultura da empresa.
Mesmo com este crescimento avassalador, o empreendedor faz questão de valorizar a im-
portância da cultura da organização, que foi cunhada desde a sua infância na roça.
97
Retomando um movimento já citado na aula anterior, Alair não apenas investiu em engajar
as pessoas por meio de suas práticas e cultura, mas implementou em sua organização, de
forma pioneira no Brasil, o sistema de participação nos resultados, numa época que ne-
nhuma empresa adotava a prática no país. O objetivo sempre foi o de fortalecer o conceito
de “espírito de dono” do negócio junto aos seus colaboradores, através da visão de que o
sucesso é compartilhado.
Baseado em sua malsucedida experiência de crescer a qualquer custo, Alair adquiriu uma
visão de que não é recomendável o empreendedor ingressar em negócios dos quais não
possui o domínio. É necessário frear o ímpeto do crescimento desenfreado e investir nos fun-
damentos do negócio a fim de garantir o crescimento sustentável da organização, gerando
valor a todos.
O grupo continua com visão expansionista, de crescimento, porém esse movimento está
totalmente relacionado a sua principal missão: melhorar a vida de varejistas, transforman-
do-os em melhores empreendedores.
98
PERTENCIMENTO,
DIVERSIFICAÇÃO E
SIMPLICIDADE
99
ALAIR: Isso é gente, não são números, nós somos uma enorme família.
ALAIR: O lançamento foi na Itália, em 1990, com cada cliente, nós fo-
mos a convite da Gillette. Eu gostei tanto do aparelho que fui falar
com o presidente da companhia no Brasil, que era um argentino. Ele
disse que era caro trazer o produto para o Brasil. Eu insisti. Então
disse para levar apenas para o grupo, que eu tinha certeza que ia
dar certo. Nós fizemos o lançamento em 1993. Eu mandei uma carta
para os fornecedores, garantindo que o aparelho era bom, nós ven-
demos quase 30% do esperado. Hoje nós somos os maiores clientes
da marca na América do Sul.
100
ALAIR: O Martins é um porto seguro para o fornecedor, graças a qualidade. Nós temos a
preferência no recebimento de produtos.
ALAIR: Estar cercado de gente boa, que se identifique com a causa. Todas as pessoas pos-
suem um compromisso de fazer a coisa bem feita, não há espaço para acomodados na
organização. Somos muito sólidos. O rating da Martins é A. Saber o valor de construir um
modelo de gestão organizado.
SANDRO: Foi na roça que foram forjados os valores essenciais que o senhor traz até hoje ao
grupo, a força dos princípios? É essencial estarmos cercados de princípios, valores e com-
promisso? Hoje nós passamos por um dos momentos mais críticos do nosso país a que nós
fomos expostos...
ALAIR: Estou contribuindo com o nosso país pagando imposto, gerando emprego, e com
muita disciplina, simplicidade e humildade. Eu sou muito a minha origem, sou muito simples.
101
O INSTITUTO
ALAIR MARTINS
E O INSTITUTO
AYRTON SENNA
102
ALAIR MARTINS:
“Ser empreendedor não é só ter um negócio próprio, é ser um bom funcionário. Estou prepa-
rando a terceira geração, que são os meus netos.”
103
A SIMPLICIDADE
NA CONDUÇÃO
DOS NEGÓCIOS,
NA DOAÇÃO AO
PROPÓSITO
DA EDUCAÇÃO E
NA ACEITAÇÃO
DAS HONRARIAS
105
ALAIR EVIDENCIA
A IMPORTÂNCIA
DE SE VALORIZAR
A SIMPLICIDADE;
Esta atitude está presente nos mínimos detalhes da organização e é
tratada como um mantra pelo empreendedor, que reitera a sua visão
quando afirma que devemos buscar sempre o caminho mais sim-
ples em detrimento do mais complexo. Esse exercício é levado ao
extremo pelo empreendedor e pela organização que fundou.
A O DESENVOLVIMENTO FINANCEIRO;
Voltada para fomentar iniciativas que estimulem a melhoria econômica de países em de-
senvolvimento, a IFC entrou no negócio para ampliar o acesso ao microcrédito “em setores
pouco privilegiados e remotos da economia”, segundo sua análise sobre o Tribanco, que lida
diretamente com o pequeno empreendedor, na base da pirâmide.
Desta forma, a perpetuidade da companhia, além de gerar frutos aos seus acionistas, irá
contribuir para o desenvolvimento social do país através de sua ação junto a este público;
Alia-se a ação de sessão de crédito realizada pelo Tribanco o projeto de Educação fomenta-
do pela Universidade Martins de Varejo (UMV), que apresenta mais de 300 cursos presenciais
e a distância.
O grupo também atua em outras frentes: educando e gerando empreendedores, a UMV tem
como foco as tendências de mercado, aperfeiçoando a gestão dos negócios de seus clien-
tes através da mais desenvolvida tecnologia de ponto de venda e adequando suas lojas,
com projetos arquitetônicos, layout, sortimento, exposição e posicionamento. Tudo isto in-
corporado a modelos de gestão e capacitação dos funcionários para melhor atenderem o
consumidor e, consequentemente, oferecer oportunidade de desempenho competitivo na
atuação do varejista.
Outro projeto na qual o empreendedor constrói sua visão de desenvolvimento de novos em-
preendedores acontece no Instituto Alair Martins (Iamar), que tem a missão de desenvolver
o potencial de adolescentes e jovens para construir visões do futuro e transformar suas rea-
lidades através da educação voltada ao empreendedorismo.
Esta iniciativa foi sugerida por um de seus filhos e, atualmente, impacta milhares de jovens,
além de atuar em parceria com organizações como o Instituto Ayrton Senna. O modo bási-
co de ação do Iamar se dá por meio da educação empreendedora, oferecendo aos jovens
atendidos o conhecimento para se tornarem bem-sucedidos e gerarem renda para si e para
suas famílias.
Destaque especial para o Prêmio Barão de Mauá, de âmbito nacional, iniciativa do Fórum de
Líderes Empresariais; o Prêmio Destaque Empresarial de Minas Gerais da Revista Mercado
Comum durante cinco anos seguidos; o título de Empreendedor do Ano, da Ernst & Young;
o Prêmio Life Achievement, também da Ernst & Young, em reconhecimento ao conjunto de
sua obra empreendedora; e o título de Doutor Honoris Causa da Escola da Vida, da Academia
Paulista de Letras, da Anhanguera Educacional e do Instituto do Empreendedor.
107
NÃO SE ACOMODE.
SEMPRE PODEMOS
IR MAIS LONGE,
SEMPRE PODEMOS
IR ALÉM DAS
NOSSAS PORTEIRAS.
108
ALAIR: Construir uma empresa que traz benefícios para todos. Ter
credibilidade, uma empresa admirada, uma obra que não pode parar;
eu acredito que ela vai continuar porque a cultura é muito forte.
SANDRO: Vocês têm como sócio o Banco Mundial, com 11% do ban-
co, um braço financeiro. Ele investe na Martins por que vocês permi-
tem acesso a renda de pessoas menos privilegiadas. É possível aliar
valor a sociedade inteira, como foi que aconteceu essa parceria?
SANDRO: O senhor sempre foi reconhecido por muitas entidades, e é uma referência de em-
preendedor no Brasil. Lá, com 19 anos, começando a sua trajetória, como o senhor se sente
com todo esse reconhecimento?
ALAIR: Muito realizado e feliz. Agradeço a Deus todos os dias para ter equilíbrio e não me
dar vaidade. A simplicidade vem comigo desde sempre, a humildade, então eu sou muito
agradecido.
ALAIR: Eu vou todos os dias na empresa, mas antes eu vou na academia, faço exercício, é
fundamental. Por isso que tenho 82 anos de idade sem nenhuma patologia. Me alimento
muito bem, gosto muito de leitura, tenho biblioteca em casa, a pousada, a empresa. Na em-
presa eu não estou mais na gestão. Acompanho alguns fechamentos, converso e troco ideia.
Um dos maiores prazeres da vida é aprender.
ALAIR: Eu tenho pavor de me acomodar. No meu tempo de zona rural, eu era preguiçoso.
Depois entendi que a pessoa precisa ser útil, dinâmica, aproveitar a capacidade que tem,
aprender sempre. Nem penso em parar, só diminuir a carga ao longo do tempo. Eu faço por
prazer. A minha empresa tem grandes profissionais. Estou tranquilo ficando em Uberlândia,
gosto muito de lá.
ALAIR: O trabalho sério e os benefícios que nós conseguimos para as pessoas desse país. A
gratidão dessas pessoas para comigo. Isso eu vou levar para sempre.
111
COMO O
EMPREENDEDOR
DESENVOLVE OUTROS
EMPREENDEDORES
7
Alair Martins assume como princípio levar adiante sua missão de contribuir decisivamente
para transformar pequenos varejistas em empreendedores.
Ele garante um processo de criação de valor na cadeia produtiva do seu segmento. Faz isso
na medida em que gera mais riqueza e prosperidade junto a esse ecossistema de empresá-
rios varejistas, espalhados por todo o país.
112
MODELO
MENTOR / EDUCADOR
AUTORITÁRIO ENGAJADOR
FACILITADOR DELEGADOR
EXPERT MOTIVADOR
INCOMPATIBILI-
SEMI-
AUTO- DADE SEVERA INCOMPATIBI- COMPATIBILI-
COMPATIBILI-
DIRIGIDO Alunos não gostam LIDADE DADE
DADE
de mentor autoritário
SEMI- SEMI-
PROFISSIONAL
INCOMPATIBI- COMPATIBILI-
ENVOLVIDO COMPATIBILI- COMPATIBILI-
LIDADE DADE
DADE DADE
SEMI- SEMI-
COMPATIBILI- INCOMPATIBI-
INTERESSADO COMPATIBILI- COMPATIBILI-
DADE LIDADE
DADE DADE
INCOMPATIBILI-
SEMI-
COMPATIBILI- INCOMPATIBI- DADE SEVERA
DEPENDENTE COMPATIBILI-
DADE LIDADE Alunos não gostam
DADE
de mentor autoritário
113
O LIVRO DO
FUNDADOR DO
GRUPO MARTINS
13,14
Lançado pela Elsevier Editora, o livro Alair Martins do Nascimento - a aposta na confian-
ça e no relacionamento, de Rivadávia Drummond e Sônia Diegues, aborda a história deste
grande empreendedor, que fundou o Sistema Integrado Martins (SIM), a maior empresa ata-
cadista-distribuidora da América Latina.
Depois de viver até os 17 anos no sítio do pai, Alair abriu aos 19 anos um armazém em Uber-
lândia (MG). Eram lançadas assim, em dezembro de 1953, as raízes do SIM, formado hoje por
uma dezena de empresas, entre elas, um banco e a Universidade Martins do Varejo.
114
A DIGITALIZAÇÃO DO
GRUPO MARTINS
— E COMO ELE
PLANEJA ATINGIR
1 MILHÃO DE
EMPRESAS
15
116
Em entrevista a StartSe, o CEO Flávio Martins fala do novo marketplace do grupo e das tec-
nologias desenvolvidas para apoiar pequenos e médios varejistas.
Quando assumiu a liderança da empresa, que hoje mais de 5 mil funcionários, Flávio tinha
um desafio: expandir ainda mais o negócio e digitalizar a companhia. Foi assim que nasceu,
em 2018, o marketplace do grupo Martins.
A implantação do marketplace B2B (Business to Business), levou em conta três pilares: tec-
nologia, pessoas e processos. Como público-alvo, a companhia tem o número de todos os
portadores de CNPJs do país — de qualquer segmento.
FOCO NO CLIENTE
O varejista pode entrar na plataforma de duas maneiras. A primeira delas é pela maneira
tradicional, pesquisando item a item e colocando em seu ‘caminhão’ de compras, que neste
caso substitui o carrinho. A segunda, e mais eficiente, é integrando o sistema de sua loja
com o nosso”, explica Flávio.
Desta forma, os clientes têm acesso a uma ferramenta que fornece insights baseados na
região e estoque. “Avisamos quando ele precisa repor um produto, explicamos porque de-
terminado item não está vendendo, sugerimos a troca com base na demanda e alertamos
sobre preços da concorrência”, diz Flávio.
A nova plataforma agora faz parte do Sistema Martins — uma espécie de ecossistema criado
pela companhia para o pequeno varejista que reúne um banco próprio (Tribanco), uma em-
presa de cartões de crédito, uma marca de maquininhas, uma corretora de seguros e uma
Universidade Martins do Varejo (UMV).
“Esse ecossistema que criamos ajuda o cliente a sobreviver e prosperar, porque sozinho ele
morre. E se ele morrer, nós morremos junto”, ressalta Flávio.
118
PRÓXIMOS PASSOS
O marketplace do grupo Martins já soma 350
mil varejistas cadastrados. Desse número, cer-
ca de 98 mil clientes já compraram pela plata-
forma, que faturou R$1 bilhão no ano de 2018.
A COMPANHIA, QUE JÁ
DISTRIBUI PRODUTOS
DE EMPRESAS COMO
ALPARGATAS, SAMSUNG,
E UNILEVER, CONQUISTOU
60 NOVAS EMPRESAS QUE
AINDA NÃO ERAM PARCEIRAS
EXCLUSIVAMENTE PARA O
MARKETPLACE.
GRUPO MARTINS
APOSTA NA
TECNOLOGIA
PARA PROTEGER
TRANSAÇÕES
16
Atuante há 65 anos no mercado nacional, com mais de 4 mil colaboradores, o grupo Martins
é uma referência na distribuição dos mais diversos produtos (23 mil itens no portfólio) ao
varejo brasileiro.
Para garantir a segurança nas transações dos seus clientes, o varejista conta com a parceria
da ISH Tecnologia, empresa especializada em soluções de infraestrutura de TI.
“Além disso, tem o objetivo de fidelizar os clientes Martins”, afirma Antonio A. Silva Júnior,
gerente da área de Tecnologia e Gestão do Varejo do Grupo Martins.
Um dos principais resultados desta sinergia foi a solução ISH Box, lançada no mercado em
2016 e que surgiu inicialmente para auxiliar o grupo Martins na gestão e na cibersegurança
de todas as transferências eletrônicas na venda de cartões dos clientes varejistas.
“Desde o primeiro momento, nós informamos à ISH que para suprir nossa demanda era pre-
ciso uma solução com grande capacidade de processamento e de segurança a baixo custo,
pois a maioria de nossa rede é composta por pequenos e médios varejistas e só assim seria
viável convencê-los a adotar a tecnologia. Outra exigência era que fosse adequada às regras
internacionais de segurança bancária (PCI Compliance) e que pudesse ser instalada e ge-
renciada remotamente, pois fornecemos a lojas nas mais longínquas localidades do Brasil”,
explica Silva Júnior.
O ISH Box foi desenvolvido para ser ofertado a baixo custo, o que torna sua adoção viável por
empresas de qualquer porte (pequenas, médias ou grandes. Ele agrega tecnologia, serviços
de logística e suporte, inteligência e monitoramento realizados pelo SNOC (centro de opera-
ções de segurança e de redes) da ISH.
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“Ficamos muito satisfeitos com o resultado desta parceria inicial que nos garantiu uma so-
lução realmente segura e eficaz, que hoje nos auxilia a garantir melhor produtividade e maior
estabilidade nas comunicações de mais de 700 transações eletrônicas por minuto, efetiva-
das por 1.800 lojas de nossa rede de varejo”, ressalta Silva Júnior. Ele reforça ainda que um
fator diferencial da solução é incluir manutenção remota ativa para todas as lojas 24 horas
por dia, sete dias por semana.
“Esta acuracidade nos processos de comunicação dos meios de pagamento contribuiu para
a ampliação anual considerável de nossa rede varejista”, comemora o executivo do Grupo
Martins.
Hoje, com o ISH Box, o grupo Martins tem garantida a segurança de mais de 22,4 milhões
de transações eletrônicas por mês, ou seja, a movimentação de mais de 46 milhões de reais
diários. Para isto, 76 profissionais da área de Gestão e Tecnologia de Varejo do grupo Mar-
tins, entre consultores comerciais, técnicos, analistas de projeto, equipes de instalação e de
suporte aos varejistas, trabalham diretamente com a ferramenta visando o controle de fluxo
das operações.
123
PRÓXIMOS PASSOS
“Atualmente, o nosso desafio é viabilizar a transferência de conhecimento sobre as soluções
da ISH Tecnologia para nossa equipe, pois estamos em constante processo de aprimora-
mento de diferentes processos empresariais”.
“Por esta razão, temos hoje uma vez por bimestre um especialista da ISH em nossa sede
treinando nossos profissionais e há cada dois ou três meses mandamos um talento do Mar-
tins fazer uma imersão na sede da ISH em Vitória”, detalha Silva Júnior.
O grupo Martins tem ainda a expectativa de continuar investindo em parcerias para o desen-
volvimento de novas soluções para seus varejistas em conjunto com a ISH Tecnologia. Uma
delas é oferecer o CyberPass, ferramenta wireless de marketing digital, que propicia como-
didade e agilidade no acesso à internet sem fio e, simultaneamente, auxilia as empresas no
desenvolvimento de campanhas publicitárias, de promoção ou de vendas mais amigáveis,
precisas e efetivas.
“A CRISE
FOI MELHOR
PARA NÓS”,
DIZ CEO DO
GRUPO MARTINS
17
125
‘O que fizemos foi levar isso para tecnologia moderna, com meios de
pagamento integrados com banco, ferramentas sofisticadas e com
o auxílio da base de informação. A decisão demandou um monte
de ajustes na parte de informações, de tecnologia e de logística.
Conseguimos aumentar a oferta de produtos e de serviços.”
“O varejista pode dar acesso aos clientes, ou seja, a inclusão vai além do
comerciante. Nesse negócio, é fundamental o acesso à internet para o
nosso cliente. Se ele precisar, vamos viabilizar.”
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“Em menor ou maior grau, pode acontecer. Mas agora, mais do que
nunca, o vendedor passa a ter um papel de consultor no ponto de
venda. Ele precisa estar atualizado sobre dados do setor, pesquisas,
novas tecnologias para poder apresentar propostas ao ponto de venda,
principalmente aqueles pequenos supermercados, com até 4 mil SKUs
(tipos de produtos).”
COMO?
REFERÊNCIAS
1 BARBIERI, Cristiane. “Como Alair Martins ergueu o maior atacadista distribuidor do país”. Revista
Época Negócios. Artigo publicado em jan/2015 e pesquisado em fev/2020 Disponível em: <https://
epocanegocios.globo.com/Informacao/Resultados/noticia/2015/01/como-alair-martins-ergueu-o-
-maior-atacadista-distribuidor-do-pais.html>. Acesso em 25. Mar. 2020.
5 Luiz de Oliveira. Com vasta experiência no mercado profissional e mais de 10 anos atuando no ramo
de estratégia e planejamento de processos. Luiz de Oliveira já trabalhou e representou grandes
empresas, como a Falconi e a TV1.
6 Luiz Roberto Carnier é empresário, consultor, coordenador acadêmico, professor, escritor e pales-
trante internacional. Nos últimos 15 anos, suas palestras, seminários e cursos foram assistidos por
mais de 800 mil participantes de primeiro nível no Brasil, na América Latina, nos Estados Unidos
e no Canadá. Desde 1984, é coordenador acadêmico e professor da FGV em cursos do FGV PEC,
MBAs. Professor credenciado e com larga vivência em storytelling e Estudo de Caso, segundo a
metodologia da Harvard Business School.
9 EQUIPE FIA. Storytelling: O que é, importância e como aplicar. Blog da Fundação Instituto de Ad-
ministração. Artigo publicado em maio/2019 e pesquisado em fev/2020 Disponível em: <https://fia.
com.br/blog/storytelling/>. Acesso em 25 mar. 2020.
10 BBC NEWS BRASIL. “3 técnicas de negociação que realmente funcionam, segundo professor de
Harvard”. Revista Época Negócios. Artigo publicado em jul. 2019 e pesquisado em fev. 2020. Dispo-
nível em: https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2019/07/3-tecnicas-de-negociacao-que-
-realmente-funcionam-segundo-professor-de-harvard.html>. Acesso em 25 mar. 2020.
11 GIACOMELE, Suelen. “5 coisas que você precisa saber sobre customer centricity”. Pmweb Ro-
ckin Blog. Artigo publicado em abr/2015 e pesquisado em fev/2020. Disponível em: <https://blog.
pmweb.com.br/customer-centricity-5-coisas-para-saber/>. Acesso em 25 mar. 2020.
12 MARIOTTI, Júlia. “Tendências para apostar no varejo em 2020”. Blog Novarejo. Artigo publicado
em dez/2019 e pesquisado em fev/2020. Disponível em: <https://www.consumidormoderno.com.
br/2019/12/18/tendencias-varejo-2020/>. Acesso em 25 mar. 2020.
13 Equipe Redação ABRAS. Livro de Alair Martins. “ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados”.
Artigo publicado em out/2013 e pesquisado em fev/2020. Disponível em: <https://www.abras.com.
br/home/redacaoportal/cultura/?materia=9112>. Acesso em: 25 mar. 2020.
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15 CARVALHO, Isabella. “A digitalização do Grupo Martins – e como planeja atingir 1 milhão de empre-
sas”. Blog StartSe. Artigo publicado em nov/2019 e pesquisado em fev/2020 Disponível em: <ht-
tps://www.startse.com/noticia/nova-economia/grupo-martins-transformacao-digital>. Acesso em
25 mar. 2020.
16 REDAÇÃO SECURITY REPORT. “Grupo Martins aposta na tecnologia para proteger transações”. Blog
Security Report. Artigo publicado em abr/2019 e pesquisado em fev/2020. Disponível em: <http://
www.securityreport.com.br/overview/grupo-martins-utiliza-ish-box-para-garantir-seguranca-das-
-tef/#.Xke6Zi3OpE4>. Acesso em 25 mar. 2020.
17 PACHECO, Paula. “A crise foi melhor para nós, diz CEO do Grupo Martins”. Blog Correio Brasiliense.
Artigo publicado em nov/2019 e pesquisado em fev/2020. Disponível em: <https://www.correiobra-
ziliense.com.br/app/noticia/economia/2019/11/14/internas_economia,806259/a-crise-foi-melhor-
-para-nos-diz-ceo-do-grupo-martins.shtml>. Acesso em 25 mar. 2020.